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sábado, 14 de dezembro de 2013

Os governos nada sabem de economia

1350 pontos de carregamento. Segundo a notícia, em três anos, cada um deles foi usado, em média, 20 (vinte) vezes! Uma fantasia parola, executada por um grupo de parolos e apoiada por um conjunto ainda maior de outros parolos, alguns dos quais pertencentes ao inner circle da actual "situação". Será que não aprendemos mesmo?

Expresso de 14-12-2013

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Espanha - Défice tarifário? Pois que se taxe o sol!

Fazendo jus ao princípio universal de actuação dos governos de «criar problemas para depois os "resolver"», o executivo liderado por Mariano Rajoy descobriu uma maneira de minorar os efeitos do gigantesco défice tarifário - actualmente na ordem dos 28 mil milhões de euros! - decorrentes da verdejante e irresponsável política energética adoptada desde 2003, que se tornou uma das imagens de marca dos governos de Zapatero (a par de aeroportos sem aviões e de troços de linhas de AVE (a sigla do TGV nos nossos vizinhos) sem passageiros...).

Repare-se que, conforme dados do próprio governo, que sendo o preço médio de produção do MW/h em Espanha de 50€, o preço é 90€ se a sua origem for eólica e de 450€ no caso de ser produzido a partir de painéis fotovoltaicos! E quanto à capacidade (nominal) de produção de electricidade os números são igualmente espantosos: para um pico de procura na ordem dos 43 GW, existe uma capacidade instalada de 100 GW, ou seja, 43%, o que demonstra uma ineficiência brutal de todo o sistema encarecendo-o brutalmente!

Quando se atinge o grau de loucura a que se chegou, ou melhor, que os governos deixaram chegar e promoveram, as propostas de solução (?!) são de tal modo exdrúxulas que nem se acredita, como esta de taxar todos os detentores de painéis solares, obrigando-os a ligar-se à rede eléctrica (e pagar o imposto respectivo) sob pena de suportarem multas de milhões de euros se não o fizerem.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Energia barata ou energia verde - é impossível ter ambas as coisas

Já tinha pensado em publicar uma tradução do texto que Matt Ridley assinou na sua coluna regular no Times londrino, no passado dia 26 de Setembro - "Cheap energy or green energy - you cannot have both". Esta notícia de ontem convenceu-me que havia utilidade em fazê-lo. É uma história dolorosamente parecida com a nossa aquela que Ridley conta relativamente ao Reino Unido, ilustrando na perfeição o conúbio, que tantas vezes aqui tenho referido, entre os governos e os interesses especiais, no caso as empresas do sector energético. Apesar da propaganda, as "rendas excessivas" não nasceram do céu; antes foram proporcionadas, propositadamente, pelos governos às empresas que Henrique Neto apontava como pertencendo ao "regime". Vale a pena ler Matt Ridley para melhor ficar a perceber a mecânica da coisa e ilustrar o que é o crony capitalism.
A hipocrisia pode ser uma coisa fantástica quando bem feita. Passar, como sucedeu com Ed Miliband, em quatro anos, do ministro que insistia em que os preços da energia deviam subir - de modo a que os não-competitivos produtores de energia verde pudessem ser atraídos para o fornecimento de electricidade - para passar a ser o líder da oposição que defende o congelamento dos preços da energia é uma dupla pirueta de tal ordem que faria inveja a Torvill e Dean [famoso par inglês de patinagem artística no gelo nos finais nos anos do séc. XX].

Recorde-se que este é o próprio arquitecto da nossa actual política energética, o homem que manobrou a suicidariamente dispendiosa Lei das Alterações Climáticas através do parlamento; o homem que ainda esta semana se comprometeu a descarbonizar toda a economia britânica (não apenas o sector eléctrico) em 2030, o que significa que não será permitido a ninguém que aqueça a sua casa usando gás.

Terá ele comparado, recentemente, o preço do aquecimento eléctrico com o do aquecimento a gás? A diferença tenderá a crescer cada vez mais. Em 2030, grande parte da electricidade virá, em teoria, das eólicas offshore, a quem está prometido um preço três vezes maior do que é pago às centrais a gás na produção de electricidade. Assim, Miliband está a dizer-nos para triplicar, e congelar, as nossas facturas de aquecimento ao mesmo tempo.

"Não existe um futuro com energia de baixo custo", afirmou Miliband enquanto Secretário de Energia, em Julho de 2009, insistindo para que aprendêssemos a viver com preços da energia mais elevados. "Podemos trabalhar juntos a partir deste congelamento de preços para fazer funcionar o mercado no futuro. Ou podemos reforçar na opinião pública a ideia que vós sois parte do problema e não da solução", palavras de Miliband, o líder da oposição, ameaçando ontem [25 de Setembro de 2012] as empresas produtoras de energia eléctrica.

