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sábado, 30 de maio de 2015

O colesterol passou a ser uma coisa boa

Apesar de uma episódica e já longínqua passagem pela Faculdade de Medicina de Lisboa, esta não é uma matéria que, enquanto leitor, siga de forma sistemática. Não obstante, creio detectar muitas semelhanças numa maleita que, digamos, é transversal a domínios aparentemente tão distintos como a medicina, o "aquecimento global" (se preferirem, "alterações climáticas") e, área da minha formação, a economia (na versão mercantilista e keynesiana vigente). Refiro-me à doença infantil do cientismo empiricista pela qual a preguiça e o "massajar" estaticista, quando não a fraude pura e simples, veio substituir a verdadeira ciência - o estudo, identificação e explicitação de relações de causa e efeito. É certo que não pode haver causalidade sem que exista correlação, mas a tentação de fazer "ciência" à custa da detecção de correlações, reais ou forjadas, é avassaladora. O artigo que vos proponho hoje é disso revelador. Nele se fala do embuste do consenso científico e da ira com que o establishment reage perante quem o ouse afrontar. Quando o dogma se instala, com o beneplácito e, logo depois, com o patrocínio estatal, é dificílimo quebrá-lo - a ciência dá lugar ao aparelhismo burocrático que,por natureza, nunca reconhecerá a admissão do erro e tenderá a perpetuá-lo até ao limite. Parece-me ser um bom complemento ao vídeo de Freeman Dyson que se volta a recomendar.

Um excelente fim-de-semana!

25 de Maio de 2015
Por Matt Ridley


Se estiver a ler isto antes do pequeno-almoço considere por favor a hipótese de comer um ovo. Está iminente a aceitação oficial pelo governo dos EUA de um parecer no sentido de, sem mais, retirar o colesterol da sua lista de "nutrientes preocupantes". Governo que pretende ainda "desenfatizar" a gordura saturada, constatada "a falta de evidências da sua ligação à doença cardiovascular".

Matt Ridley
Este é um ponto de viragem poderoso, ainda que protegido por ressalvas, e que há muito era devido. Havia anos que as provas se acumulavam no sentido de concluir que a ingestão de colesterol não provoca níveis altos de colesterol no sangue. Uma reavaliação levada a cabo em 2013 pela Associação Americana do Coração e pelo Colégio Americano de Cardiologia, não encontrou "nenhuma relação significativa entre o consumo do colesterol alimentar e o colesterol no soro [sangue]".

O colesterol não é um veneno vil, mas um ingrediente essencial à vida, que confere flexibilidade às membranas das células animais e que é a matéria-prima utilizada na síntese de hormonas como a testosterona e o estrogénio. O fígado produz, por si só, a maior parte do colesterol encontrado no sangue, e faz o ajustamento face ao que se ingira, razão pela qual não é a dieta que determina os níveis de colesterol no sangue. Reduzir o colesterol no sangue através da alteração da dieta é algo de praticamente impossível.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Freeman Dyson sobre a histeria climática

O grande matemático e físico Freeman Dyson mantém, aos 91 anos de idade, uma mente plena de vitalidade e humor. Um homem livre, como o visionamento do vídeo comprovará nesta entrevista de Abril de 2015 (a entrevista propriamente dita inicia-se aos 2'55").

Umas quantas frases para aguçar o apetite:

"O CO2 é tão benéfico ... seria uma loucura tentar reduzi-lo".
"Provavelmente faz-nos bem, a Terra irá ficar mais verde como consequência".
"O público em geral tem muito mais senso comum (que os media ou os políticos)".
"Eu estou aposentado, não tenho medo de perder o meu emprego".
"As alterações climáticas causadas pelo homem são, no seu conjunto, boas".
"Eles (os modelos climáticos) não são bons para fazer previsões".

terça-feira, 7 de abril de 2015

O unicórnio chegou aos 18 anos e quatro meses de idade

Não tenho por hoje muito a acrescentar ao que aqui escrevi, apesar de ter dificuldade em conter-me perante afirmações como estas e de epifanias serôdias como esta. Gostaria apenas de apresentar desculpas públicas ao dr. Pinho Cardão por não ter sido feita a publicitação deste evento como nos havíamos proposto fazer (por falha exclusiva do autor destas linhas). Como "penitência", irei dedicar um próximo post a revisitar o tema do sector eléctrico, com o desenvolvimento que ele entre nós merece. É o mínimo que tenho por obrigação fazer quando vejo continuarem a ser debitadas inanidades deste calibre.

