Postagem original na página do Facebook, em 27 de Setembro de 2012.
sábado, 29 de setembro de 2012
"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 12
"Antigo Quartel do Exército 28º BC
(também conhecido na época como Quartel de Linha). O quartel já não existe mais
o mesmo foi demolido dando lugar ao Hotel Palace de Aracaju inaugurado em
24-06-1962". Foto: acervo Junior Gomes.
Florisval Santos, Amaral Cavalcante, Joubert Moraes e Eduardo
"Armando Maynard, mais uma vez:
Florisval Santos; Amaral Cavalcante; Joubert Moraes e Dudu Cabral na
inauguração da Galeria Acauã!". (Eduardo Cabral). Foto: acervo Eduardo Cabral.
Postagem original na página do Facebook, em 28 de Setembro de 2012.
"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 11
"Antigo Cassino Atlântico, anos 20/30. O Cassino pertenceu a Araujo e
Rubens. Possuía um ótimo serviço de bar, belos conjuntos de artistas da época e
ficava aberto todos os dias. Estava localizado no melhor ponto da cidade na
época a Praça Inácio Barbosa, atual Mercado Thales Ferraz. O cassino já não existe mais,
hoje funciona o Super Mercado G.BARBOSA. Foto atual de 2012". (Junior Gomes).
Postagem original na página do facebook, em 24 de Setembro de 2012.
Soldados de Sergipe na Época da Segunda Guerra Mundial
"Foto histórica aqui no grupo, soldados de Sergipe, com bandeira
nazista capturada na Segunda Guerra Mundial". (JG). Foto: acervo de Junior Gomes.
Postagem original na página do Facebook, em 28 de Setembro de 2012.
Peças do "Carrossel do Seu Tobias", em Aracaju
Foto: acervo de Robério Santos.
Postagem original na página do Facebook, em 28 de Setembro de 2012.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Centenário de José Rollemberg Leite
JOSÉ ROLLEMBERG LEITE.*
Falecimento: 1996
Formação: Professor.
Mandato como Governador de
Sergipe: de 1947 a 1951 e de 1975 a 1979.
Outros mandatos: Senador
(1965-1970).
Eleito indiretamente.
*Fonte: casacivil.se.gov.br
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HOMENAGEM A CENTENÁRIO DE JOSE
ROLLEMBERG *
O senador Antonio Carlos Valadares
(PSB-SE) apresentou requerimento de congratulações pelos 100 anos do nascimento
do ex-governador de Sergipe, Dr. José Rollemberg Leite, celebrado no próximo
dia 19 de setembro. Nesta quarta-feira (12), no Plenário, o senador lembrou a
trajetória pessoal e política do ex-governador. “Dr. José Rollemberg Leite é um
dos mais admirados homens públicos em meu Estado e sua memória merece o
registro que faço nesta Casa, Casa a que ele pertenceu entre 1965 e
1970”,disse.
Nascido em Riachuelo, Sergipe, em
19 de setembro de 1912, Dr. José Leite estudou em Aracaju, no Colégio Nossa
Senhora Auxiliadora. Fez o secundário no Colégio Antônio Vieira, em Salvador.
De lá, foi para Minas Gerais, estudar engenharia na Escola de Minas de Ouro
Preto, onde se formou, em 1935, Engenheiro Civil e de Minas. De volta a
Sergipe, fez-se professor de Matemática e Física, além de Engenheiro.
Filho de Sílvio Cezar Leite e de
Lourença Rollemberg Leite, era de
família ilustre na política e no direito sergipanos. Era sobrinho de Júlio Cesar
Leite e Augusto Cesar Leite, que foram senadores da República. Seu irmão, Leite
Neto, foi Deputado Federal e também Senador. Clara Leite de Rezende, sua irmã,
foi a primeira mulher a chegar ao Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe e a
primeira a presidi-lo. Gonçalo Rollemberg Leite e Alfredo Rollemberg Leite,
notáveis juristas, também eram seus irmãos.
Foi o mais jovem governador a
ocupar o cargo, com 35 anos. Sua administração foi marcada pelo foco na
educação e nos transportes. Com a morte de seu irmão, o senador Leite Neto, de
quem era suplente, assumiu a cadeira no Senado Federal de 1965 a 1970. Em 1974,
foi eleito novamente governador do Estado, destacando-se pelo trabalho com
educação, mas também pela remodelação do serviço público estadual. “Em seu
segundo mandato, eu tive a honra e o privilégio de ser o líder de José Leite na
Assembléia Legislativa e, após essa missão, fui eleito presidente da Casa, como
seu total e integral apoio”, afirmou Valadares.
O senador Valadares lembrou que
Dr. Rollemberg foi Secretário de Estado inúmeras vezes, nunca deixando de
servir ao seu povo quando convocado. “Sergipe era a única coisa pela qual
abdicava do aconchego de sua casa e da companhia de sua esposa, Maria de
Lourdes Silveira Leite, sua companheira de toda a vida, em um matrimônio
exemplar que transpôs os 60 anos”, declarou.
Faleceu aos 84 anos, em 24 de
outubro de 1996, em Aracaju, Sergipe. Na data, comemora-se o Dia da
Sergipanidade, onde se celebra a Emancipação Política do Estado, com a
separação da Bahia. “Á época era um feriado estadual. Para um homem como
ele,não haveria dia mais preciso para a partida. Foi um dos maiores sergipanos
que conheci e sua memória merecia uma data especial que permitisse a todos os
seus conterrâneos o silêncio da despedida”, afirmou o senador.
Valadares finalizou afirmando que
o Dr. José Rollemberg era admirado e conhecido pela sua integridade de
caráter,pelo bom cidadão que era, bom chefe de família, governante e
parlamentar. “Deu exemplos a serem seguidos pelas novas gerações”, ressaltou.
Por Ana Paula Dourado
(Brasília-DF)
* Reprodução de publicação do dia
13/09/2012 no site faxaju.com.br
Postagem original na página do Facebook, em 20 de Setembro de 2012.
100 Anos Antônio Conde Dias (2011)
NO ANO DE 2011, FOI COMEMORADO O
CENTENÁRIO DE ANTONIO CONDE DIAS *
Tonico, como era mais
carinhosamente conhecido, nasceu em 23 de outubro de 1911, em Irapiranga, hoje
Itaporanga d´Ajuda, cidade localizada às margens do histórico Vaza-Barris e
próxima a Aracaju, filho de Aurélio Rezende Dias e Carmelita Conde Dias. Passou
toda a sua infância e adolescência entre a cidade e a vida no campo, no Engenho
DIRA, então de propriedade da família, com construções históricas que hoje se
constituem em patrimônio arquitetônico do Estado, conforme se constata pela
publicação Arquitetura Sergipana do Açúcar, da arquiteta Kátia Afonso Silva
Loureiro, de 1999. A casa-grande do engenho, implantada num amplo vale, por
volta de 1670, apresentava na fachada frontal uma construção de estilo
colonial, que depois foi ampliada em novo figurino, dessa vez, neogótico,
mantendo, até os dias de hoje e de forma interessante, os dois estilos.
No Dira, Tonico passou bons momentos
de sua vida, prazerosamente lembrados por crônicas que fazia em jornais e
revistas e que enfocavam a doce vida no campo, da singela carruagem puxada por
carneirinhos e dos saraus literários que aconteciam na casa grande e que
possivelmente o estimulou ao gosto pela literatura.
As circunstancias de então
forçaram seus pais a vender a propriedade, que passou para as mãos de parentes
e a família se instalou na cidade de Itaporanga. Ao concluir o segundo grau,
começou a trabalhar como coletor federal, em 1929, ano também em que escreveu
seu primeiro artigo jornalístico. A morte de Aurélio Dias o levou
gradativamente a cuidar da família, da sua mãe Dona Carmelita, das duas irmãs,
Jaci e Lucila (Lola). Lola permaneceu solteira até falecer. Jaci casou-se com o
poeta José Sampaio, ficando viúva muito cedo, com dois filhos ainda jovens.