Num presciente parágrafo intitulado "E adivinhem quem vai levar um tiro?", um relatório de Abril do Liberum Capital [um banco de investimentos], sugeria que quando a crise do preço da energia chegasse, o governo da altura iria fazer recair a maior parte da dor financeira nos investidores insistindo para que estes cortassem nos seus lucros. Esse dia chegou, bem cedo. Miliband efectivamente admitiu que tentará eliminar o [ou pelo menos parte do] retorno dos investidores sobre o capital em vez de assumir quaisquer culpas pelas enormes facturas que irão conduzir as pessoas à pobreza energética.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Como quase sempre tudo acaba onde os governos intervêm

Governo avança com cortes nas rendas pagas aos produtores de energia (supõe-se que no quadro do OE para 2014), anúncio que já motivou uma primeira reacção por parte da EDP, via Eduardo Catroga: "Não acredito que o Governo tenha vendido gato por lebre”, aludindo às condições em que decorreu a recente privatização da EDP.

Mesmo sem se conhecerem os detalhes dos "cortes" - e o diabo está quase sempre nos detalhes - arriscaria um primeiro comentário:
O governo não se incomoda que os portugueses e as empresas sedeadas no país paguem um preço mais elevado do que deveriam na sua factura energética; apenas se preocupa com os lucros "excessivos" obtidos pelas empresas produtoras de energia os quais só são possíveis pelas opções governamentais seguidas (anteriores e actuais) na manipulação política dos preços  da energia (também conhecida pela "política energética").

E assim se apropria o governo de parte do sobrecusto energético sofrido pelos consumidores, industriais e domésticos, causado por uma política energética insane resultante no essencial do desvario "renovável". Enfim, para os que não estão distraídos, apenas mais do mesmo.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Nigel Farage faz aquecer (ou gelar?) Durão Barroso

Hoje, no dia em que se conheceram os valores referentes a Agosto da série (iniciada em Novembro de 1996) de valores das temperaturas recolhidas por satélite por meio de sistemas de detecção remota (Remote Sensing Systems, ou RSS), é possível constatar - como o fez Christopher Monckton - que, com esta série de dados, há 202 meses (16 anos e 10 meses) que se verifica um aquecimento global da ordem dos... ZERO graus! Foi este o dia que Durão Barroso, alvo favorito de Nigel Farage no Parlamento Europeu (que o primeiro faz inteiramente por merecer), escolheu para invocar um "consenso albanês" de 99% (!) dos cientistas climáticos, poucos dias depois de o seu próprio Comissário para a Indústria ter denunciado o "sistemático massacre industrial" em boa parte imputável ao exorbitante custo da energia eléctrica na Europa, consequência de anos e anos de adopção e prática de uma fanática agenda "verde".

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Progressistas e negros (ou o desastre da "acção afirmativa")

Conjuntamente com Thomas Sowell, Walter E. Williams, economista, académico e comentador, é uma personalidade vincadamente incómoda para o pensamento politicamente correcto nomeadamente por advogar o fim das políticas "positivas" de discriminação, nomeadamente no domínio racial, tema em que escreveu (e escreve) extensamente. Nascido, tal como Sowell, em meio bem pouco favorável (família pobre em ausência do pai), chegou a ser motorista de táxi (ver vídeo de entrevista a Williams legendado em português do Brasil).

Endereçando, sem rebuço, as questões raciais, e a sua radical oposição às políticas de "acção afirmativa" que, recorde-se, começaram com Richard Nixon, pareceu-me útil proporcionar a mais leitores o conteúdo do seu artigo, publicado ontem - Progressives and Blacks -, traduzindo-o.
Walter E.Williams
(...) Os progressistas lidam com os negros como se fossem vítimas que têm que ser tratadas com luvas de pelica e benefícios especiais, como quotas raciais e condições de preferência. Esta abordagem tem vindo a ser experimentada há décadas na educação e revelou-se um fracasso. Eu mantenho que é hora de explorar outras abordagens. Uma abordagem é a sugerida pelo desporto. Os negros distinguem-se - talvez dominem seja uma palavra melhor - em desportos como o basquetebol, o futebol [americano] e o boxe, a tal ponto que os negros constituem 80% dos jogadores profissionais de basquetebol, representam 66% dos jogadores profissionais de futebol e, há décadas, vêm dominando a maioria das categorias do boxe  profissional.

