Imaginei-me em cima do teu alado dorso Cavalgando para lá do infinito... Ao largo do buraco negro do tempo Onde as estrelas seriam Os archotes que nos iluminariam Esse desconhecido caminho…
Ouve... São os acordes do meu sentir Que palpitam no teu coração...
Ser diferente
É ousar!
É vestir cor – de - rosa
Nos dias em que se o usa o cinzento...
Repouso o meu olhar
Sobre tão belo quadro
Feito de água
Feito de sonho...
Escuto o seu sussurro
Que me delicia os ouvidos
Enquanto espero
Por novas de além - mar...
Mesmo sendo de papel
Giram em torno do sol...
Gosto de coisas que me sorriam
Que me alegrem os dias...
Suicidou-se no mesmo dia
Em que descobriu
A insustentável leveza
Do seu ser...
Existe um arco íris no meu céu azul...
Pincelado de pétalas amarelas
Em cada manhã de Inverno
Que resolve vestir-se de Primavera...
No mar dos teus olhos Quase que consigo ver os peixes Que nadam nas águas salgadas E sufocam de tristeza...
Sei que me procuras Por entre os véus Que esvoaçam na penumbra... Não me escondo Nem me vou embora Apenas me confundo Com as sombras que vagueiam Neste vale de silêncios…
Ainda permanecem no meu corpo As marcas deixadas pelas palavras Que nele escreveste um dia...
E sabes porquê? Usaste aquela tinta permanente ... que dura uma vida!
Se o amor tivesse cor
Metade seria negro
Metade seria branco...
Ora dominante Ora submisso…
Num contraste perfeito!
Ousei gritar Mas o som não saiu...
Ficou preso na garganta A cúmplice do silêncio...
Não me queixo Nem esmoreço
Amanhã Ou depois...
Quem sabe... Tentarei de novo!
Desafio o equilíbrio Num desequilíbrio constante…
Passo a passo Lá vou passando Por entre as farpas...
Encurtando o caminho…
Se é fogo que em ti arde...
Poderoso será o desafio
... atreve-te!
Porque um olhar...
... também se pode vestir de azul!
A magia está no toque... No belo...
Toca-me ao de leve Faz-me vibrar em cada nota...
"... como uma bola colorida, nas mãos de uma criança..."
É assim o meu mundo... Tão belo... Tão frágil... ... na palma das minhas mãos!
Conformada, olho as minhas mãos enrugadas e apercebo-me então, do quanto o tempo as desgastou...