Tonico casou-se com Natália Sobral Prado, a quem conheceu em Itaporanga, quando
ela passou a residir na cidade, vindo de Laranjeiras, onde nasceu e cresceu
entre a cidade e o Engenho Pati e posteriormente Aracaju. Natália foi uma
figura extraordinária em toda a vida de papai, pela fibra, pela tenacidade em
fazer as
coisas, pelo companheirismo de
todas as horas e pela coragem de enfrentar os desafios e não ter limites para a
generosidade. Fazia exatamente o contraponto com a personalidade do marido, que
exigia dele sempre muita cautela, moderação, equilíbrio e paciência. Ainda
hoje, nossa mãe é uma líder para todos nós, Marcos Aurélio, Magali e Lúcio e um
exemplo vivo de destemor e perseverança.
Entre o trabalho na coletoria e
seus escritos, Antonio Conde Dias teve uma atuação destacada em todos os
movimentos civis, políticos, sociais e religiosos da cidade de Felisbelo
Freire, mesmo sem ter exercido cargos eletivos. Digamos assim, era o “orador
oficial” da cidade. Quando ele próprio não discursava, preparava os discursos
dos políticos de então. Juscelino Kubitschek de Oliveira, percorrendo o país em
campanha presidencial, esteve pessoalmente com sua comitiva, em Itaporanga, nos
idos de 1955, sendo recepcionado por líderes políticos locais. Sua saudação foi
escrita por Antonio Conde Dias, que carregou nas letras toda a admiração que
possuía pelo construtor de Brasília, admiração esta que manteve por toda a
vida. Havia uma foto que registrava esse momento ímpar: JK sentado, ouvindo
atentamente o discurso, com Magali, bem menina, em seu colo.
Os escritos de Conde Dias eram
essencialmente fundamentados na sua extraordinária religiosidade e o respeito
que possuía pelas instituições. A escritora e poetisa Carmelita Pinto Fontes,
referindo-se a ele, assim se manifestou: “Antonio Conde Dias pautou a sua vida
pela integridade moral e o respeito que conservava pelos governantes (naquele
tempo os governantes se faziam respeitar...) e transmitiu para os seus filhos
exemplos de retidão de caráter, generosidade e humildade”.
Em 1947, por ocasião das
comemorações do cinqüentenário do Apostolado da Oração, Tonico compôs, em
parceria com o maestro Genaro Plech, o Hino oficial dos festejos: “Irapiranga
aqui reunida, vos consagra em seu coração, genuflexa se rende contrita, glória,
amor, filial devoção...” No ano seguinte, compôs o Hino da Padroeira da cidade,
Nossa Senhora d´Ajuda:”Terra nobre, pujante e querida, neste dia de glória e
louvor, vem render grandiosa homenagem, à excelsa Rainha do Amor...”. O hino
foi homologado como oficial pelo Monsenhor Carlos Carmélio Costa em 2 de
dezembro de 1949, mas “intrigas da terrinha” fizeram com que o mesmo fosse
esquecido por anos, sendo substituído por um outro feito para comemorar o
Congresso Eucarístico. A força da letra e a evocação à santa fizeram com que o
povo voltasse a cantar o hino oficial, o hino da Senhora d´Ajuda, que é entoado
ainda hoje a cada 2 de fevereiro e que o acompanhou no seu cortejo fúnebre da
igreja ao cemitério, quando fechou os olhos para a vida terrena e o abriu para
a vida eterna, em janeiro de 1992.
Quando e educação dos filhos
necessitou de uma atenção mais rigorosa, transferiu-se com a família para
Aracaju, em 1961, vindo a residir na Rua da Frente. Quando se aposentou do
serviço público federal, Tonico passou a conviver mais de perto com jornalistas
integrantes da Associação Sergipana de Imprensa, como Eliéser Leopoldino,
Zózimo Lima, Marques Guimarães, Bemvindo Salles de Campos Neto entre outros,
colaborando para o engrandecimento e o respeito da instituição. Em sua
trajetória jornalística, escreveu em inúmeros jornais e revistas de Sergipe e
outros estados, a exemplo de A Cruzada, O Nordeste, A Semana, O Mensageiro da
Fé, a Semana Católica, o Santuário de Aparecida e a revista Vida Doméstica,
esta editada no Rio de Janeiro. Gostava muito de vê-lo sentado, voltado para a
janela, na sala de visita que dava para o rio que corria pela nossa frente,
datilografando pausadamente, na antiga Remington, os escritos que ele próprio
levava à redação do jornal, no dia seguinte.
Nas comemorações dos seus 80
anos, lançou o livro QUADROS DA VIDA, um breve resumo de sua vasta produção. Em
30 de janeiro de 1992, veio a falecer, deixando-nos o legado da humildade e da
fraternidade. “Sua lembrança, suave e luminosa, será sempre para nós uma
bandeira de incentivo e de vitória, uma clarinada de fé e de esperança, como
facho imenso de glória que os tempos jamais apagarão”.
* Autor: Lúcio Antonio Prado
Dias, filho de Antonio Conde Dias, é membro da Associação Sergipana de
Imprensa.
* Texto e foto eproduzidos do site
linux.alfamaweb.com.br
Postado originalmente na página do Facebook em 24 de Setembro de 2012.
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100 Anos Antônio Conde Dias
Antonio Conde Dias nasceu no
Engenho Dira, em Itaporanga, em 11 de outubro de 1911 e faleceu em 1992.
Funcionário público federal e
jornalista, Conde Dias militou na Associação Sergipana de Imprensa e durante a
sua vida escreveu mais de cinco mil crônicas, que foram publicadas em diversos
jornais e revistas de Sergipe e de outros estados.
Postagem original na página do Facebook, em 24 de Setembro de 2012.
Marcos Prado Foi Buscar Nossa Imortalidade
Marcos Prado foi buscar nossa imortalidade
Por Amaral Cavalcante
Fui levar minha última homenagem
ao meu querido amigo de infância Marcos do Prado Dias, que estava sendo velado
na “Colina da Saudade”. Cheguei quarenta minutos antes do sepultamento, mas não
pude presenciá-lo.
Ocorre que a “Colina da Saudade”
tem um serviço de estacionamento insuficiente e não se preocupa com as questões
de acessibilidade. Como pode ter recebido um alvará de funcionamento? Logo-logo
os estacionamentos disponíveis ficam abarrotados, obrigando-nos a estacionar
nas ruas contíguas ao portão de entrada.
Impedido de entrar, só achei vaga
a trezentos metros e para quem carrega o peso dos anos nas pernas, como eu,
subir aquela montanha a pé é tarefa penosa e impeditiva.
Voltei para casa, acendi uma vela
para a Nossa Senhora D’Ajuda que cuidou da nossa infância em Itaporanga e me
tranquei com meus botões, relembrando aquele menino cheio de liderança e
vivacidade que nos reunia na vasta mansão dos seus pais para cultivar, saudável
e criativamente, as traquinagens da infância.
Marcos Prado, você agora nos leve
aos misteriosos caminhos da imortalidade, no reino de Cristo.
Até logo.
Postagem original na página do Facebook, em 24 de Setembro de 2012.
Homenagem a Marcos Prado Dias
Quando da Posse de Dr. Marcos
Prado na Academia Sergipana de Medicina.
Artigo de seu irmão, Lúcio
Antônio Prado Dias.
Publicado pelo Portal
Infonet/Blogs Lúcio Antonio Prado, em 01/12/2006
Chega à Academia Sergipana de
Medicina nesta quarta-feira, dia 6 de dezembro, para tomar posse na cadeira 39
do sodalício, o médico Marcos Aurélio Prado Dias, depois de uma vida de bons
serviços prestados à comunidade sergipana. Chega com atraso.
Chega à Academia Sergipana de
Medicina nesta quarta-feira, dia 6 de dezembro, para tomar posse na cadeira 39
do sodalício, que tem como patrono o saudoso João Gilvan Rocha, o médico Marcos
Aurélio Prado Dias, com uma larga folha de bons serviços prestados à comunidade
sergipana. Chega com atraso.
