De tempos em tempos, o cidadão é convidado/convocado a
opinar e escolher sobre o futuro de seu país por meio de uma eleição. Seja na
esfera nacional ou municipal, o pleito está repleto de características,
peculiaridades, singularidades e dinâmicas inerentes ao local e tempo. Assunto
que comecei a observar melhor e fotografar, tentando ir um pouco além das
imagens (pautas) de acenos de candidatos. Afinal, a eleição muda o cotidiano,
torna-se assunto recorrente e é um momento propício para reflexões. Eis uma
pretensão que envolve o projeto intitulado “Voto em Imagens”.
Nesta investida fotográfica (abrangente), a proposta é
captar imagens de todo o contexto e diversidade: estrutura, logística,
campanha, pessoas, cabos eleitorais, militantes, entre outras facetas que envolvem
o sistema eleitoral. Além disso, o ato ápice da “festa da democracia” – clichê comumente
usado aqui no Brasil –, está atrelado em inúmeras questões correlatas, numa
trama de diversidades sociais que se convergem e estão nas falas dos eleitores
e candidatos.http://www.votoemimagens.com.br/galeria
Bem, o ato do voto pode ser tímido, particular; talvez
com uma dose de desconfiança, mas sempre é um momento de esperança. Uma eleição
é sempre “histórica” e, é claro, pode virar uma história.
A primeira edição do projeto ocorreu em 2010 com uma
modesta cobertura das eleições municipais na cidade de Curitiba (Estado do Paraná).
Em 2012 com a documentação da implementação do processo de biometria
(identificação do eleitor por meio das digitais) e a efetivação na eleição
2012. Em 2013 foi registrada a eleição geral do Paraguai e Chile. Atualmente estou
editando o material da Eleições Brasil 2014 – com incursões que ocorreram em
Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro (Complexo do Alemão) e Paranaguá – Litoral do
Estado do Paraná.
Certa vez um colega jornalista escreveu que minha
iniciativa fotográfica “buscava dar a cara e a identidade do cidadão comum que
as conjecturas políticas borram em suas planilhas”. “E que nas [minhas] fotos,
não importa a tinta do partido A, tão pouco a técnica do partido B. Os flashes
– ou na ausência deles – estão nas rugas, no olhar, na mão calejada, na
expectativa, como se compusessem uma cartografia do brasileiro na sua relação
com a democracia”, escreveu.
Mesmo que um tanto eloquente e exagerada, a opinião
realmente reflete um pouco da minha intenção, principalmente se ela diz
respeito ao ponto de vista do povo.
Para saber mais
André Rodrigues tem 37 anos, vive em Curitiba. Teve seu
primeiro contato com a fotografia no ano 2001. Atuou como freelancer e desde 2012 integra a equipe do jornal Gazeta do Povo.
Além das rotinas no jornal, tem como iniciativa fotojornalística e documental o
projeto Voto em Imagens.
blog: votoemimagens.wordpress.com
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