Estes resultados deveriam fazer surgir várias questões. No desporto, alguma vez se ouviu falar de um treinador que tenha explicado ou desculpado o mau desempenho de um jogador negro culpando o "legado da escravidão" ou o facto de o jogador ter sido criado numa família monoparental? Quando é que se ouviu falar de os padrões desportivos serem apelidados de racistas ou culturalmente enviesados? Eu ainda estou para ouvir um jogador, muito menos um treinador, dizer semelhante disparate. Na verdade, os padrões de desempenho no desporto são, justamente, dos mais implacáveis onde quer que seja. As desculpas não são toleradas. Pense-se nisto. O que acontece a um jogador, negro ou branco, que numa universidade não atinja os padrões dos treinadores de basquetebol ou futebol? Ele ficará fora da equipa. Os jogadores sabem disso, e fazem todos os esforços para se excederem. E tanto mais assim será quanto mais aspirações tiverem a tornar-se jogadores profissionais. A propósito, os negros também se destacam na indústria do entretenimento - um outro sector em que existe uma competição implacável em que vale tudo.

Observando como os negros demonstram uma capacidade para prosperar num ambiente de competição impiedosa e com exigentes desempenhos, talvez pudesse haver algo a ganhar com um ambiente escolar similar. Talvez devêssemos ter algumas escolas em que os jovens são assoberbados com trabalhos de casa, testes frequentes e exigentes, professores de alto nível. Em tais escolas, não haveria desculpas para nada. Os jovens atingem o que deles se espera, ou são expulsos e colocados numa outra escola. Eu aposto que um número significativo de jovens negros iria prosperar num tal ambiente, da mesma forma que prosperam nos desportos altamente competitivos e nos ambientes de entretenimento.


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sector eléctrico - La grande bouffe

Henrique Gomes, num artigo corajoso, volta a denunciar a desbunda - a grande farra - existente no sector eléctrico que, no essencial, continua intocável (apesar da propaganda governamental de que Álvaro Santos Pereira, como responsável último pela pasta, não conseguiu separar-se). A ler na íntegra.

Imagem retirada daqui

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Sector eléctrico - benchmarking à espanhola


  • Capacidade instalada: 108.296 MW (2/3 em regime especial - eólicas, solar, etc. -, 1/3 em regime ordinário)
  • Pontas (picos) de procura: 45.000 MW
  • 30 mil milhões de défice tarifário (actualmente)
Estes são alguns dos resultados das 33 (trinta e três) reformas no sector eléctrico desde 1998 que os nossos vizinhos levaram a cabo no sector.

As minhas expectativas que, entre nós, o novel ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Ambiente, aporte alguma sanidade às políticas energéticas que têm vindo a ser seguidas entre nós são, falando claro, inexistentes. O consenso (particularmente o do silêncio) verificado após a sua nomeação acentuou esse sentimento. Oxalá me engane. 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Notícias que não são notícia (2 de muitas)

Parecem ser infindáveis os desastres verdes de Obama e, consequentemente, a economia e os "empregos" da mesma coloração. À lista que aqui deixei há tempo, juntou-se, já há uns dias1, o processo de falência da Fisker Automative produtora de umas centenas de viaturas de luxo Karma (New York Times ou no Washington Post), outra das "visionárias" empresas que surgiram, única e exclusivamente, à custa do erário público, entre subsídios e empréstimos. (Para uma análise circunstanciada do caso Fisker e das lições a retirar, ver aqui.)


Nos EUA ou na Alemanha, os grandes defensores da economia e "empregos" verdes (como António Mexia é exemplar paradigmático), nomeadamente os ligados à energia solar, há muito que vêm acusando as empresas chinesas de práticas de dumping (nome "chique" e politicamente correcto para designar concorrência) com a consequente onda de falências de empresas do sector, na Europa e nos EUA. Pois bem, parece que terão agora uma boa oportunidade para reganhar quota de mercado (ironia, ironia..) com a queda da solar Suntech no tribunal de falências na China (grato ao Fiel Inimigo pela chamada de atenção). Como adivinharão, a nota1 é replicável para esta outra não-notícia no que respeita à imprensa portuguesa de "referência". Por que será, por que será?

____________________________
1 Bem que me contive aguardando pela publicação na nossa imprensa de "referência" de uma menção quanto a este assunto. Este post é, evidentemente, a constatação, sem surpresa, da sua supressão ausência.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A manipular o pagode esmifrando-o

António Mexia: "Investimentos nas renováveis vão baixar preços da energia"

Esta é a "caixa" na capa da edição impressa do Jornal de Negócios de hoje. No interior, numa entrevista de 4 (quatro) páginas, o habitual exercício de manipulação e um exemplo típico do funcionamento de uma "empresa do regime" e que é directamente beneficiada pelo politicamente correcto em vigor e pelo dinheiro do contribuinte/consumidor, pelo menos onde ainda vai havendo dinheiro para pagar os delírios governamentais (actuais e passados). 

