Lembro…
Passou depressa, agora é outro tempo.
O tempo de depois de…
Chamam-lhe, duma forma geral, o ninho vazio.
Vazio de presenças, de músicas e programas de televisão diferentes, de refeições abundantes a pedido.
O preço pago, muito caro, dum Portugal economicamente débil, que não cria empregos para os jovens, nem condições para viverem na terra de seus pais e avós.
Que os lança para o desconhecido, tornando-se cidadãos do mundo, com pouco apego à terra natal, diluído ainda mais nos seus filhos, bilingues e trilingues.
Têm de vencer os locais, trabalhar ainda mais para permanecer de cabeça erguida.
Têm de começar do nada, ir construindo uma vida, longe dos amigos do peito, do ambiente familiar, muitas vezes enfrentando um ambiente hostil e até xenófobo.
Não, não devemos pensar em nós, que ficamos para trás.
Devemos pensar nos jovens que saíram do país, com coragem e determinação, procurando uma vida melhor, saídas profissionais dignas, melhor remuneradas.
Eles aí estão…
Contando as suas histórias.