Clicar na imagem para uma explicação pormenorizada no WUWT

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

18 anos e três meses

Ao longo de toda a sua vida, e sob a capa de "ciência estabelecida" que não admitia heresias, um jovem hoje com dezoito anos foi sujeito, e assim continua, a uma formatação ideológica, particularmente na escola pública, segundo a qual seria imperativo reduzir ou mesmo eliminar a "pegada de carbono" humana. Era isso ou o esturricar a médio prazo da "Mãe Natureza". É pois absolutamente extraordinário que esse mesmo jovem, desde o dia que nasceu, tenha vivido num período em que o"aquecimento global" foi zero. Z-E-R-O!

Daqui
Um dia, olhar-se-á para trás e uns "maduros", à semelhança destes, farão a anatomia da que talvez tenha sido a maior mistificação alarmista de todos os tempos. Aquela em nome da qual se têm vindo a desviar milhões de milhões para "energias verdes" que, sendo intrinsecamente não fiáveis (por intermitentes) e não sendo armazenáveis, necessitam SEMPRE de centrais convencionais de backup (para quando não há vento ou sol). Aqui reside, entre nós, a explicação do sucessivo disparar da factura energética, em particular, na da electricidade. Realidade que é ofuscada pelo discurso propositadamente enevoado das "rendas excessivas" neste sector as quais, na realidade, só foram possíveis pela garantia de rentabilidade, explícita ou não, que o estado lhes concedeu. Agora dizem que a culpa é da liberalização(!!) do mercado, calcule-se. Também aqui nada mudou.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O plano inclinado dos aquecimentistas

Durante anos (décadas, na realidade) as legiões da fé aquecimentista, aka "alterações climáticas", fustigaram todos aqueles que se atreveram a sugerir a existência de um constatado desfasamento empírico entre o que era possível assistir pelas janelas e se sentia nos ossos (para além das imagens e medições dos satélites) com o que os "modelos" climáticos continuavam a profetizar ("é mais grave do que supúnhamos!"). Esse era o tempo em que, do alto da cátedra cuja lema era "science is settled", se ensinava, com cada vez menos paciência para uns quantos tão teimosos quanto ignaros, que uma coisa era "o tempo" e outra, completamente diferente, era "o clima". E ai de quem misturasse uma coisa com outra! 

Wikipedia
Eis senão quando, perante a passagem sucessiva dos anos sem que as temperaturas subissem (entre 14 a 17 anos, dependendo das diferentes séries estatísticas - "datasets" - utilizadas), o establishment não teve forma de evitar o reconhecimento de que existia de facto uma "pausa" apesar de, assim nos garantiam, isso em nada alterava a "ciência estabelecida" já que o calor em falta (?!) tinha que estar algures (nas profundezas dos oceanos, no espaço sideral, etc.). Mas isto não era afinal suficiente pelo que, para além da continuação das salvas de insultos sobre os "negacionistas" (até o Príncipe de Gales chegou ao ponto de apodar os cépticos de membros de "brigadas de galinhas sem cabeça"), havia que explorar novos (?) caminhos.

Foi pois com muito interesse que dei conta deste artigo: As dúvidas em relação aos modelos climáticos (no original, aqui), através do qual me dei conta que aquela distinção, que se julgava definitivamente estabelecida, talvez não seja tão distinta assim. Depois de se admitir a existência da "pausa" e do embaraço do IPCC perante os "recentes desenvolvimentos" (leia-se, a não subida das temperaturas) confessa-se algo pior que o embaraço: a preocupação com a possibilidade de os políticos deixarem de acreditar na "ciência estabelecida". Que fazer então para recuperar a credibilidade abalada? Pois, é isso mesmo: há que "transferir a tecnologia" da meteorologia para a climatologia até porque aquela melhorou em muito na última dúzia de anos a sua capacidade de previsão a... 3, 5, 7 e 10 dias.

