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domingo, 19 de janeiro de 2014

Eugénio de Andrade, 19-01-1923 - 13-06-2005

O sal da língua

Escuta, escuta: tenho ainda
uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai
salvar o mundo, não mudará
a vida de ninguém - mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido
da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco
mais. Palavras que te quero confiar,
para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.

O fim-de-semana não acaba sem mais uma efeméride poética. Eugénio de Andrade nasceu há 91 anos e publicou dezenas de livros. A sua poesia era, essencialmente, lírica. Também teve um importante trabalho como tradutor sendo tradutor, por exemplo, do argentino Jorge Luís Borges.

Poeta Castrado Não - José Carlos Ary dos Santos



Ontem fez 30 anos que morreu este grande poeta e declamador português, responsável pelas letras de algumas das melhores canções portuguesas dos anos 60 e 70. Conseguiu a proeza de escrever 4 canções que ganharam o Festival da Canção (no tempo em que essa competição tinha muita importância para os músicos e para os portugueses). Da parceria com Fernando Tordo, resultaram 100 canções intemporais que ainda hoje são apreciadas. Também Amália Rodrigues, a maior fadista portuguesa de todos os tempos, cantou Ary dos Santos. Os seus poemas nunca passaram de moda já que vozes da chamada nova geração do Fado, como Mariza, Mafalda Arnauth ou Kátia Guerreiro, também já os interpretaram. Estranhamente, algumas das suas letras são tão actuais no século XXI como o foram na década de 70 do século passado. Sinal de que Portugal, afinal, não evoluiu assim tanto.

domingo, 5 de janeiro de 2014

"E então não era golo - era poema." Eusébio 1942-2014


Havia nele a máxima tensão
Como um clássico ordenava a própria força
Sabia a contenção e era explosão
Não era só instinto era ciência
Magia e teoria já só prática
Havia nele a arte e a inteligência
Do puro e sua matemática
Buscava o golo mais que golo – só palavra
Abstracção ponto no espaço teorema
Despido do supérfluo rematava
E então não era golo – era poema.
                         Manuel Alegre


Como benfiquista mas, acima de tudo, como portuguesa não podia deixar passar em branco o acontecimento do dia. Eusébio já conquistou, há muito, um lugar na galeria dos nossos heróis. O futebol não resolve os problemas de ninguém mas dá alegria (quando corre bem) e Eusébio foi responsável por muitos momentos felizes em tempos bem difíceis. Até sempre...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Se fores capaz...



"Põe quanto és no mínimo que fazes"
Fernando Pessoa

Será que todos os dias, a todas as horas, somos capazes de seguir este conselho de um dos maiores poetas portugueses?
                                               
                             

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