FotoPoesilha
Um lugar para ancorar versos e imagens - em qualquer estação.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Versos ao tempo (1)
Um dia distante
de outros dias
- Tempo passado
no desalinho
na desatenção
dos olhos...
Um dia perdido
no horizonte
mais além da intenção
mais além da paisagem
Vai e volta
na memória
Dia que re-inventa outros
e perpetua-se
insone..
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
Distância
Invento assimétrico
parcialmente tramado
Escassez esquiva
Porção presente
Lembrança
embaraçosa...
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Casuais (4)
A saudade deixou um bilhete
na porta ...
Prometeu voltar.
domingo, 27 de janeiro de 2008
Pequena poesia ao oceano
Aprecio esse oceano
vizinho e seguidor
Possui linhas
que banham
pés e pedras
Aprecio
todos os ângulos
e os que dele vivem ...
Os afogados !
Aprecio
esse deserto líquido
onde um oásis
de terra
desfruta
dia e noite
de um banhar
espumante.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Tramas marinheiras
As tramas
tecidas
na terra
movem-se
como as marés
Brotam das mãos
num rito
nupcial
- Unhas e dentes
fio a fio
e nós...
A alma
deixa-se
antever
nos lábio sedentos
de sal
no canto
passageiro...
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Casuais (2)
E se meu canto
regressar
e reverberar
nos dentes ?
E se meu querer
deixar de teimar
e temer
outro ?
E se eu esquecer
de ser humano
e rolar
infinitas vezes
pelas ruas em segredo ?
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Casuais (1)
scrivere
é ragione che incontro
per vedermi
lontano da casa
solo
posso inventare
altri orizzonti
confinare il dolore
o cingerlo
(trad. Cris Vuerich)
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Noutros mares
Noutros mares
o sal adormece
pálido
As águas
interrogam
os remos
nos golpes
incisivos
Noutros mares
a solidão
marinheira
esvazia
as marés
e os olhos
de lágrimas
da terra
- Os abismos
escondem
todos os segredos
que todos os mares
desejam submersos...
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
A ritmo de fiume (Para C. Vuerich)
Feito barco
teço
sem pressa
um caminho
de rio
Ultrapasso
as curvas
o limo
os seres
das águas
de rio
Deslizo
inesgotável
na direção
do Mar
- que é corpo inteiro
e destino...
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
Anjos nas ruas... (3)
Intensamente
anjo
Intensamente
humano
Dual
pronúncia
vertendo formas
e traduzindo
tormentos...
Anjos nas ruas... (2)
A certeza
de movimentos
assimétricos
revela
presenças
imprecisas
Compelidos
pelas vontades humanas
habitam a região
dos desejos...
Anjos nas ruas...
Pelas entranhas
das ruas
nas esquinas
alguns vestígios
- nem asas
- nem trajes
apenas mensagens
furtivas...
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
A poesia das ruas...
Apenas a Imagem...e mais além!
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Canto Marinho (1)
A solidão
é meu tempo:
Pássaro-nave
de asas
e âncora.
Canto para Ivana
Nesse tempo
em que sou teu passageiro
de fogo
infinitamente
ardo.
Trajetórias Incertas (7)
meu verso
é esparso
movimento
inverso
escorre
escava
a alma
escondido
...
Trajetórias Incertas (6)
Pensei nas velas
e o vento
emudeceu
A claridade
escorreu
pelos bordos
...
domingo, 6 de janeiro de 2008
Trajetórias Incertas (5)
Em febre
mordo as palavras
paciente
nego a essência
das sílabas ...
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Trajetórias Incertas (4)
O tempo esgota-se
traiçoeiro
Intolerante (mente)
desfaz
o que
é novo
Fugaz ...
Trajetórias Incertas (3)
Quase dia
quase esquina
quase silêncio
Sono (lento)
Quase encontro:
apenas vestígios
e sobras-de-ontem
- cama desfeita
- garrafas vazias
Quase humano
quase tudo
e um vazio imenso...
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Trajetórias Incertas (2)
Passo
pelos espaços
toscos
Retorço
todos os laços
E abro os braços
Abraços
que sonho
e lenços
de adeus ...
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Trajetórias Incertas (1)
Percorrer a extensão
incerta
da trilha
sem movimento
Permancer
aderente
ao chão
- a pedra imitar
sentinela
Agarrar a paisagem
sem apegar-se
a nada
e só
sobrar de mim
o que ainda
restar humano...
Celebrações - A Mão (2)
A mão se oferece
ao milagre
mas não
multiplica
Se é parceira
experimenta
as dores
As sensações
humanas
do frio
Qualquer que seja
bendiz a sorte
(pesca e búzios)...
Celebrações - O Fruto (2)
O que é bendito
vem do ventre
que é mãe
e mar
Tecido
em cardume
espalha-se
nas mesas
- pratos rasos
e guarnições...
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Celebrações - A Mão (1)
Molda-se ao tempo
incógnita
(aguarda
quando
inválida)
e desce âncora
e estanca a força
contrária...
Traz à tona
os tons
agudos
dos frutos...
Celebrações - O Fruto (1)
Não é um ente
qualquer
ou desenho
sólido
Não é um ruído
elástico
debatendo-se
no fundo
Uma incerteza
prolongada
deixando rastros...
Celebrações - A Água (2)
Deixa-se povoar
de homens
e naves
E doa
seus frutos
numa delicada
ausência
ou batalha
de morte
ora agoniza
ora é fúria...
Celebrações - A Água (1)
O mar
resolve-se inteiro
em ondas
Nunca aos extremos
nunca parcial
O mar
diz ser
sinônimo
de desejo
Um pouco intenso
Um pouco insatisfeito...
Celebrações - A Terra (3)
Não fosse
a geografia
das coisas
terrenas
seria mais...
Talvez o medo
Talvez o nada
solida-
mente
estancados...
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