Discorrer sobre a vida de uma
personalidade notável, sem omitir ou exagerar as características que a compõem,
não é tarefa fácil. Mais ainda quando se é irmão. "Cada objeto se projeta
influenciado pela luz que o desenha. O meio o aclara ou sombreia. Nunca as
linhas são as mesmas”, nas palavras de Agenor Porto.
Não houve planície em sua vida.
Nela, tudo foi esforço, dedicação, luta e estoicismo, sempre com a cabeça
erguida e o olhar firme, mas com generosidade e solidariedade, traços mais
marcantes de sua personalidade. Os cargos que exerceu e as funções que
desempenhou, chegaram-lhe por méritos pessoais.
Primeiro filho do jornalista
Antonio Conde Dias, seu Tonico e Dona Natália Prado Dias, nasceu em 18 de
outubro de 1944, em Aracaju. Fez o ensino fundamental no Grupo Escolar
Felisbello Freite, em Itaporanga d’Ajuda, com a professora Raquel Rios de Lima,
a professora Tinô, de quem todos os itaporanguenses daquela geração foram
alunos. Depois, ainda jovem, veio para Aracaju onde manteve internato no
Instituto Santo Antonio e depois no Colégio Jackson Figueiredo. Fez o antigo
científico no Atheneu Sergipense. Formou-se na quarta turma da Faculdade de
Medicina de Sergipe, em 1969.
A medicina, como a educação, têm
sido os eixos norteadores da sua vida. Medicina como profissão, o magistério
como primeira fonte de subsistência, a educação presente como professor e
depois como gestor, que por duas ocasiões, à frente da Secretaria de Estado da
Educação, soube honrá-la e dignificá-la.
Iniciou suas atividades profissionais
no Hospital Santa Isabel como cirurgião geral e plantonista do Pronto-Socorro
do Hospital de Cirurgia, permanecendo nesta unidade até 1974. A decisão pela
coloproctologia veio no final dos anos 70, quando Alberto Bomfim se transferiu
para outro Estado. Em 1971, fez Curso Integrado de Cirurgia e Gastroenterologia
no Hospital dos Servidores do Estado de São Paulo, sob a coordenação da
Professora Angelita Habr Gama, Fábio Goffi e Vicente Amato Neto. Em 1973 foi
aprovado em Concurso de Títulos para Oficial Médico promovido pela Polícia
Militar de Sergipe e Hospital da mesma corporação. Em 1975, recebeu o Título de
Especialista em Colo-Proctologia outorgado pela Sociedade Brasileira de
Coloproctologia e Associação Médica Brasileira. Atuou como membro do Conselho
Federal de Medicina, do qual foi conselheiro e secretário, de 1978 a 1988.
Através convênio da UFS com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, fez
Curso de Especialização e Aperfeiçoamento em Cirurgia, no seu módulo abdominal,
no anos de 1981-1982.
Uma faceta típica de nosso
enfocado foi a sua predisposição em ajudar os colegas que lutavam por uma
oportunidade de crescimento; talvez por recordar das dificuldades que passou
durante a sua formação, abriu seu coração para os futuros médicos. Pelas suas
mãos, galgaram degraus na vida os irmãos Roberto e Genival Ferreira, Sérgio
Lopes, o futuro ortopedista José Alves Nascimento, João Cassimiro, Manoel
Marcos e José Luiz Sandes. Mas ele não ficava somente na colaboração fria,
formal, protocolar. Abria as portas de sua casa e o convívio de sua família
para que essas pessoas tivessem o amplo apoio, a amizade e fraternidade.
Como médico engajado nas ações de
saúde, coordenou o Setor de Perícias Médicas do INPS de 1974 a 1980. Dirigiu o
Centro de Aperfeiçoamento das Equipes de Saúde do INAMPS – CEAPES, de 1981 a
1982 e o Posto de Assistencia Médica da Rua de Geru – o PAM 432, de 1985 a
1986.
Em 1991 fundou a Sociedade
Sergipana de Coloproctologia, sendo seu primeiro presidente. No ano seguinte,
assumiu a presidencia da Sociedade Norte Nordeste de Coloproctologia. Mais
tarde foi aprovado como Mestre do Capítulo Sergipano do Colégio Brasileiro de
Cirurgião, defendendo a monografia “Hemorroidectomias – estudo comparativo
entre três técnicas – 5.000 casos”, apresentado na sede do CBC no Rio de
Janeiro. Atualmente ocupa o cargo de vice-mestre do Capítulo Sergipano do CBC,
com sede na SOMESE. Preside ainda a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-
Secção Sergipe e mantém atendimento regular na Clinica Diagnose e nos hospitais
da cidade.
Teve importante participação na
imprensa sergipana, publicando artigos nos jornais "Diário de
Aracaju", "Gazeta de Sergipe", "Jornal da Cidade" e
"Correio da Manhã". Criou os suplementos semanais “Conheça Melhor o seu
corpo” publicado nos jornais "A Estancia" e "A Cruzada".
Juntos fundamos o suplemento "PRESCREVER", publicado por 3 anos nas
edições dominicais do "Correio de Sergipe". Coordenou a seção O
BISTURI, no "Jornal da SOMESE". Seguiu assim os passos do nosso pai,
o jornalista Antonio Conde Dias, que por muitos anos colaborou com os
principais jornais de Sergipe.
Pronto para servir ao povo de
Sergipe, assumiu funções importantes no Governo do Estado: Secretário de Estado
da Educação e Presidente da Fundação Hospitalar no governo de Antonio Carlos
Valadares. Secretário de Estado da Administração e Presidente do Instituto
Parreiras Horta no segundo mandato do engenheiro João Alves Filho e novamente
Secretário de Estado da Educação no atual governo, com breve passagem na presidencia
da Sergás. Presidiu o Instituto Tancredo Neves em Sergipe desde a sua fundação,
transformando a entidade em referência nacional.
Em 1971 casou-se com Angela
Monteiro de Almeida, médica e psicanalista e juntos tiveram três filhos.
Luciana, casada com o Sr. Wolney Barroso e pais de Mariana, sua segunda neta,
nascido neste ano. Fabíola, casada com o Dr. Francisco Alves Junior, que deram
ao novo imortal o seu primeiro neto, Rafael, nascido em 11 de dezembro de 2002.
E finalmente, Marcos Aurélio de Almeida Dias, o filho mais novo, universitário
e ainda solteiro.
Poderia buscar mais realizações e
histórias de vida desse ilustre cidadão sergipano, como músico, compositor
(Tema de José), cineasta (A Morte do Templo, “To te ajeitando” ), pescador,
professor (do Atheneu e da Faculdade de Medicina), escritor, político e líder
de sua geração. A Academia estava necessitando de confrades entusiastas,
envolvidos e afinados como ele, dispostos a sacudi-la e fazer manter a situação
que conceitualmente lhe é requerida – a de liderança do pensamento médico
aliado ao aprimoramento cultural. Por isso, seja bem vindo!
Postagem original na página do Facebook, em 24 de Setembro de 2012.
Nota de Falecimento de Dr. Marcos Aurélio Prado Dias
NOTA DE FALECIMENTO DE Dr. MARCOS
AURÉLIO PRADO DIAS
"Natália Prado Dias, Ângela
Maria de Almeida Dias, Luciana de Almeida Dias Barroso, Fabíola de Almeida Dias
Alves, Marcos Aurélio de Almeida Dias, Magali Dias de Carvalho, Lúcio Antônio
Prado Dias, Francisco Alves Junior, Wolney Barroso, Indira Miranda, genitora,
esposa, filhos, irmãos, genros e nora comunicam, com pesar, o falecimento de
Marcos Aurélio Prado Dias, ocorrido às 23h25min do dia 23 de setembro de 2012.
O sepultamento ocorrerá às 17h desta segunda-feira, 24 de setembro de 2012, no
cemitério Colina da Saudade, onde o corpo está sendo velado". (Toninho
Alfama).
