Aquilino nas Ruas de Lisboa - I
Em 1906, acabado de sair do Seminário de Beja, de forma conturbada, Aquilo decide tentar a sorte em Lisboa. Com pouco dinheiro, instala-se numa “casa de hóspedes de terceiro andar” na rua do Crucifixo, bem junto do elevador de Santa Justa:
“Que ruído é este? – perguntei
- É o “inlevador”. Por dez réis, está-se no Chiado.
Era um petardear constante, como uma máquina de percussão a furar uma placa de aço. Nada mais infernal e macaco para o ouvido duma pessoa que acaba de deixar uma casa onde o silêncio era de lei.
- Aqui tem a importância da quinzena – emiti eu.
- Pode trazer a “bagage” quando quiser. Os almoços começam às 10.
Instalei-me naquela casa, a primeira que me caiu a talho dos olhos, lendo o jornal. De princípio, com o taquetaque contínuo, seco, metralhante, não pude dormir muitos dias a fio. Depois acabei por eliminá-lo, habituando-me, e deixei de ouvir o trabuquete frenético que chateava a rua inteira. A minha pulsação tinha-se somado com a sua e feito osmose. Era como se estivesse calado, e agora debruçava-me à janela a ver caminhar para ele quem tinha que fazer no Bairro Alto, às vezes cachos de gente pressurosa, variegada, que desaparecia no portal do ascensor como formigas no formigueiro. Dali, gozei a meu cómodo o espectáculo da rua, com os alfacinhas espairecendo em seus adornos e meneios, sem darem conta que eram observados."
Fifth International Convention of Asian Studies
Rita d'Ávila Cachado, investigadora do projecto da A Cidade e a Rua, apresentou um paper na Fifth International Convention of Asian Studies,que decorreu em Kuala Lumpur, Malásia, entre 1 e 5 de Agosto de 2007, intitulado “Hindu women and housing problems: a case at Lisbon’s outskirts”. Aqui fica o abstract.
Abstract:Since mid-1960’s, the outskirts of Lisbon has been transformed with thriving neighbourhoods, made primarily out of wood. In the late 1970’s, with the former African colonies’ independences, 250 thousand people moved into these neighbourhoods, bringing bricks and buying the wooden houses – similar to those of their original locations. Hindu communities lived primarily in two of these neighbourhoods, such as Quinta da Vitoria – where the first Hindu temple in Portugal was built – which is the neighbourhood where I have been conducting my field research since 2000. Thirteen years ago, the Portuguese government introduced a special social housing program for those living in so-called shanty towns, which is not yet finished. Tired of waiting for a proper house, some people began to develop strategies, trying to hurry their housing process.Throughout the years, the group that gained more social mobility in that process were Hindu women. For the reason that they are ought to be in the house all day, they would have more time to go to welfare state institutions to require documents. Consequently, they had to improve Portuguese language, which most Hindu women normally did not need do learn and they had to try to understand the bureaucratic system. In this paper I will focus on an unexpected social mobility of women, since it comes from an exclusion site. Additionally, the institutional encounter between welfare institutions and immigrated populations living in these neighbourhoods need to be revised through a critical lens, since this institutional encounter has some reflexes with former colonial encounter.
Seminário de Antropologia Urbana
THALE, Christopher, The Informal World of Police Patrol: New York City in the Early Twentieth Century, in Journal of Urban History, 33-2, Jan 2007
Nos últimos anos os historiadores têm vindo a descobrir a patrulha policial como objecto de estudo. Três perspectivas têm sobressaído. Uma, mais ligada à história política, analisa a patrulha como momento de aferição prática das regulamentações legais, avaliando a capacidade real do Estado em intervir na sociedade. Outra perspectiva, no âmbito da história do trabalho, tenta compreender as estratégias da patrulha policial, especialmente a incorporação de procedimentos burocráticos e dispositivos tecnológicos como factores uniformizadores desta prática. Finalmente, influenciada pelo olhar sociológico e antropológico, a terceira perspectiva analisa a patrulha através da inserção do polícia no contexto social patrulhado. É nesta última que este artigo se insere.
A primeira qualidade deste artigo está nas fontes utilizadas. O uso sistemático de registos disciplinares é uma originalidade nesta área de estudos. A descrição das situações em que os polícias eram castigados, as alegações dos polícias, e a classificação das penas aplicadas possibilitou um retrato rico do patrulheiro nas primeiras décadas do século XX em Nova Iorque.
