pelúcia
a música que insistentemente nos persegue
quanto mais tentamos esquecê-la
a lembrança indesejada
do meu reflexo no espelho do seu banheiro
no gosto ruim do primeiro gole de suco
após escovar os dentes
este olhar fixo no nada
no instante indeciso entre o é ou não é
de mais um déjà vu embaralhando as coisas
na paisagem da mente
como o olhar da criança
que enforcou todos os seus brinquedos
sem saber por quê
2.9.13
3.6.13
14.5.13
não o solo
do trompete
mas a delicadeza do pianista
recolhendo suas notas
e abrindo silêncios
não as conversas
vozes, risadas
mas os olhos
quando falar
já é desnecessário
não a última cerveja
o último cigarro
a última partida
de bilhar
mas o caminho
sozinho até o metrô
a cabeça
repassando tudo
confusa
antes que o que resta
da noite evapore
com o álcool
do trompete
mas a delicadeza do pianista
recolhendo suas notas
e abrindo silêncios
não as conversas
vozes, risadas
mas os olhos
quando falar
já é desnecessário
não a última cerveja
o último cigarro
a última partida
de bilhar
mas o caminho
sozinho até o metrô
a cabeça
repassando tudo
confusa
antes que o que resta
da noite evapore
com o álcool
27.4.13
Chorei com essa música ontem. Com esse maluco cantando fudidamente, com o arranjo perfeito, com meu amigo de tantos anos com uma guitarra na mão se divertindo ali em cima do palco. Desses momentos que fecham uma porrada de pontas soltas das coisas que você resolveu fazer da vida e te botam ainda mais perto dos que permaneceram à sua volta em todo esse tempo. Caralho, Daniel Johnston!
15.3.13
SOB A FOTOGRAFIA DE RODRIGO SOMMER
a aveludada capa
do outono
mais uma vez
lavará como a sombra
de uma nave
mãe o mais belo monumento
ao estoicismo
a minha cidade
perdidos ao vento lixa
outros forasteiros
a mesma velha ranzinza
com seu guarda
chuva de escudo
na garoa horizontal
que vá pra Bahia o sol
o Rio que fique com janeiro
fevereiro
aquele abraço
paulistano que se apressa
se cumprimenta no ombro
e se confessa na padaria
quando à vista mais triste
da felicidade
é aberta a temporada
de se dizer não
São Paulo é trepada
sem beijo na boca
(poema do amigo Sergio Mello)
a aveludada capa
do outono
mais uma vez
lavará como a sombra
de uma nave
mãe o mais belo monumento
ao estoicismo
a minha cidade
perdidos ao vento lixa
outros forasteiros
a mesma velha ranzinza
com seu guarda
chuva de escudo
na garoa horizontal
que vá pra Bahia o sol
o Rio que fique com janeiro
fevereiro
aquele abraço
paulistano que se apressa
se cumprimenta no ombro
e se confessa na padaria
quando à vista mais triste
da felicidade
é aberta a temporada
de se dizer não
São Paulo é trepada
sem beijo na boca
(poema do amigo Sergio Mello)
16.2.13
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