Estados Unidos saem das cinzas de uma primeira fase apagada para afundarem a invencível (risos) Espanha na semifinal
Toda competição oficial de futebol, seja ela da ordem de FIFA, UEFA, Conmebol ou mesmo da longínqua Federação Islandesa (que deve ter lá seu futebol mais ou menos padronizado), reserva episódios em que grandes equipes vêem-se (sim, aqui não se obedece, pelo menos até 2012, ao Acordo) em situações canhestras, e equipes modestas vêem-se elevadas ao patamar de vencedoras (ainda que de apenas uma partida).
Nesta feita, quando a África do Sul sedia a versão miniaturizada da Copa do Mundo, a Copa das Confederações, o Egito, após as duas primeiras rodadas, era candidatíssimo a amador-sensação da vez. Derrota com ar de empate para o Brasil e vitória faraônica em cima da Itália, com direito à noite de fama tutankamônica do elástico (sortudo?) goleiro El Hadary. Sortudo porque, na rodada derradeira, o até então intocável amador Egito cede três gols, perde o jogo, a vaga, e a fama conquistada em cima dos penta e tetracampeões diante de uma seleção estadunidense que só acumulava fracassos até então.
Villa, Torres, Xavi who?Na semifinal, diante da Espanha - dona da Europa, do futebol mais sublime do continente, país do atual campeão dos campeões entre os clubes, o Barcelona -, os
Estados Unidos,
era dito, não teria chance alguma. Às voltas - aliás, nem tanto assim - com o fechamento de releases corporativos em meu estágio (sim, sou estagiário em Assessoria de Imprensa, porém, daqueles inquietos, que não costumam engolir ritos corporativos com muita facilidade), eis que, às 16h15, lembro-me deste confronto semifinal e começo a acompanhar o jogo via placar ao vivo (porque meu computador corporativo não aguenta carregar nem 30 segundos de qualquer vídeo do YouTube; imagine então se o coloco a rodar algum
stream!). Não acreditei ao ver 1 a 0 a favor dos Estados Unidos. E pensei ter meus olhos enganados por alguma brincadeira sem graça do site ao notar 2 a 0 para os estadunidendes sobre os hispânicos.
Depois, em compacto narrado em alemão, pude notar que a Espanha jogou de maneira incauta diante dos Estados Unidos. Até por isso, os estadunidenses tiveram chances, e muitas. A Espanha também. Mas esse equilíbrio não era esperado. No primeiro gol, Dempsey fornece passe entre dois marcadores para Altidore (este, muito melhor que o
overrated Freddy Adu, vitimado pelo
hype excessivo e precoce). Altidore rejeita a marcação de Capdevilla e conta com a falha de Casillas para fazer o primeiro
(foto: Martin Meissner, AP). No segundo, Xavi comeu bola na intermediária da defesa que resguarda e perdeu a posse para Bradley; e Feilhaber, o carioca que aderiu ao patriotismo estadunidense, fez belíssima jogada que culminou no passe a Donovan. Ele tocou para o meio da área, houve desvio no caminho, seguida de pixotada-passe de Sergio Ramos e gol de Dempsey.
933 dias, 35 jogos de invencibilidade hispânicos caíram ante uma seleção estadunidense que teve uma presença de espírito digna de Barack Obama. Brasil ou África do Sul que se cuide na finalíssima, pois "Yes they can!"