O autor sustenta que as especificidades do trabalho policial conduziram a uma inserção do polícia nas redes sociais dos bairros, elemento central na definição do mandato policial. Estas relações, baseadas em trocas de recursos e interesses comuns, são neste artigo analisadas como a essência do policiamento. Ao longo do artigo são analisados diferentes tipos de relacionamento, por exemplo com o rapazio que andava pelas ruas ou com os habitantes das esquinas, sempre tentando compreender a dualidade (punição / colaboração) inerente a estas relações. No entanto, o autor dá especial relevância aos encontros e relações entre polícias, donos de lojas e porteiros. Nestes casos, mais que nos anteriores, existia uma reciprocidade de recursos e interesses. Ao polícia interessava ter uma casa de banho onde fazer as necessidades, um canto onde pudesse dormir um pouco, uma sopa quente ou simplesmente um tecto para abrigar-se da chuva. Aos porteiros, mas especialmente aos donos das lojas, interessava ter um ambiente ordeiro, sem rufias ou mendigos a provocar desordens, sem roubos, sem vidros partidos, e sobretudo ter um polícia que não fosse muito rigoroso no cumprimento de certas leis. Como o autor conclui, os polícias eram nestas situações vistos como aliados. O que o artigo explora pouco é a dimensão conflitual que existia mesmo nestes dois casos, mormente a aplicação das posturas municipais (city ordinances) que obrigavam, por exemplo, os lojistas a desobstruir os passeios.No geral, os polícias eram pessoas faladoras, sempre prontas para uma boa conversa sobre desporto ou política, com quem a maioria dos habitantes da cidade tinha pouco ou nenhum contacto. No entanto, através do conhecimento mais ou menos profundo da rua, um saber categorizado e muitas vezes estereotipado, o polícia ia solucionando circunstancialmente os problemas quotidianos da cidade, mas também os seus próprios problemas.
Por Gonçalo Rocha Gonçalves
Xavier Huetz de Lemps, "Nommer la ville: les usages et les enjeux du toponyme "Manila" au XIXe siècle", Genèses, 1998, nº33, 28-48.
Trata-se de um texto original que se debruça sobre os usos da toponímia urbana. Através de um estudo de caso específico e da análise pormenorizada de evoluções complexas, surge aqui um objecto de história urbana particularmente aliciante que, longe de se limitar a algumas considerações anedóticas ou curiosidades, permite ilustrar os conflitos e as negociações entre diferentes modos de apreensão e de leitura do espaço urbano. As evoluções nos usos da toponímia urbana dependem de uma grande diversidade de factores: jogos de poder, relações socio-étnicas, representações e práticas da centralidade urbana… etc. Não existe correlação simples entre evolução territorial e o uso da toponímia. Este texto seduz também pela invenção na utilização de fontes originais: moradas de estabelecimentos comerciais; lugares de edição de livros, etc.
Por Frédéric Vidal.
Manning, P. K. & J. Van Maanen (eds.), 1978, Policing. A view from the streets, New York: Random House.
Esta obra reúne alguns dos principais nomes de investigadores que estudaram o policiamento, em particular a patrulha, em contextos urbanos norte americanos, enfatizando o carácter activo e sociologicamente apreendido do trabalho de polícia. São colocadas duas questões de partida: Porque é que os polícias vêem o mundo da forma como o vêem? Que consequências derivam dessa mundivisão? É claramente privilegiada a diligência etnográfica com análise de fontes e observação participante. A obra divide-se em cinco partes: analisa o processo histórico de emergência da polícia norte americana, os contextos, estratégias e práticas do policiamento e a socialização dos polícias. Conclui-se que apesar do movimento de mudança das polícias entre finais de 1960 e a década de 1980, existe uma resistência massiva à mudança organizacional e um tradicional conservadorismo que pesa na instituição policial. As questões levantadas neste livro já há umas décadas mantêm-se hoje centrais para quem deseje perceber melhor o trabalho dos polícias nas cidades.
Por Susana Durão.
LAGUERRE, Michel S., 1994, The Informal City, Houdmills, Basinstoke, Hampshire and London: MacMillan Press Ltd.