E  o artigo termina procurando convencer os cépticos descansar os crentes:
Significa isto que se pode confiar nas previsões climáticas? Sim. [Como não?]

O sistema da Terra é tão complicado e é regido por tantos retornos [efeitos de retroacção] subtis que é um feito deslumbrante conseguir-se fazer previsões realistas. Ainda assim, muitas previsões climáticas importantes foram confirmadas [Assim mesmo. Ponto final!]. Reduzir os modelos climáticos – ou as complexas técnicas de previsão do estado do tempo em que eles se baseiam – a algo como "fundamentalmente imperfeito" pelo facto de não terem previsto o menor aumento das temperaturas globais na última década seria uma patetice.

Podemos não estar inclinados para confiar nos políticos, mas temos de levar muito a sério a produção destes algoritmos aperfeiçoados. Ao contrário de muitos de nós, os nossos modelos climáticos são cada vez mais capazes de aprender com os seus próprios erros.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Terá o Sol adormecido?

O indispensável WUWT proporciona-nos uma leitura comentada de uma surpreendente peça divulgada pela BBC na passada sexta-feira, dia 17 mês (vídeo abaixo), que veicula uma perspectiva herética-ainda-que-mitigada da suposta "ciência estabelecida", facto até há bem pouco tempo impensável por parte de um dos fanáticos seculares expoentes do alarmismo (climático, no caso). Refiro-me à hipótese de que o Sol seja um factor determinante na evolução climática da Terra (leitura recomendada em alemão ou inglês). Estamos perante mais um sinal de ruína do edifício do "terrorismo climático" (alô, Maurício!) apesar da persistência de irresponsáveis Cassandras e de políticos que continuam a perseguir a resolução de problemas inexistentes.


Transcrição de Alex Rawls (AR) com tradução minha:

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ciência, matemática e previsões

Tal como em Economia, na variante herdeira da corrente dita "neo-clássica" que há muito é largamente maioritária na disciplina, também na climatologia se faz recurso a "modelos" matemáticos, cuja complexidade tem vindo a crescer com a cada vez maior capacidade computacional, que procuram representar, ainda que de forma simplificada, a realidade. Em qualquer dos casos, o fim último pretendido com a utilização de "modelos" é a capacidade de obter projecções, i.e., fazer previsões sobre o futuro (uma tarefa bem arriscada, como sabemos...). E se bem que haja quem dispute que a disciplina da Economia seja de facto um domínio científico (matéria que abordarei em posts subsequentes), nomeadamente pela incapacidade reconhecida em "acertar" nas suas previsões e/ou em produzir previsões/estudos para todos os gostos, confesso não conhecer - o que será ignorância minha - nenhuma objecção à qualificação científica da Climatologia (ou, de igual modo, da Biologia Evolutiva...).

O "boneco" abaixo, retirado daqui, contrasta a realidade com as previsões de 138 (cento e trinta e oito!) modelos matemáticos "computarizados", autênticas "caixas pretas", relativos à previsão da evolução da temperatura à superfície terrestre, matéria do domínio da Física. O resultado da comparação é, no mínimo, tristemente desfavorável para os ditos "modelos" já que a realidade teima em comportar-se de modo diferente do "previsto". Será que, afinal, também é disputável classificar a Climatologia de ciência? Ou será que a tentativa de modelar sistemas não-lineares, caóticos, é, essa sim, uma impossibilidade? E é com "isto" que nos vêm espoliando os bolsos para prevenir o horror de um Armagedeão Climático?

