Há um equilíbrio entre os dois lados do balcão,
porque nós os elegemos de alguma maneira;
e eles, consequentes, representam o povão,
então lhes cobramos quando fazem besteira.
Confesso que eu gostaria que fosse assim,
que houvesse uma tal cláusula de barreira;
permitindo dizer não a uns, e a outros sim,
então, talvez, limpássemos essa sujeira.
Mas, prática fica longe da teoria,
vale na política apenas roubalheira,
porque roubo em Brasília virou epidemia.
Lá no planalto, mais afana quem mais queira,
e sempre se nega assim: pois eu não sabia!,
pois ali rouba-se para uma vida inteira.