sexta-feira, julho 28, 2006

DEPUTADOS SOCIALISTAS DAS ILHAS AMEAÇAM RETIRAR MAIORIA ABSOLUTA AO PS

A nova lei das Finanças das Regiões Autónomas está a causar mal-estar entre os deputados socialistas eleitos pelos Açores e Madeira.
Os deputados ameaçam mesmo votar contra a iniciativa na Assembleia da República. O que, a acontecer, deita por terra o diploma que precisa de maioria absoluta.
Sem os seis deputados das ilhas, o PS fica apenas com 115 deputados, metade do Parlamento, o que não é suficiente para a aprovação da lei.

Ao Diário de Notícias o deputado açoriano Ricardo Rodrigues considera "muito preocupantes" as informações que têm vindo a público sobre a lei. Assim como Fagundes Duarte, que diz que "a anterior lei foi uma conquista do PS e esta não pode deixar de sê-lo". Este deputado salienta que nenhum dos pilares que definem a autonomia poderá ser afectado: o constitucional, o político-administrativo e o financeiro. "O Estado tem é de definir as regras e as diferenciações, sem afectar ninguém. Mantendo as mais-valias fiscais", diz. Fagundes Duarte, tal como Renato Leal, outro deputado do PS dos Açores, afirma que "haverá lugar a negociações, a discussões, mas não fechamos nenhuma possibilidade. O nosso compromisso é com os nossos eleitores."

IVA A 16 % NAS REGIÕES AUTÓNOMAS

Na base das críticas está a redução de verbas a transferir para as Ilhas. Uma redução que resulta, desde logo, da diferente forma de repartir o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
Desde 1998 - data da Lei ainda em vigor - a transferência de IVA para as Regiões Autónomas era feita através de uma percentagem do IVA nacional com base na capitação média de cada uma das regiões. Segundo a proposta da nova Lei, o IVA ganha estatuto de receita própria e as Regiões Autónomas apenas recebem o montante arrecadado localmente. O resultado é óbvio, há uma redução de receitas uma vez que a taxa de IVA em vigor nas Ilhas é de 16%, menos cinco pontos percentuais do que a taxa em vigor no Continente.

Mas também ao nível das verbas a transferir do Orçamento do Estado há alterações que penalizam as Regiões Autónomas. Até agora, a Lei obrigava que as verbas a transferir num ano nunca poderiam ser inferiores às transferidas no ano anterior. A proposta da nova Lei passa por fazer desaparecer esta obrigação e por introduzir uma regra que liga as transferências orçamentais à evolução do PIB. Resultado: em anos de recessão económica, as verbas diminuem.


Que me desculpem os ilhéus mas a proposta da nova Lei tem toda a pertinência.
Actualmente estão a beneficiar do bolo Nacional nas receitas do IVA, que no Continente é de 21 % e nas Regiões Autónomas de 16 %.
È isto que não consigo perceber: qual a razão dos portugueses de uma região pagarem menos IVA do que numa outra. E não me venham com essa da insularidade. Se existem problemas (???) por esse facto, não são menos dos que existem nas regiões do interior continental e aqui o IVA é a 21 %.

Quanto às verbas a transferir, claro que elas têm de possuir ligação orçamental à evolução do PIB. Os Açores e a Madeira não podem estar aquém da crise financeira que existe no País. A nova Lei é clara e para todos: em anos de recessão económica, as verbas diminuem.
E não me venham, também, com essa – citação de Alberto João Jardim – de que “quem quer ter ilhas tem de as pagar”. Os Arquipélagos fazem parte integrante de Portugal . Aqui não pode haver filhos e enteados. Somos todos portugueses!
Manuel Abrantes

Comentários:
Será que todos os portugueses sabem que nas ilhas o iVA é de 16 %?
Eu não sabia e fiquei bastantes surpreendida.
Então quantos "portugais" há ?
 
Para mim tb foi uma novidade.
Isto é um roubo a todos os portugueses.
 
