As festas.
Este ano está a acabar e não deixa saudades. O sete dos dois mil desiludiu-me. E logo o sete, até agora número da sorte, como se fosse um gato com mais de uma vida.
Venha o novo ano e que não me deixe a vida num oito. Sem celebrações que isto das passagens nunca é bom. A ser uma festa, que seja de pijama.
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Não é o ar que te mantém, é o céu.
Uma mãe perdeu um filho há alguns anos, o mais querido, e mata saudades da seguinte forma: fecha os olhos, sorri, depois abre o armário e mergulha a cara nos fatos e camisas, arrumadinhos como se ainda esperassem o uso de antigamente. O cheiro do filho nunca desapareceu. Conta às amigas que esta é a única forma de vida que lhe resta.
Eu quero falar-te com a mesma vontade que ela tem.
Uma mãe perdeu um filho há alguns anos, o mais querido, e mata saudades da seguinte forma: fecha os olhos, sorri, depois abre o armário e mergulha a cara nos fatos e camisas, arrumadinhos como se ainda esperassem o uso de antigamente. O cheiro do filho nunca desapareceu. Conta às amigas que esta é a única forma de vida que lhe resta.
Eu quero falar-te com a mesma vontade que ela tem.
sábado, dezembro 15, 2007
A versão curta:
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Um rapaz vai no metro e vê a rapariga dos seus sonhos. Deixa-a escapar numa estação qualquer e só depois percebe que não queria, (e sabe-se lá se poderia), viver sem ela.
Começou a fazer barulho e descobriu-a. Foram blogues, jornais, televisão, revistas até ela aparecer.
Hoje estão juntos.
Começou a fazer barulho e descobriu-a. Foram blogues, jornais, televisão, revistas até ela aparecer.
Hoje estão juntos.
sexta-feira, novembro 30, 2007
Esta música.
Love will tear us apart – Joy Division
É o antes e um depois, um Jesus Cristo na minha vida, a revolução total. É a expressão máxima do nada mais será como dantes, um acidente pai de cicatrizes indeléveis.
É mesmo a minha vida, sempre foi desde que me lembro, o seu começo e a sua continuação.
Love will tear us apart – Joy Division
É o antes e um depois, um Jesus Cristo na minha vida, a revolução total. É a expressão máxima do nada mais será como dantes, um acidente pai de cicatrizes indeléveis.
É mesmo a minha vida, sempre foi desde que me lembro, o seu começo e a sua continuação.
quarta-feira, novembro 28, 2007
terça-feira, novembro 06, 2007
Um poeta disse que os marinheiros costumavam ser paneleiros.
Não lhe perdoo porque um desses foi meu pai. Esse poeta incapaz deveria saber que nada se compara à sensação de parar um barco onde só se vê céu e mar, e mergulhar num abismo de saudades e insignificância aterradora.
Que deseje ardentemente estar cercado de água, homens, nuvens e um ruído compassado de gasóleo é uma coisa. Enfrentar a morte no vento do Canal da Mancha é outra, que nunca sentiu.
Não lhe perdoo porque um desses foi meu pai. Esse poeta incapaz deveria saber que nada se compara à sensação de parar um barco onde só se vê céu e mar, e mergulhar num abismo de saudades e insignificância aterradora.
Que deseje ardentemente estar cercado de água, homens, nuvens e um ruído compassado de gasóleo é uma coisa. Enfrentar a morte no vento do Canal da Mancha é outra, que nunca sentiu.
quinta-feira, outubro 18, 2007
Trabalhador e educado.
The Mountain - P.J. Harvey
Um homem de 82 anos quer casar a filha de 58 cujo primeiro homem se foi embora há anos. Ela tem um filho que já não atrapalha e que só de vez em quando aparece e pergunta se não é canja aquela panela. Ela está coxa e apesar de precisar de ajuda para ir à rua, é coisa que passa com o tempo.
Já falaram os dois sobre a roupa e a vaga. Não podem ser esquisitos.
A vizinhança já percebeu que raio ali vai. Elas fazem figas pela dor, eles pela perna.
Era soberba quando era nova e isso ainda conta muito para quem a conheceu e sonhou toda a vida com uma oportunidade parecida.
The Mountain - P.J. Harvey
Um homem de 82 anos quer casar a filha de 58 cujo primeiro homem se foi embora há anos. Ela tem um filho que já não atrapalha e que só de vez em quando aparece e pergunta se não é canja aquela panela. Ela está coxa e apesar de precisar de ajuda para ir à rua, é coisa que passa com o tempo.
Já falaram os dois sobre a roupa e a vaga. Não podem ser esquisitos.
A vizinhança já percebeu que raio ali vai. Elas fazem figas pela dor, eles pela perna.
Era soberba quando era nova e isso ainda conta muito para quem a conheceu e sonhou toda a vida com uma oportunidade parecida.
terça-feira, outubro 09, 2007
segunda-feira, setembro 24, 2007
Tenho o peito desafinado.
Viena sempre me fascinou. Esta música fala de uma valsa com o seu hálito tão próprio, a brandy e morte, que vai pousando a cauda no mar.
Esta música é estímulo cru que me rouba ou empanturra a alma. Ouço-a repetidamente até quase adormecer. É uma figura triste com um chinelo levezinho de carneira e uma bota cardada ao mesmo tempo.
Diz tanta coisa que eu nunca serei capaz de imitar. Sentir talvez, mas dizer, nem pensar.
Now in Vienna there's ten pretty women
There's a shoulder where Death comes to cry
There's a lobby with nine hundred windows
There's a tree where the doves go to die
There's a piece that was torn from the morning
And it hangs in the Gallery of Frost
Ay, Ay, Ay, Ay
Take this waltz, take this waltz
Take this waltz with the clamp on its jaws
Oh I want you, I want you, I want you
On a chair with a dead magazine
In the cave at the tip of the lily
In some hallways where love's never been
On a bed where the moon has been sweating
In a cry filled with footsteps and sand
Ay, Ay, Ay, Ay
Take this waltz, take this waltz
Take its broken waist in your hand
This waltz, this waltz, this waltz, this waltz
With its very own breath of brandy and Death
Dragging its tail in the sea
There's a concert hall in Vienna
Where your mouth had a thousand reviews
There's a bar where the boys have stopped talking
They've been sentenced to death by the blues
Ah, but who is it climbs to your picture
With a garland of freshly cut tears?
Ay, Ay, Ay, Ay
Take this waltz, take this waltz
Take this waltz it's been dying for years
There's an attic where children are playing
Where I've got to lie down with you soon
In a dream of Hungarian lanterns
In the mist of some sweet afternoon
And I'll see what you've chained to your sorrow
All your sheep and your lilies of snow
Ay, Ay, Ay, Ay
Take this waltz, take this waltz
With its "I'll never forget you, you know!"
This waltz, this waltz, this waltz, this waltz ...
And I'll dance with you in Vienna
I'll be wearing a river's disguise
The hyacinth wild on my shoulder,
My mouth on the dew of your thighs
And I'll bury my soul in a scrapbook,
With the photographs there, and the moss
And I'll yield to the flood of your beauty
My cheap violin and my cross
And you'll carry me down on your dancing
To the pools that you lift on your wrist
Oh my love, Oh my love
Take this waltz, take this waltz
It's yours now. It's all that there is
Take This Waltz - Leonard Cohen
Viena sempre me fascinou. Esta música fala de uma valsa com o seu hálito tão próprio, a brandy e morte, que vai pousando a cauda no mar.
