Começar de novo
E contar comigo,
Vai valer a pena
Ter amanhecido.
Ter me rebelado,
Ter me debatido.
Ter me machucado,
Ter sobrevivido.
Ter virado a mesa,
Ter me conhecido.
Ter virado o barco,
Ter me socorrido.
Começar de novo
E contar comigo,
Vai valer a pena
Ter amanhecido.
Sem as suas garras,
Sempre tão seguras.
Sem o teu fantasma,
Sem tua moldura.
Sem suas escoras,
Sem o teu domínio.
Sem tuas esporas,
Sem o teu fascínio.
Começar de novo,
E contar comigo,
Vai valer a pena
Já ter te esquecido.
Começar de novo...
Ivan Lins/Victor Martins
sexta-feira, setembro 26, 2003
COMEÇAR DE NOVO - IVAN LINS e VICTOR MARTINS
SEIS MESES
O FUMAÇAS completa hoje seis meses de existência e acaba aqui! .
Nestes seis meses, este blog teve quase 15.000 visitas, ultrapassando as minhas espectativas iniciais. Neste momento, o número de visitas diárias é cerca do dobro da média desses seis meses e cerca de cinco vezes a média do primeiro mês!
Vários problemas técnicos, cada vez mais frequentes, bem como alguns "black-outs" (que afectam mais de 95% dos blogs portugueses...) levaram à decisão de mudar de "casa".
Aproveitei também para fazer um rejuvenescimento do lay-out.
Obrigado a todos que têm incentivado o trabalho efectuado.
A aventura prossegue em: http://fumacas.weblog.com.pt
Tentei enviar um mail para aqueles que tinham links, mas face à taxa de devolução dos primeiros mails enviados, apelo aqui para que procedam à alteração do link. Obrigado.
LIBERTAÇÃO
Fui à praia, e vi nos limos
a nossa vida enredada:
ó meu amor, se fugimos,
ninguém saberá de nada.
Na esquina de cada rua,
uma sombra nos espreita,
e nos olhares se insinua,
de repente uma suspeita.
Fui ao campo, e vi os ramos
decepados e torcidos:
ó meu amor, se ficamos,
pobres dos nossos sentidos.
Hão-de transformar o mar
deste amor numa lagoa:
e de lodo hão-de a cercar,
porque o mundo não perdoa.
Em tudo vejo fronteiras,
fronteiras ao nosso amor.
Longe daqui, onde queiras,
a vida será maior.
Nem as esp'ranças do céu
me conseguem demover
Este amor é teu e meu:
só na terra o queremos ter.
David Mourão-Ferreira
EPICUR
Saíu o nº 36 desta prestigiada revista.
Realço o editorial de Alfredo Saramago. Eis um extracto:
"Gente como eu vive tempos difíceis. Disse uma vez, e volto a repetir, que, porque gosto de tauromaquia, de caça, de charutos, de bons vinhos, de boa comida e ainda por cima sou gordo, o que já não se usa, lançaram-me para um território onde são colocados os socialmente incorrectos. Claro que também gosto de literatura, de fotografia, de arquitectura, de poesia, faço mais quilómetros para ver exposições de pintura e ouvir concertos do que para ver touradas, mas isso não interessa.
O conceito que veio do politicamente correcto tomou conta de quase todas as manifestações do homem, dividindo-os, através de uma vulgata dualista e bacoca, entre homens correctos e incorrectos."
Para lerem o resto (e vale a pena...) bastam 4 euros! Até porque só tenho autorização para pequenos excertos. Aliás aproveito para agradecer a honrosa autorização concedida ao Fumaças, pela Administradora da revista, Julieta Cordas, Director Alfredo Saramago e Editor, Eduardo Miragaia.
Alguns outros motivos de interesse deste número são os vários artigos sobre caça (sob vários pontos de vista), o habitual painel de prova de puros, este mês dedicado aos charutos Avo e uma entrevista a Costa Martins, da Fábrica de Charutos Estrela de São Miguel, nos Açores.
Em breve falarei aqui do charuto escolhido pelo Costa Martins como sendo o rei dos charutos: o Robusto Estrela. Foi uma surpresa: compete com os cubanos!
quinta-feira, setembro 25, 2003
Foi instalado um link para o Citador .pt. Este site tem a particularidade de todos os dias disponibilizar uma citação de alguém célebre. A de hoje é:
"O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo"
Bernard Shaw
"O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo"
Bernard Shaw
RÁDIOS
Colocadas as outras rádios para além da da semana no blog dos links, porque tornavam a entrada no blog muito lenta.