Para aqueles que vêm registando com atenção a evolução da sua factura de electricidade e não se esquecem de que, em paralelo, o défice tarifário não tem parado de subir, esta não é (ou não de via ser) uma questão lateral. 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Nigel Farage faz aquecer (ou gelar?) Durão Barroso

Hoje, no dia em que se conheceram os valores referentes a Agosto da série (iniciada em Novembro de 1996) de valores das temperaturas recolhidas por satélite por meio de sistemas de detecção remota (Remote Sensing Systems, ou RSS), é possível constatar - como o fez Christopher Monckton - que, com esta série de dados, há 202 meses (16 anos e 10 meses) que se verifica um aquecimento global da ordem dos... ZERO graus! Foi este o dia que Durão Barroso, alvo favorito de Nigel Farage no Parlamento Europeu (que o primeiro faz inteiramente por merecer), escolheu para invocar um "consenso albanês" de 99% (!) dos cientistas climáticos, poucos dias depois de o seu próprio Comissário para a Indústria ter denunciado o "sistemático massacre industrial" em boa parte imputável ao exorbitante custo da energia eléctrica na Europa, consequência de anos e anos de adopção e prática de uma fanática agenda "verde".

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Previsões e aldrabices vs realidades

12 de Dezembro de 2007:
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Nota: vejo grandes similitudes entre o catastrofismo das previsões climáticas e o anunciado Apocalipse associado a uma opção não-intervencionista em conflitos que nos não dizem respeito. Em ambos os casos, a táctica da difusão do medo e da "emergência" da intervenção estatal-imperial de que é "preciso agir" porque "o tempo se está a esgotar" é sensivelmente a mesma. Creio que Steven Goddard, editor do Real Science, concordará com esta asserção.

Adenda:

Trecho do certeiro comentário do leitor Luís Vilela: "Ando há muito a ruminar essa mesma ligação. Vejo voluntarismo em ambas as situações, que favorece uma visão de que a realidade se terá de adaptar a um conjunto de valores difusos (idealismo, liberalismo, materialismo). Uma visão que culpa o homem e lhe dá a esperança de uma redenção pela construção de uma acção moralizadora e reparadora desses mesmos males."

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Do consenso cozinhado de 97% ao real de 0,3%

Cooks ’97% consensus’ disproven by a new peer reviewed paper showing major math errors, no WUWT. Como se recorda no texto, Michael Crichton enunciou uma definição de ciência (natural) em termos definitivos:
"If it’s science, it isn’t consensus; if it’s consensus, it isn’t science."

Michael Crichton
Mas não se espere que Obama vá agora ao Twitter emendar a mão... pois a sua agenda, também aqui, é a da promoção de interesses especiais. É aliás disso que trata o livro "Crony  Capitalism in America" de que aqui dei ontem conta. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A ciência climática e o método científico

Um breve apontamento de Peter G. Klein, um economista de pendor austríaco especializado nas matérias do empreendedorismo e da empresa, a propósito de um artigo publicado no habitualmente eco-teócrata The Guardian, chamando a atenção para a insuportável jactância, vazia da saudável (e necessária) humildade científica, que tem caracterizado os últimos 25 anos da ortodoxia climática. A tradução, como habitualmente, é da minha responsabilidade.
Este artigo acerca dos cépticos da ciência climática está a fazer o seu caminho e a provocar as denúncias expectáveis nos sítios habituais. De facto, nele se fazem algumas afirmações razoáveis e bastante moderadas, nomeadamente que a ciência climática, como a astronomia ou a biologia evolutiva, pertence a um tipo diferente de "ciência" do da física, da química ou da geologia ou de outras ciências mundanas. Nos primeiros domínios, os pressupostos fundamentais e os principais mecanismos não são geralmente falsificáveis​​, os dados muitas vezes são mais imprecisos do que é habitual e há frequentemente recurso a muita "criatividade" para colmatar as lacunas.
Muitos cépticos têm dúvidas que a ciência climática possa ser classificada como científica uma vez que ela não é falsificável (segundo o critério de demarcação de Popper). Eles alegam que muito embora alguns elementos da ciência climática possam ser testados em laboratório, a complexidade das interacções e dos ciclos de feedback, bem como os níveis de incerteza nos modelos climáticos, são demasiado elevados para poderem constituir uma base útil para a definição de políticas públicas. A relação entre as observações  e estes modelos [ou seja, as suas previsões] constituem igualmente uma preocupação para os cépticos da ciência climática. Em particular, o papel da sensibilidade climática.