António Mexia afirma que Portugal tem hoje "a tarifa eólica marginal [meu itálico] mais baixa de toda a Europa"; que as "estatísticas europeias mostram que os preços médios da energia em Portugal, em particular para os industriais, estão significativamente abaixo da média europeia e de Espanha". Somos uns sortudos, portanto, apesar de, estranhamente, haja quem ache que não é bem assim. E de resto, acrescenta, se as tecnologias poluentes "estivessem a pagar valores minimamente razoáveis [itálico meu] pelo CO2, essa percepção [de elevados custos energéticos] seria fortemente distinta" para além de que "[h]oje os combustíveis fósseis não estão a pagar a externalidade negativa na nossa economia". Mais: "os subsídios nas renováveis são oito a dez vezes inferiores aos subsídios a nível mundial [itálico meu] dados ao petróleo e ao gás".

Mexia rejeita pois a afirmação do ex-secretário de Estado da Energia de "que a EDP vive à custa dos portugueses", embora só a "seu tempo" se mostra disponível para a comentar. Até porque "não tem dúvidas" que "estruturalmente, estes investimentos hoje vão baixar os preços de energia a prazo" [meu realce] proporcionando assim "uma vantagem importantíssima do ponto de vista geracional". Sim, sem dúvida. Tal como a dívida.

Sócrates, Zapatero ou Obama não diriam melhor.

segunda-feira, 25 de março de 2013

A insanidade da política energética europeia: está a chegar a conta

Christopher Booker tem sido uma presença regular neste blogue praticamente desde o seu início. Jornalista da velha escola tem dedicado a sua vida ao fact-checking, coisa que em Portugal duvido que alguma vez tenha existido e que, pelo menos pelo mundo ocidental, está em vias de extinção nos MSM (Mainstream media). Sozinho, ou em parelha com Richard North, dedicou todo o seu esforço ao exame minucioso dos sucessivos pânicos (amplificados pelos media e assim compelindo os políticos a "fazer alguma coisa") de que o "aquecimento global" constitui, certamente, o zénite da irracionalidade ruinosa. Muita atenção dedicou também à génese da União Europeia e ao modo como ela se desenvolveu, estudando aturadamente o seu "método" e, desse modo, antevendo sem dificuldade o evoluir do monstro globalista de Bruxelas.

A crónica que se segue, publicada no sábado passado na coluna que mantém no Telegraph, é de um brilhantismo difícil de igualar, constituindo prova adicional que os governantes britânicos, Labour ou Tory, ainda que vocalmente em fricção com os "colleagues" da "Europa", se têm limitado a isso mesmo: a uma modulação mais ou menos estridente no tempo para ocupar as manchetes. Entretanto, o declínio ocidental, e em particular o europeu, prossegue, aparentemente irreversível. (A tradução do texto é minha, bem como os realces introduzidos.)
Imagem retirada daqui
Enquanto a neve do mais frio mês de Março desde 1963 continua a cair, ficámos a saber que temos armazenado gás para nos manter aquecidos apenas para 48 horas, e que o primeiro responsável pela nossa segunda maior companhia de electricidade, a SSE, alertou para o facto de que a nossa capacidade geradora [de produção fiável de electricidade] ter caído para níveis tão baixos que podemos esperar, a qualquer momento, cortes no fornecimento de energia eléctrica ["apagões"]. A tempestade perfeita parece pairar sobre nós.

A grotesca gestão da política energética da Grã-Bretanha pelos políticos de todos os partidos, de perseguir as suas quimeras infantis do CO2 induzido pelo aquecimento global e das ventoinhas eólicas, tem vindo a constituir, provavelmente, o maior acto de irresponsabilidade política da nossa história.

Três novos eventos da semana passada trouxeram-nos de novo a bolha louca do faz-de-conta em que estas pessoas vivem. Sob a Directiva da União Europeia das Grandes Instalações de Combustão [link], perdemos mais duas grandes centrais electroprodutoras alimentadas a carvão, a Didcot A e a Cockenzie, capazes de contribuir com nada menos que um décimo das nossas necessidades médias de energia eléctrica. Vimos atribuída a uma empresa estatal francesa, a EDF, autorização para despender uma verba planeada de 14 mil milhões de libras na construção de dois novos reactores nucleares em Somerset, mas em que a empresa diz que a sua conclusão só ocorrerá num horizonte temporal de 10 anos, se lhe for garantido um subsídio que irá duplicar o preço de sua electricidade. Em seguida, escondidos em letras pequenas no Orçamento, surgiram novos números para o imposto em rápida escalada que o Governo irá apresentar na próxima semana que recairá sobre cada tonelada de CO2 emitido pelas centrais alimentadas a combustíveis fósseis, que em breve acrescentarão milhares de milhões de libras às nossas contas de energia eléctrica todos os anos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Tomates e energias renováveis, a mesma luta!

Só a Califórnia é mais produtiva do que Portugal no tomate.