Colocadas as outras rádios para além da da semana no blog dos links, porque tornavam a entrada no blog muito lenta.
quarta-feira, setembro 24, 2003
SITES DIVERSOS
Acrescentada a Fundação Hispano Cubana, cuja declaração inicial é a seguinte:
La Fundación Hispano Cubana, nacida en la primavera de 1996, tiene como fin la promoción, fomento y desarrollo de los principios y valores de la libertad y la democracia en todo cuanto se refiere a las relaciones de España con Cuba y viceversa, sean éstas culturales, políticas, educativas, de formación, mercantiles, empresariales o de cualquier otra naturaleza.
La Fundación Hispano Cubana se propone mantener, fortalecer y desarrollar el vínculo histórico entre los pueblos de España y Cuba que se ha forjado durante más de cinco siglos de vida en común.
La tarea de realizar la Transición política a la democracia en Cuba corresponde a los cubanos. Pero en España y en América hay una amplia corriente de opinión que desea apoyar iniciativas que sirvan para la defensa de los derechos humanos y el restablecimiento de la libertad y la democracia en la Isla. A este espíritu responde la Fundación Hispano Cubana. Para ello la Fundación Hispano Cubana atendiendo al vínculo histórico referido, convoca, en torno a estos objetivos, a los más diversos sectores y líderes del exilio y de la disidencia interna de Cuba, conjuntamente con personalidades españolas del mundo de la cultura, de la empresa y de la política.
La Fundación Hispano Cubana desea recoger y canalizar las numerosas iniciativas y ayudas de asistencia que existen en España. Para ello el Patronato ha establecido la figura de "Amigo de la Fundación Hispano Cubana" como elemento a la vez de sostenimiento material de la Fundación y de acceso a toda una serie de servicios que la Fundación Hispano Cubana se propone facilitar a quienes colaboren en la consecución de los fines fundacionales.
La Fundación Hispano Cubana es una institución sin ánimo de lucro, inscrita en el Registro de Fundaciones Culturales del Ministerio de Educación y Cultura y que se financia principalmente con las aportaciones de los Patronos y de los Amigos de la Fundación.
Tem notícias, publicações (entre as quais a revista citada na entrada anterior) e muitos links de organizações cubanas.
Acrescentada a Fundação Hispano Cubana, cuja declaração inicial é a seguinte:
La Fundación Hispano Cubana, nacida en la primavera de 1996, tiene como fin la promoción, fomento y desarrollo de los principios y valores de la libertad y la democracia en todo cuanto se refiere a las relaciones de España con Cuba y viceversa, sean éstas culturales, políticas, educativas, de formación, mercantiles, empresariales o de cualquier otra naturaleza.
La Fundación Hispano Cubana se propone mantener, fortalecer y desarrollar el vínculo histórico entre los pueblos de España y Cuba que se ha forjado durante más de cinco siglos de vida en común.
La tarea de realizar la Transición política a la democracia en Cuba corresponde a los cubanos. Pero en España y en América hay una amplia corriente de opinión que desea apoyar iniciativas que sirvan para la defensa de los derechos humanos y el restablecimiento de la libertad y la democracia en la Isla. A este espíritu responde la Fundación Hispano Cubana. Para ello la Fundación Hispano Cubana atendiendo al vínculo histórico referido, convoca, en torno a estos objetivos, a los más diversos sectores y líderes del exilio y de la disidencia interna de Cuba, conjuntamente con personalidades españolas del mundo de la cultura, de la empresa y de la política.
La Fundación Hispano Cubana desea recoger y canalizar las numerosas iniciativas y ayudas de asistencia que existen en España. Para ello el Patronato ha establecido la figura de "Amigo de la Fundación Hispano Cubana" como elemento a la vez de sostenimiento material de la Fundación y de acceso a toda una serie de servicios que la Fundación Hispano Cubana se propone facilitar a quienes colaboren en la consecución de los fines fundacionales.
La Fundación Hispano Cubana es una institución sin ánimo de lucro, inscrita en el Registro de Fundaciones Culturales del Ministerio de Educación y Cultura y que se financia principalmente con las aportaciones de los Patronos y de los Amigos de la Fundación.