Esta música é estímulo cru que me rouba ou empanturra a alma. Ouço-a repetidamente até quase adormecer. É uma figura triste com um chinelo levezinho de carneira e uma bota cardada ao mesmo tempo.
Diz tanta coisa que eu nunca serei capaz de imitar. Sentir talvez, mas dizer, nem pensar.
Now in Vienna there's ten pretty women
There's a shoulder where Death comes to cry
There's a lobby with nine hundred windows
There's a tree where the doves go to die
There's a piece that was torn from the morning
And it hangs in the Gallery of Frost
Ay, Ay, Ay, Ay
Take this waltz, take this waltz
Take this waltz with the clamp on its jaws
Oh I want you, I want you, I want you
On a chair with a dead magazine
In the cave at the tip of the lily
In some hallways where love's never been
On a bed where the moon has been sweating
In a cry filled with footsteps and sand
Ay, Ay, Ay, Ay
Take this waltz, take this waltz
Take its broken waist in your hand
This waltz, this waltz, this waltz, this waltz
With its very own breath of brandy and Death
Dragging its tail in the sea
There's a concert hall in Vienna
Where your mouth had a thousand reviews
There's a bar where the boys have stopped talking
They've been sentenced to death by the blues
Ah, but who is it climbs to your picture
With a garland of freshly cut tears?
Ay, Ay, Ay, Ay
Take this waltz, take this waltz
Take this waltz it's been dying for years
There's an attic where children are playing
Where I've got to lie down with you soon
In a dream of Hungarian lanterns
In the mist of some sweet afternoon
And I'll see what you've chained to your sorrow
All your sheep and your lilies of snow
Ay, Ay, Ay, Ay
Take this waltz, take this waltz
With its "I'll never forget you, you know!"
This waltz, this waltz, this waltz, this waltz ...
And I'll dance with you in Vienna
I'll be wearing a river's disguise
The hyacinth wild on my shoulder,
My mouth on the dew of your thighs
And I'll bury my soul in a scrapbook,
With the photographs there, and the moss
And I'll yield to the flood of your beauty
My cheap violin and my cross
And you'll carry me down on your dancing
To the pools that you lift on your wrist
Oh my love, Oh my love
Take this waltz, take this waltz
It's yours now. It's all that there is
Take This Waltz - Leonard Cohen
sexta-feira, setembro 21, 2007
quinta-feira, setembro 06, 2007
A rua da doçura.
Paguei pela primeira vez a uma mulher para ter companhia feminina. Quis que cozinhasse e falasse mal da sua família enquanto eu a ouvia. Só. Estava linda, condição absoluta para as minhas economias.
Não era para sexo porque para isso não precisava dela. Quis uma mulher, foi isso que pedi e foi isso que tive.
Quase que a amei.
Cláudia Schiffer
Paguei pela primeira vez a uma mulher para ter companhia feminina. Quis que cozinhasse e falasse mal da sua família enquanto eu a ouvia. Só. Estava linda, condição absoluta para as minhas economias.
Não era para sexo porque para isso não precisava dela. Quis uma mulher, foi isso que pedi e foi isso que tive.
Quase que a amei.
segunda-feira, agosto 27, 2007
Culpado.
Ouço-te com esse empenho e orgulho de início de despedida. Discutes e atiras-me com a calma a esconder-se de ti. A tua voz aumenta muito mais de emoção do que de altura.
Começaste tão bem, muito ferida mas com a dignidade que já se sabia não estar altura do que sentes. Não dás vazão a tantas palavras, escusas de tentar, é melhor começares já a gritar baixinho, com o sal as lágrimas e a minha maior estupidez a afundar-me na lama que não faz ninguém bonito.
Devia matar-me ou morrer já. Fulminado pelo apuro de saber que nunca me rirei desta hora. Nem enterrado estarei mais baixo do que isto.
Modinha de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, cantada por Olívia Byington.
Ouço-te com esse empenho e orgulho de início de despedida. Discutes e atiras-me com a calma a esconder-se de ti. A tua voz aumenta muito mais de emoção do que de altura.
Começaste tão bem, muito ferida mas com a dignidade que já se sabia não estar altura do que sentes. Não dás vazão a tantas palavras, escusas de tentar, é melhor começares já a gritar baixinho, com o sal as lágrimas e a minha maior estupidez a afundar-me na lama que não faz ninguém bonito.
Devia matar-me ou morrer já. Fulminado pelo apuro de saber que nunca me rirei desta hora. Nem enterrado estarei mais baixo do que isto.
Modinha de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, cantada por Olívia Byington.
quinta-feira, agosto 23, 2007
I’m losing my edge.*
Estou a perder para os miúdos, que têm a pele mais brilhante e irrigada. A esperança deles é maior do que a minha. Há mulheres novas, das que nem precisam de se arranjar, que correm atrás deles. O horizonte poeirento ainda está longe dos dois.
Quase me cheiram a gays, daqueles portentosos que andam de tronco nu em Los Angeles. Mas isto deve ser a inveja que me impele para trás, para a sombra do que já fui.
É como se a mulher mais bonita da carruagem se levantasse para me dar o lugar.
Estou a perder para os miúdos, que têm a pele mais brilhante e irrigada. A esperança deles é maior do que a minha. Há mulheres novas, das que nem precisam de se arranjar, que correm atrás deles. O horizonte poeirento ainda está longe dos dois.
Quase me cheiram a gays, daqueles portentosos que andam de tronco nu em Los Angeles. Mas isto deve ser a inveja que me impele para trás, para a sombra do que já fui.
É como se a mulher mais bonita da carruagem se levantasse para me dar o lugar.
Fotografia: Thierry Le Goués.
* LCD Sound System (não vá alguém pensar que é um acessor qualquer que escreve aqui em vez de mim).
terça-feira, agosto 07, 2007
Pesado.
Tenho um amigo que está muito doente. Os tratamentos e a queda do cabelo levaram-no a vestir uma T’shirt dos Metallica e um chapéu preto a condizer, com caveiras, gritos e raios.
A carga de ironia neste gesto é igual à de sentido de humor e não podemos esquecer que pelo meio de todos os espectáculos, mesmo os barulhentos, há sempre diversão.
Tenho um amigo que está muito doente. Os tratamentos e a queda do cabelo levaram-no a vestir uma T’shirt dos Metallica e um chapéu preto a condizer, com caveiras, gritos e raios.
A carga de ironia neste gesto é igual à de sentido de humor e não podemos esquecer que pelo meio de todos os espectáculos, mesmo os barulhentos, há sempre diversão.
quinta-feira, agosto 02, 2007
O Definitivo aflige-me.
Um miúdo estava a nadar com um sorriso e começou a afogar-se. O pai queria salvá-lo mas não conseguiu. Ficou lá, afogado no remoinho dos dois pânicos sem saber ou sentir que já estava ensopada a desilusão de quem cá ficou.
Comigo também seria assim, antes a língua mordiscada por uma carpa velha do que voltar a abrir os olhos. Se fosse meu ia e não voltava sozinho de certeza. Não estou cá para calmantes ou entrevistas a jornais de província. Nem que arrancasse do peito para o alimentar, como fazem os pelicanos. Isso é que era bom, atirava-me de pés ou de cabeça, a gritar e a lavar a cara em cada braçada, para trazê-lo à força, antes que me faltasse, como se uma mesa de Natal estivesse à nossa espera.
segunda-feira, julho 30, 2007
Slides – Retratos da Cidade Branca
Onde estão os meus amigos?