Para além das questões com a utilização dos modelos, a própria qualidade das observações tem sido alvo de críticas. Algumas das quais têm sido tentativas de sanar os problemas decorrentes da bagunça na recolha de dados no mundo real (por exemplo, as questões ligadas ao posicionamento das estações meteorológicas), enquanto outras se concentraram nas debilidades percebidas nos métodos indirectos [proxy] necessários para calcular dados históricos relativos a temperaturas tais como cortes nas placas de gelo polar ou aneis de árvores fossilizadas.

Tais alegações são de qualidade variável, mas o que as une é a convicção de que a qualidade dos dados em vários ramos da ciência climática está abaixo da que é exigível pela "verdadeira ciência".
O que mais me impressiona nestas "grandes" ciências é a linguagem e o tom tipicamente usados para comunicar os resultados ao público. Onde os cientistas nos domínios mundanos expressam as suas conclusões cautelosamente, enfatizando que os resultados e conclusões são tentativos e sempre sujeitos a contestação e a revisão, os cientistas climáticos parecem ver-se a si próprios como Bravos Cruzados pela Verdade derrubando os "Negacionistas" (que têm de ser financiados pela indústria do petróleo ou por algum outro pérfido grupo). Eles gritam que "sabemos" isto ou aquilo sobre as alterações climáticas, como estará o planeta daqui a 5000 anos, etc. Dificilmente ouvimos outros cientistas a falar assim, ou a agir como se os cépticos fossem necessariamente preconceituosos e irracionais.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Alterações climáticas em 12 minutos: a posição dos cépticos

Via Pierre Gosselin, eis um vídeo que veicula o conteúdo de um artigo publicado no ano passado, da autoria de David M. W. Evans, matemático e engenheiro electrotécnico, especializado no estudo dos fenómenos de feedback em sistemas complexos. Nele se sistematiza, num registo acessível para um leitor leigo mas interessado, onde realmente reside a área de disputa entre os alarmistas climáticos e os cépticos, ainda que ambos os campos partilhem o reconhecimento pela física conhecida (não pela "física" dos modelos, particularmente quando a realidade se recusa a comportar-se de acordo com as "previsões" dos mesmos). Ora, como também se explicava num artigo assinado por Warren Meyer na Forbes (que na altura da sua a publicação aqui assinalei), é exactamente na quantificação dos efeitos de feedback que reside a disputa científica. Enquanto para os alarmistas estes efeitos multiplicariam por um factor de 3 o efeito directo na temperatura de maiores concentrações de CO2 na atmosfera, para os cépticos esse factor é, provavelmente, inferior a 1.

E aqui voltamos a assistir a  uma curiosa similitude entre a tentativa de modelização de fenómenos físicos complexos e não lineares com aquela que os keynesianos intervencionistas sustentam ao reclamar que no funcionamento de uma economia -  sistema igualmente não-linear e de uma complexidade ainda maior que o mundo físico já que cada pessoa age motivada pelos seus próprios interesses, ao contrário, por exemplo, das pedras - existiria um "efeito multiplicador" (maior do que 1, claro) de um delta adicional de despesa pública. Ora, há cada vez mais evidências empíricas (a juntar às lógicas de longa data) que o "multiplicador" é, na realidade, um divisor! 


A transcrição da narrativa usada no vídeo, bem como dos elementos gráficos nem sempre muito nítidos no vídeo, estão disponíveis aqui.
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P.S. - Um particular abraço caloroso de amizade para com o Maurício Porto, que voltou à actividade ao seu Terrorismo Climático depois de ultrapassado um período menos fácil. Um grande bem-haja!

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Sector eléctrico - benchmarking à espanhola


  • Capacidade instalada: 108.296 MW (2/3 em regime especial - eólicas, solar, etc. -, 1/3 em regime ordinário)
  • Pontas (picos) de procura: 45.000 MW
  • 30 mil milhões de défice tarifário (actualmente)
Estes são alguns dos resultados das 33 (trinta e três) reformas no sector eléctrico desde 1998 que os nossos vizinhos levaram a cabo no sector.