Postagem original na página do Facebook, em 24 Setembro de 2012.
Marcos Aurélio Prado Dias (1944-2012)
Foto reproduzida do álbum de Dr. Marcos Prado Dias/Facebook
FALECE O MÉDICO MARCOS PRADO DIAS
*
O médico, professor, desportista
e escritor Marcos Aurélio Prado Dias, 67, faleceeu às 23h25 deste domingo, 23
de setembro de 2012, no Hospital São Lucas. Seu corpo será velado no Cemitério
Colina da Saudade e o sepultamento ocorrerá às 17 horas, no mesmo local.
O médico Marcos Prado, como era
mais conhecido, nasceu em Aracaju, em 18 de outubro de 1944, filho do
jornalista Antônio Conde Dias e da Srª. Natália Prado Dias e irmão de Lucio
Prado Dias e Magali Dias de Carvalho. Era casada com a médica Ângela Maria de
Almeida Dias e deixa três filhos: Luciana de Almeida Dias Barroso, casada com
Wolney de Souza Barroso, Fabíola de Almeida Dias Alves, casada com Francisco
Alves Junior, e Marcos Aurélio de Almeida Dias, além de três netos: Rafael,
Mariana e Maria Carolina.
Formado pela UFS na turma de
médicos de 1969 (a quarta da faculdade), Marcos logo se destacou na profissão
como coloproctologista e líder de sua categoria, atuando na SOMESE e no
CREMESE. Foi professor da Faculdade de Medicina de Sergipe, presidente da
Sociedade Norte-Nordeste de Coloproctologia e Mestre do Colégio Brasileiro de
Cirurgiões. Era membro da Academia Sergipana de Medicina, onde ocupava a
cadeira de número 39.
Além da Medicina, Prado teve uma
participação ativa na sociedade sergipana. Como político, dirigiu por muitos
anos o Instituto Tancredo Neves em Sergipe, foi Secretário de Estado da
Educação por duas vezes, Secretário de Estado da Administração, Presidente da
Fundação Hospitalar de Sergipe e Presidente do Instituto Parreiras Horta.
Desportista desde a juventude,
teve uma vida intrinsecamente ligada à Associação Desportiva Confiança, no qual
começou como médico e chegou a exercer a presidência do clube por mais de uma
vez. Também presidiu o Clube de Pesca de Sergipe, o Clube dos Médicos e
participou de festivais de música e de cinema, com composições próprias e
documentários sobre temas relevantes da história de Sergipe, a exemplo dos
filmes sobre “Tô Te Ajeitando”, Padre Pedro, Igreja de Itaperoá.
Marcos deixa aos sergipanos um
exemplo de honestidade, caráter, ética e humanismo.
* Reproduzido do mural do Facebook de Dr.
Lúcio Prado Dias
Postagem original na página do Facebook, em 24 de Setembro de 2012.
domingo, 23 de setembro de 2012
Artista Plástico Adauto Machado
"Aracaju serviu de complemento para algo que já existia
dentro de mim” (Adauto Machado) *
Mesmo não sendo natural de Aracaju, o dorense Adauto
Machado, 59 anos, deve à capital sergipana muito do sucesso obtido no Brasil e
em outros países, principalmente na França. Influenciado por artistas do
calibre de Florival Santos e J. Inácio, ele aproveitou bem os encontros
promovidos por esses e outros artistas e os cenários da Aracaju de outrora para
aprimorar seus traços.
Saudosista e romântico confesso, Adauto revela que a
paisagem dos casarios na década de 60, o trapiche, a Ponte do Imperador, o
velho mercado e os poucos edifícios construídos há alguns anos proporcionavam
composições deslumbrantes que eram sua maior fonte de inspiração. "Aracaju
serviu de complemento para algo que já existia dentro de mim e que aos poucos
veio tomando forma", revela.
Reverenciado como um dos maiores artistas plásticos de
Sergipe, Adauto Machado foi mais uma das personalidades entrevistadas pela
Agência Aracaju de Notícias (AAN) em comemoração ao aniversário da cidade.
Agência Aracaju de Notícias (AAN) - Apesar de ser natural de
N. S. das Dores, a primeira fase de sua formação artística aconteceu na capital
sergipana. Quando o senhor começou, o que havia em Aracaju que o levou a por em
prática sua predisposição pelas artes plásticas?
Adauto Machado (AM) - Na realidade a minha predisposição já
estava em prática havia muito tempo. Ainda no interior, já me manifestava
artisticamente pondo em prática alguns princípios rudimentares que me levaram a
um desenvolvimento maior assim que cheguei na capital. Aracaju serviu de
complemento para algo que já existia dentro de mim e que aos poucos veio
tomando forma.
AAN - O que mais o incentivou?
AM - Acho que a vontade de aprender foi fundamental como
incentivo.
AAN - Na cronologia disponível em seu site, há a informação
de que o senhor começa a frequentar grupos artísticos em Aracaju a partir de
1964. O senhor poderia descrever estes grupos?
AM - Em plena revolução de 64, ainda adolescente
encontrava-me em Aracaju em busca de um futuro melhor. Trabalhava e estudava,
mesmo assim, ainda encontrava tempo para pintar, como também manter contatos
com artistas como Florival Santos, J. Inácio, Joubert, José Osvaldo, Nícolas
Almeida, Whashington, Wellington, Daniel e outros. Os encontros aconteciam na
Galeria Acauã do nosso saudoso e protetor seu Artur. Ficava ali, na frente do
extinto Cine Vitória. Florival, mais reservado, oferecia a sua casa para as
constantes visitas dos colegas, pois o mesmo raramente saía de sua residência.
Foi um grande incentivador de todos nós.
AAN- Qual a importância desses grupos para a sua formação e
para o cenário artístico de Aracaju?
AM - Tudo o que vemos acontecer hoje tem ligação direta com
os artistas do passado. A escola sergipana é inconfundível; por mais
vanguardistas que os artistas atuais sejam, existem neles traços que
caracterizam heranças do passado. Quanto à minha formação sob influência do
grupo, creio que foi o que ocorreu de melhor em tudo que aconteceu a meu
respeito; e para o cenário artístico de Aracaju, acho que nada melhor poderia
ter ocorrido.
AAN - O que havia de mais inspirador na Aracaju daqueles
tempos?
AM - O tempo romântico (que me desculpem os não saudosistas)
foi fundamental para inspirar a todos. Aracaju com seus casarios, o trapiche, a
ponte do imperador, o velho mercado e os poucos edifícios, proporcionavam
composições deslumbrantes que serviam de fontes de inspiração.
AAN - E atualmente, o que mais o inspira na cidade?
AM - O pouco que resta daqueles tempos.
* Foto e texto reproduzidos do site aracaju.se.gov.br de
11/03/2009.
* Adauto Machado em seu ateliê na Atalaia (Foto: Alejandro
Zambrana
Postagem original na página do Facebook, em 20 de Setembro de 2012.
"A Ponte do Imperador é Nosso Cristo Redentor" (A.C.)
“Ponte do Imperador é nosso
Cristo Redentor” (Amâncio Cardoso). *
Tendo como marco arquitetônico a
atual Praça Fausto Cardoso, Aracaju foi criada para ser a capital da província
em substituição ao município de São Cristóvão. Projetada pelo engenheiro
Sebastião Basílio Pirro seguindo estudos de vanguarda, ainda no final do século
XIX, a cidade foi erguida às margens do rio Sergipe com o objetivo de permitir
a escoação da produção açucareira do interior e impulsionar o desenvolvimento
sergipano.
Para conhecer um pouco mais sobre
a capital batizada pelo Ministério da Saúde como campeã brasileira em qualidade
de vida confira uma breve entrevista com o professor de história do Centro
Federal de Educação Tecnológica de Sergipe (Cefet/SE), Amâncio Cardoso, que
coleciona fotos antigas e pesquisa fatos históricos de Aracaju.