Muitas vezes ignorado entre as prateleiras das bibliotecas, The Informal City procura conceptualizar as práticas informais, mais do que dar conta delas, uma vez que essa tarefa já estaria, segundo o autor, bastante desenvolvida (1994:xi). Laguerre sustenta que o próprio sistema formal será melhor entendido se percebermos o funcionamento das regras das práticas informais. O autor vê estas práticas como todo um sistema de acção, desenvolvido para atingir objectivos específicos. Laguerre sublinha que as normas do sistema formal nem sempre coincidem com as normas sociais e essa não coincidência, bem como a rigidez dos processos burocráticos, favorecem as práticas informais. Estas práticas adaptam-se ou resistem ao sistema formal, dependendo da situação. Por vezes, a formalização parcial da estrutura informal acontece para que esta seja mais eficaz ou para ser levada mais a sério (1994:86). Esta forma de análise surge como um importante contributo de desconstrução das práticas culturais, alternativo ou complementar à análise dos modos de vida.
Por Rita Cachado.
GULICK, John, 1989, The Humanity of Cities. An introduction to urban societies, Massachussets, Bergin & Garvey Publishers, Inc.
Neste livro, Gulick escreve a favor da ideia de uma cidade humanizada, de forma construtiva, e procurando afastar-se do, como lhe chama, preconceito anti-urbano (1989:5). O autor sublinha que mesmo as análises que privilegiam uma ideia de cidade heterogénea não nos ajudam muito a compreender determinados fenómenos urbanos. Não deixando de contextualizar os autores na sua época, em The Humanity of Cities Gulick começa por fazer uma breve antologia dos autores e obras que analisaram as cidades de vários pontos de vista. Segundo o autor, muitas das análises acabam por sublinhar os problemas das cidades, em vez de dar relevo aos aspectos mais positivos da vida nas cidades. Não basta dar conta das dinâmicas urbanas que sobressaem dos contextos sociais, políticos, económicos e culturais. Gulick refere a importância das pequenas escalas e das redes de relações pessoais para melhor estudar as diversas temáticas urbanas. Nessa acepção, as estratégias de apoio e de sobrevivência têm um papel central na análise de Gulick, uma vez que, ao prestar atenção a estes fenómenos estaremos mais próximos daquilo que chama a cidade humanizada.
Por Rita Cachado.
CABANEL, Patrick, 2005, "Os católicos na rua: a igreja e o controlo da via pública em França (séc XIX-XX)”, in BRODY, Jeanne (org), La Rue, Toulouse.
Incluído numa obra recente completamente dedicada à rua como unidade de análise, neste artigo, o autor dedica-se a analisar as manifestações de rua da Igreja Católica em Paris, numa época em que esta instituição procurava repescar as almas perdidas para o recente estado republicano e laico. Desde a arquitectura monumental, passando pelos cruzeiros, utilização dos sinos, até às procissões, o autor analisa estas formas de apropriação do espaço público pela igreja. Por oposição, o estado republicano responde com a laicização das ruas. A análise das formas actuais de apropriação das ruas (Cabanel escolhe o paralelismo com o Islão) por parte de instituições religiosas têm, neste artigo, um fundamento que não deve ser negligenciado.
Por Rita Cachado
BONETTI, Michel, 1994, “Revalorisation des Quartiers en Crise: de la Réhabilitation à la Gestion Urbaine Intégrée”, Sociedade e Território 20
Este é um texto editado no conhecido número 20 da Revista Sociedade e Território, inteiramente dedicado às questões da habitação (sobretudo habitação social) e intitulado “As pessoas não são coisas que se ponham em gavetas”. É uma edição que surge pouco depois da legislação do Programa Especial de Realojamento (de 1993) e que merece atenção especial por todos quantos desenvolvam as suas investigações nas temáticas relacionadas com a habitação. Neste artigo, Bonetti faz uma análise crítica das políticas de revalorização dos bairros de habitação social, que tiveram uma enorme importância na França dos anos 80. Apesar do distanciamento da realidade portuguesa, este artigo fornece, contudo, uma visão experimentada sobre o trabalho dos assistentes sociais e outros trabalhadores sociais, em tudo útil. O autor refere que há técnicos que, não conseguindo dar as respostas adequadas aos moradores dos bairros, se refugiam nas regras administrativas e evitam entrar em contacto directo com a população para se protegerem (1994:21). Bonetti justifica esta questão pela falta de formação dos técnicos e porque estes têm, antes de mais, de responder aos seus superiores, deixando os moradores do bairro, afinal, para segundo plano.
Por Rita Cachado.