Remotas memórias
Saltitam
Pululam
Cheiros / odores / miragens
O café
O sorriso
Olá como está!
E outras encenações
A novidade
A vizinha do 3º fugiu, amanhã vem no jornal
Ai..a imperial da Munique
Os destemidos tremoços
Moços, maçons
Canalha / navalha
Pensa coração
Amigos onde estais?
A sueca com minis à mistura
O relato da bola
A malha / copo de 3
A feira do relógio
O relógio da feira
Sandes de couratos / vinhos de Torres
Jogging de Marvila
Domingo
Especialmente domingo
Barbeados / dentes lavados
E martinis no plástico labrego
Alumínio / moderno / kitch / mau gosto
12 cordas / mãozinhas
Salteadores da razão perdida
Perdidos / enjaulados
Correio da manhã
O cú da vizinha do 9ºB
Regalo para a vista
Suplemento a cores com salários em atraso
E a Lisnave / petroquímica
Cancros do meu Tejo
Apodrecendo lentamente o azul das águas
E eu impotente / cinemascope / 35 milímetros de mim
A raiva afogada entre cubaslibres e pernas de mulheres
Que não são putas nem são falsas nem são nada
São pernas de mulheres e cubaslibres simplesmente
Paga-se a saudade com cartão de crédito
Táxi
Leva-me para onde está o meu amor
Táxi
Leva-me para lá de mim
Táxi
Atropela-me os sentidos e a alma para não deixar vestígios
Sam The Kid.
Isto é, quanto a mim, do melhor que se tem feito em Portugal. Tanta gente medíocre ou distraída com entreténs medíocres e isto tão bom, a passar-lhes ao lado. Neste caso, e para este pais, quase poderia dizer-se – felizmente.
Onde estão os meus amigos?
Remotas memórias
Saltitam
Pululam
Cheiros / odores / miragens
O café
O sorriso
Olá como está!
E outras encenações
A novidade
A vizinha do 3º fugiu, amanhã vem no jornal
Ai..a imperial da Munique
Os destemidos tremoços
Moços, maçons
Canalha / navalha
Pensa coração
Amigos onde estais?
A sueca com minis à mistura
O relato da bola
A malha / copo de 3
A feira do relógio
O relógio da feira
Sandes de couratos / vinhos de Torres
Jogging de Marvila
Domingo
Especialmente domingo
Barbeados / dentes lavados
E martinis no plástico labrego
Alumínio / moderno / kitch / mau gosto
12 cordas / mãozinhas
Salteadores da razão perdida
Perdidos / enjaulados
Correio da manhã
O cú da vizinha do 9ºB
Regalo para a vista
Suplemento a cores com salários em atraso
E a Lisnave / petroquímica
Cancros do meu Tejo
Apodrecendo lentamente o azul das águas
E eu impotente / cinemascope / 35 milímetros de mim
A raiva afogada entre cubaslibres e pernas de mulheres
Que não são putas nem são falsas nem são nada
São pernas de mulheres e cubaslibres simplesmente
Paga-se a saudade com cartão de crédito
Táxi
Leva-me para onde está o meu amor
Táxi
Leva-me para lá de mim
Táxi
Atropela-me os sentidos e a alma para não deixar vestígios
Sam The Kid.
Isto é, quanto a mim, do melhor que se tem feito em Portugal. Tanta gente medíocre ou distraída com entreténs medíocres e isto tão bom, a passar-lhes ao lado. Neste caso, e para este pais, quase poderia dizer-se – felizmente.
quarta-feira, julho 25, 2007
quinta-feira, julho 12, 2007
quinta-feira, julho 05, 2007
quarta-feira, julho 04, 2007
Vitória Principal.
Ouvia esta canção há muito tempo. Só me lembra coisas de que hoje tenho vergonha, como as roupas que vestia e nunca despia. Os dias eram mais coloridos e maiores como nas séries em que todos dançam em cima de carros.
Era mais saudável e mais forte, corria mais e dormia mais. Era tudo mais, menos a vergonha. A minha mãe tem fotografias de muitas dessas desgraças. Eu até dançar dançava, já imaginaste? Noites inteiras, sozinho. Estou convencido que o fio de prata e algumas camisas contribuíram bastante para esse estado de sólido desespero.
Tu és o resultado prático de muitas aniquilações sumárias e tentativas abortadas. Sabes a vitória.
Ouvia esta canção há muito tempo. Só me lembra coisas de que hoje tenho vergonha, como as roupas que vestia e nunca despia. Os dias eram mais coloridos e maiores como nas séries em que todos dançam em cima de carros.
Era mais saudável e mais forte, corria mais e dormia mais. Era tudo mais, menos a vergonha. A minha mãe tem fotografias de muitas dessas desgraças. Eu até dançar dançava, já imaginaste? Noites inteiras, sozinho. Estou convencido que o fio de prata e algumas camisas contribuíram bastante para esse estado de sólido desespero.
Tu és o resultado prático de muitas aniquilações sumárias e tentativas abortadas. Sabes a vitória.
quarta-feira, junho 27, 2007
Ainda a curta-metragem de Paris.
Definitivamente, o filme é mítico e existem muitas teorias acerca dele, algumas delas fomentadas de forma inteligente pelo próprio realizador. Ou seja, depois de muita pesquisa, parece que o senhor foi mesmo preso. O carro também parece que ninguém sabe muito bem qual é, e o próprio Claude Lelouch no princípio disse uma coisa e há pouco tempo disse outra, a do Mercedes. O que eu sei é que o som do motor e o cartaz do filme é um Ferrari. Mas se não foi um Ferrari, foi um Mercedes classe S com 6.9 de cilindrada (7 litros, sete mil centímetros cúbicos - que eu não vou explicar o que é), segundo o próprio.
Quanto ao filme, foi rodado num só shoot, sem truques, às 5:30 da manhã. Trivia: são 19 os semáforos vermelhos, razão da sua prisão.
Ele confirma outra coisa: passou dos 200km/h pelo menos duas vezes.
Tudo por Amor, claro está.
Definitivamente, o filme é mítico e existem muitas teorias acerca dele, algumas delas fomentadas de forma inteligente pelo próprio realizador. Ou seja, depois de muita pesquisa, parece que o senhor foi mesmo preso. O carro também parece que ninguém sabe muito bem qual é, e o próprio Claude Lelouch no princípio disse uma coisa e há pouco tempo disse outra, a do Mercedes. O que eu sei é que o som do motor e o cartaz do filme é um Ferrari. Mas se não foi um Ferrari, foi um Mercedes classe S com 6.9 de cilindrada (7 litros, sete mil centímetros cúbicos - que eu não vou explicar o que é), segundo o próprio.
Quanto ao filme, foi rodado num só shoot, sem truques, às 5:30 da manhã. Trivia: são 19 os semáforos vermelhos, razão da sua prisão.
Ele confirma outra coisa: passou dos 200km/h pelo menos duas vezes.
Tudo por Amor, claro está.
terça-feira, junho 26, 2007
Afinal não.
O carro utilizado no filme anterior não é um Ferrari (o som é que é de um Ferrari), e o piloto é o próprio Claude Lelouch, que não foi preso mas sim envolto em muita polémica por causa do tema e do grande sucesso da curta metragem.