Entre as fotografias mais
valiosas do seu acervo, está a da zona portuária de Aracaju em 1869, ou seja,
14 anos após a mudança da capital. Professor Amâncio é mais um das
personalidades entrevistas pela Agência Aracaju de Notícias (AAN) para o
hotsite comemorativo ao aniversário da cidade.
Agência Aracaju de Notícias (AAN)
- Qual foi o marco inicial de Aracaju?
Amâncio Cardoso (AC) - O marco
arquitetônico inicial da cidade foi a Praça do Palácio - hoje Praça Fausto
Cardoso -, porque ali foram colocados os primeiros pinos de demarcação da área
a ser construída da cidade pelos engenheiros comandados pelo engenheiro Pirro
[Sebastião José Basílio Pirro]. Nós poderíamos chamar o núcleo urbano do centro
histórico de Aracaju a praça Fausto Cardoso.
AAN - Muito se fala que Aracaju
foi a primeira cidade planejada do Brasil. Qual foi a parte realmente planejada
da cidade?
AC - Não devemos confundir
projeto arquitetônico com planejamento; ela foi projetada. Foi feito um projeto
arquitetônico, uma espécie de croqui da cidade, mas planejamento requer uma
política mais complexa, pensar no futuro, na ampliação dela, nas demandas do
futuro. Então ela não foi planejada, ela foi projetada.
AAN - Qual foi a parte projetada
da cidade de Aracaju?
AC - A parte projetada foi o que
hoje corresponde a área entre a Avenida Barão de Maruim ao sul, até o que hoje
é a praça General Valadão ao norte; e na parte leste o rio Sergipe - a avenida
Ivo do Prado, ou a antiga rua da Aurora - até a avenida Pedro Calazans a oeste.
AAN - Muita gente atribui o
surgimento da cidade de Aracaju a partir do bairro Santo Antônio. Por que isso
acontece?
AC - Porque realmente aquele lugar,
o Santo Antônio e a circunvizinhança, é muito mais antigo do que a capital. Ali
era um local de moradores, de pequenos sitiantes, lavradores, que pertenciam à
comarca de Nossa Senhora do Socorro do Cotinguiba. Então, antes da capital
existir, já existia aquele logradouro, mas quando a cidade é fundada, criada
por lei, ele não pertence ao município de Aracaju; ele continua a pertencer ao
antigo município de Socorro. Depois é que ele é incorporado à capital. Então
não podemos considerar o bairro Santo Antônio como o local mais antigo da então
capital Aracaju, e sim a área do projeto que foi oficialmente instalada a
cidade.
AAN - Dentro da história da
criação da cidade de Aracaju, quais pontos o senhor considera importantes e por
quê?
AC - Eu consideraria pontos
importantes os marcos arquitetônicos da cidade. A Ponte do Imperador - apesar
de ela não ser um marco dos primeiros dias, anos, da história de Aracaju, ela
foi construída quatro anos depois para servir de ancoradouro para o imperador
[D. Pedro II], mas eu acho que, como ela permanece na nossa memória de forma
muito significativa, é um ponto marcante da nossa cidade. Seria o nosso Cristo
Redentor, no Rio de Janeiro. O segundo ponto que eu acho muito importante
devido ao seu uso na história foi a nossa primeira igreja, a primeira igreja de
Aracaju capital - que não é a de Santo Antônio, que como eu falei, - Santo
Antônio pertencia a outra freguesia - é a igreja de São Salvador. Esta igreja
foi construída dois, três anos depois da capital fundada devido a ausência de
uma igreja.
AAN - Não existiam igrejas em
Aracaju naquela época?
AC - Por conta da morte de Inácio
Barbosa [fundador de Aracaju] não havia sido acabada a igreja que ele tinha
projetado, então construíram outra, que é a São Salvador. Essa é a nossa
primeira igreja, que recebeu o imperador para assistir uma missa de ação de
graças e foi o local onde enterraram os restos mortais de Inácio Barbosa. Então
ela tem uma ligação com a fundação da cidade que eu acho primordial se
valorizar. Outro ponto que eu acho importante na nossa capital é a antiga Praça
do Palácio, a Fausto Cardoso, por ela ser o núcleo do nosso centro histórico.
Foi ali onde tudo começou e é ali ainda onde se realizam vários acontecimentos
cívicos, políticos, sociais, onde as pessoas se encontram, onde fica a antiga
sede do governo e todos os poderes estavam ao seu entorno por ser um núcleo.
AAN - O senhor possuiu uma
coleção de fotos antigas da capital. De onde surgiu esse hobby, quais as peças
mais valiosas e como as fotos são adquiridas?
AC - Sou aracajuano da gema. Além
disso, sou nostálgico; e geralmente tenho ‘saudade' de épocas que não vivi. Não
se trata de experiência espiritualista, mas existencialista. Sinto-me parte
visceral de Aracaju. Daí minha relação de amor e ódio com ela. Muito humano,
não? Como enveredei pelo estudo de sua história e sempre gostei de apreciar
imagens, levantei fotos que busco na internet, em acervos de amigos e as que eu
mesmo produzo. Ultimamente, ensino num curso de turismo e isto me fez pesquisar
ainda mais sobre nossa capital. A foto mais valiosa que possuo foi encontrada
no site do Instituto Moreira Sales [IMS]. Ela retrata a zona portuária de
Aracaju em 1869, ou seja, quatorze anos após a mudança da capital. Acredito que
esta imagem seja inédita para os aracajuanos. É um momento oportuno
apresentá-la no aniversário de Aracaju.
* Foto e texto reproduzidos do
site (aracaju.se.gov.br) de 10/03/2009.
* Professor Amâncio foi
fotografado por Alejandro Zambrana.
Postagem original na página do Facebook, em 20 de Setembro de 2012.
Professores Luiz Santana e Antônio Fontes Freitas
"Aí está o Prof. Antonio
Fontes Freitas, da UFS, em jantar social no hotel Aquarius promovido pela nossa
associação, a ASAP". (Luiz Santana). *
* Foto e texto do álbum do
Facebook de Luiz Santana.
Postagem original na página do Facebook, em 20 de Setembro de 2012.
Homenagem a Fernando Lins de Carvalho
"Ao meu irmão, Fernando Lins, uma
das referências em Antropologia e Cultura Brasileira, meu eterno respeito e
admiração..." (Jorge Lins).
Postagem original na página do Facebook, em 22 de Setembro de 2012.
"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 10
Avenida João Ribeiro, em Aracaju-SE. Foto e arte de Junior Gomes.
Postagem original na página do Facebook, em 21 de Setembro de 2012.
sábado, 22 de setembro de 2012
Homenagem a Carlos Magalhães, o "MAGÁ". *
"(...) Mais de 60 anos
dedicada à comunicação, especificamente, ao esporte sergipano e brasileiro,
estamos falando do ex-deputado federal, odontólogo Carlos José Magalhães de
Melo, o Magá da galera... Carlos Magalhães que é natural da cidade ribeirinha
de Propriá, filho do médico Carlos Melo, coleciona em seu currículo uma extensa
formação universitária, sendo duas delas pela Universidade Federal de Alagoas,
em Odontologia e em Ciências e Letras; e pós-graduação e mestrado em Saúde
Pública, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É, ademais, provisionado,
como radialista e jornalista, pelo Ministério do Trabalho, do que tem
particular orgulho. O Magá como profissional de imprensa tem exercido nestes 60
anos de profissão dos seus 73 de vida, atividades de locutor, editor, chefe de
equipes de esportes e de jornalismo em diversas emissoras de nosso Estado.
