Farruncas no Asfalto Santiago

Farruncas no Asfalto Santiago

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Farruncas no Asfalto 7 - Lisboa Marrocos Lisboa - Etapa 3

A primeira noite de campismo selvagem, em território espanhol, decorreu sem incidentes ou visitas inesperadas, talvez até, melhor que a noite anterior em território português. Tirando os sapos e rãs, que não se calaram durante toda a noite, não se deu por qualquer outro viv'alma!

O acampamento ao lado do rio Guadimar



Assim pela manhã, depois do pequeno-almoço, era altura de uma breve revisão às máquinas para depois nos fazermos à estrada, neste dia com destino a TARIFA!

A limpar o carvão da vela da XF heheh

A acrescentar um pouco de oleo à caixa de velocidades da Macal

A poupança de quilómetros, que fizemos no dia anterior, veio a ser muito útil na etapa deste dia que iria ser uma das mais longas e complicadas.

A chegada a Sevilha estava próxima, e sem gps e com um mapa pouco esclarecedor, estávamos cientes que ia ser uma tarefa complicada.
À entrada da cidade decidimos parar para dar uma olhadela ao mapa e aproveitar para nos "aliviarmos". Mas eis que do nada aparece uma carrinha da POLICÍA e para no mesmo sítio que nós, pensei: "Vamos já ser multados por atentado ao pudor e por poluir a natureza!"

Mas não, pararam só para uma breve conversa com o segurança da fábrica que ali se situava. Não nos podemos queixar da POLICÍA espanhola, depois de uma agradável conversa ofereceram-se para nos "escoltar" pelas ruas de Sevilha pondo-nos no rumo certo em direção a Algeciras. Uma ajuda preciosa pois esta etapa ia-se revelar uma das mais difíceis que já fizemos até hoje.

À saída de Sevilha..


Mais à frente quando circulávamos na autovia as máquinas começaram a pedir alimento. Mas em Espanha as bombas de gasolina só existem num dos lados da estrada (pelo menos naquela estrada) o que nos obrigava a sair da rota e voltar para trás mais algumas centenas de metros.
Depois de abastecidas as máquinas o problema era continuar a andar para trás até encontrarmos uma saída que nos permitisse dar a volta para tornarmos a ir na direção certa. Mais uma vez dois policías espanhóis, desta vez de mota, orientaram e acompanharam-nos em direção ao nosso destino.

Bem acompanhados...

A etapa tornava-se cada vez mais difícil à medida que íamos avançando.

Mas o pior ainda estava para vir, depois de passarmos uma zona urbana, quando começámos a descer em direção ao meio de um vale com vários quilómetros, estranhámos a presença de muitas ventoinhas num sítio de tão pouca altitude.
Depressa descobrimos o porquê das ventoinhas em tal sítio: entre as serras, no vale, havia uma corrente de ar muito forte que era aproveitada pelos espanhóis para gerar energia.
Foram alguns quilómetros contra aquela forte corrente de ar, talvez os mais desagradáveis que fiz até hoje, nem os dias completos que fizemos debaixo de chuva em outras aventuras tinham sido tão difíceis e complicados como esta parte da etapa.



Assim que passámos o vale foi um alívio, as subidas das montanhas nunca souberam tão bem, mas passando aquela montanha o pesadelo ia voltar: mais um vale com as malditas ventoinhas que tínhamos pela frente!
Depois de passada a fase mais difícil da etapa veio uma parte de estrada mais calma e fácil de se fazer: ligeiras subidas e boas curvas!

Aí vem o Sérgio a assapar com a sua vespa..

Na última paragem, que tínhamos efetuado para abastecer as máquinas, o Nelson não quis dar de beber à burra e ao fim de alguns quilómetros começou a arrepender-se, porque depois de ter acionado a reserva de combustível da motorizada, só se via estrada, serras e nem sinal de postos de gasolina ou uma terra qualquer. As descidas eram aproveitadas ao máximo com a máquina desligada para fazer render o combustível que ainda havia no depósito.

Ao fim de alguns quilómetros o tão desejado posto de gasolina lá apareceu.
As estradas "solitárias" continuavam e a ausência de placas a indicarem "ALGECIRAS" ou "TARIFA" faziam-nos duvidar se estaríamos no caminho certo. Depois de alguns quilómetros junto lado a lado com o rio??? que nos proporcionava uma bela vista e agradável viagem finalmente uma placa a indicar a direção para ALGECIRAS, mas o caminho indicado mais parecia uma auto-estrada, sem medo e já de ânimo mais levantado lá entrámos na estrada em direção ao nosso destino.
Aquela placa foi como uma luz que nos iluminou o caminho, o fim da terceira etapa estava cada vez mais perto.
Assim que entrámos em ALGECIRAS a explosão de alegria foi enorme e isso era visível nas nos expressões faciais. Passar esta cidade foi fácil, uma espécie de variante atravessava-a de um lado ao outro e levava-nos diretamente a TARIFA.
A emoção era cada vez maior, até porque eram cada vez mais as placas a indicar a direção para TARIFA.
Uma última subida, onde do lado esquerdo já víamos o mar, fez as ZUNDAPP's deitarem muito fumo e também deixar a VESPA para trás, mas no cimo voltámos novamente a juntar-nos e aí pudemos apreciar uma paisagem magnífica há muito tempo por nós desejada: o fim do continente europeu, o mar e ao longe MARROCOS!

Ao fundo - MARROCOS!

Em baixo, junto à costa marítima, via-se uma enorme urbanização que só podia ser TARIFA. Descemos e fomos até lá, à procura de um supermercado, para comprarmos o que faltava para o jantar.
Logo a entrada um enorme hipermercado "DIA" dava-nos as boas vindas e não procurámos mais, entrámos e dispusemos do serviço. Do lado de fora, no parque de estacionamento, um "carocho" oferecia-se para colocar os carrinhos das compras no devido lugar depois dos clientes se servirem deles e em troca ficava com a moeda que era necessária para usá-los.

Mais uns quilos para cima da MACAL

A missão seguinte era encontrar o Parque de Campismo, o que não foi difícil, para montarmos as tendas tomar um banho e jantar.

Quando demos com o sítio ficámos muito satisfeitos, pois o atendimento era excelente e as condições eram ótimas, mesmo o que estávamos a precisar depois de uma etapa tão difícil que tinha sido a deste dia!
Enquanto dois tratavam das tendas e do jantar o outro foi fazer o reconhecimento da cidade e tentar descobrir o sítio certo onde no dia seguinte tínhamos de ir levantar os bilhetes e apanhar o ferry.
 Feito o reconhecimento, foi voltar ao acampamento desfrutar de um banho quente e de mais um jantar feito no nosso fiel petromax e comido na engenhosa mesa.


Motagem do acamapamento

A preparar a buxa..


O David depois do seu banho quente!


Mais uma etapa concluída com sucesso, mas muito cansativa, era hora de descansar para o dia seguinte, com Marrocos cada vez mais perto a ansiedade aumentava também.

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