Pinta-me uma aquarela no oriente agora,
antes que quase totalmente a noite
suma;
as nuvens vestem-se de cores uma a uma,
então lá vem despontando uma nova
aurora.
Somente na mata persiste opaca bruma,
a qual, certamente, logo se vai embora;
porquanto, deste dia está chegando a
hora,
como sempre nossa natureza costuma.
O sol, este artista, toda aurora pinta,
e não economiza miríades de cores,
e disfarça o visual, embora não minta.
Contudo distribui no mundo seus
calores,
de forma que nossa civilização o sinta,
e, nos jardins, amadureçam suas flores.