Embalava as pernas. Desde criança embalava as pernas quando pensava. Gostava de sentir o vento morno enquanto observava a chaminé da Usina perfurando o céu. Do último andar era possível ver o sol ser engolido pelas águas escuras do Guaíba. E ele gostava de sentar-se ali, no terraço do edifício, os olhos ainda tontos de tanto ver. Depois disso, as idéias sempre chegavam.
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Seu corpo cortou o espaço e invadiu a calçada da Rua da Praia.
Era domingo e ele precisava da notícia.
domingo, junho 29, 2008
quinta-feira, junho 12, 2008
Amor, sobrenome Passagem
Quando o Amor chegar, estarei inteira. Para poder ser sua, inteira. Porque Ele não aceitaria menos. Não aceitaria metade de mim (mesmo eu sendo metade sua, serei uma metade inteira).
Vai me ligar para saber o que levar para o jantar e eu vou pedir um corte de carne, pensando que deveria ter respondido Amor. Não haverá mais fome em mim quando Ele chegar. Com flores e suspiros.
O seu sorriso será tão encantador quanto os seus olhos quando me seduzirem, cúmplices. Ele saberá dizer o que precisa ser dito e, surpreendentemente, vou calar quando Ele chegar.
Vai arrancar-me a preguiça e eu vou roubar seus silêncios. Respeitaremos as pausas e os sinais fechados. Vamos beijar com o corpo, vamos ler juntos e em voz alta e seremos muito ridículos e banais: cinema, café, boteco, mercado. Par. Casalsinho. Pombos. Apaixonados. Mão dupla. Clichês.
Vamos dançar juntos - pela noite e pela vida. Gostaremos de chuva, de estradas, de estrelas, de lua cheia, de rios caudalosos, de sonhos vadios, de palavras, de abismos, de riscos e papéis.
Quando Ele esquecerá os tempos, os verbos e os nomes ao cruzar a porta e se reconhecer no espelho.
Vai me ligar para saber o que levar para o jantar e eu vou pedir um corte de carne, pensando que deveria ter respondido Amor. Não haverá mais fome em mim quando Ele chegar. Com flores e suspiros.
O seu sorriso será tão encantador quanto os seus olhos quando me seduzirem, cúmplices. Ele saberá dizer o que precisa ser dito e, surpreendentemente, vou calar quando Ele chegar.
Vai arrancar-me a preguiça e eu vou roubar seus silêncios. Respeitaremos as pausas e os sinais fechados. Vamos beijar com o corpo, vamos ler juntos e em voz alta e seremos muito ridículos e banais: cinema, café, boteco, mercado. Par. Casalsinho. Pombos. Apaixonados. Mão dupla. Clichês.
Vamos dançar juntos - pela noite e pela vida. Gostaremos de chuva, de estradas, de estrelas, de lua cheia, de rios caudalosos, de sonhos vadios, de palavras, de abismos, de riscos e papéis.
Quando Ele esquecerá os tempos, os verbos e os nomes ao cruzar a porta e se reconhecer no espelho.
quarta-feira, junho 04, 2008
Vontade de te ver sorrir mundo. Vontade de rir do teu riso frouxo de menino-homem. Dos teus olhos estrelando, explodindo diante das minhas bobices de mulher-menina. Do meu choro de felicidade compartilhada e incontida. Porque não precisa mais ser secreta.
Um livro de bolso: citações de todos os nossos autores escritas com letra de professora em papel colorido. As músicas selecionadas pra ouvir dormindo, pra cantar sozinho, pra cantar comigo, pra sentir saudades, pra sentir. A camiseta com palavras de ordem. Uma caixinha com corações de origami: 365. Cartas. A frase de Frida Kahlo em moldura. (A vida passa sem que tu saibas disso.)
O presente é um armário repleto de sonhos guardados, esperando que o tempo mude pra poderem existir.
Um livro de bolso: citações de todos os nossos autores escritas com letra de professora em papel colorido. As músicas selecionadas pra ouvir dormindo, pra cantar sozinho, pra cantar comigo, pra sentir saudades, pra sentir. A camiseta com palavras de ordem. Uma caixinha com corações de origami: 365. Cartas. A frase de Frida Kahlo em moldura. (A vida passa sem que tu saibas disso.)
O presente é um armário repleto de sonhos guardados, esperando que o tempo mude pra poderem existir.
domingo, junho 01, 2008
Nasci enforcada no cordão umbilical.
Fui atropelada duas vezes: aos dois meses e dez anos depois
Usei botinhas ortopédicas.
Rolei três andares de escada aos quatro.
Sinto cólicas toda vez que menstruo.
Pari uma filha.
Já fui cinza.
Tenho palavras no corpo e nas mãos.
Tenho paixão pelo abismo
e um álbum de cicatrizes.
E me perguntas se tenho medo de sofrer...
Fui atropelada duas vezes: aos dois meses e dez anos depois
Usei botinhas ortopédicas.
Rolei três andares de escada aos quatro.
Sinto cólicas toda vez que menstruo.
Pari uma filha.
Já fui cinza.
Tenho palavras no corpo e nas mãos.
Tenho paixão pelo abismo
e um álbum de cicatrizes.
E me perguntas se tenho medo de sofrer...
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