Também sido secretário de Comunicação Social nos governos de João Alves Filho e
Albano Franco, além, de exercer a chefia do Escritório de Representação de
Sergipe em Brasília (DF), onde também se destacou como Coordenador Nacional do
Programa de Desenvolvimento do Artesanato Brasileiro. Carlos Magalhães foi
ainda um dos criadores do Curso de Odontologia da UFS e foi odontólogo da
Legião Brasileira de Assistência (LBA) e exerceu o magistério como professor
titular da UFS, aprovado em concurso público. Também foi presidente da Emsetur
nos governos de Paulo Barreto de Menezes, José Rollemberg Leite e Antônio
Carlos Valadares, além, de exercer o mandado de deputado federal. (...) Eu
procurei ser na vida, ao lado dos meus companheiros, um guerreiro dentro da
atividade de rádio no estado. Nasci para o rádio e mesmo aos 70 anos, continuo
na atividade. Esta arena (Carlos Magalhães tem o nome em Arena Esportiva em
Canindé do São Francisco), vai proporcionar aos jovens a oportunidade da
prática do esporte e tirá-los do caminho das drogas”, disse Magá".
*Trechos pinçados de artigo de
Raimundo Morais para o site Gui@ do Esporte.
Foto reproduzida do site
oguiadoesporte.wordpress.com
Postagem original na página do facebook, em 20 de Setembro de 2012.
"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 09
Aracaju antiga, provavelmente na década de 20 e atual, março/2012. Foto e arte de Junior Gomes.
Postagem original na página do Facebook, em 21 de Setembro de 2012.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=417772108287622&set=o.259696634059007&type=1&theater
Postagem original na página do Facebook, em 21 de Setembro de 2012.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=417772108287622&set=o.259696634059007&type=1&theater
terça-feira, 18 de setembro de 2012
A Cultura no governo Augusto Franco (1979)
Em 1979, ano em o Dr. Augusto
Franco assumiu o governo do Estado de Sergipe, os cuidados do poder público
estadual com a área da cultura, limitava-se a um Departamento de Cultura e
Patrimônio Histórico vinculado à Secretaria da Educação e Cultura, sem
autonomia funcional nem orçamentária. Constava de três birôs instalados numa
sala desprovida de tudo, no antigo Atheneuzinho, então ocupado pela SEEC.
O governador Augusto Franco criou
uma Subsecretaria de Cultura com orçamento próprio e instalou-a condignamente
em dependências sub utilizadas da Biblioteca Pública Ephifânio Dórea, colocando
sob a direção do jornalista Luiz Eduardo Costa uma equipe de artistas e
ativistas culturais, todos jovens e referendados pela militância na causa da
cultura local.
O subsecretário Luiz Eduardo, que
despachava diretamente com o governador, pôde fazer uma profícua administração,
organizando as diversas instituições culturais existentes no Estado como os
museus, as casas de cultura, o Arquivo Público e as bibliotecas.
Foi então que o governo estadual
começou a apoiar a difusão da nossa cultura, criando Encontros Culturais em
cidades do interior, patrocinando grupos artísticos e atendendo às demandas dos
artistas locais. Enfim, aproximando-os do poder público.
Dito isto, para caracterizar a
grandiosidade do cidadão Augusto Franco - egresso das oligarquias sergipanas e
alçado ao governo por escolha da ditadura militar - lembro um episódio que me
fez respeitá-lo como gestor de visão (visionária até) e certamente digna de
louvores e memória.
Ocorre que amaldiçoado Zé Celso
Martinez, ícone da resistência cultural naqueles anos de chumbo, criador do
Teatro Opinião e abertamente defensor de plena liberdade para as expressões
artísticas, estava excursionando pelo Brasil com um recital dito “orgástico e
antropofágico”. Luiz Eduardo Costa, atento aos benefícios que essa pregação
libertária traria aos artistas locais, consentiu em patrocinar, pela
Subsecretaria, duas apresentações no Teatro Atheneu.
O teatro encheu. No palco, tudo o
que não devia ser mostrado pelo bem da tradicional família sergipana e pelos
brios dos milicos de plantão. Achincalharam os símbolos nacionais, jogaram uma
melancia espatifada na cara dos expectadores provocando-os a uma imediata
reação revolucionária, sem contar com os nus artísticos, deliciosos.
No outro dia a caretice da cidade
acordou em polvorosa indignação. Fora! Não os queremos mais! Foi quando o
governador Augusto Franco, chamando Luiz Eduardo ao seu gabinete, deu as
ordens:
- Os meninos do teatro ficam e o
Atheneu é deles, até quando eles queiram. Sergipe é governado pela democracia.
Vocês avaliem a coragem do gesto.
No ultimo ano do seu governo
recebeu de Luiz Eduardo um abaixo assinado por moradores residentes no entorno
da abandonada Caixa D’água do bairro Suíssa liderados pelo bailarino Marcos
Braz (Erê), pedindo que o governo fizesse alguma coisa naquele local que só
servia para abrigar bandidos que aterrorizavam a região. Pois o Dr. Augusto
acatou o pedido, decretou a transferência da Caixa D!Água, que era da Deso, para
a Subsecretaria e ordenou que se elaborasse um projeto, transformando aquilo
num Centro de Criatividade, uma laboratório equipado com o que houvesse de mais
moderno para incentivar a criatividade dos artistas sergipanos. Não deu tempo.
Ao relatar estes fatos, publico
minha admiração a este grande cidadão sergipano que nos governou em tempos de
ditadura, mas nunca deixou de ser um democrata determinado e esclarecido.
Foi o Governador Augusto Franco
quem, primeiro, nestes tempos modernos, apoiou a cultura sergipana.
Amaral Cavalcante
Postagem original na página do Facebook, em 3 de Setembro de 2012.
Primeiro Veículo Chega a Sergipe, na Cidade de Estância
"Primeiro veículo chega a Sergipe por volta de 1910 a 1918, na Cidade de Estância.
Era de marca Ford, modelo A". Informação e foto: acervo Junior Gomes.
Postagem original na página do Facebook, em 30 de Agosto de 2012.
"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 08
Cruzamento dos Calçadões das Ruas
Laranjeira com João Pessoa, em Aracaju.
Arte e Foto: Acervo de Junior
Gomes.
Postagem original na página do Facebook, em 18 de Setembro de 2012.
"Aracaju de Ontem e de Hoje", de Jaime Gomes Junior - 07
"Antigo Beco do Açúcar , atual Travessa Deusdeth Fontes, no centro de Aracaju".
Arte e Foto: Acervo de Junior Gomes.
Postagem original na página do Facebook, em 18 de Setembro de 2012.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Monumento a Fausto Cardoso, na Praça do Mesmo Nome *
Foto reproduzida do blog pensames.blogspot.com.br, de AARaimundo.
"Poucos lugares aracajuanos
carregam tanta simbologia, tem tanto a ver com a vida da cidade, quanto a Praça
Fausto Cardoso, seguida da própria praça onde está a Catedral: diferentes em
suas denominações e em seus usos". Essa frase do jornalista e historiador
Luiz Antônio Barreto relata o quanto a Fausto Cardoso, surgida dois anos depois
de Aracaju ter sido transformada em capital da antiga Província de Sergipe,
sempre serviu como palco de grandes manifestações e como centro das relações
sociais.
Da praça a cidade ramificava-se
para todos os lados, beirando o rio Sergipe. Pela rua João Pessoa - que já se
chamou rua do Barão e rua de Japaratuba -, o comércio escorria, de cima a
baixo. A praça Fausto Cardoso, então, era uma divisa da cidade: para o norte, o
comércio, os bancos, os estacionamentos, o porto, a estação ferroviária, os
mercados, os caminhões de feira, e, mais adiante, as fábricas do bairro
Industrial; para o oeste as ruas populares - Vitória (hoje Carlos Burlamaqui) e
Bonfim (hoje Getúlio Vargas, mas também já foi Sete de Setembro), São Cristóvão
e Laranjeiras, as oficinas, os bairros populosos; para o sul as residências
burguesas, as ruas arborizadas, o caminho das praias.
De acordo com a historiadora
TEREZINHA OLIVA, a Fausto Cardoso era central por aglutinar os órgãos políticos
da época. "A praça era conhecida como a praça dos três poderes, das
manifestações políticas. Foi o cenário da Intentona Comunista, das lutas pelas
‘Diretas Já', e aglutinava também os trabalhadores que sempre iam fazer
manifestações, para chamar a atenção do poder público quanto às suas
reivindicações", explica a historiadora.
