Verdade, o dia termina,
o outono chega e não fizemos tudo!
Eu? não realizei um sonho...
aquele, pelo qual, sem saber esperei tanto!
Sim, nem eu o sabia, até que
o reconheci, surpresa, diante de mim.
Aquele sonho quase não era e,
passou a ser, quando outros se foram.
Aquilo que estava dentro de mim,
que ali permanece, como se não tivesse jamais existido...como um filho,
luz, que pensei haver concebido
e nada mais é do que um vazio
pleno de ternura e consciência de si,
de sua própria pulsação,
da delicada pequenez de sua grandeza.
Mas, talvez isto não importe, seja apenas um desejo, e como tal, um dia se acabe ...
E se for sonho? Sonhos podem viver eternamente... nostálgicos,quando não se concretizam...
Dizem, que há sonhos que ficam melhor assim, como estão- intocáveis, indestrutíveis.
Será?
Sonhos...
tantos outros realizei, alguns,quem sabe,
estejam ao alcance de minha mão;
Não! não consigo ser, eu ,
a voz que apenas lembre a ingratidão -
o mistério da vida,ainda se faz,ao redor!
Mesmo que meus olhos denunciem
o que ficou para sempre em mim,
por ter esperado mais do que
eu talvez pudesse alcançar,
o sonho ainda brilha, mesmo assim,
como uma pequena chama
que se apaga aos poucos,
aos pouquinhos, bem devagarinho,
como quem não quer partir....
Fotos e poema: Vera Alvarenga