"O Sorriso" dito por Eugénio de Andrade
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
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Transcrevo do Youtube:
Senhora da Rosa, chamou-lhe Manuel Alegre e falava de Natália Correia. Uma rosa de amor e morte de uma poetisa que não aceitava a ditadura da razão (...). Ela era mais do que isso, era a pitonisa, a vestal iluminada, uma máquina de passar vidro colorido, como disse Mário Cesariny, referindo-se à sua dimensão cromática. Um documentário que nos leva ao encontro de Natália Correia, seguindo um caminho que ela própria traçou - A partir de agora, se alguém me quiser encontrar, procure-me entre o riso e a paixão.
(Um documentário que nos leva ao encontro de Natália Correia.
Produção: RTP-Açores
Realização: Teresa Tomé
Autoria: Teresa Tomé
Origem: Portugal - 1999)
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Filipa Pais - Em Todas as Ruas te Encontro (À Porta Do Mundo_2004), poema de Mário Cesariny
Em Todas as Ruas te Encontro
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny, in "Pena Capital"