As minhas expectativas que, entre nós, o novel ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Ambiente, aporte alguma sanidade às políticas energéticas que têm vindo a ser seguidas entre nós são, falando claro, inexistentes. O consenso (particularmente o do silêncio) verificado após a sua nomeação acentuou esse sentimento. Oxalá me engane. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

O insustentável "peak oil" ou ¿Por qué no si callan?


Encerrou o icónico website The Oil Drum, cuja missão tinha o propósito de "educar" o mundo para o "inevitável" (mas estranhamente sempre adiado) "peak oil" e, consequentemente, a emergência de uma economia assente em energia de origem não-fóssil. A razão, segundo os seus próprios editores (minha tradução) - "deve-se à escassez de novos conteúdos causada por um número cada vez menor de contributos. Apesar dos nossos melhores esforços para preencher essa lacuna, não temos sido capazes de melhorar significativamente o fluxo de artigos de alta qualidade". Requiescat in pace, pois (ao menos por uma década, caramba!).

Compreende-se. A fenomenal revolução do gás de xisto ainda em crescimento acelerado (e só) nos EUA, a par de uma também extraordinária recuperação dos níveis de produção de petróleo, ao mesmo tempo que se assiste a uma diminuição nas emissões de dióxido de carbono quer em termos per capita (para valores de 1964), quer - pasme-se! - em termos absolutos (para valores de há vinte anos atrás), constituem um conjunto de "paradoxos" que os teorizadores do "peak oil", acenando com os horrores do "day after", não conseguiram resistir.

É certo que os apóstolos do Apocalipse climático (a.k.a. "aquecimento global"/"alterações climáticas") tudo têm tentado (e continuam a tentar) para acelerar a "Transição". Recorde-se a célebre frase do candidato Obama, em Janeiro de 2008: "De acordo com o meu sistema de um sistema de comércio e limitação de emissões, os preços de electricidade iriam necessariamente disparar". Mas convenhamos que há medida que o tempo passa - e já passaram 17 anos sem que se verifique o aquecimento profetizado pelos alarmistas - é cada vez mais difícil não enfrentar a realidade. De resto, a sucessão de escândalos envolvidos na distribuição de subsídios e empréstimos a projectos na área da energia e nos empregos "verdes" é verdadeiramente avassaladora.

Mas por que não ouviram Julian Simon? Melhor: por que não ouviram Frédéric Bastiat? Parafraseando o Rei Juan Carlos numa sua oportuna intervenção, ¿Por qué no si callan?

terça-feira, 16 de abril de 2013

O estertor aquecimentista

Via Reuters, reconfirmam-se as manobras a que aqui  me referia: Climate scientists struggle to explain warming slowdown. Chega um momento - após 15 anos de estagnação da subida das temperaturas - em que a "narrativa" catastrofista dificilmente se consegue manter.

Godfrey Bloom, com a sua habitual acutilância, não precisa de mais de um minuto para lavrar oralmente a sentença, ontem no Parlamento Europeu. O Público ficou pesaroso.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Manobras climáticas em plena Quaresma

Como observou recentemente o Prof. Roger Pielke, ainda no rescaldo do furacão Sandy, "[t]he actual reason for the increasing number of damaging tropical storms has to do with the reporting of damages" (itálico meu). Ora, creio que haverá fortes razões para suspeitar que esta asserção será válida para muitos outros fenómenos onde a importância social(izada) e, em consequência, a sua importância política, é função directa da amplitude que os media  lhe quiserem dar. E não se trata aqui dos efeitos da tabloidização  mas antes dos media de "referência", em tandem com uma intelectualidade diversa que partilha entre si, ainda que com cambiantes, uma devoção muito comum: a defesa de "interesses de grupo" para cuja concretização é essencial o concurso de uma qualquer forma de intervencionismo estatal.