Para LUIZ ANTÔNIO BARRETO, havia
uma harmonia entre esse importante equipamento urbano de lazer e integração e
os locais próximos a ele. "A rua João Pessoa, nos trechos entre a praça e
a rua de São Cristóvão, preparava as vitrines de suas lojas, com farta iluminação,
para o domingo. Cada comerciante buscava a arte da decoração, para tornar suas
vitrines mais belas, aos olhares de moças que andavam, indo e vindo, pelas
calçadas da rua, num quem-me-quer que deixou saudades", relata com emoção.
Arte e cultura
Em 1955, a Praça Fausto Cardoso
recebeu um ingrediente a mais para o contato com a vida social de Aracaju: o
Cine Pálace. "Dotado de formas modernas, poltronas acolchoadas, ar
condicionado central, pinturas de Jenner Augusto nas paredes e pequenas arandelas
revelando o degradê, o espaço atraía nas tardes e noites do domingo uma
multidão de pessoas para os seus filmes, nas sessões das 14, das 17, das 19 e
das 21 horas", relembra Luiz Antônio Barreto.
Terezinha Oliva também resgata
vários outros aspectos da vida cultural da cidade, que eram centralizados nesse
local. "A Fausto Cardoso já foi chamada até de Praça do Carnaval, há
poucas décadas. Eu mesma participei dos desfiles da época. Vale ressaltar que
até mesmo o Forró Caju, uma festa popular mais recente, começou por lá",
informa.
Monumento
Em homenagem ao deputado que
liderou a revolta contra as oligarquias do Estado, no início do século passado,
foi erguido na praça Fausto Cardoso o primeiro monumento com estátuas em locais
públicos de Sergipe. "O monumento foi feito pelo italiano Lorenzo
Petrucci, que veio a Aracaju presenciar a colocação da estátua no topo. A
cerimônia também foi acompanhada pela família de Fausto, que veio do Rio de
Janeiro. Na base, foram colocados os restos mortais dele e de Nicolau Nascimento,
outro personagem importante da revolta", explica Terezinha.
Embora tenha deixado de ser o
grande centro político do Estado, após a saída de alguns prédios públicos
oficiais, e apesar de muitas festas populares terem migrado de local, a praça
Fausto Cardoso ainda hoje carrega uma forte simbologia. Esse espaço ainda tem o
poder de aglutinar pessoas de diferentes localidades, seja para conversar,
jogar baralho, acompanhar as movimentações do Centro da cidade ou mesmo para
sentar nos aconchegantes banquinhos e relembrar momentos importantes da nossa
história".
* Fonte: site aracaju.se.gov.br
Postagem original na página do Facebook, em 16 de Setembro de 2012.
Fausto Cardoso: De Herói de Aracaju a Mito Esquecido *
A foto de Terezinha Oliva é de Pedro Leite e foi reproduzida do site aracaju.se.gov.br
Em 28 de agosto de 2006,
completam cem anos da morte de uma das figuras mais importantes da história de
Sergipe: Fausto Cardoso. Advogado, sociólogo, jornalista, político e orador,
Fausto foi morto – com um tiro no peito - ao tentar enfrentar as tropas do exército
que estavam em Aracaju para acabar com o levante que, posteriormente, ficou
conhecido como “Revolta de Fausto Cardoso”. Nascido no Engenho São Félix, no
município de Divina Pastora, em 1864, Fausto Cardoso estudou na Faculdade de
Direito do Recife. Contemporâneo de Tobias Barreto terminou fazendo parte da
famosa “Escola do Recife”. Eleito deputado federal, em 1900, foi considerado um
orador brilhante. Para explicar a lenda que se formou em torno dessa figura
emblemática e a importância do movimento encabeçado pelo político, no início do
Século XX, o Portal InfoNet entrevistou a professora Terezinha Oliva. Autora da
obra “Impasses do Federalismo brasileiro” – livro que faz uma análise do
levante e também traz uma reflexão sobre a situação dos pequenos Estados na
estrutura da República oligárquica – a professora é uma estudiosa da vida de
Fausto Cardoso e aqui traça um pequeno histórico do homem que, ao morrer, ficou
conhecido como “O herói de Aracaju”.
PORTAL INFONET - Quem foi Fausto
Cardoso?
TEREZINHA OLIVA - Fausto Cardoso
foi um intelectual sergipano que viveu no final do século XIX e morreu em 1906.
Ele faz parte do grupo de sergipanos que compunham a então chamada “Escola do
Recife”, ou seja, os sergipanos que trabalharam intelectualmente sob a influência
de Tobias Barreto. Foi aluno e discípulo de Tobias Barreto, o que significa que
estudou na Faculdade de Direito do Recife e, ao mesmo tempo, seguiu as idéias
do mestre. Mas Fausto teve uma característica particular porque, como a maioria
dos discípulos de Tobias, teve um caminho próprio. E esta era uma das
características de Tobias Barreto, era um mestre que não determinava o caminho
dos discípulos. O interessante em Fausto Cardoso é que ele optou por um caminho
radical, que às vezes se opunha a certas interpretações do mestre. Assim, ele
escreveu vários livros, entre os quais um chamado “Concepção Monísitca do
Universo”, onde está o cerne do seu pensamento e “Taxonomia Social”, onde ele
faz a classificação, digamos assim, dos princípios do seu pensamento em relação
à sociedade. Escreveu artigos, sobre assuntos como a cientificidade da
história, obras de direito, escreveu poemas, enfim, tudo isso é Fausto Cardoso.
Foi um intelectual importante, na época em que viveu no Rio de Janeiro.
Professor da Faculdade Livre de Direito e também algumas mentes intelectuais do
Rio, na belle epoque.
INFONET – Em que contexto
histórico viveu Fausto Cardoso?
TO - Fausto Cardoso nasceu em
Divina Pastora, na segunda metade do século XIX. Depois foi estudar no Recife,
onde cursou Direito. Posteriormente voltou para Sergipe onde foi promotor
público em algumas comarcas, entre elas Laranjeiras. Nessa época, por
desentendimentos dentro da política local resolveu se mudar para o Rio de
Janeiro. Este era o caminho natural dos grandes intelectuais que não se
acomodavam na vida limitada que se tinha aqui. E não só em Sergipe, mas também
em todos os Estados do Nordeste. Ao chegar no Rio ele se projetou. Não apenas
como professor de direito e escritor, como também chegou a ter um jornal
chamado “A Aurora”. E a época que ele viveu se caracterizou por isso.
Intelectuais com um campo de interesse muito amplo. Não era a época das
especializações, ou seja, de alguém ser só jurista ou médico. Era um período em
que os intelectuais eram médicos, mas escreviam sobre história, sobre política,
poesia. São intelectuais de um campo de interesse muito amplo. E assim foi ele.
INFONET - E essa era uma
característica dos componentes da “Escola do Recife”.
TO - Exatamente. Os discípulos de
Tobias Barreto caracterizaram sua ação, também, por uma atividade política de
militância. Assim Fausto, que se envolveu na política sergipana mesmo estando
no Rio. Algo que também era outra característica da época, já que diante do
ambiente acanhado daqui essas pessoas que saíam do Estado mantinham laços com
sergipanos e de certa forma – eu acredito nisso – esse grupo do Rio, que foi
grande e importante, tentou de lá dirigir um pouco a política local. E Fausto
faz parte desse grupo e termina apadrinhado por Prudente de Morais, que foi
presidente da República. Posteriormente se candidatou a deputado federal por
Sergipe e é eleito em 1900. E foi deputado federal nessa legislatura de 1900 a
1902. Nesse momento ele explode por ser um grande orador e alcança um sucesso tremendo
na Câmara Federal. O Rio de Janeiro todo o conhecia. As galerias da Câmara
ficavam cheias quando ele ia discursar e este foi o seu auge. Depois ele perde
a eleição seguinte, mas retorna em 1906, que é também o ano de sua morte. Neste
período também foi eleito já em outro contexto, quando é eleito como oposição à
política dominante em Sergipe, que é comandada por monsenhor Olympio Campos.