JOYCE, Patrick, “The Republic of Streets: Knowing and Moving in the City”, in The Rule of Freedom: Liberalism and the Modern City, London: Verso, 2003
The republic of Streets é o principal capítulo de um dos últimos trabalhos do historiador inglês Patrick Joyce. The Rule of Freedom é um livro sobre o governo da cidade, em que se analisa as cidades inglesas, especialmente Manchester, desde o final do século XVIII, nunca deixando de generalizar ao introduzir exemplos europeus e americanos e até indianos. No primeiro capítulo o autor analisa uma série de dispositivos criados durante o século XIX destinados a ordenar e racionalizar o espaço urbano e os comportamentos de quem nele habita. Os vários processos utilizados para identificar os indivíduos (registos de nascimento, numeramento das casas, práticas de medicina social). A criação de mapas foi outra das inovações, deixou de ser um exclusivo dos militares para ser adoptado pela autoridade civil, que promoveu a racionalização através da procura de “verdade” na representação do espaço. Para governar racionalmente era necessário em primeiro lugar objectivar o que é governado, e estas práticas inserem-se nesse movimento. O segundo capítulo aborda o que o autor designa de naturalização do espaço urbano: a cidade como um corpo específico que necessitava de medidas específicas que melhorassem a vida de quem nela habitava. Analisando medidas de saúde sanitária, como o fim dos grandes mercados em espaço aberto (e a sua transferência para modernos mercados municipais) por exemplo, o autor sustenta que durante o século XIX uma série de politicas governativas transformaram o conceito de cidade. Mas nem só de políticas era feito o governo da cidade. Este era, naturalmente, feito por políticos. O terceiro capítulo analisa a transformação de uma ética governativa, a partir do século XIX regida pela abertura e publicidade dos actos de governo (ver por exemplo a produção de orçamentos). A nova cidade foi também uma cidade construída, o desenho da cidade obedeceu a parâmetros de objectividade e racionalização do espaço, uma cidade habitada por gente, em que o edificado tinha de ser útil e facilitador da vida dos habitantes.E é assim que chegamos à rua. Até aqui, como o próprio autor constata, os novos dispositivos de governo pareceram avançar livremente sobre a cidade. The Republic of Streets pelo contrário trata elementos essenciais para compreender o governo da cidade – a resistência e, consequentemente, a negociação. “Resistance is not the opposite of power but is corollary”, só existe resistência na medida em que existe um governo próximo. A rua é então entendida “as a place where the mutualities of power / resistance can be understood”, um palco privilegiado na negociação da ordem. Como espaço de liberdade as ruas deveriam ser vividas, experimentas e conhecidas. Neste contexto o autor examina a profusão de novos, mais complexos e completos guias da cidade, especialmente das ruas da cidade. Guias, roteiros, almanaques onde os discursos se conjugavam com a representação de mapas de uma cidade “aberta”. E o que havia para “ver” na cidade? Toda uma série de sociabilidades, das tabernas á música popular, passando pelo Carnaval e os espectáculos teatrais. Todos eles foram alvo da regulamentação do governo e em todos se assistiu a resistência e consequente negociação, resultando situações diversas.Liberdade na cidade significou, num aspecto fundamental, a melhoria na circulação. Diversificaram-se os meios, diminuíram as restrições. Mas nem todos foram beneficiados, assim de constata a progressiva marginalização dos pedestres. As dificuldades e limitações evidentes traduziram-se na procura de automatismos conciliadores entre quem andava e quem se fazia transportar em veículos. As faixas de rodagem, ou os semáforos por exemplo, agilizaram quem circulava em sentidos opostos, os passeios e as passadeiras permitiam uma melhor convivência entre veículos e pedestres. Como o autor assinala a rua ainda é um objecto de estudo desconhecido, e por isso temas apresentados como parte de um todo parecem ainda desconexos. Salienta no entanto que compreender a rua implica agilidade de análise que consiga aliar ângulos diversos sobrepondo e cruzando métodos e fontes. Mas, no essencial, conclui-se que a rua pode constituir-se como importante eixo de análise da vida urbana moderna.
Por Gonçalo Rocha Gonçalves.
Encontro Final do Projecto a Cidade e a Rua
Realizou-se no dia 4 de Dezembro de 2007, no ISCTE, o seminário final do projecto "A Cidade e a Rua: uma aproximação etnográfica à vida urbana". Participaram todos os investigadores do projecto, expondo os trabalhos que têm em curso, ficando os comentários a cargo dos consultores do projecto.
O dia de trabalho foi aberto pela investigadora responsável Graça Índias Cordeiro, que fez uma breve súmula dos trabalhos do projecto e um enquadramento do objecto de estudo. Logo depois seguiram-se as comunicações de João Pedro Silva Nunes, sobre o bairro J. Pimenta em Paço de Arcos, e de Rita d'Ávila Cachado sobre o Bairro da Vitória na Portela de Sacavém. Os comentários ficaram a cargo do Prof. António Firmino da Costa.