O resto parece que é verdade, principalmente a sensação de quem o vê a primeira vez.
O carro utilizado no filme anterior não é um Ferrari (o som é que é de um Ferrari), e o piloto é o próprio Claude Lelouch, que não foi preso mas sim envolto em muita polémica por causa do tema e do grande sucesso da curta metragem.
O resto parece que é verdade, principalmente a sensação de quem o vê a primeira vez.
Cinema de Amor.
Esta curta metragem foi rodada em Paris, 1976. Segundo dizem, o realizador Claude Lelouch foi preso aquando da sua estreia. O principal adereço é um Ferrari 275 GTB. Também parece que a identidade do piloto, (de fórmula 1), nunca foi revelada. Vejam com som alto e até ao fim para perceberem porque é que aqui está.
Esta curta metragem foi rodada em Paris, 1976. Segundo dizem, o realizador Claude Lelouch foi preso aquando da sua estreia. O principal adereço é um Ferrari 275 GTB. Também parece que a identidade do piloto, (de fórmula 1), nunca foi revelada. Vejam com som alto e até ao fim para perceberem porque é que aqui está.
quarta-feira, junho 20, 2007
E levar as tuas lágrimas na minha camisa?
Assim, pesadas que só eu sei. Ainda quentes, com o calor do corpo, o que não arrepia e que não prega nódoa.
Um dia ouvi dizer que haviam escritores ou assim que contavam histórias tristes a crianças para estas chorarem muito. De propósito. Para dentro de cálices. Depois do final bebiam aquilo porque achavam que a tristeza inspiradora podia passar por ali.
Eram parvos.
Bastava-lhes um peito a puxar para o forte e um abraço de uma mulher contrariada.
Assim, pesadas que só eu sei. Ainda quentes, com o calor do corpo, o que não arrepia e que não prega nódoa.
Um dia ouvi dizer que haviam escritores ou assim que contavam histórias tristes a crianças para estas chorarem muito. De propósito. Para dentro de cálices. Depois do final bebiam aquilo porque achavam que a tristeza inspiradora podia passar por ali.
Eram parvos.
Bastava-lhes um peito a puxar para o forte e um abraço de uma mulher contrariada.
Fotografia: Thierry Le Goués
quinta-feira, junho 14, 2007
terça-feira, junho 05, 2007
Cuspo.
Podes pedir uma parte em vinho por dia. Mas aviso-te já que as enxadas têm o cabo mais curto do que o costume. Este senhor paga melhor mas gosta de nos ver mais curvados. É uma forma de não nos esquecermos de quem manda. O nome dele sempre vincado nas costas, até quando te deitas e levantas.
Parece uma mulher encorpada, daquelas que leva na alcofa uma colher de pau para esmorecer os filhos.
Parece uma mulher encorpada, daquelas que leva na alcofa uma colher de pau para esmorecer os filhos.
quinta-feira, maio 31, 2007
segunda-feira, maio 28, 2007
SG Anão.
A coisa que mais me irrita num blogue de que gosto é a falta de actualizações. A estes, gostava-os de ver uma ou duas vezes por dia com novidades.
Em contrapartida sou apologista do se não tens nada para dizer, deves manter-te calado. Isto é só uma contradição aparente, porque se gosto mesmo, bastavam umas palavrinhas de nada para eu ficar contente.
Isto não abona a favor deste blogue nem de quem costuma aqui vir. Resta-me encarar esta falta de tempo como uma visita a um médico fumador.
A coisa que mais me irrita num blogue de que gosto é a falta de actualizações. A estes, gostava-os de ver uma ou duas vezes por dia com novidades.
Em contrapartida sou apologista do se não tens nada para dizer, deves manter-te calado. Isto é só uma contradição aparente, porque se gosto mesmo, bastavam umas palavrinhas de nada para eu ficar contente.
Isto não abona a favor deste blogue nem de quem costuma aqui vir. Resta-me encarar esta falta de tempo como uma visita a um médico fumador.
quarta-feira, maio 23, 2007
Pensam que é pedir pouco?
Depois de prontos alguém tratava de os pintar. Se fosse um miúdo a vir buscá-los pregava-lhe uma partida.
Depois do primário e do encarnado alguém os havia de cravar no azinho. Para ouvirem despedidas e o que calhasse durante muitos anos. A abrir e a fechar como se batessem, e batiam às vezes.
A melhor coisa que me podiam dar era saber que na escada, mesmo atrás deles, uma rapariga, com tanto de nova como de linda, iria chorar o começo de uma perda qualquer. E olhasse, e os visse com a rua por trás. E que se risse.
Queria fazer corações de ferro. Com as mão encardidas e a testa a escorrer. Um ajudante a dar alma às brasas. A bigorna aguentava mais do que as minhas costas, já se sabia.
Depois de prontos alguém tratava de os pintar. Se fosse um miúdo a vir buscá-los pregava-lhe uma partida.
Depois do primário e do encarnado alguém os havia de cravar no azinho. Para ouvirem despedidas e o que calhasse durante muitos anos. A abrir e a fechar como se batessem, e batiam às vezes.
A melhor coisa que me podiam dar era saber que na escada, mesmo atrás deles, uma rapariga, com tanto de nova como de linda, iria chorar o começo de uma perda qualquer. E olhasse, e os visse com a rua por trás. E que se risse.
sexta-feira, maio 11, 2007
Afável no trato.
- Não percebo porque é que o homem não me encara.
- Também não, mas se calhar é porque tens um ar demasiado heterossexual e ele deve ter a percepção inconsciente que não tem qualquer hipótese.
- Eu? Tenho um ar demasiado heterossexual? Eu nem tenho muitos cabelos no peito. Para que saibas, eu até sou daqueles que compram qualquer coisa com vergonha de dizer que não.
- Lá está, isso só revela que nasceste para ser um companheiro obediente, não para maricas.
- Não percebo porque é que o homem não me encara.
- Também não, mas se calhar é porque tens um ar demasiado heterossexual e ele deve ter a percepção inconsciente que não tem qualquer hipótese.
- Eu? Tenho um ar demasiado heterossexual? Eu nem tenho muitos cabelos no peito. Para que saibas, eu até sou daqueles que compram qualquer coisa com vergonha de dizer que não.
- Lá está, isso só revela que nasceste para ser um companheiro obediente, não para maricas.
segunda-feira, maio 07, 2007
quinta-feira, maio 03, 2007
sexta-feira, abril 20, 2007
quinta-feira, abril 19, 2007
O meu é morno, por favor.
Sophia's Mercurial Waters – Mark Ryden (Óleo sobre tela)
A última das pinturas de Mark Ryden por aqui. Para mais, façam-lhe uma visita.
Sophia's Mercurial Waters – Mark Ryden (Óleo sobre tela)
A última das pinturas de Mark Ryden por aqui. Para mais, façam-lhe uma visita.
terça-feira, abril 17, 2007
Caros tolerantes, bem-vindos ao multiculturalismo.
Harém - jean Leon Gerome
Conheci, há uns anos, um senhor guineense que tinha 3 esposas. Não fui seu amigo, mas consegui perguntar como era aquilo. Explicou que tinha tudo a ver com a sua religião e a das respectivas mulheres. Disse que viver em Lisboa desta forma era curioso e que achava que os portugueses eram menos espertos do que pensavam, uma vez que os seus rendimentos permitiriam, no mínimo, casar com três ou quatro.