Tem notícias, publicações (entre as quais a revista citada na entrada anterior) e muitos links de organizações cubanas.
QUERIAS, QUERIAS...
Não há nenhum editor português que edite um dos primeiros livros do Guilherme Cabrera Infante, escrito em inglês e traduzido mais recentemente para espanhol e português (no Brasil), que dá pelo nome de HOLY SMOKE?

A sinopse da edição brasileira:
Fumaça Pura é vários livros ao mesmo tempo: uma história do tabaco que começa com o seu descobrimento, em 1492, por um marinheiro da nau capitânia de Colombo, Rodrigo de Jerez; é também uma celebração do tabaco e do hábito de fumar essa estranha folha; e, finalmente, uma rapsódia tendo como centro o charuto, mas com espaço garantido para o cigarro, o cachimbo e o rapé. Além disso, Fumaça Pura é uma crônica erudita, mas divertida, da relação entre o charuto e o cinema. Não é por acaso que, na capa, aparece a figura de Groucho Marx. Este livro acende o charuto de Groucho para que se transforme em fogo puro, em fumo puro, em cinza pura.
E um magnífico texto de Ángel Rodríguez Abad, um dos tradutores do livro para espanhol (!):
PURO HUMO
G. Cabrera Infante
Madrid, Alfaguara 2000, 504 págs.
Holy Smoke es el único libro escrito por Cabrera Infante directamente en inglés, y fue publicado en Londres y Nueva York en 1985. Quince años después aparece Puro humo, su demorada traducción al español, que más que una versión puede calificarse de reescritura. En unas declaraciones a Rosa María Pereda, Cabrera cuenta que un joven profesor, Iñigo García Ureta me mandó un par de folios de prueba. Me pareció que podría hacerlo. Entre los dos hemos traducido el libro. Él, podríamos decir, rompió el libro al español. Yo, durante año y medio, he tomado el libro en mis manos y he reescrito una nueva versión. El autor subraya que Puro humo se debe leer como una obra escrita en español, y nos recuerda que vive en una isla de Gloucester Road, en un apartamento cubano en medio de una ciudad inglesa: En nuestra casa se habla en español, un español rodeado de inglés. En inglés están la televisión, los periódicos, las películas. En español la conversación, la mayor parte de los amigos. El español es el idioma de esta casa, una isla rodeada de inglés. El libro comenzó siendo un artículo para una revista norteamericana que al excederse de espacio se convertiría en un pequeño ensayo sobre el tabaco que acabaría siendo un libro sobre las obsesiones -y no sólo las que echan humo- de Cabrera. Es, sí, una historia del tabaco, su descubrimiento occidental por los españoles y su uso cada vez más amplio, sus variedades y la extensión de su cultivo y la universalización de la fuma. Se nos habla de todo lo que envuelve a la pasión y el rito del fumar: calidades y modos, satisfacciones varias, observaciones históricas, peculiaridades de los cigarrillos, del fumar en pipa y en especial del cigarro puro. Pero no se trata de un tratado aséptico, y el trato del conocedor es sobre todo literario, creador, voluta imperecedera él mismo. Los puros no son cigarrillos y no se fuman igual. No hay que aspirarlos, hay que saborearlos. No son para los labios, son para la boca y los dientes. Hay que dedicarles atención, no se les puede maltratar.
Ligado de manera indisoluble al humo aparece el cine, el reino perpetuo de la sala oscura y de las películas, a ser posible en blanco y negro y en inglés. Los puros, de hecho, son como el cine, un arte que es industria, una industria que hace arte. Como las películas, los puros son el material de que están hechos los sueños. Un libro de Cabrera Infante no podría ser de otra manera: Puro humo se mueve de Cuba en dirección al cine. Ahí es a donde van a parar todas mis cuitas. El doctor Pretorius confiesa al monstruo en La novia de Frankenstein que fumar es su único vicio. Para quienes tenemos como vicio principal el cine, este libro satisface con creces nuestra adicción con los pormenores, que son mayores, de su recorrido. Los iconos cinematográficos del siglo XX iluminan desde la pantalla unas páginas que son la memoria del espectador y voyeur. Un cigarrillo lánguido al final de la muñeca caída de Marlene Dietrich, la colilla ruda entre el índice y el pulgar de Bogart, el clima turbio de maldad en los clásicos de la serie negra como La Dama de Shanghai, Mr. Arkadin o Sed de mal. O bien Cary Grant sosteniendo con elegancia una pipa. Edward G. Robinson como el mejor fumador de puros de todo tiempo y lugar -de Perdición a Cayo Largo- o la pasión y perversión de Joseph Cotten a las órdenes de maestros como Orson Welles en Ciudadano Kane o Hitchcock en La sombra de una duda. También aparecen joyas del cine de hoy. Así, One from the Heart de Coppola. Con una muchacha Kinski doble de Marlene, joven Bergman, Lamarr lasciva, audaz Audrey: délfica, draga entre sus pechos con la mano para extraer un largo cigarrillo. Luego le pide lumbre a Frederic Forrest en la noche alumbrada de neón como si fuera de día de Las Vegas. Y tantas películas más en la lista de nunca acabar. Y Groucho siempre con un puro en la boca, ya desde la portada. Por qué tantas películas viejas, mi viejo? Porque aquellos que olvidan las películas del pasado están condenados a ver remakes.
