quarta-feira, 22 de julho de 2015

o homem que agora tinha 27

o homem que agora tinha 27
acordou e agradeceu mais uma primavera
lembrando que vida não é fácil, fez seu café
entendeu que fazia parte de uma nova era
e foi buscar mais fé

o homem que agora tinha 27
sozinho, observou o raio do sol
enquanto todos estavam na cama
desceu a escada caracol
e se lembrou de quem ama 
o homem que agora tinha 27
viu a felicidade por Skype
entendeu que não podia estar junto
aprendeu a entender o naipe
de quem anda sozinho no mundo

o homem que agora tinha 27
tinha também um emprego
e tinha contas, e muita coisa além
mas entendeu que dinheiro é ego
e a sorte que muitos não tem

o homem que agora tinha 27
fez questão de ouvir um outro som
porque se lembrou de um tempo bom
que a responsa era pouca
e sua voz, menos rouca

o homem que agora tinha 27
se emocionou ao pegar no caderno
foi no suor, só ele sabe
que o aprendizado é eterno
e que vontade não falte

o homem que agora tinha 27
sorriu sozinho com o cabelo branco
esqueceu-se do saldo no banco
aprendeu a ser menos afoito
e agora esperar os 28

ps: livremente inspirado em "O Homem que não tinha nada".

Guilherme Vilaggio Del Russo

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

a montanha de neve branca

cá estamos de novo. um mesmo sentimento com outra forma. Branca, simples, fácil de se encaixar neste hoje. um brinde de sol e um sorriso bonito, é exatamente isso que você significa pra mim. Sei que andas tentando me fazer não te esquecer e esse texto é a mostra pura de que você está indo muito bem.

você fala e eu confirmo, você dorme eu olho, você se exibe eu acato, você me acorda eu enrolo e isso tem virado uma bola de neve bem divertida, rolando montanha abaixo naturalmente, com ajuda da força da gravidade e uma boa dose de vodka, como a vida pede, você sabe.

eu já estive aqui, meu bem. Agora, olhando aqui de cima, vi que na maioria das vezes, foi sem querer. O ar fica rarefeito nessas horas e tenho usado isso como desculpa pra pensar sem a clareza necessária. A sensação que tenho agora não é de vitória pela chegada, mas curiosidade por aquilo que ainda há de vir. É claro que a gente se machuca e promete nunca mais voltar a trilhar sem antes ter pensado no preparo necessário. Mas ao longo do tempo, aprendi que o legal não é chegar logo, nem estar pronto, mas é curtir o caminho com calma. Que tempo é oxigênio para continuar e continuar e continuar.

vou te deixar ali, no canto direito, pra ver se isso me traz o equilíbrio que se pede em uma caminhada. Afinal, e se isso fosse feito a dois?

Guilherme Vilaggio Del Russo

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

o lápis da vida

faz algum tempo que tenho andado por aqui. Sem desejar muito. Sem esperar tanto. Muitos círculos, pouca velocidade. Apareço em poucas histórias e pouco tenho feito para construir as minhas. Parado no meu trânsito imaginário. Me esforço em comprar livros que não leio. E me esforço ainda mais para buscar razões para isso. Não tem sido fácil. Acho que faz parte da natureza humana o boicote a si mesmo. Até porque, o que pode ser pior que o sentimento de fracasso ao final? Talvez a incerteza do começo, vai saber. E assim, meio que na banguela, eu opto pela auto piedade. E pela rotina.

o dia em que as coisas vão pelos ares está ali, me esperando. A coincidência fica pelo fato de eu também estar esperando por ele. Inimaginável não pensar nesse encontro. Tenho tantas ideias, tantas vontades. E também preguiça. Não são poucas as vezes que vejo um apontador em cima da minha mesa. Só me falta a coragem para recomeçar a escrever.

Guilherme Vilaggio Del Russo

quinta-feira, 13 de junho de 2013

verdade

Ser docente e ser decente
Quando se está só
É nao cuspir na vida
Mas te cobrar sem dó
Inamorável, seja talvez
Olhando da pedra mais alta
Aquilo que se pensa ser
Quando te escondes pra ver
O que te faz falta

Guilherme Vilaggio Del Russo