Há muito que a palavra normal se dá mal nos corações.
Harém - jean Leon Gerome
Conheci, há uns anos, um senhor guineense que tinha 3 esposas. Não fui seu amigo, mas consegui perguntar como era aquilo. Explicou que tinha tudo a ver com a sua religião e a das respectivas mulheres. Disse que viver em Lisboa desta forma era curioso e que achava que os portugueses eram menos espertos do que pensavam, uma vez que os seus rendimentos permitiriam, no mínimo, casar com três ou quatro.
Há muito que a palavra normal se dá mal nos corações.
segunda-feira, abril 16, 2007
sexta-feira, abril 13, 2007
Ciclo Vicioso.
Allegory of the Four Elements – Mark Ryden (Óleo sobre tela)
Mark Ryden é um pintor e ilustrador de quem gosto. O seu trabalho é estranho e lembra-me alguns dias de infância em que via livros infantis antes de ir com a minha mãe ao mercado e ao talho. Em breve, mais destas obras esquisitas.
quinta-feira, abril 12, 2007
quarta-feira, abril 11, 2007
terça-feira, abril 10, 2007
quarta-feira, abril 04, 2007
O problema da pornografia em geral é que vive de mau gosto.
Roy Stuart é considerado o maior mestre na sua especialidade: fotografia erótica. Nasceu em Nova Iorque, vive em Paris e é nos apartamentos ricos desta cidade que fotografa.
Os seus modelos, cenários e encenações são escolhidos com rigor. As poses são as naturais de cada um e as próprias destas situações. Há quem diga que é pornografia, eu não discuto português. O seu segredo é ver e mostrar o que fazemos de uma forma less ordinary.
Nas nossas cabeças só vive o que é normal e natural para nós mesmos.
Roy Stuart é considerado o maior mestre na sua especialidade: fotografia erótica. Nasceu em Nova Iorque, vive em Paris e é nos apartamentos ricos desta cidade que fotografa.
Os seus modelos, cenários e encenações são escolhidos com rigor. As poses são as naturais de cada um e as próprias destas situações. Há quem diga que é pornografia, eu não discuto português. O seu segredo é ver e mostrar o que fazemos de uma forma less ordinary.
Nas nossas cabeças só vive o que é normal e natural para nós mesmos.
sexta-feira, março 30, 2007
Unrated.
Amei-te muito mais do que os palavrões que disse. Agora, o relógio que andava a cavalo quando te via parou.
Faço um esforço para que as pessoas continuem a gostar de me dar beijos. Nunca tive idade para o espelho ou para a masturbação. A ingratidão costuma ser recompensa farta para as coisas ou pessoas que nos ajudam.
Amei-te muito mais do que os palavrões que disse. Agora, o relógio que andava a cavalo quando te via parou.
Faço um esforço para que as pessoas continuem a gostar de me dar beijos. Nunca tive idade para o espelho ou para a masturbação. A ingratidão costuma ser recompensa farta para as coisas ou pessoas que nos ajudam.
De volta.
A ausência foi minúscula quando comparada com a grandeza do vídeo que aqui deixei. Deveriam tê-lo visto uma vez por dia, como receita para uma vida melhor.
Ouvi dizer que vários problemas daqueles que mudam tudo, como a morte de um pai, aconteceram a pessoas que lá estão a tocar, daí a qualidade fenomenal do disco.
As coisas genuínas são como os sapatos, se forem boas salvam qualquer indumentária, se não prestarem inquinam o mais belo dos esforços.
A ausência foi minúscula quando comparada com a grandeza do vídeo que aqui deixei. Deveriam tê-lo visto uma vez por dia, como receita para uma vida melhor.
Ouvi dizer que vários problemas daqueles que mudam tudo, como a morte de um pai, aconteceram a pessoas que lá estão a tocar, daí a qualidade fenomenal do disco.
As coisas genuínas são como os sapatos, se forem boas salvam qualquer indumentária, se não prestarem inquinam o mais belo dos esforços.
sexta-feira, março 23, 2007
segunda-feira, março 19, 2007
Médio prazo.
O critério para a escolha de quem me tem feito companhia ao longo da vida vai mudando. Na infância foram as afinidades nas brincadeiras, na puberdade e início da vida adulta foram as ideias e as brincadeiras. Agora não sei bem o que tem sido.
Se tiver sorte chegarei a velho e nessa altura será pouco provável que a minha mãe ainda cá esteja. Isto faz com que tenha que me começar a mexer para várias coisas, nomeadamente para precaver o conforto da alma. Um dia será urgente arranjar alguém profundamente devoto e crente que reze. Eu para isso não tenho prestado. Não acredito no céu e até acho que muitos dos cardeais também não, imagine-se a minha penúria se estiver enganado.
Como todos os velhos, conforme for indo, mais medroso vou ficar. No fim, segundo o que tenho ouvido dizer, não irei a tempo. Resta cercar-me de quem faça a papa toda: levante, cozinhe, leia e reze pelo traste que serei (também não acredito que até lá fiquemos como os asiáticos, para quem tratar dos velhos é uma honra, aliás, eu já nem tenho a certeza da palavra honra).
Se a minha mãe cá estivesse era fácil, ela gosta de mim.
O critério para a escolha de quem me tem feito companhia ao longo da vida vai mudando. Na infância foram as afinidades nas brincadeiras, na puberdade e início da vida adulta foram as ideias e as brincadeiras. Agora não sei bem o que tem sido.
Se tiver sorte chegarei a velho e nessa altura será pouco provável que a minha mãe ainda cá esteja. Isto faz com que tenha que me começar a mexer para várias coisas, nomeadamente para precaver o conforto da alma. Um dia será urgente arranjar alguém profundamente devoto e crente que reze. Eu para isso não tenho prestado. Não acredito no céu e até acho que muitos dos cardeais também não, imagine-se a minha penúria se estiver enganado.
Como todos os velhos, conforme for indo, mais medroso vou ficar. No fim, segundo o que tenho ouvido dizer, não irei a tempo. Resta cercar-me de quem faça a papa toda: levante, cozinhe, leia e reze pelo traste que serei (também não acredito que até lá fiquemos como os asiáticos, para quem tratar dos velhos é uma honra, aliás, eu já nem tenho a certeza da palavra honra).
Se a minha mãe cá estivesse era fácil, ela gosta de mim.
terça-feira, março 13, 2007
Se é uma oportunidade, não interessa que seja a primeira ou a última.
Enquanto esperava pelo movimento da bóia, ia-me lembrando da praia. A água do rio era mais escura e muito menos tentadora. Devia ser por não haver sereias de água doce. No jornal do meu pai não vinha escrito que as canas e os anzóis eram coisa normal.
Farto de não se passar nada, lembrei-me de fazer um barquinho com o suplemento que falava de futebol. As minhocas fizeram de tripulação e disse-lhes adeus enquanto aquele cruzeiro foi visível.
Não sei se as salvei, mas pelo menos as suas hipóteses não ficaram por um fio.
Enquanto esperava pelo movimento da bóia, ia-me lembrando da praia. A água do rio era mais escura e muito menos tentadora. Devia ser por não haver sereias de água doce. No jornal do meu pai não vinha escrito que as canas e os anzóis eram coisa normal.
