12h45min: a hora em que comecei a escrever essa crônica. Há um mês, nesse mesmo horário, eu estava num avião rumo ao
Rio de Janeiro. Foi a primeira viagem que fiz sozinha. Como suponho que você
saiba, caro(a) leitor(a), já viajei outras vezes para outros estados, mas
sempre com destino a alguma competição e sempre acompanhada da minha equipe de
natação. Agora, tirar folga da rotina, viajar sozinha, apenas com o intuito de
me divertir e de conhecer pessoas maravilhosas... Ah! Foi a primeira vez mesmo!
Sabe, por mais que alguns amigos
comentassem que a minha escrita era bonita, envolvente e tocante, eu nunca
pensei que ela poderia me levar a lugares e a pessoas tão incríveis como está
me levando. Essa viagem foi um baita presente que recebi de três pessoas
maravilhosas: Isabella, Alice e Americo. Pessoas que, aparentemente, conquistei
a simpatia e admiração por meio da minha escrita e da minha maneira apaixonada
de viver e de lutar pelos meus ideais e sonhos. Fui recebida com muito carinho
e cuidado pela Isabella, Alice e Americo. Trataram-me como a uma grande amiga.
Sabe aquele carinho e cuidado que só são demonstrados por pessoas que
verdadeiramente gostam de você? Pronto, senti isso de uma forma latente.
Senti-me bem, à vontade. Senti-me imensamente grata por ter a oportunidade de
partilhar de um fim de semana ao lado de pessoas que apoiam os meus projetos e
acreditam no meu potencial, seja como graduanda em Biblioteconomia, seja como
nadadora paralímpica.
Ouso dizer que me diverti como
nunca antes! Foram momentos inigualáveis e ímpares! Em algumas ocasiões,
cheguei a me beliscar para ter certeza de que tudo aquilo era real. No dia
07/06, no sábado, fui ao Centro do Rio com a Isa. Estava toda animada para
conhecer a Biblioteca Nacional e o Theatro Municipal. Chegando lá, o que
descobrimos? Que a Biblioteca Nacional estava em greve. Sim, exatamente. A
Biblioteca Nacional estava em greve e, aparentemente, não foi noticiado em
nenhum lugar. O Theatro Municipal também estava em greve. Uma tristeza só! Não
fiquei realmente triste porque os outros acontecimentos da minha estadia no Rio
de Janeiro preencheram totalmente o meu ser de contentamento e alegria.
![]() |
Parte externa da Biblioteca Nacional. |
Além de me levar ao centro do
Rio, Isabella também me apresentou o Aterro do Flamengo, a lagoa Rodrigo de
Freitas, a praia de Copacabana e a fachada do hotel Copacabana Palace. Puro luxo mesmo,
hein! Lindas paisagens, lindos lugares, que estão guardados na minha mente. No
sábado à noite, pude conhecer pessoalmente alguém que admiro há tempo e por quem nutro
um carinho imenso. Falo de Fabio Porchat. Isabella me levou ao teatro do
Shopping da Gávea para assistir ao penúltimo dia da temporada do stand up “Fora do Normal” no Rio de Janeiro. Levei dois presentes para o Fabio e tinha escrito
nas paredes da minha mente palavras que o meu coração queria muito dizer a ele. Tentaria entregar os presentes e falar com ele após a apresentação. Tive
a alegria de vê-lo na entrada, antes do espetáculo, e pude dar um rápido abraço nele antes que ele entrasse no palco. Mal consegui falar. Acho que nem cheguei a
dizer nada. Não lembro. Ele era tão alto, tão sorridente e bonito, que confesso
que fiquei momentaneamente sem palavras. O espetáculo foi sensacional! Sabia
que o Fabinho tinha o dom de fazer os outros rirem, mas vê-lo de tão perto e
tão incrível em cena foi muito além do que imaginava, realmente foi fora
do normal. Houve momentos em que achei que ficaria sem ar de tanto rir. Foi incrível,
perfeito e inesquecível!
