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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Coro de Preces

A pobre homem que desanimara,
E se pusera, à beira do caminho,
Contando pedra, nuvem, charco, espinho,
Enrodilhado a pensamento vão,
O Céu determinou que ouvisse a Natureza,
E ele escutou, de alma surpreendida,
Vozes a sussurrar, entre as forças da vida,
Elevando-se a Deus em forma de oração.

Dizia a Luz, do Cimo Resplendente:
- Pai da Eterna Bondade,
Sinto a luta abismal das vastidões soturnas,
Trago em mim o clamor dos que gemem
Nas furnas...
Do sereno esplendor da altura a que me levas,
Envia-me, Senhor, a dissipar as trevas!...

O Vento anunciou, traspassando a ramagem:
- Deus da Piedade Imensa,
Vejo, ao longe, a aflição de enorme caravana,
Encharcada de pó na canícula insana...
Envia-me, Senhor, a envolve-la, de perto,
Desejo amenizar o calor do deserto.

A Fonte murmurou, no ápice de um monte:
- Pai de Infinito Amor,
Dói-me fitar no solo aspereza e secura,
Comunicando fogo à lavoura insegura...
Envia-me, Senhor, dos cárceres da serra,
Para descer ao vale e defender a terra...

A Pedra suplicou, de elevada montanha:
- Pai de Misericórdia,
Observo, da rocha a que me agarro,
Homens construindo, em vão, sobre
Leitos de barro...
Comove-me anotar tanto esforço infecundo,
Envia-me, Senhor, a cooperar no mundo!...

A Árvore pedia
Para seguir além, nos próprios frutos,
De maneira a servir, dia por dia,
Tanto à fome dos bons, quanto à gana dos brutos...

Sentindo em si que toda a Natureza
Era um hino ao trabalho,
Entretecendo paz, alegria e agasalho,
A consumir-se em preces de louvor,
O pobre homem que desanimara,
Sentiu sede de agir e transformar-se
Em centelha de amor...
Então, voltou à fé, alçando a fronte,
E, contemplando os Céus, de horizonte
a horizonte,
Gritou forte e feliz: Envia-me, Senhor!...


Autora: Maria Dolores

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Caridade e Caminho

Alma querida, observa
Na Terra que se aprimora
A vida fulge por fora
Nas trilhas da evolução.

Em toda parte, no entanto,
Sob ruídos e disfarce
A dor é chaga a ocultar-se
Por dentro do coração.

Nunca existiu para os homens
Tanta cultura brilhando,
Altas conquistas em bando,
Inventos, palmas, troféus!...

Mas a violência campeia,
No império do instinto bruto,
Ouro e sangue, pompa e luto,
Entremeiam-se ante os Céus!...

O ódio incendeia povos,
A ambição ruge no excesso,
Desnorteando o progresso,
A discórdia aflige o lar...

As criaturas se apartam,
Sob o medo que as domina,
A treva espalha em surdina
A guerra ativa no ar.

Mas sobrestanto o tumulto,
Reina a Divina Presença,
Em Cristo, a luz se condensa
E aponta o Sol por porvir...

Quanto a nós outros, obreiros
De qualquer tempo e lugar,
A ordem é “trabalhar”
E o lema é “sempre servir”!...

Alma fraterna, sigamos!
A voz do Céu nos confia
A base do novo dia
No campo renovador.

Caridade! Caridade!
Sem cansaço ou retrocesso
Eis o caminho de acesso
O Reino do Eterno Amor.


Autora: Maria Dolores