Farto de não se passar nada, lembrei-me de fazer um barquinho com o suplemento que falava de futebol. As minhocas fizeram de tripulação e disse-lhes adeus enquanto aquele cruzeiro foi visível.
Não sei se as salvei, mas pelo menos as suas hipóteses não ficaram por um fio.
sexta-feira, março 09, 2007
quarta-feira, março 07, 2007
Volta para trás.
O tempo em que vivemos, como as pessoas, tem muito boa opinião de si próprio. Acha-se definitivo e, na verdade, é.
Não devia era rir das suas fotografias antigas, como as pessoas.
Mas o tempo, ao contrário das pessoas, não precisa de uma politica de amizades ou amores para se manter bom.
O tempo em que vivemos, como as pessoas, tem muito boa opinião de si próprio. Acha-se definitivo e, na verdade, é.
Não devia era rir das suas fotografias antigas, como as pessoas.
Mas o tempo, ao contrário das pessoas, não precisa de uma politica de amizades ou amores para se manter bom.
terça-feira, março 06, 2007
Sonho nascente.
Maiko a fazer compras.
Escola
A Geisha é uma mulher educada desde criança para mostrar os seus dotes de dança, conversação e canto a homens. A verdadeira Geisha não é uma acompanhante nem uma cortesã segundo os padrões ocidentais. Tem que ser perfeita e prostituir-se não seria uma grande forma de promoção.
Às aprendizes dá-se o nome de Maiko. Entre outras tarefas, têm que ajudar a Geisha na difícil tarefa de se vestir. Este processo demora mais de uma hora, mesmo com ajuda profissional.
Todas as magias acerca delas são verdadeiras. A melhor é que ainda existem nos dias de hoje. Muito longe dos olhos dos turistas e das imitadoras que pousam para as fotografias dos turistas. Kyoto é a cidade onde esta tradição se mantém forte e onde vivem entre 1000 a 2000 destas perfeições.
Maiko a fazer compras.
Escola
A Geisha é uma mulher educada desde criança para mostrar os seus dotes de dança, conversação e canto a homens. A verdadeira Geisha não é uma acompanhante nem uma cortesã segundo os padrões ocidentais. Tem que ser perfeita e prostituir-se não seria uma grande forma de promoção.
Às aprendizes dá-se o nome de Maiko. Entre outras tarefas, têm que ajudar a Geisha na difícil tarefa de se vestir. Este processo demora mais de uma hora, mesmo com ajuda profissional.
Todas as magias acerca delas são verdadeiras. A melhor é que ainda existem nos dias de hoje. Muito longe dos olhos dos turistas e das imitadoras que pousam para as fotografias dos turistas. Kyoto é a cidade onde esta tradição se mantém forte e onde vivem entre 1000 a 2000 destas perfeições.
quinta-feira, março 01, 2007
Classe média.
Não tenho o condão de fazer as coisas tal qual gostaria. Nenhuma das minhas obras saiu como esperava, o que não quer dizer que tenham sido piores. Como diz um amigo, o pior de tudo é saber que nunca serei um Miles Davis de qualquer coisa.
Por ter tempo e paciência, concluo que me é inata a falta de capacidade. Assim sendo, resta-me admirar quem devo. Só aqui, na escolha destes cultos, poderei tentar ser melhor, o que não será pouco ou fácil.
Não tenho o condão de fazer as coisas tal qual gostaria. Nenhuma das minhas obras saiu como esperava, o que não quer dizer que tenham sido piores. Como diz um amigo, o pior de tudo é saber que nunca serei um Miles Davis de qualquer coisa.
Por ter tempo e paciência, concluo que me é inata a falta de capacidade. Assim sendo, resta-me admirar quem devo. Só aqui, na escolha destes cultos, poderei tentar ser melhor, o que não será pouco ou fácil.
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
sábado, fevereiro 24, 2007
Era tão tarde que era quase cedo.
Gustav Klimt
Todas as noites são frias e fazem mal. A Lua e as sombras assustam assim diariamente, (termo curioso para falar da noite). Até os pássaros são esquisitos a esta hora. Há poças que gelam de tanta coisa parar.
Os pesadelos e as más profissões riem-se e, caso o Sol não se intrometesse, era assim que isto era normal. As estrelas eram o fundo se a luz não viesse roubar este escuro que também vive nos teatros e nos bolsos.
Como vês, esta noite não tem nada de especial. Se calhar pensavas que o céu tropeçava por nossa causa.
Já é tarde, vou-me embora. Faz de conta que estamos num daqueles filmes que acaba quando ninguém quer.
Gustav Klimt
Todas as noites são frias e fazem mal. A Lua e as sombras assustam assim diariamente, (termo curioso para falar da noite). Até os pássaros são esquisitos a esta hora. Há poças que gelam de tanta coisa parar.
Os pesadelos e as más profissões riem-se e, caso o Sol não se intrometesse, era assim que isto era normal. As estrelas eram o fundo se a luz não viesse roubar este escuro que também vive nos teatros e nos bolsos.
Como vês, esta noite não tem nada de especial. Se calhar pensavas que o céu tropeçava por nossa causa.
Já é tarde, vou-me embora. Faz de conta que estamos num daqueles filmes que acaba quando ninguém quer.
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
Tudo sobre a minha avó.
O pior de ter sido criada pelos meus avós era quando se aproximava o dia da mãe: na escola fazíamos um trabalho que lhe serviria de presente. Para mim isto era um exercício de crueldade massacrante. Hoje não, hoje já sou adulta, mas nunca esquecerei aquilo.
No dia, rasgava-o em bocadinhos pequenos pelo caminho. Quando chegava a casa a única coisa que restava era um carreirinho que, se não chovesse, amanhã ainda lá estava e que eu iria pisar de volta à escola.
O pior de ter sido criada pelos meus avós era quando se aproximava o dia da mãe: na escola fazíamos um trabalho que lhe serviria de presente. Para mim isto era um exercício de crueldade massacrante. Hoje não, hoje já sou adulta, mas nunca esquecerei aquilo.
No dia, rasgava-o em bocadinhos pequenos pelo caminho. Quando chegava a casa a única coisa que restava era um carreirinho que, se não chovesse, amanhã ainda lá estava e que eu iria pisar de volta à escola.
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Fórmula resolvente.
Estudiosos dizem que um ano é o tempo máximo de uma paixão. Afirmam que até nos casos como o de Romeu e Julieta este é o limite. Segundo eles, esse estado dura em média muito menos que isso.
Curioso como a ciência, sempre menosprezada pelos intelectuais de letras, contribui para a compreensão do mundo e da própria literatura.
Sabemos assim que caso Shakespeare tivesse salvo os dois a obra teria perdido toda a graça. Podemos também concluir que a maioria dos romances acabam no e foram felizes para sempre porque a partir dali o fogo e o sal começam a esmorecer - é matemático.
Estudiosos dizem que um ano é o tempo máximo de uma paixão. Afirmam que até nos casos como o de Romeu e Julieta este é o limite. Segundo eles, esse estado dura em média muito menos que isso.
Curioso como a ciência, sempre menosprezada pelos intelectuais de letras, contribui para a compreensão do mundo e da própria literatura.
Sabemos assim que caso Shakespeare tivesse salvo os dois a obra teria perdido toda a graça. Podemos também concluir que a maioria dos romances acabam no e foram felizes para sempre porque a partir dali o fogo e o sal começam a esmorecer - é matemático.
terça-feira, fevereiro 13, 2007
O dia dos namorados é uma Costa da Caparica.
