Pequenos gestos, que não ignoro, mesmo que não façam a maior diferença de todas. Hoje de manhã, fui trabalhar sem vontade, sentia-me mesmo em baixo, sem forças psicológicas. Quando cheguei à sala, uma menina esperava-me com um ramo de flores colhido e amorosamente amarrado com uma prata.
- Oh, professora, aqui tem isto, porque põe nódoa, é para não se sujar.
(Sorri carinhosamente.)
Apressei-me a agradecer-lhe com beijinhos.
- Sabe o que é isto?
- Sei, é salsa!
Um jarro e salsa a fazer um raminho. Seguidamente, entregou-me uma concha em forma de coração. Naquele momento não duvidei mais, aquilo era mesmo para mim que sentia o coração assim, num estado triste, mas ela nem imaginou. Apenas foram as suas mãos puras que me trouxeram tal beleza.
Aquela flor que que só conseguia ver em tons de cinza foi ganhando cor durante o dia. Parece que o Universo adivinhou-me e conspirou para que o meu estado melhorasse. Várias pessoas (sem saberem de mim) apareceram pelos vários meios de comunicação habituais perguntando-me como estava (estou) e visivelmente a minha resposta começou a melhorar consideravelmente. Até aquela formação que pensei que hoje não me traria nada de útil me conseguiu surpreender.
Na verdade, há um brilho na minha vida que não quero que se apague. Pelo contrário, é uma luz que me faz caminhar preenchida. Assim, estou eu, pronta para a caminhada, a viagem.
Eli
:)