Eu sou uma dessas pessoas.
Mas juntamente com o aprendizado culinário a que me propus, veio também o desejo de desenvolver uma pequena horta, onde eu pudesse ver nascer meus bens de consumo frescos, tais como tomilho, rúcula, salsa, orégano, alecrim, manjericão e lavanda.

foto aqui
Sobre a rúcula, posso dizer que, depois que o amável cãozinho da minha mãe a arrancou com raiz e tudo, para seu próprio divertimento, fiquei sem ação e nunca mais voltei a plantar.
A história do manjericão não foi tão sanguinária, mas teve seu viés sci-fi. Quando a pequena árvore estava crescida e bem feliz, eu notei um fio de cabelo perdido por entre as folhas. Um fio enorme. Meu cabelo é longo, mas não tinha aquela tonalidade ligeiramente esverdeada (ainda bem!...). Cheguei perto, tentando achar a extremidade do fio. E nela, havia um inseto, verde como a folha, grande demais para minha coragem de enfrentá-lo. O dono do cabelo, primo distante do grilo mas com as pernas de um gafanhoto, se alimentava calmamente das folhas enquanto uma versão pequenina dele, em grande quantidade, sugava a seiva do tronco.
Dica: Eu aprendi duas formas de lidar com os hóspedes OVNIs indesejados. Uma delas é a solução de fumo de rolo em água (e já há produtos a venda com esta composição) ou pó de café ao redor da árvore.
Claro que os hospedeiros só liberaram o manjericão quando o condenaram a ir dessa para melhor, o que efetivamente aconteceu.

foto aqui
Hoje a horta está reduzida. Entretanto, a mais valente de todas as plantas segue impávida: o pé de lavanda. Não é bonito, não atrai visitantes deste ou de outro planeta, resiste ao tempo, ao excesso e à falta de água e, uma vez a cada estação, dá flores. Perfumadas, lilases, empinadas.
Por causa dessas flores ocasionais é que eu me decidi por um pé de lavanda, de qualquer forma. Algumas semanas atrás havia quatro flores apontadas. Eu esperei que abrissem e me preparei para usá-las. Eu queria o sabor cítrico do limão para juntar às minhas lavandas, mas todas as receitas de bolo de limão que eu tenho pedem iogurte natural, e eu não tinha nenhum em casa. A opção foi adaptar, a partir de uma receita de bolo branco, aquele básico que não leva nenhum sabor. A escolhida, tirada daqui , foi um sucesso!!! Segue:
Bolo de Limão com Flor de Lavanda
Ingredientes
200 g de manteiga
02 xícaras (chá) de açúcar refinado (eu sempre reduzo, então dessa vez eu usei 1 1/2)
04 ovos
03 xícaras (chá) de farinha de trigo (eu usei 2, BEM cheias)
01 xícara (chá) de leite
02 colheres (chá) de fermento químico em pó
Eu juntei raspas de casca de 02 limões.
Preparo:
Peneire a farinha junto com o fermento.
Eu sempre pulava essa etapa do processo, mas ao ler o motivo, eu me rendi: ao peneirar a farinha, ela fica aerada e, com isso, o bolo fica mais leve.
Adicione as flores de lavanda à mistura de farinha e fermento.
Separe as claras das gemas. Bata na batedeira a manteiga, as gemas e o açúcar, até obter um creme clarinho, algo em torno de 10 a 12 minutos. Despeje esse creme em uma tigela maior. Junte a raspa de limão e vá alternando o leite e a farinha, mexendo em movimentos circulares, até a massa ficar bem homogênea. Não é para bater, apenas misturar.
Bata as claras em neve e adicione-as movimentos circulares de baixo pra cima, envolvendo toda a clara na massa. Despeje a massa em assadeira untada e polvilhada. Leve ao forno pré-aquecido a 220° C por 10 minutos. Depois baixe pra 180° C.
Quando o bolo dourar por cima, faça o teste do palito.
Eu adicionei meia xícara de açúcar de confeiteiro (aquele fininho) ao suco dos dois limões, e joguei sobre o bolo depois de furar a superfície com um garfo. Há quem goste do glacê bem branquinho. Nesse caso, diminua a quantidade de suco e ou aumente a de açúcar.
Depois me fale o que achou...
Dinda.