Fumar es un placer; y un buen fumador, como un buen amante, siempre se toma su tiempo con su puro. La espiral del humo creará un palio vaporoso sobre la cabeza del fumador, con suerte la revelación de un firmamento fulgurante. Lo sagrado de la experiencia, la supervivencia que en el fumar de un tabaco hay de la religión y de la magia ancestrales ya lo puso por escrito otro cubano insigne, Fernando Ortiz, en su Contrapunteo cubano del tabaco y el azúcar: Por el fuego lento con que arde es como un rito expiatorio. Por el humo ascendente a los cielos parece una invocación espiritual. Por el aroma, que encanta más que el incienso, es un sahumerio de purificación. La sucia y tenue ceniza final es una sugestión funeraria de penitencia tardía. Lo cita Cabrera en la larga lista de textos comentados con los mejores humos que coronan este libro, que a estas alturas, se percibe como un ensayo de creación literaria: Ben Jonson, Daniel Defoe, Poe y Conrad, Stevenson, Dickens y Thackeray, Chejov y Mallarmé, Lewis Carroll, Conan Doyle, Raymond Chandler, Hemingway y Scott Fitzgerald, J. M. Barrie, -con el más espléndido título de todos los libros que fuman: My Lady Nicotine- y Jack London, Chesterton, Isak Dinesen, Lorca, Lezama Lima, Colette... todos los nombres que giran en la cabeza feliz del lector, del espectador, del fumador. ³Llamo felicidad a sentarme solo en el lobby de un viejo hotel después de una cena tardía, cuando se han apagado las luces de la entrada y solamente se distingue, desde mi cómoda butaca, al portero en su vigilia. Es entonces cuando fumo mi puro en paz, tranquilo en la oscuridad: lo que fue antaño una hoguera primitiva en el bosque, transformado ahora en las ascuas civilizadas que relucen en la noche como el faro del alma. Así reposa lo que Puro humo es: puro gozo, puro cine, pura vida.
Ángel Rodríguez Abad (artigo publicado na revista Hispano Cubana HC)
Não há nenhum editor português que edite um dos primeiros livros do Guilherme Cabrera Infante, escrito em inglês e traduzido mais recentemente para espanhol e português (no Brasil), que dá pelo nome de HOLY SMOKE?
A sinopse da edição brasileira:
Fumaça Pura é vários livros ao mesmo tempo: uma história do tabaco que começa com o seu descobrimento, em 1492, por um marinheiro da nau capitânia de Colombo, Rodrigo de Jerez; é também uma celebração do tabaco e do hábito de fumar essa estranha folha; e, finalmente, uma rapsódia tendo como centro o charuto, mas com espaço garantido para o cigarro, o cachimbo e o rapé. Além disso, Fumaça Pura é uma crônica erudita, mas divertida, da relação entre o charuto e o cinema. Não é por acaso que, na capa, aparece a figura de Groucho Marx. Este livro acende o charuto de Groucho para que se transforme em fogo puro, em fumo puro, em cinza pura.
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E um magnífico texto de Ángel Rodríguez Abad, um dos tradutores do livro para espanhol (!):
PURO HUMO
G. Cabrera Infante
Madrid, Alfaguara 2000, 504 págs.