É a moinha no dente antes de sairmos e um prato frio no restaurante. É o cheiro a alho nos dedos de uma cozinheira e o óleo nas unhas do mecânico que a admira.
É os noivos dentro do copo. Que se zangam e bebem demais.
O dia dos namorados é o amarelo entranhado onde quer e a capa que caiu do salto do teu sapato.
É a moinha no dente antes de sairmos e um prato frio no restaurante. É o cheiro a alho nos dedos de uma cozinheira e o óleo nas unhas do mecânico que a admira.
É os noivos dentro do copo. Que se zangam e bebem demais.
O dia dos namorados é o amarelo entranhado onde quer e a capa que caiu do salto do teu sapato.
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
A história verdadeira de uma vizinha.
Uma mulher apaixonou-se pelo homem da sua vida. O pai proibiu-a de o ver, quanto mais casar. Nesse dia ela jurou entre os gritos e a raiva que lhe saltava da cara que ia esperar que ele morresse para viver esse amor. Para casar e ser feliz.
O pai viveu até aos 102 anos e quando morreu ela já tinha 68. Há muito que já se tinha esquecido do Amor, além disso agora era tarde de mais.
As pessoas ainda hoje falam dela, nada de bom. Referem as faltas e riem-se por sempre terem feito coisas e ela não.
Fotografia: Getty Images
Uma mulher apaixonou-se pelo homem da sua vida. O pai proibiu-a de o ver, quanto mais casar. Nesse dia ela jurou entre os gritos e a raiva que lhe saltava da cara que ia esperar que ele morresse para viver esse amor. Para casar e ser feliz.
O pai viveu até aos 102 anos e quando morreu ela já tinha 68. Há muito que já se tinha esquecido do Amor, além disso agora era tarde de mais.
As pessoas ainda hoje falam dela, nada de bom. Referem as faltas e riem-se por sempre terem feito coisas e ela não.
Fotografia: Getty Images
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
Dúvida pré-post*
Cenas do filme Saving Private Ryan com música de Prokofiev (violência explícita).
Qual a frase que mais se aproxima do que gostava de dizer?
Numa trincheira ou numa sepultura, o empenho de quem cava deve ser o mesmo.
As trincheiras e as sepulturas devem ser cavadas com a mesma vontade.
Não se cava uma trincheira sem se cavar uma sepultura.
O conceito fundamental passa através de qualquer uma destas três sentenças e isso é o que vale. Na escrita, como em quase tudo, a estética é menos importantes que a ideia.
*Aconteceu mesmo.
Cenas do filme Saving Private Ryan com música de Prokofiev (violência explícita).
Qual a frase que mais se aproxima do que gostava de dizer?
Numa trincheira ou numa sepultura, o empenho de quem cava deve ser o mesmo.
As trincheiras e as sepulturas devem ser cavadas com a mesma vontade.
Não se cava uma trincheira sem se cavar uma sepultura.
O conceito fundamental passa através de qualquer uma destas três sentenças e isso é o que vale. Na escrita, como em quase tudo, a estética é menos importantes que a ideia.
*Aconteceu mesmo.
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
quarta-feira, janeiro 31, 2007
Por conseguinte, o despertador é um grande inimigo.
Gosto muito de me ir deitar. De largar os chinelos e as ralações. De me sentar na cama, saber que amanhã é de dia mas que até lá vou viajar sabe Deus e Freud, confundo sempre os dois, por onde.
Mesmo que não adormeça logo, ou que dê mais voltas do que queria, o que aí vem merece a pena. Há noites que são só preto, nem uma imagem ou voz. Há outras que são uma canseira com cataclismos e monstros, muitas vezes touros bravos (fruto provável de ser ribatejano). Todas são o que espero.
E quando estou vai não vai para ir, deixo de sentir as pernas. Imagino um doente conformado.
Sei que as noites são todas boas. Sei que até os carrascos e os fiscais dormem, se calhar a esta hora.
Sei que isto é uma preparação. Esta madorna, este escuro e a leveza de nem sentir nada só podem ser um treino. Esta ausência deve ser um segredo para ir ficando descansado, para não espantar e até conhecer a morte quando aqui estiver.
Fotografia: Thierry Le Gouès
Gosto muito de me ir deitar. De largar os chinelos e as ralações. De me sentar na cama, saber que amanhã é de dia mas que até lá vou viajar sabe Deus e Freud, confundo sempre os dois, por onde.
Mesmo que não adormeça logo, ou que dê mais voltas do que queria, o que aí vem merece a pena. Há noites que são só preto, nem uma imagem ou voz. Há outras que são uma canseira com cataclismos e monstros, muitas vezes touros bravos (fruto provável de ser ribatejano). Todas são o que espero.
E quando estou vai não vai para ir, deixo de sentir as pernas. Imagino um doente conformado.
Sei que as noites são todas boas. Sei que até os carrascos e os fiscais dormem, se calhar a esta hora.
Sei que isto é uma preparação. Esta madorna, este escuro e a leveza de nem sentir nada só podem ser um treino. Esta ausência deve ser um segredo para ir ficando descansado, para não espantar e até conhecer a morte quando aqui estiver.
Fotografia: Thierry Le Gouès
segunda-feira, janeiro 29, 2007
Família.
Numa entrevista ao escritor António Alçada Baptista, descubro mais uma razão, talvez a maior e a mais verdadeira, para as alterações da instituição família nestes tempos. Dantes as coisas corriam bem, as mulheres cozinhavam e os homens falavam na sala, connosco aos saltos para cá e para lá, havia arroz de coelho aos Domingos e passeios ao Alentejo de vez em quando. Também se jogava às cartas, os grandes com as quarenta e nós com os dezes.
O fim da família acontece quando se começou a casar por Amor.
Dantes o casamento era um verdadeiro acordo, contrato sem resolução, e às vezes até combinado pelos pais. Nada falhava nem podia, filhos, netos, casas cheias, de alegria umas vezes, outras de autoridade viril.
Não sei se era bom ou mau. Sei que funcionava daquela maneira. Hoje, as casas de uma nota só e os filhos coxos, ou de amparo repartido, também fazem por funcionar.
Fotografia: National Geographic
Numa entrevista ao escritor António Alçada Baptista, descubro mais uma razão, talvez a maior e a mais verdadeira, para as alterações da instituição família nestes tempos. Dantes as coisas corriam bem, as mulheres cozinhavam e os homens falavam na sala, connosco aos saltos para cá e para lá, havia arroz de coelho aos Domingos e passeios ao Alentejo de vez em quando. Também se jogava às cartas, os grandes com as quarenta e nós com os dezes.
O fim da família acontece quando se começou a casar por Amor.
Dantes o casamento era um verdadeiro acordo, contrato sem resolução, e às vezes até combinado pelos pais. Nada falhava nem podia, filhos, netos, casas cheias, de alegria umas vezes, outras de autoridade viril.
Não sei se era bom ou mau. Sei que funcionava daquela maneira. Hoje, as casas de uma nota só e os filhos coxos, ou de amparo repartido, também fazem por funcionar.
Fotografia: National Geographic
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Desvirginar.