Retirado daqui
É assim muito interessante constatar a circunstância de, em plena Quaresma, duas publicações de referência,  a The Economist e a Der Spiegel, terem para um "realinhamento de tropas" na cruzada climática. Na Economist, sob o circunspecto título de "A ciência climática - uma matéria sensível", leva-se a cabo o que poderíamos classificar de algo muito próximo de um longo exercício de contrafactual:  e se, por hipótese, "a ciência não estiver estabelecida"? Já na Spiegel, como Pierre Gosselin aqui nos alerta, num texto de título muito agressivo - Teorias da conspiração: o que motiva os negacionistas -, se levava a cabo um muito significativo downgrade no habitual alarmismo climático já que, agora "a esmagadora maioria dos cientistas climáticos concordam em que o clima está a mudar e que as emissões de CO2 induzidas pelo homem têm uma influência neste processo" (realce meu). Espantoso, não é? Dir-se-ia escrito por um céptico...

Bem, tudo isto não deve estar desligado da teimosia persistente dos factos em não aderir aos modelos climáticos que têm fornecido a suposta justificação científica para as políticas energéticas suicidas que os países ocidentais vêm seguindo para "salvar o planeta". A coisa é de tal ordem que agora, ao que parece, a culpa pela falta dos sintomas do aquecimento global nos últimos 16 anos se deverá ao ritmo crescente de utilização de carvão - sim, do carvão!!! - que se verificou a partir de 2000 (culpa dos chineses e indianos). A hipótese, científica  claro está, vem de nada mais nada menos do que de James Hansen!

segunda-feira, 11 de março de 2013

Um problema ambiental sério: a desertificação

Se há algo que me provoca uma forte reacção alérgica é a alegada superioridade moral do discurso "crescimentista" relativamente aos defensores da "austeridade", extensão natural da supostamente benigna "solidariedade" se imposta (ou seja, obtida com o dinheiro alheio à custa da coerção) versus a nefasta "caridade" de índole voluntária (Bastiat). A razão que leva muita gente a acreditar que é o chapéu ("público" ou "privado") que a pessoa usa que determina a bondade (ou falta dela) do seu comportamento é algo do domínio do Mistério (também Bastiat) ou, mais prosaicamente, da mistificação da igreja secular jacobina e marxista. Enfim.

Mecanismo em tudo idêntico ocorre em matéria ambiental. Se alguém ousa questionar o conteúdo da mensagem alarmista sem se deixar impressionar pela espuma palavrosa (ou pela autoridade dos que proclamam que "a ciência está estabelecida") é de imediato catalogado como um crente pré-Ptolomeu da planitude da Terra ou, numa versão mais mesquinha, como um agente a soldo do Grande Capital associado às energias de origem fóssil (se o mesmo Grande Capital se dedicar às energias "renováveis" já não há problema algum).

"De boas intenções está o inferno cheio" dizia-se, repetidamente, quando eu era miúdo. Ia sendo tempo que se instaurasse um saudável cepticismo quanto à transitividade da trindade "boas intenções" » "pias palavras" » "bons resultados" mas já desisti de esperar por isso.

Não obstante, hoje, através de Allan Savory (via WUWT), veiculo aquilo que me parece ser um verdadeiro e muito sério problema ambiental: o processo da desertificação. Exemplar no que respeita à humildade científica, o oposto do dogma de que "a ciência está estabelecida". Extra-ordinária a solução apresentada: a mimetização da Natureza, o mesmo é dizer, contrariando as receitas dos "planificadores".

sábado, 2 de março de 2013

Violentíssimas manifestações do aquecimento global

um pouco por todo o hemisfério Norte onde - calcule-se! - ainda se fazem sentir as estações do ano. A título ilustrativo, via Daily Mail, sugiro uma extraordinária visita fotográfica à vila de Oymyacon e seus arredores, no nordeste da Rússia, onde as temperaturas médias no Inverno rondam os -50ºC e onde este ano já se atingiram os -70ºC! (O recorde, de -71.2ºC, é de 1924, assinalado na foto abaixo).

Fotografia retirada daqui. Oymyakon - o Pólo do Frio, lê-se na inscrição
Apesar de o alarmismo climático, como Richard North assinala, estar em perda junto da opinião pública ocidental, de tal modo que, em manifesto contraste com o que tinha sucedido quatro anos antes, o tema praticamente desapareceu durante a campanha eleitoral que levou à reeleição de Obama, os eco-teócratas não desistem antes persistindo no desenho e concretização de "Planos centrais" para combater a supostamente terrível e (sempre) "iminente" catástrofe.