Holy Smoke es el único libro escrito por Cabrera Infante directamente en inglés, y fue publicado en Londres y Nueva York en 1985. Quince años después aparece Puro humo, su demorada traducción al español, que más que una versión puede calificarse de reescritura. En unas declaraciones a Rosa María Pereda, Cabrera cuenta que un joven profesor, Iñigo García Ureta me mandó un par de folios de prueba. Me pareció que podría hacerlo. Entre los dos hemos traducido el libro. Él, podríamos decir, rompió el libro al español. Yo, durante año y medio, he tomado el libro en mis manos y he reescrito una nueva versión. El autor subraya que Puro humo se debe leer como una obra escrita en español, y nos recuerda que vive en una isla de Gloucester Road, en un apartamento cubano en medio de una ciudad inglesa: En nuestra casa se habla en español, un español rodeado de inglés. En inglés están la televisión, los periódicos, las películas. En español la conversación, la mayor parte de los amigos. El español es el idioma de esta casa, una isla rodeada de inglés. El libro comenzó siendo un artículo para una revista norteamericana que al excederse de espacio se convertiría en un pequeño ensayo sobre el tabaco que acabaría siendo un libro sobre las obsesiones -y no sólo las que echan humo- de Cabrera. Es, sí, una historia del tabaco, su descubrimiento occidental por los españoles y su uso cada vez más amplio, sus variedades y la extensión de su cultivo y la universalización de la fuma. Se nos habla de todo lo que envuelve a la pasión y el rito del fumar: calidades y modos, satisfacciones varias, observaciones históricas, peculiaridades de los cigarrillos, del fumar en pipa y en especial del cigarro puro. Pero no se trata de un tratado aséptico, y el trato del conocedor es sobre todo literario, creador, voluta imperecedera él mismo. Los puros no son cigarrillos y no se fuman igual. No hay que aspirarlos, hay que saborearlos. No son para los labios, son para la boca y los dientes. Hay que dedicarles atención, no se les puede maltratar.
Ligado de manera indisoluble al humo aparece el cine, el reino perpetuo de la sala oscura y de las películas, a ser posible en blanco y negro y en inglés. Los puros, de hecho, son como el cine, un arte que es industria, una industria que hace arte. Como las películas, los puros son el material de que están hechos los sueños. Un libro de Cabrera Infante no podría ser de otra manera: Puro humo se mueve de Cuba en dirección al cine. Ahí es a donde van a parar todas mis cuitas. El doctor Pretorius confiesa al monstruo en La novia de Frankenstein que fumar es su único vicio. Para quienes tenemos como vicio principal el cine, este libro satisface con creces nuestra adicción con los pormenores, que son mayores, de su recorrido. Los iconos cinematográficos del siglo XX iluminan desde la pantalla unas páginas que son la memoria del espectador y voyeur. Un cigarrillo lánguido al final de la muñeca caída de Marlene Dietrich, la colilla ruda entre el índice y el pulgar de Bogart, el clima turbio de maldad en los clásicos de la serie negra como La Dama de Shanghai, Mr. Arkadin o Sed de mal. O bien Cary Grant sosteniendo con elegancia una pipa. Edward G. Robinson como el mejor fumador de puros de todo tiempo y lugar -de Perdición a Cayo Largo- o la pasión y perversión de Joseph Cotten a las órdenes de maestros como Orson Welles en Ciudadano Kane o Hitchcock en La sombra de una duda. También aparecen joyas del cine de hoy. Así, One from the Heart de Coppola. Con una muchacha Kinski doble de Marlene, joven Bergman, Lamarr lasciva, audaz Audrey: délfica, draga entre sus pechos con la mano para extraer un largo cigarrillo. Luego le pide lumbre a Frederic Forrest en la noche alumbrada de neón como si fuera de día de Las Vegas. Y tantas películas más en la lista de nunca acabar. Y Groucho siempre con un puro en la boca, ya desde la portada. Por qué tantas películas viejas, mi viejo? Porque aquellos que olvidan las películas del pasado están condenados a ver remakes.
