Tenho
genuína admiração por Sobrinho Simões o patologista portuense que estuda essa
doença mázona e mesmo bera que o nosso organismo fabrica: cancro. Sobrinho
Simões é o meu herói. Não preciso vê-lo, falar-lhe,...aos heróis pede-se que
continuem as façanhas. Mas dá-me gozo ler
sobre ele, gosto um imenso da sua conversa em entrevistas, e jamais esqueço o à
vontade e alegria quase infantil com que exibiu, a uma Judite de Sousa reticente,
o recipiente onde boiava um fígado todo quilhado e a que a jornalista contrapunha involuntária
repugnância. Uma cena.
É
um profissional entusiasta, dos que Portugal precisava ter às pázadas mas não
tem; e por favor não me venham dizer que emigraram e té, té, té. Desta
qualidade sempre houve poucos. Pronto, também imagino que seja muito
inteligente e marrão, partes de ser sumidade.
E
é que cada vez o gosto mais. Hoje li-o na Visão e logo o altar desmediu. O que
a gente gosta de se sentir acompanhada:) A sumidade tem os mesmos medos e até
os expressa de forma idêntica: não teme morrer
em viagem de avião mas o cancro apavora-o, assistiu à morte do pai – cancro no
pulmão - e foi muito sofrida. Tem medo de, com a velhice avançada, emparvecer
(ele diz "ficar parvo", que é o mesmo) porque a longevidade tem preço.
Portanto, minha gente, o mais certo é ficarmos parvos com a idade e morrermos em estado de parvoíce, que cérebros suplentes não há. Claro que, muito igual a mim, o meu semideus não acha graça nenhuma à situação que pode advir num futuro próximo. Ora aí está, Sobrinho Simões. Gastámos a eternidade que tínhamos, fazer o quê agora?!
Portanto, minha gente, o mais certo é ficarmos parvos com a idade e morrermos em estado de parvoíce, que cérebros suplentes não há. Claro que, muito igual a mim, o meu semideus não acha graça nenhuma à situação que pode advir num futuro próximo. Ora aí está, Sobrinho Simões. Gastámos a eternidade que tínhamos, fazer o quê agora?!