É assim esta politica. Já não há golpes de estado mas há golpes palacianos.
O que é que os sr. deputados querem.
As ilhas já têm apenas 16 % de iVA e ainda querem receber de quem paga 21 %
Vão-se fod...
 
A Ana tem razão no seu post.
Mas afinal quantos "portugais" existe nesta bandalheira ?
Então há portugueses que pagam mais do que outros ?
Mas andam a brincar com quem ?
 
Porque será que ninguem fala neste 16 % de IVA ?

Os descomentadores politicos estão sempre a falar no IVA mas nunca dizem que nas ilhas ele é de 16 %
Porque será
 
Este Abrantes tem andadado a concordar muito com o Governo ?
È é impressão minha '
 
O PM está a «comprar» uma guerra que nem sonha.
Os srs e as sra's comentadores(as) sabem qual é o "rendimento per capita" de Lisboa e Vale do Tejo ? Imaginam qual seja o das «ilhas adjacentes» mesmo quando comparado com o «interior do país» ? E porque não é mais baixo o IVA no interior abandonado ? O que fazem os deputados do interior ? Porque não reclamam e conquistam o conceito europeu de ultra-perificidade das Ilhas ? Vai-se dar mal o Sr PM.
Aliás, ele já não cheira muito bem ...
 
Sempredemocracia, dizer mal por dizer mal e não aplaudir boas acções não é saber fazer oposição. É fazer queixinhas. O que é preciso é pôr o país a andar para a frente.

É que acho que nnguém pode discordar que o facto da 2ª região mais rica do país (a Madeira) pagar menos impostos, receber mais da fatia do Orçamento a cada ano que passa e ainda por cima ter quase todas as Obras Públicas pagas pela Europa ou pelos "cubanos" (essa expressão, a 10% da população até se aplica bem). E quem conhece os apoios ao "futebol"? São milhões que desaparecem todos os anos, também lá, na Madeira.

Dos Açores não falo, desconheço como vão as coisas por lá.

Isto partiu da frustração de "democratas" que hoje militam nos partidos que são eleitos à AR por não conseguirem ter libertado as ilhas. Vieram cá, infiltraram-se no poder do Continente e deram o que podiam aos arquipélagos...

Isso até se justificou para desenvolver as ilhas na aparência. Mas essas ilhas, depois de anos de fundos (perdidos) continuam a apresentar as maiores diferenças entre ricos e pobres, mal tendo muitos destes com que se sustentar.
 
Bem, eu não me quero pronunciar acerca da Madeira mas tenho quase a certeza absoluta de que não é a 2º região mais rica do País. A cidade do Funchal, talvez ...
Quanto aos Açores conheço bem porque vivi lá seis anos.
São 240 mil habitantes (A Amadora tem muito mais do que isso) espalhados por nove ilhas, e que vivem sobretudo da lavoura e de um turismo muito insipiente. O resto é ... mar. O fenómeno da "dupla insularidade" é real e relevante : por exemplo ir de S. Miguel ao Faial é mais dispendioso do que ir de Ponta Delgada a Lisboa. Um Arquipélago de nove ilhas não está apenas muito afastado do Continente, está também muito afastado entre si mesmo, entre as próprias ilhas. É preciso perceber estas coisas. Nos Açores não há felizmente, por exemplo, o drama social que decorre das deslocalizações empresariais. Mas sabem porquê ? Pois é ..., é porque simplesmente não há nada para deslocalizar. Nada. Zero. Trata-se de uma economia fragilíssima. Ainda há trinta e poucos anos, qualquer pessoa com residência na ilha de S. Miguel, para ir estudar para as Universidades no Continente, tinha de deslocar-se para Santa Maria e aí "apanhar" um avião da TWA, da Canadian Pacific, ou da Pan Am para ir para Lisboa ; a TAP não tinha carreiras regulares para os Açores ...
Quem não conhecer estas coisas não sabe do que fala, e não pode perceber que, de facto, apesar do enorme progresso já havido no Arquipélago, (ainda) há vários «Portugais» ...
 
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