Nas diversas formas de nunca mais voltarmos a ser o que fomos, lembro-me da primeira vez que vi uma cena de sexo explícito. Foi em casa de um amigo por volta dos sete anos através desse portento que era a revista Gina. Percebi que aquilo ia mudar a minha vida de forma leve, mas para sempre. Soube rapidamente, como se fosse um reflexo de nascença, que presenciava uma coisa naturalíssima, apesar de ter algo de grotesco e de ridículo em simultâneo (fruto provável da péssima qualidade das fotografias e adereços).
Diversas formas de misticismo, ilegalidade e votos de silêncio foram passados pelo fiel depositário, ainda que só por instantes, daquele tesouro. Pareceram-me na altura e só muito mais tarde, exageradas.
A Gina é um promontório na minha vida e isso dá vontade de rir, como tantos outros vistos a esta distância.
Nas diversas formas de nunca mais voltarmos a ser o que fomos, lembro-me da primeira vez que vi uma cena de sexo explícito. Foi em casa de um amigo por volta dos sete anos através desse portento que era a revista Gina. Percebi que aquilo ia mudar a minha vida de forma leve, mas para sempre. Soube rapidamente, como se fosse um reflexo de nascença, que presenciava uma coisa naturalíssima, apesar de ter algo de grotesco e de ridículo em simultâneo (fruto provável da péssima qualidade das fotografias e adereços).
Diversas formas de misticismo, ilegalidade e votos de silêncio foram passados pelo fiel depositário, ainda que só por instantes, daquele tesouro. Pareceram-me na altura e só muito mais tarde, exageradas.
A Gina é um promontório na minha vida e isso dá vontade de rir, como tantos outros vistos a esta distância.
segunda-feira, janeiro 22, 2007
quinta-feira, janeiro 18, 2007
Pela boca morre a saudade.
Há-de haver a última de todas as lágrimas, o suspiro que trancará os teus pulmões e o derradeiro eco dos teus dentes a encaixar. Até o último dos cabelos, que tão bem trataste quando eras nova, vai cair, como um véu, da tua caveira.
Até lá, fico com o beijo inaugural dos dias, os salpicos do Verão e as recordações. As que estes bons momentos me levam. Lembro-me, por exemplo, da mão leitosa do meu pai na véspera de morrer, com as unhas cruas como as de um bebé, e os dedos dobrados em cima de uma toalhinha. Nunca esquecerei a toalhinha que tanto conforto me dava por saber do descanso que estaria prestes a enxugar.
Mas esta é daquelas lembranças que a tua boca me leva.
Fotografia: Thierry Le Gouès
Há-de haver a última de todas as lágrimas, o suspiro que trancará os teus pulmões e o derradeiro eco dos teus dentes a encaixar. Até o último dos cabelos, que tão bem trataste quando eras nova, vai cair, como um véu, da tua caveira.
Até lá, fico com o beijo inaugural dos dias, os salpicos do Verão e as recordações. As que estes bons momentos me levam. Lembro-me, por exemplo, da mão leitosa do meu pai na véspera de morrer, com as unhas cruas como as de um bebé, e os dedos dobrados em cima de uma toalhinha. Nunca esquecerei a toalhinha que tanto conforto me dava por saber do descanso que estaria prestes a enxugar.
Mas esta é daquelas lembranças que a tua boca me leva.
Fotografia: Thierry Le Gouès
quarta-feira, janeiro 17, 2007
segunda-feira, janeiro 15, 2007
quinta-feira, janeiro 11, 2007
Inteligência Real.
Interesso-me por cidades e exércitos, por rainhas e guerreiras. Por sacrifícios e conquistas, por castigos e penas pesadas como a morte. Por traidores e intrusos, por expansões e subterrâneos.
Interesso-me por coisas que existem no meu canteiro, formigas, por exemplo.
Fotografia: David Lachapelle
Interesso-me por cidades e exércitos, por rainhas e guerreiras. Por sacrifícios e conquistas, por castigos e penas pesadas como a morte. Por traidores e intrusos, por expansões e subterrâneos.
Interesso-me por coisas que existem no meu canteiro, formigas, por exemplo.
Fotografia: David Lachapelle
segunda-feira, janeiro 08, 2007
Living Bastard.
Love Kills – Freddie Mercury – 1984
Este tema faz parte de uma colectânea de rock inspirada no filme Metropolis de Fritz Lang (1927). Este é um estranho caso de uma obra-prima - o filme, misturado com outra que não sei como classificar - a canção, numa década que, em matéria de gosto, deu-nos bons ténis.
Love Kills – Freddie Mercury – 1984
Este tema faz parte de uma colectânea de rock inspirada no filme Metropolis de Fritz Lang (1927). Este é um estranho caso de uma obra-prima - o filme, misturado com outra que não sei como classificar - a canção, numa década que, em matéria de gosto, deu-nos bons ténis.
sexta-feira, janeiro 05, 2007
Dá-me 2 centímetros.
Parece estúpido mas é isso mesmo que eu quero. Não, não é de tempo que preciso, o que eu quero mesmo é a medida: 2 centímetros. Achas estranho? Porquê? Não tarda começas a fazer piadas sobre a importância das grandezas.
E olha que anseio por isto como um desgraçado pelo que atordoa o vício. Sou capaz de mentir se for preciso. Parece estúpido mas até este suspense me deixa as pernas desassossegadas.
Não é que faça alguma coisa, os cães debaixo de uma mesa de jantar também ficam só ali, a ver e a chorar à sua maneira.
O decote, falo do decote.
Fotografia: Thierry Le Goués
Parece estúpido mas é isso mesmo que eu quero. Não, não é de tempo que preciso, o que eu quero mesmo é a medida: 2 centímetros. Achas estranho? Porquê? Não tarda começas a fazer piadas sobre a importância das grandezas.
E olha que anseio por isto como um desgraçado pelo que atordoa o vício. Sou capaz de mentir se for preciso. Parece estúpido mas até este suspense me deixa as pernas desassossegadas.
Não é que faça alguma coisa, os cães debaixo de uma mesa de jantar também ficam só ali, a ver e a chorar à sua maneira.
O decote, falo do decote.
Fotografia: Thierry Le Goués
quarta-feira, janeiro 03, 2007
terça-feira, janeiro 02, 2007
Ponto de cruz.
Baralho-me com o Amor e com a atracção. Abraço-te pelo primeiro e não me arrependo da segunda. Só quero ter-te aqui ao pé, mas isso não me tira da cabeça a tua cintura. O teu peito esmaga-me o coração e o juízo sem sair do mesmo sítio.
Não me faças perguntas que vocês mulheres percebem mais disto do que eu. Saltas do romantismo para o meu corpo com a suavidade de uma agulha. Felizmente.
Fotografia: Thierry Le Gouès
Baralho-me com o Amor e com a atracção. Abraço-te pelo primeiro e não me arrependo da segunda. Só quero ter-te aqui ao pé, mas isso não me tira da cabeça a tua cintura. O teu peito esmaga-me o coração e o juízo sem sair do mesmo sítio.
Não me faças perguntas que vocês mulheres percebem mais disto do que eu. Saltas do romantismo para o meu corpo com a suavidade de uma agulha. Felizmente.
Fotografia: Thierry Le Gouès
Perform such devotion.
(isto é o que estão a pensar e, já que estamos com espírito consumista, pode animar qualquer jogo de quarto por 1600 Euros)
Começar 2007 com classe, muita classe. Cuidado com o que vão encontrar por aqui.
(isto é o que estão a pensar e, já que estamos com espírito consumista, pode animar qualquer jogo de quarto por 1600 Euros)
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