Agora nem nómada, nem emigrante.


Mostrar mensagens com a etiqueta Hope. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Hope. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, abril 06, 2011

O jarro

Pequenos gestos, que não ignoro, mesmo que não façam a maior diferença de todas. Hoje de manhã, fui trabalhar sem vontade, sentia-me mesmo em baixo, sem forças psicológicas. Quando cheguei à sala, uma menina esperava-me com um ramo de flores colhido e amorosamente amarrado com uma prata.

- Oh, professora, aqui tem isto, porque põe nódoa, é para não se sujar.

(Sorri carinhosamente.)

Apressei-me a agradecer-lhe com beijinhos.

- Sabe o que é isto?

- Sei, é salsa!

Um jarro e salsa a fazer um raminho. Seguidamente, entregou-me uma concha em forma de coração. Naquele momento não duvidei mais, aquilo era mesmo para mim que sentia o coração assim, num estado triste, mas ela nem imaginou. Apenas foram as suas mãos puras que me trouxeram tal beleza.

Aquela flor que que só conseguia ver em tons de cinza foi ganhando cor durante o dia. Parece que o Universo adivinhou-me e conspirou para que o meu estado melhorasse. Várias pessoas (sem saberem de mim) apareceram pelos vários meios de comunicação habituais perguntando-me como estava (estou) e visivelmente a minha resposta começou a melhorar consideravelmente. Até aquela formação que pensei que hoje não me traria nada de útil me conseguiu surpreender.

Na verdade, há um brilho na minha vida que não quero que se apague. Pelo contrário, é uma luz que me faz caminhar preenchida. Assim, estou eu, pronta para a caminhada, a viagem.

Eli

:)

sábado, dezembro 11, 2010

Medinhos

Imagem de Eli

Solto aquele medo. Está bem, "medinho", porque nada me afugenta assim tanto. Calco umas pedras deste chão e já penso que sou gente. Ainda tenho tanto que desbravar. Este terreno está inerte. Preciso de mais. Gostava de saber por que é que os momentos melhores são sempre os mais fugazes.... Já nem me dou ao trabalho de perceber, de agarrar, de puxar... deixo-me ir, como se fechasse os olhos e me deixasse cair num vazio, à espera que me puxem novamente. Reabro os olhos e sinto uma mão a puxar-me, deixo-me levar por essa noite, quando volto a observar o envolvente, já não me envolves. "Depois comunico". Pois sim, vale mais filosofar com a ideia de uma anilha perdida num dedo de outrem. Encontrar pessoas simpáticas e normais é um factor positivo. Gosto do respeito, da igualdade, do muito. Como consegues fingir um momento tão... e torná-lo fugaz ao virar de uma página?! Ao menos, assim, escrevo.

Eli

:)

terça-feira, novembro 23, 2010

Simplesmente


Vou buscar uma imagem antes de escrever o texto. E, quando olho para ela, aqui, neste espaço, depois de escolhida, penso que poderia muito bem ter sido uma das fotografias que tirei quando morei nos Açores! No entanto, esta imagem é tão continental e não fica nada a dever aos Arquipélagos portugueses. Estou a viver num lugar privilegiado e sinto-me feliz, porque tenho sobretudo esperança acima de tudo. Posso dizer que adoro o que faço, o lugar onde moro, os amigos que fiz e acredito no preenchimento que sinto cá dentro. Resumindo, muito simplesmente, assim sou eu, simplesmente.

Eli

:)

segunda-feira, junho 07, 2010

Em cada pedra

Imagem daqui

Em cada pedra, gravo uma memória
Deixo que uma quadra fale por mim
E escreva um momento de história
Esquecida, lembrada, simples, assim

Não quero voltar a tentar segredos
Em cima de muros, recolhida
Observando, ao longe, outros medos
Cada voz, ou letra, escondida

Eli

:)

terça-feira, março 02, 2010

Delicia-te

Imagem daqui


Gostava de saber por que é aquele espaço existe. Queria perceber o curto entre o amargo e o doce. Desejo que aquela massagem tenha um sabor a conhecimento. Que aquele dia seja apenas mais uma conversa telefónica. Os talentos perdem-se entre lágrimas e letras a negro que logo se esbarram num branco sem luz, temporariamente. Perco-me, assim entre a vontade interdita de tudo escrever sem nada esclarecer. Ainda não sei porque rimo, nem porque acredito. Sei que este caminho é o meu e, no meio do segundo de desespero, limpo a vergonha, arregaço as mangas e leio mais um parágrafo de colisão. Assim. Tão simples como abraçar a solidão, um silêncio que não entendo, uma palavra que não decifro. As chaves não estavam lá. Eu... eu...

Vou encher o peito de ar e perceber o que é um suor sem rosto, uma admiração sem luta, uma coisa qualquer que importa mais do que súplicas e olhares a solo. Ainda que aquele lado da ausência do som tenha ficado por assimilar, nada sou sem uma leitura que me faça respirar. Ouve-me. Por favor, ouve-me. Escuta todos estes poemas que não foram para ti, que não quero que usurpes. Apenas anseio que me leias e me encontres em cada entrelinha que deixei... sorrateiramente.

:)

Eli

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Sementes


Imagem daqui

Ando a ouvir uma música
Difícil de explicar

Os braços e as danças
O som do mar
Os dedos enrolados nas traças
O som do beijar

O toque público
Nas redes que insistem perturbar
O silêncio súbito
Saudando um tal abraçar

Nesta noite, planto mais um sonho
Semeio, serenamente, sementes

Assim, sem sentimentos brutais
Baloiçar

Esperanças sussurradas ente dentes.
Adivinhar...

:)

Eli