Depois de um breve intervalo, seguiram-se duas comunicações que reflectiram a vertente histórica do projecto. A primeiro por Frédéric Vidal, sobre os roteiros da cidade de Lisboa nos séculos XVIII e XIX e forma como estes classificavam o espaço urbano. Em seguida, Gonçalo Rocha Gonçalves apresentou o seu trabalho sobre a organização sócio-espacial da polícia em Lisboa. Os comentários a estas duas apresentações ficaram a cargo do Prof. Joaquim Pais de Brito.
O período da tarde começou a apresentação de resultados preliminares da investigação de pós doutoramento de Susana Durão no Rio de Janeiro, focando os programas de segurança que relacionam forças de segurança com as diversas comunidades. Logo em seguida foi a vez de Ligia Ferro apresentar a sua investigação sobre a prática do Parkour em Lisboa, na construção do corpo e na relação com o espaço físico da cidade. Finalmente, Marina Antunes apresentou a intervenção urbanística da Câmara Municipal da Amadora no centro da Brandoa, particularmente na criação de espaços públicos e cívicos. Os comentários a estes trabalhos ficaram a cargo do Prof. Luís Vicente Baptista.
A fechar o dia, o Prof. Gilberto Velho, do Museu Nacional - Rio de Janeiro, fez uma avaliação global dos trabalhos desenvolvidos. Seguiu-se a discussão entre todos os participantes.
Social Science History Association Conference - Chicago 2007
European Social Science Conference - Lisboa 2008
Realizou-se entre os dias 26 de Fevereiro e 1 de Março de 2008 a European Social Science History Conference. Já na sua sétima edição (a primeira aconteceu em 1996), esta conferência tem-se destacado como a mais importante no campo da história Social. A organização é do International Institute of Social Science, sediado em Amesterdão.
A conferência decorreu na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo nela participado mais de 1200 investigadores de diversas nacionalidades, distribuídos por mais de 300 painéis. A conferência está organizada em redes temáticas, o programa completo pode ser consultado aqui.
Dois investigadores do projecto apresentaram os seus trabalhos nesta conferência. Logo no dia 26, Frédéric Vidal apresentou um paper intitulado "Lisbon in city directory and city guide at 19th century", na sessão "Urban Description and Urban Form (Portugal, 1850-1900) composta por membros do CEHCP do ISCTE, Magda Pinheiro, Maria João Vaz, Nuno Pinheiro, Conceição Tiago e Paula Ferreira. Esta sessão estava incluída na rede de história urbana.
No dia 27, Gonçalo Rocha Gonçalves apresentou "Ordering the Streets: Police and Traffic in Lisbon (1890-1910)". Numa sessão integrada na rede de justiça criminal, foram também apresentados papers sobre a polícia de Paris (séculos XVIII-XIX) e de Londres (no período antes da criação da Metropolitan Police em 1829), e sobre a figura do detective londrino pela conceituada investigadora israelita Haia Shpayer-Makov. Na audiência estavam cerca de 40 investigadores, maioritariamente ingleses e franceses.
Artigo - Gonçalo Rocha Gonçalves, "Para que servem as ruas? A acção do Estado na transformação dos usos do espaço público urbano (séculos XIX-XX)"
Defesa de Tese - Gonçalo Rocha Gonçalves, "A Construção de Uma Polícia Urbana (Lisboa, 1890-1940)"
A Cidade e a Rua - Exposição Bibliográfica
Na primeira quinzena de Junho de 2007 esteve patente na biblioteca do ISCTE uma exposição bibliográfica intitulada a "A Cidade e a Rua" com organização da Prof. Drª Graça Índias Cordeiro, coordenadora do projecto, do bolseiro Gonçalo R. Gonçalves e dos serviços da biblioteca. Aqui fica o catálogo. (a foto em cima foi retirada do Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa)
Agenda - Colóquio Sobre o Regicídio
Nos dias 8 e 9 de Fevereiro decorrerá na Sala do Concelho da União de Associações do Comércio e Serviços (Rua Castilho 14) um colóquio sobre o Regicídio de 1908, organizado pelo Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. O programa pode ser consultado aqui. A entrada é livre.
Vinte Anos
No dia 25 de Agosto de 1988 a zona nobre da cidade ardeu. Uma efeméride que merece ser assinalada durante o ano de 2008.
Onde estava você no dia do Incêndio? Como é que o viveu? Envie-nos o seu relato, nós publicamo-lo aqui .
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