A notícia é, aparentemente, muito positiva. Portugal terá atingido uma produtividade recorde na produção de tomates, da ordem dos 92 toneladas por hectare, segundo dados da Associação dos Industriais de Tomate (AIT). Tal significará certamente que o país dispõe de condições agro-climáticas favoráveis ao seu cultivo e que detemos o know-how necessário.

Porém, a Associação antevê o aparecimento de nuvens negras no horizonte para os nossos tomates caso a Política Agrícola Comum (PAC) venha a sofrer uma "reforma" no sentido de diminuir o subsídio que atribui aos produtores dos actuais 2100€/hectare para 179€/ha. Como este ano se produziram 1,2 milhões de toneladas em cerca de 13.000 hectares, o montante dos subsídios atribuídos foi de 27,3 milhões de euros. Não admira pois que já se ouçam os gritos de aqui-d'el-rei e que a ministra Cristas, sempre atenta, tenha prometido "lutar pelos interesses portugueses"!

Significa isto que, actualmente, a irracional e absurda PAC (desenhada desde o início para os agricultores franceses e assim permanece no essencial) atribui  um subsídio de quase 25 cêntimos/quilo (!) ao produtor de tomate. Adivinhe só de onde vem o dinheiro!

sábado, 20 de outubro de 2012

Os desastres verdes de Obama

O descalabro económico e ético do activismo "verde" de Barack Obama, perseguindo uma absurda política energética, prossegue. Agora foi a vez da A123, uma empresa dedicada à produção de baterias para carros eléctricos, se colocar sob o regime de protecção de credores. Claro que não sem antes ter recebido cerca de 250 milhões de dólares em empréstimos federais no quadro da mirífica "visão" de Obama de conseguir pôr em circulação "um milhão de veículos eléctricos em 2015". A Toyota, por exemplo, já oficializou o "pousio" das suas iniciativas quanto ao carro eléctrico, apontando para o facto de haver ainda muito que criar/descobrir de modo a que os carros eléctricos consigam chegar ao mercado a preços competitivos e com autonomia comparável à dos carros convencionais ou híbridos.

A lista abaixo, retirada daqui, é bem eloquente do desperdício gritante de recursos dos contribuintes levada a cabo pelo governo de Obama em nome de uns miríficos "empregos verdes" e da luta contra o "aquecimento global" escolhendo vencedores (os que recebem os subsídios) e perdedores (os que vêem a sua actividade posta em causa pelas acções governativas e regulatórias). O resto que se lixe, que se danem os contribuintes. É esta a verdadeira política. Lá como .
  1. Evergreen Solar ($25 million)*
  2. SpectraWatt ($500,000)*
  3. Solyndra ($535 million)*
  4. Beacon Power ($43 million)*
  5. Nevada Geothermal ($98.5 million)
  6. SunPower ($1.2 billion)
  7. First Solar ($1.46 billion)
  8. Babcock and Brown ($178 million)
  9. EnerDel’s subsidiary Ener1 ($118.5 million)*
  10. Amonix ($5.9 million)
  11. Fisker Automotive ($529 million)
  12. Abound Solar ($400 million)*
  13. A123 Systems ($279 million)*
  14. Willard and Kelsey Solar Group ($700,981)*
  15. Johnson Controls ($299 million)
  16. Schneider Electric ($86 million)
  17. Brightsource ($1.6 billion)
  18. ECOtality ($126.2 million)
  19. Raser Technologies ($33 million)*
  20. Energy Conversion Devices ($13.3 million)*
  21. Mountain Plaza, Inc. ($2 million)*
  22. Olsen’s Crop Service and Olsen’s Mills Acquisition Company ($10 million)*
  23. Range Fuels ($80 million)*
  24. Thompson River Power ($6.5 million)*
  25. Stirling Energy Systems ($7 million)*
  26. Azure Dynamics ($5.4 million)*
  27. GreenVolts ($500,000)
  28. Vestas ($50 million)
  29. LG Chem’s subsidiary Compact Power ($151 million)
  30. Nordic Windpower ($16 million)*
  31. Navistar ($39 million)
  32. Satcon ($3 million)*
  33. Konarka Technologies Inc. ($20 million)*
  34. Mascoma Corp. ($100 million)

* - indicador de solicitação de protecção de credores (bancarrota)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Keynesianismo e aquecimento global - III

Com a publicação da parte III, termino a publicação do artigo da Spiegel cujo conteúdo entendi ser de especial interesse público o que me levou a traduzi-lo (parte I e parte II). Nele se espelham muitos dos nossos problemas que as novas renováveis vieram introduzir no país sem que se detectem quaisquer benefícios tangíveis para a generalidade dos portugueses (como para os consumidores alemães). Se os custos para um país rico como a Alemanha se revelam estratosféricos, eles são devastadores para um país pobre como o nosso. Mas tudo isto, repito, não é mais do que um novo (e inevitável) falhanço total do planeamento central à moda da "economia mista". Keynesiana, portanto.
Parte III - Centrais eléctricas: forçadas a perder dinheiro

Um kaiser governava ainda a Alemanha quando a central Franken produziu electricidade pela primeira vez, há quase 100 anos atrás. O encerramento da central esteve efectivamente previsto mas, por causa da reviravolta na política energética, Franken 1 foi autorizada a permanecer em operação.

