Um poema de vez em quando (II)
Do ciclo das intempéries
7.
Magoa ver a magnólia cair. Acredita.
O relâmpago vem
Sobre ela. A tempestade.
As plantas são tão frágeis como as cabanas dos homens.
Somos muito frágeis os dois neste poema
Com o relâmpago, a cabana, com a magnólia aos ombros
Sem nenhum terreno pulmonar intacto
Para depois de nos olharmos um de nós dizer
Plantemo-la aqui – aqui
É o meu pulso, a minha boca
É a retina com que procuras, é a madeira da porta
Com que te fechas em casa. Prometo-te
Eu nunca vou fechar os olhos
As mãos.
Daniel Faria, in Dos Líquidos
4 Comentaram:
Tb não conhecia e é lindo este poema!
Fiz um interregno nas férias e aproveitei para postar nos meus blogues de estimação e aproveitei também para te vir desejar uma boa semana.
Beijokas
Gosto muito de Daniel Faria, que vou descobrindo mais e mais, pelas suas mãos.
beijo grande, amiga, daqui.
"Um poema de vez em quando"
Cette photo est vivante ,j'ai l'impression qu'elle est devant moi .
...bonito. Comovente.
Um beijo,
Fernando Contumélias
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