Fumar es un placer; y un buen fumador, como un buen amante, siempre se toma su tiempo con su puro. La espiral del humo creará un palio vaporoso sobre la cabeza del fumador, con suerte la revelación de un firmamento fulgurante. Lo sagrado de la experiencia, la supervivencia que en el fumar de un tabaco hay de la religión y de la magia ancestrales ya lo puso por escrito otro cubano insigne, Fernando Ortiz, en su Contrapunteo cubano del tabaco y el azúcar: Por el fuego lento con que arde es como un rito expiatorio. Por el humo ascendente a los cielos parece una invocación espiritual. Por el aroma, que encanta más que el incienso, es un sahumerio de purificación. La sucia y tenue ceniza final es una sugestión funeraria de penitencia tardía. Lo cita Cabrera en la larga lista de textos comentados con los mejores humos que coronan este libro, que a estas alturas, se percibe como un ensayo de creación literaria: Ben Jonson, Daniel Defoe, Poe y Conrad, Stevenson, Dickens y Thackeray, Chejov y Mallarmé, Lewis Carroll, Conan Doyle, Raymond Chandler, Hemingway y Scott Fitzgerald, J. M. Barrie, -con el más espléndido título de todos los libros que fuman: My Lady Nicotine- y Jack London, Chesterton, Isak Dinesen, Lorca, Lezama Lima, Colette... todos los nombres que giran en la cabeza feliz del lector, del espectador, del fumador. ³Llamo felicidad a sentarme solo en el lobby de un viejo hotel después de una cena tardía, cuando se han apagado las luces de la entrada y solamente se distingue, desde mi cómoda butaca, al portero en su vigilia. Es entonces cuando fumo mi puro en paz, tranquilo en la oscuridad: lo que fue antaño una hoguera primitiva en el bosque, transformado ahora en las ascuas civilizadas que relucen en la noche como el faro del alma. Así reposa lo que Puro humo es: puro gozo, puro cine, pura vida.
Ángel Rodríguez Abad (artigo publicado na revista Hispano Cubana HC)
A importância do voto com os pés
Sob este título, colocou o João Miranda no Liberdade de Expressão, um comentário à entrada aqui escrita, em 22 de Setembro, sob o título "DEMOCRACIA?" (as ligações deixaram novamente de funcionar...).
Concordo totalmente sobre o facto de todos terem plena liberdade para o fazer. Faz parte das liberdades individuais.
O que eu critico é que seja uma pessoa com o passado de Saramago a fazê-lo! Está-se a contradizer, a fazer precisamente o contrário do que tem defendido.(Faz o que eu digo, não faças o que eu faço...)
Pedem-me um exemplo concreto? Há muitos. Posso indicar, um bem antigo: o "caso" Diário de Notícias. Saneamento de muitos que lá escreviam (o que nem sequer é igual a terem saído de livre vontade) e depois críticas devastadoras quando eles criaram um novo jornal. Mas há mais casos.
Sob este título, colocou o João Miranda no Liberdade de Expressão, um comentário à entrada aqui escrita, em 22 de Setembro, sob o título "DEMOCRACIA?" (as ligações deixaram novamente de funcionar...).
Concordo totalmente sobre o facto de todos terem plena liberdade para o fazer. Faz parte das liberdades individuais.
O que eu critico é que seja uma pessoa com o passado de Saramago a fazê-lo! Está-se a contradizer, a fazer precisamente o contrário do que tem defendido.(Faz o que eu digo, não faças o que eu faço...)
Pedem-me um exemplo concreto? Há muitos. Posso indicar, um bem antigo: o "caso" Diário de Notícias. Saneamento de muitos que lá escreviam (o que nem sequer é igual a terem saído de livre vontade) e depois críticas devastadoras quando eles criaram um novo jornal. Mas há mais casos.
terça-feira, setembro 23, 2003
QUASE UM POEMA DE AMOR
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor
Miguel Torga
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor
Miguel Torga
RÁDIO DA SEMANA: Rádio SHINE - Brit Music
Entre outras, as seguintes canções:
Alright --> Supergrass
Bigmouth Strikes Again --> The Smiths
Don't Look Back In Anger --> Oasis
Fresh Feeling --> Eels
High And Dry --> Radiohead
Lovefool --> Cardigans
Sit Down --> James
True Faith --> New Order
You're Gorgeous --> Babybird
Entre outras, as seguintes canções:
Alright --> Supergrass
Bigmouth Strikes Again --> The Smiths
Don't Look Back In Anger --> Oasis
Fresh Feeling --> Eels
High And Dry --> Radiohead
Lovefool --> Cardigans
Sit Down --> James
True Faith --> New Order
You're Gorgeous --> Babybird
VERSÃO "INGLESA"
SMOKES
Cigars, Politics, Poetry, Pleasures
by João Fernandes Oak (hihihihihihi!)
SMOKES
SMOKES
Cigars, Politics, Poetry, Pleasures
by João Fernandes Oak (hihihihihihi!)
SMOKES
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