No próximo Inverno, nos dias em que o sol não estiver brilhando e não houver vento, os bávaros poderão muito bem considerar-se afortunados por a antiga central permanecer ligada à rede. A central pode produzir mais de 850 megawatts de energia eléctrica, em cima da hora, diz o responsável pela central, Wolfgang Althaus, ainda que a um custo elevado.

Franken é parte da assim chamada "reserva fria" de fornecimento de electricidade da Alemanha. Na medida em que não há capacidade de armazenamento [de energia] suficiente, virtualmente todas as centrais solares e todas as turbinas eólicas têm que ser apoiadas por uma central convencional. Sem esta estrutura dupla, o fornecimento de energia entraria em colapso.

Ao mesmo tempo, no entanto, o boom na energia renovável subsidiada está a assegurar que as centrais eléctricas convencionais já não sejam rentáveis​​. Uma vez que a lei exige que se dê preferência à energia verde, se ela estiver disponível, as centrais a gás, a fuel ou a carvão, têm frequentemente que ser desligadas para evitar a sobrecarga na rede. Isso reduz suas receitas enquanto aumenta os custos de produção porque o seu liga-desliga consome muito combustível e provoca desgaste adicional no equipamento.

No passado, os operadores das centrais eléctricas eram capazes de cobrar preços mais altos de energia eléctrica cerca do meio-dia. Mas agora há mais concorrência das centrais solares nesta altura do dia. Nos dias em que há muito vento, o sol estiver brilhando e consumo é baixo, os preços de mercado podem  chegar cair para zero. Há até mesmo tal coisa como custos negativos, quando, por exemplo, as centrais hidroeléctricas austríacos dotadas de bombagem reversível são pagas para ficar com o excesso de electricidade que vem da Alemanha.

As perspectivas são tão pobres que os fornecedores de energia têm pouco interesse na construção de novas centrais. Nas condições actuais, mesmo as mais modernas e eficientes centrais a gás de ciclo combinado não estão a recuperar os milhares de milhões dos custos de investimento.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Keynesianismo e aquecimento global - II

Conforme prometido, retomo a publicação da tradução do artigo da Spiegel, agora a relativa à parte II. Na parte I, vimos a quanto chegou a loucura: "[h]á centrais que não estão ligadas à rede, postes sem linhas de transmissão, e linhas de transporte de energia que levam a lugar nenhum". Na parte II, a Spiegel parece querer enveredar por uma espécie de "3ª via" - a da conservação de energia. Em qualquer caso, note-se o desprezo das autoridades pelo mecanismo dos preços de mercado o que as leva necessariamente, como Mises há muito provou, a ser incapazes de fazer cálculo económico. Em consequência, o caos predomina num processo colossal de desperdício de recursos.

Entretanto, por cá, e por muito que se tente disfarçar, isto deve-se às ventoinhas". E só a elas.
Parte II: Redes: Problemas de interligação

Durante séculos, as pessoas têm sido atraídas para os locais que dispõem de energia barata. Primeiro, procuraram pela lenha e pela turfa. Mais tarde, construíram mós de moinho ao longo de rios e ribeiros. Quando descobriram grandes reservas de carvão nas regiões ao longo dos rios Ruhr e Sarre,  foi lá que construíram as primeiras fábricas industriais.

É um passo arrojado o governo federal estar tornando o abastecimento de energia do futuro dependente dos parques eólicos offshore nos mares do Norte e do Báltico. Nos próximos anos, centenas de turbinas eólicas serão presas ao  o fundo do mar longe da costa. Quando tudo estiver concluído, espera-se que os parques eólicos offshore satisfaçam um sexto das necessidades de electricidade da Alemanha.

Infelizmente, a electricidade não é muito necessária ao longo da pouco povoada costa, mas sim nos distantes estados do sul de Baden-Württemberg e da Baviera. Os dois estados têm grandes populações e indústria, bem como um número de centrais nucleares cujo encerramento está programado que venha a ocorrer em breve. Por esta razão, a decisão do governo federal de acelerar a expansão da energia eólica offshore significa que novas linhas de transporte de energia terão de ser construídas, a um custo que se estima entre 20 a 37 mil milhões de euros - o projecto de infra-estruturas mais caro desde a reunificação alemã.