Ele vem agradecer a sua eleição em Sergipe e, então, vai acontecer o movimento
que levou a sua morte.
INFONET – E o que foi a “Revolta
de Fausto Cardoso”?
TO - Para entender é preciso
lembrar que a República iniciou-se no Brasil como um movimento oligárquico, no
contexto do coronelismo, dominado então por grupos que se perpetuavam no poder
e ganhavam sucessivamente as eleições. Dentro da política dos governadores, que
foi um grande pacto - digamos que assinado tacitamente, não assinado
propriamente – convencional entre o Governo Federal e o Governo dos Estados. O
que levou a esse pacto foi o fato do Governo Federal, que praticava uma
política econômica impopular, combatendo os empréstimos e a dívida externa
brasileira – uma situação que se repete no Brasil – precisar ter um certo
controle sobre os Estados. E o que é que ele faz? Ele faz um grande acordo
entre a esfera federal e estadual, um acordo que permitia que os grupos
estaduais, aliados ao Governo Federal, fossem continuamente reeleitos. Isto
constitui a República oligárquica. E em Sergipe o primeiro grande grupo
oligárquico na República é o liderado pelo monsenhor Olympio Campos. E Fausto
Cardoso, que se elegeu inicialmente aliado ao grupo de Olympio, rompe com este
e retorna à Câmara Federal como oposição a oligarquia. Por isso, quando ele vem
a Sergipe, vem numa espécie de desafio. Ele alega que é para agradecer a
eleição, a vitória, mas é claro que ele vem desafiar o poder que mandava em
Sergipe. Diante disso, quando ele chega ao Estado já encontra uma revolta
preparada pelos seus partidários, essa revolta queria derrubar a oligarquia
olympista, isto é, o governo do desembargador Guilherme Campos, irmão do
Monsenhor Olympio Campos.
INFONET – E quem eram os
revoltosos?
TO - Aquela foi uma revolta da
Polícia de Sergipe, que tomou o palácio Olympio Campos, na madrugada de 10 de
agosto de 1906, e estabeleceu o governo de um novo partido fundado pelos amigos
de Fausto, chamado “Partido Progressista”. Esses progressistas, também tomam
conta da Assembléia Legislativa, expulsam os deputados eleitos pelo Governo e
também de vários municípios do interior, como: Própria, Laranjeiras, Itabaiana,
Riachuelo, Maruim, Divina Pastora. E foi um governo que foi se estendendo e
tudo isso em pouquíssimo tempo. O interessante é que a revolta foi curta, durou
apenas de 10 de agosto a 28 de agosto. Isto porque no dia 28 foi quando Fausto
Cardoso foi morto e aí veio a derrota da revolta. Mas neste período, de 18
dias, ela se espalhou, praticamente, por todo o Estado. Então, isso é que foi a
Revolta de Fausto Cardoso, um movimento que pretendeu derrubar a oligarquia
Olympio Campos baseando-se no prestígio popular e político de Fausto Cardoso,
que era amigo do presidente da República, gozava de um grande prestígio no Rio
de Janeiro e em outros locais do país. Foi isso o que deu confiança aos seus
partidários.
INFONET – E quais foram as conseqüências,
imediatas e posteriores, desse levante?
TO - O desfecho da revolta não
foi positivo para Sergipe inicialmente, isto porque o Partido Progressista,
quando assumiu, estava longe dos ideais do que Fausto apregoava. Muito do que
Fausto dizia, e o que os amigos dele queriam, era distinto. Eles queriam era
tomar o governo, na verdade. Mas Fausto fazia um discurso conclamando a que se
fizesse uma nova política. Política progressista na visão dele seria uma
política de base, de concórdia, de elevação moral e ética. Então, há uma certa
distância entre o que ele fala e o que era realizado pelos partidários que aqui
estavam e que, eu acho, tinham mais o pé no chão. Viam que o exercício da
política aqui era aquele café-com-pão mesmo. De tomar o poder. De se apegar aos
cargos, dos quais eles foram retirados há muito tempo. Pois bem, quando se dá a
revolta, como reage o governo? Havia no Rio de Janeiro o monsenhor Olympio
Campos que era senador. Então ele, apesar de estar aqui, na época da revolta,
tinha contato no Rio. E claro que ele procura manter esses contatos a favor do
seu grupo, que na época estava no poder. E o que é que ele faz? Ele consegue,
na Câmara e no Senado, uma posição favorável a ele, apesar de Fausto ser
deputado federal. Olympio consegue forças políticas no Rio de Janeiro que fazem
com que o governo federal, mesmo sendo exercido por um amigo de Fausto, que era
o presidente Rodrigues Alves, fosse obrigado a mandar forças do Exército para
Sergipe para recolocar no governo Guilherme Campos. E é isso que acontece.
Sergipe vai ser invadida por forças do exército, que vêm da Bahia e Pernambuco,
e que vão recolocar o governo olympista. E é exatamente nessa operação que
fausto, que era uma pessoa de temperamento muito arrebatado, resolve ir sozinho
– até convida outras pessoas – mas vai desarmado, enfrentar tropas do Exército.
E quando vai, ao Palácio do Governo, enfrentar, ele acreditava que pelo
discurso inflamado ele conseguiria mudar a posição das tropas, ele recebe o
tiro que o matou. Então ele é morto pelo Exército e imediatamente todo o
movimento se desorganiza. Porque a notícia de que Fausto morreu leva todas as
tropas a desistirem. Houve uma debandada geral, um medo muito grande de
perseguição, a notícia de que o Exército estava em Sergipe e dominava Aracaju
levou a uma desarticulação absoluta da revolta e os olympistas retomaram
facilmente todos os postos que tinham sido tomados aos progressistas. Então, ao
meu ver, inicialmente o saldo da revolta foi de uma submissão e de uma
humilhação de Sergipe. Porque o Estado foi invadido. O grande líder foi morto.
Posteriormente, houve um movimento de vingança, porque os filhos de Fausto
Cardoso resolveram vingar a morte do pai e assassinaram Olympio Campos no Rio
de Janeiro no mês de novembro. Enfim, no primeiro momento, o governo olympista
foi reposto, Guilherme Campos terminou o seu governo, ainda elegeu seu
substituto, que foi Rodrigues Alves, uma gestão inicialmente pacífica, mas que
depois começaria a ser tomada pelos embates e críticas. A oposição reapareceu e
os faustistas vão voltar ao poder em 1912. Então, que dizer, se a gente puder
dizer qual é o saldo disto? Sergipe ficou profundamente ferido e tocado com
esse movimento e a política se dividiu em grupo que vai, usando uma
agressividade muito grande, durante o restante da primeira república.
INFONET – Após praticamente um
século, muita gente não tem idéia de quem foi Fausto Cardoso e de que houve uma
revolta de tamanha proporção no Estado?
TO - É verdade. Hoje, é muito
comum que pessoas digam que não têm idéia de quem foi Fausto Cardoso. Um
movimento desse tamanho, que marcou tanto a história do Estado, hoje é
completamente desconhecido. O que é interessante nisso é como se perdeu a
história desse movimento e a história do próprio Fausto Cardoso no decorrer das
décadas, apesar de ele ter sido eleito o herói de Aracaju. Qual é a praça
central de Aracaju? A Fausto Cardoso. Qual foi o primeiro monumento público
erguido em Aracaju? O monumento a Fausto. E ainda o mais bonito. E, no entanto,
o povo desconhece quem foi esta figura e o monumento sequer consegue chamar a
atenção. Então, é interessante esse fenômeno da elevação de Fausto como grande
herói, libertador - que é assim que ele é encarado - e, posteriormente, o
declínio da memória dele. Como em 2006 se completam cem anos de sua morte, quem
sabe um novo movimento resgate a história dessa figura lendária.
* Entrevista reproduzida do
Portal Infonet/Cidade/Noticias - 16/12/2003.
Postagem original na página do Facebook, em 16 de Setembro de 2012.
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