![]() |
No camarim. Na real, não me importei em não ter movimentos faciais para sorrir nesse momento. Foi um momento tão bonito, que bastava estar explodindo de felicidade e sorrindo por dentro. Sem falar que, com esse sorriso, Fabio estava sorrindo por mim e por ele. Lindo! |
Quando terminou o espetáculo,
consegui entrar no camarim (como entrei, é um segredo que não posso revelar
*risos*) e pude entregar os presentes, tirar fotos com ele e, principalmente,
trocar algumas palavrinhas rápidas com ele. Rápidas mesmo porque, naquele mês,
ele ainda estava gravando o longa-metragem “Entre Abelhas” (que promete ser pra
lá de bom!). Minhas canelas tremiam e não era frio. Era emoção, era alegria de
poder ver de pertinho e abraçar uma pessoa fora de série, de um sorriso tão
lindo e de um coração tão belo. Alguém que, à distância, se alegra com os meus feitos e torce para que eu continue a galgar degraus cada vez mais altos nessa existência. É uma admiração mútua. Confesso que, assim como na entrada, não
consegui dizer muita coisa, mas o abracei e quase chorei quando ele disse: “Erica,
continue nadando e fazendo todas essas coisas bonitas que você faz. Isso me
orgulha muito!”. Não chorei na hora porque estava muito extasiada de alegria,
mas depois chorei. Enquanto escrevo isso, estou quase chorando. Há um nó na
minha garganta de pura felicidade. Saber que a minha vontade de superar a mim
mesma como atleta e o vício de sacudir palavras contagiam e causam orgulho e
contentamento em quem me rodeia me emociona de um jeito único. Os dois
presentes que levei: uma camisa que o departamento esportivo da associação que
faço parte (ADEFAL – Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas) fez para
que os associados (e amigos dos associados) pudessem levar o nome da associação
por onde fossem torcer pelos jogos da Copa do Mundo. A principal função da
venda das camisas “ADEFAL NA COPA!” era a de arrecadar fundos para o esporte da
associação, a verba será utilizada para viabilizar viagens para competições
etc.
![]() |
No camarim. Fabinho com a camisa "ADEFAL NA COPA!". Um presente de todo o departamento esportivo da ADEFAL. |
O segundo presente não era bem meu, mas sim de um amigo: Antônio Dutra Jr.
Um cara fantástico, muito gente boa e extremamente divertido. Inicialmente, ele
começou a publicar as suas crônicas com cunho humorístico aqui, na blogosfera,
no blog “Que Momento!”. O blog virou livro e as crônicas publicadas
virtualmente se transportaram para o papel. Antônio, ou Ton, como é mais
conhecido entre o grupo “Elite Blogueira” (do qual também faço parte), ficou
louquinho de alegria ao saber que eu veria o Fabio e pediu para que eu
entregasse um exemplar do seu livro nas mãos do querido Porchat. Ton acompanha a carreira
do Fabio (e também do coletivo humorístico Porta dos Fundos) há tempo e admira bastante o Fabio.
Realizei um desejo de um amigo, ao mesmo tempo em que vivi um momento que
desejava bastante. Foi um baita momento, de verdade! Quando encostei a cabeça
no travesseiro, cheguei a desconfiar de que tinha vivido tudo aquilo num só sábado!
As fotos tiraram todas as minhas dúvidas e me mostravam que eu realmente tinha
tido a chance de viver todas aquelas emoções.
![]() |
No camarim. Fabio recebendo o livro "Que Momento!", do meu amigo querido amigo Antônio Dutra Jr. |
No domingo, último dia de
estadia no Rio, passeei com a Alice, a criatura mais linda, louca e divertida
que já conheci. Ela me levou para conhecer o JC (como é chamado O Cristo Redentor
pela Alice) e outros pontos turísticos do Rio. Fiquei sabendo que o Bairro de
Santa Tereza dá em, praticamente, todos os outros bairros da capital
fluminense. Eu achei isso fantástico. Dá-lhe Santa Tereza! No fim da tarde de
domingo, fui a Confeitaria Colombo, no Forte de Copacabana, acompanhada de pessoas
fascinantes: Vilma, Vinícius e a já citada Alice. Fiquei encantada pela
confeitaria e pelo Forte. Que lugar encantador! Que tarde agradável e divertida
ao lado de pessoas tão legais!
Na segunda, 09/06, às 7h, me
direcionava ao táxi que me levaria ao Galeão. Eu estava voltando a Maceió após
um fim de semana diferente de tudo o que tinha vivido até aquele momento. A
borboletinh @ericona havia ganhado asas e estava aprendendo a voar. Eu, borboleta aprendiz, sacudi um pouco do meu bom humor e amor pelo
Rio de Janeiro e recebi de volta mais motivos para (só)rir e inspiração para
continuar trabalhando duro a fim de concretizar tudo aquilo que ainda mora no meu
imaginário.
Ficam aqui registrados alguns detalhes
da minha primeira viagem sozinha e um pouco de tudo que vi, ouvi e conheci
nela. E, mais uma vez, quero agradecer a família da Isabella por tudo o que
fizeram e fazem por mim. Guardo essas pessoas num canto muito especial do meu coração
e torço para que sejam cada dia vez mais felizes e realizadas em todos os
âmbitos das suas vidas.
![]() |
No Galeão. Esperando a hora de embarcar. |
E o Rio é mesmo lindo! Espero
poder voltar em breve e dizer: “O Rio continua lindo!”.
• • •
Hasta!