Obama, no seu discurso de posse, em contraste com o que (não) tinha ocorrido em campanha, voltou a centrar boa parte do seu discurso no "combate" às "alterações climáticas" e em aprofundar o desígnio nacional da "economia verde". Atente-se no seguinte excerto revelador da missão divina, excepcionalista, de que se auto-investe e se reclama herdeiro:
We, the people, still believe that our obligations as Americans are not just to ourselves, but to all posterity. We will respond to the threat of climate change, knowing that the failure to do so would betray our children and future generations. Some may still deny the overwhelming judgment of science, but none can avoid the devastating impact of raging fires, and crippling drought, and more powerful storms. The path towards sustainable energy sources will be long and sometimes difficult. But America cannot resist this transition; we must lead it. We cannot cede to other nations the technology that will power new jobs and new industries – we must claim its promise. That is how we will maintain our economic vitality and our national treasure – our forests and waterways; our croplands and snowcapped peaks. That is how we will preserve our planet, commanded to our care by God. That’s what will lend meaning to the creed our fathers once declared.
Os escândalos de corrupção e a "torra" do dinheiro público irão pois continuar. Salvar o mundo com o dinheiro dos outros sempre foi uma tentação difícil de resistir para um político activista messiânico se, ainda por cima, houver bom dinheiro a ganhar por parte dos principais apóstolos da coisa... Exactamente como ocorre com o complexo militar-industrial, existe e não é menos perigoso que aquele um poderoso complexo industrio-ambiental. Tal como a guerra ou a preparação para a mesma seria "boa" para a economia (Krugman dixit), também a destruição da "economia do carbono" e a sua substituição por uma "economia verde" seria a salvação dos males do descalabro económico que nos assola. Uma NEP verde, enfim, na esteira de Lenine. Estranha morte do marxismo, esta!

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Charlatões e charlatonas

"Muito simplesmente [dentro de uns quantos anos] as crianças não irão saber o que é a neve", afirmava, entrevistado pelo jornal The Independent, em 20 de Março de 2000, o Dr. David Viner, cientista sénior da universidade de East Anglia (sede do "Climategate 1.0" em 2009), no Reino Unido, embalado pelos tremores e fervores da eco-teocracia do aquecimento global.


Foto daqui
Mas, dirão, o que importa o que pensava (ainda pensará?) o dr. Viner? Bem, se consultarem esta lista de profecias catastróficas, agrupadas nos clássicos temas do "esgotamento de recursos naturais", "da população e da pobreza" e das "alterações climáticas", haverá que concluir que este não é um caso isolado, perdido num qualquer anedotário da asneira. Não! Há uma série bem numerosa de "eminentes" personalidades, provenientes do meio académico e mediático, que, há décadas, proferem dislates gigantescos sem que, estranhamente, sofram as consequências, académicas e mediáticas dos seus estrondosos e repetidos fracassos na previsão do Apocalipse.

Se pensarmos nos muitos billions já gastos com as "novas renováveis" e com as sucessivas e cada vez mais onerosas restrições "verdes" ao funcionamento das economias, isto é, com impacto nas empresas, nos contribuintes e nos consumidores e, portanto, no bem-estar geral; e se pensarmos nos trillions que os mesmíssimos profetas continuam a tentar convencer os governos (e a opinião pública) a despender para "salvar" a Terra de supostos horrores inomináveis que teimam em não acontecer, perceberemos o quão importante é desmontar a arrogância infinita destes profetas da desgraça, afinal, meros charlatões e charlatonas, como a realidade empírica vem demonstrando.

O quinteto que se segue , de "O Charlatão", de José Mário Branco, parece-me bem ilustrar o que precede fazendo ainda lembrar-me de um certo ex-candidato a presidente dos Estados Unidos que sempre tem conseguido, na perfeição, conduzir os seus (bem) proveitosos negócios enquanto anuncia o Armagedeão ambiental:

Na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-s'em quatro zonas
instalados em poltronas