Um plano director é coisa que já existe. Pode ser encontrado numa prateleira de madeira no quarto H 5015 na Agência da Rede Federal, em Bona, e consiste em seis arquivadores de argolas acompanhados de um grande número de pastas. Todos os postes de energia e respectivos corredores, que deverão ser expandidos ou construídos de raiz nos próximos 10 anos, estão assinalados em mapas desdobráveis​​.

O problema é que os estados do sul não estão particularmente entusiasmados quanto a receberem electricidade proveniente dos parques eólicos no norte da Alemanha. O governador da Baviera, Seehofer, fala da auto-suficiência e do investimentos de milhares de milhões de euros no abastecimento de energia regional, incluindo a solar, centrais hidroeléctricas e biocombustíveis. Até a Gazprom, o conglomerado russo de energia, está sendo considerado como um possível parceiro para o desenvolvimento do que Seehofer designa por uma "central Baviera".

Keynesianismo e aquecimento global - I

Ontem tentei aqui explicar sucintamente no que consiste a teoria económica keynesiana e qual a razão pela qual ela é adoptada, com entusiasmo, pela generalidade dos políticos. Se efectuar despesa pública é, por si só, algo de intrinsecamente bom (com o dinheiro dos outros, claro) que se dirá então quanto surge a oportunidade conjunta de contribuir para salvar a humanidade e, em simultâneo, "estimular" a economia, "criando" empregos? É nestas ocasiões que os  píncaros da insanidade governamental são mais facilmente atingidos.

Fazendo parte daqueles que, à força de subsídios de todo o tipo, quiseram - e continuam a querer - salvar o mundo do "aquecimento global", dedicámo-nos alegremente a espalhar ventoinhas e barragens dotadas de bombagem reversível pelo país fora, garantindo confortáveis rendas (através de preços garantidos) aos promotores. Em simultâneo, devido à intermitência das renováveis, também foi necessário instalar capacidade excedentária, através de centrais a gás, para acorrer aos períodos em que não há vento (nem água nas barragens). A certa altura, quando os políticos se dão conta que uma das consequências dessa insanidade seria o aumento brutal do custo de produção de energia eléctrica, criámos esquemas (não vejo outra palavra) para empurrar o problema com a barriga, em nome da "protecção" dos consumidores e das empresas! Nasceu assim, e assim continua, a monstruosidade do défice tarifário. Este governo praticamente nada fez neste domínio senão adiar e anunciar (vamos a ver se a realidade corresponde ao anúncio...) que não promoverá novas instalações de "renováveis" a preços garantidos acima dos de mercado.

Ninguém fica contente com os males dos outros sendo que com eles podemos nós bem. Mas é de facto verdade que o problema do défice tarifário espanhol é bem pior que o nosso e que o horror do solar espanhol só é suplantado pelo da Alemanha. Mas a loucura "aquecimentista" (um feliz termo que os nossos amigos brasileiros inventaram) atingiu limites tais que já nem a própria Alemanha os consegue sustentar. E quando é a Spiegel a pôr o dedo na ferida, sem rebuço, é sinal que a maré se apresta a mudar. Nesse sentido, parece-me útil partilhar com os leitores uma tradução em português do artigo de ontem, dia 10, com o título German Energy Plan Plagued by Lack of Progress. Como se trata de um artigo longo, deixo aqui a 1ª parte da tradução, ficando a promessa que a 2ª e 3ª partes virão logo a seguir.
Parte I

O ministro da Economia da Alemanha, Philipp Rösler, está de pé na sala da caldeira de uma casa geminada na cidade de Hönow, perto de Berlim. Não parece nada satisfeito com o que está vendo: um tubo de aquecimento que não está isolado. Que desperdício de dinheiro e energia!

A proprietária do edifício, Petra Röfke, de 54 anos, e o seu sócio Hartmut, de 58, parecem envergonhados. Mas o ministro tem alguns bons conselhos para lhes dar. A aplicação de um pouco de espuma de isolamento em volta do tubo permitiria poupar uma grande quantidade de energia, diz ele acrescentando: "Tenho o mesmo tipo de tubo em minha casa."

Na verdade, diz Rösler, ele não se importaria nada em ir de carro até à loja e cuidar ele próprio da questão, juntamente com a substituição das antigas e ineficientes lâmpadas que viu enquanto visitava a casa. Também não deixou de reparar na antiquada televisão de raios catódicos na sala de estar. "Há muito para fazer aqui", diz o ministro, dando ao casal o seu veredicto final.

Com o governo a provocar a subida do preço da electricidade, Rösler parece sentir uma necessidade de se tornar útil, dando conselhos sobre como poupar dinheiro e energia. Na segunda-feira, os operadores da rede de transporte de energia anunciaram um aumento significativo dos preços da electricidade na Alemanha, preços que já são os segundos mais altos na Europa.

