59minutos: Nani expulso. Sai Arbeloa
entra Modric. Modric empata e Real passa a eliminatória. Mourinho ganha mais um
jogo baseado na sua perspicácia e inteligência.
Mais do que propriamente suportado no
onze inicial ou na tática usada, considero que as virtudes de um treinador
revelam-se, em grande medida, na inteligência estratégica e tática que está
implícita nas substituições que efetua ao longo do jogo. Saber adaptar a
dinâmica inicialmente delineada ao ritmo do jogo existente e à estratégia
apresentada pelo adversário (mutável no decorrer do desafio), torna-se um
contributo capital que um treinador pode conferir à sua equipa.
O timoneiro de uma equipa tem de ser simultaneamente
ágil e audaz. Capaz de entender os diversos momentos do jogo e encaixar as
peças para que melhor se sobreponham ao xadrez do adversário.
Tiram-me do sério
os treinadores que fazem substituições aos 90 minutos (a não ser para queimar,
de forma evidente, tempo). Serão ingénuos ao ponto de não perceber que isso põe
em causa a credibilidade do seu trabalho? Ou consideram que algo de mágico
poderá acontecer?
Ao que muitos apelidam de sorte eu
chamo sabedoria. Aos que outros denominam de “troca por troca”, eu chamaria
perspicácia. E assim se distinguem os bons dos geniais. Assim se diferenciam
Vítor Pereira de André Vilas Boas e de Mourinho.