O homem das estréias
Jogo do Brasil contra a Suécia é sinônimo de Copa do Mundo. O confronto entre as duas amarelinhas já aconteceu sete vezes em mundiais, e o Brasil venceu cinco partidas, empatando apenas outras duas. A mais importante de todas foi, sem dúvida, a memorável final da Copa de 1958, quando o Brasil, liderado pelo ainda jovem Pelé, goleou os donos da casa por 5 a 2, deixando no passado a derrota para o Uruguai em 1950. Pelé inaugurou, a partir dali, uma nova era no futebol mundial. Ele se tornou a 'medida de todas as coisas' no esporte, mais do que um simples competidor.
Ontem não era jogo de final de Copa do Mundo, apenas um amistoso entre Brasil e Suécia. Onde? Na Inglaterra, claro. Londres já virou casa do Brasil nas datas-fifa. Uma anfitrião bem generoso, a CBF que o diga...

O segundo teve início com um ritmo bem mais intenso, sobretudo para os suecos, que voltaram a campo com um futebol mais veloz. Jorginho, certamente aconselhado por Dunga, colocou, a partir dos 10 minutos, os jogadores 'olímpicos'. Primeiro entraram Anderson e Pato, o estreante mais esperado da noite. Depois, Hernanes, Thiago Neves e Rafinha também fizeram suas estréias. Jorginho também fez o enorme favor de tirar o nada inspirado Richarlyson de campo, e colocou Marcelo.
Pato deu poucos toques na bola depois que entrou, arriscou uma tabela com Diego, que caiu na área pedindo um pênalti que o juiz inglês Mike Riley não assinalou. Uma estréia dentro do esperado, nada de muito extravagante. Até que o goleiro Isaksson tentou sair jogando e estabanadamente chutou a bola nas pernas de Pato. O 'gurizão' nem se espantou. Girou e bateu de esquerda, a bola encobrindo toda a zaga sueca e encontrando as redes. Belíssimo gol. Baita estréia, uma palavra que tem sido sinônimo de sucesso para o ainda 'craque em formação' (foto acima: EFE/Terra).
Começou no Inter destruindo o Palmeiras em pleno Parque Antarctica, fazendo gol e dando passe para mais dois. Semanas depois ajudaria a equipe a ser campeã mundial pela primeira vez. No Milan, também estreou balançando as redes, virando sensação logo de imediato. Mas Pato não é Pelé, muito menos Ronaldo. Comparações são quase sempre medíocres, pois limitam as possibilidades em prol da exaltação de outro. Mas que o brilho e a magia do Rei parecem acompanhar os estreantes com a amarelinha (Zico, Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho), ah, isso é verdade.