O aumento dos preços é o resultado de uma "avaliação", nos termos da Lei das Energias Renováveis (EEG), de uma espécie de sobretaxa de solidariedade para com a energia verde que é automaticamente adicionada à factura de electricidade de todos os consumidores. Com o acordo alcançado na última ronda de negociações, dessa avaliação irá resultar o aumento da sobretaxa de 3,6 cêntimos para 5,4 cêntimos por kilowatt-hora.

Com as novas tarifas, os cidadãos alemães irão pagar no próximo ano um total de mais de 20 mil milhões de euros (25,7 mil milhões de dólares) para promover a energia renovável. Isto é mais do que 175 euros para um agregado familiar médio de três pessoas, um aumento de 50% relativamente aos valores actuais. E depois há os custos adicionais que um consumidor paga como o imposto sobre a electricidade, a "avaliação" de cogeração, a tarifa de concessão e o imposto sobre o valor acrescentado.

Este desenvolvimento é um embaraço para o governo alemão de coligação, composto pela União Democrata Cristã (CDU) do centro-direita, da chanceler Angela Merkel, pelo seu partido irmão da Baviera, a União Social Cristã (CSU) e pelo Partido Democrático Liberal (FDP) tido por favorável ao desenvolvimento dos negócios das empresas. Nos últimos meses, o governo tem negado as alegações de que a transição gradual para a energia verde poderia custar aos cidadãos alemães uma montanha de dinheiro.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Querem ajudar? Estejam quietos!

A Comissão Europeia apresentou hoje uma estratégia para explorar o potencial do armazenamento 'online' de ficheiros e 'software'.

Esta frase encerra em si mesma a negação das intenções propaladas. Entre outros motivos, por este e por este. "Estratégias" e "Agendas" de governos e burocratas? É fugir, é fugir!

Aliás, se há sector que demonstra à evidência a inutilidade das acções "reguladoras" é o das tecnologias de informação. Que outro sector de actividade tem, ao longo dos últimos 25 anos, vindo a oferecer cada vez mais e melhores produtos e, simultaneamente, a preços cada vez mais baratos (quando não, e crescentemente, de borla) sem qualquer necessidade de intervenção estatal para "estimular" ou "defender" a concorrência?1

A ortodoxia dominante, através de quilómetros lineares de literatura económica "activista", justifica a suposta necessidade de intervenção do estado nos diferentes sectores da actividade económica para promover a aproximação ao suposto paradigma ideal da "concorrência perfeita" (uma abstracção desprovida de qualquer utilidade pois ignora o carácter essencialmente dinâmico da interacção humana e, portanto, do fenómeno económico).

Porém, o que vimos assistindo à escala mundial no sector das tecnologias de informação, é exactamente o contrário do que aquela teoria prescreve: apesar do número total de competidores ter diminuído de forma drástica, a concorrência não cessa de aumentar! Não há melhor maneira de assegurar a concorrência, em  todo e qualquer mercado, que não seja a não criação de barreiras legais à entrada de novos competidores.
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1 E não, não vale a pena ir buscar os tristes casos "antitrust" contra a Microsoft.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Querida y cara electricidad

Antón Uriarte explica como, de Zapatero a Rajoy, no domínio da produção de energia eléctrica, pouco ou nada mudou. Lá como cá, de Sócrates a Passos Coelho:
Los parques eólicos erigidos durante la era de las burbujas en los campos de España se vieron acompañados de la construcción de centrales de gas de ciclo combinado ... (que se encienden rápidamente cuando no hay viento y nos evitan tener que soplar, como en el chiste).

Esta estrategia duplicó las inversiones y provocó un exceso de oferta eléctrica, lo que acabó resultando en que la potencia instalada en España sea hoy muy superior a la necesaria. El gran impulso a las energías renovables, sin embargo, se basó en una presunta escasez y en presentar a las tradicionales —los combustibles fósiles— como energías agotables. Las inversiones fueron enormes (...)

Los combustibles fósiles, sin embargo, no se agotaron y sus precios no subieron demasiado. Esto llevó al gobierno, basándose en las directrices de Bruselas, a seguir una política económica de apoyo a las renovables frente a las demás, presentándolas como el mejor freno al supuestamente sucio y nocivo dióxido de carbono.

La política de Zapatero se prolonga hoy con Rajoy, que hace lo posible para que no se desplome el tinglado montado de ecología y de prebendas de unos y otros. El resultado es una electricidad cara y que va a más. No sólo para los hogares, también para las industrias. La electricidad industrial en España es la séptima más cara de Europa. A este paso alcanzaremos el de las que lo tienen más alto, el de las islas de Chipre y Malta.