sexta-feira, 29 de julho de 2005

Eu@Berlenga.ferias.pt

depois do primeiro cocó, nada como o primeiro carinho

Mãe, Pai, Avós e Avôs tiveram direito ao primeiro toque, um dedo ao de leve, carregado de miminhos, passado na pele da boneca B.

Vou de férias mais leve.

quinta-feira, 28 de julho de 2005

o primeiro cocó

A B. já fez cocó!

Para quem tem conhecimentos especializados em prematuros, deve saber o que isso é. Quem não tem, como eu, basta saber que isso é bom!!

ódio azul infinito

e odeias o infinito?

Uma bonita constelação ali ao lado

Cassiopeia

A Guerra dos Mundos, Deus, o Homem e a imagem

Eu tenho uma teoria. Aliás, eu tenho teorias que nunca mais acabam. Mas esta tem a ver com Deus e o Homem. Independentemente de acreditarmos ou não, vamos partir do princípio que Deus criou o Homem à Sua imagem. Deus, então, terá pernas, braços e cabeça. Olhos, mãos e nariz. Quanto a pilas, não sei. Se assim fez o Homem, o Homem reflecte, pois, a sua imagem.

O Homem quando cria extra-terrestres também os cria à sua imagem. Ou seja, de uma forma ou outra, o Homem não consegue imaginar um ser que não seja nem vivo, nem morto. Os aliens por esse espaço fora têm sempre pernas. Muitas ou poucas, têm sempre. Por vezes têm só um olho, mas têm olho. Não me lembro de alguma vez ter visto um extra-terrestre sem cabeça. Sem braços. Sem corpo. Sem movimento. Mais ou menos viscoso, a estrutura base é sempre a imagem do Homem.

Mas o Homem nunca viu Deus, parte do princípio que foi feito à Sua imagem, mas nunca o viu. Quem nasceu primeiro? O Homem à imagem de Deus, ou a ideia do Homem de que assim foi criado? Talvez Deus não tenha criado o Homem à Sua imagem, talvez o Homem tenha criado a imagem de Deus à sua própria imagem.

Apesar de tudo, se Deus criou o Homem à Sua imagem e o Homem cria aliens à sua, Deus tem mais imaginação, porque pelo menos criou minhocas também.

quarta-feira, 27 de julho de 2005

sono descansado

posso fechar os olhos, aqui neste recanto da minha cama longe, e dormir descansada no abraço do teu ombro forte?

mensagem

se me enviasses um sms em branco responderia "também gosto muito de ti e também não sei como to dizer"

Ó António!!!

Eu não faço cruzeiros. Na vida em terra empreendo algumas cruzadas, na vida no mar, faço-me ao Mar, só isso. Mais uma vez, parto rumo à Ilha. A mesma de sempre!

Maria do Mar

Ou Maria vai com as ondas.

Vou estar no Mar algum tempo. Não vou escrever nada nessa altura, pelo menos aqui. Acho que é por isso que estou cheia de ideias na caixa que me apetece debitar hoje.

Não se cansem muito a ler!

Sexo em grupo e outras fantasias

Não sei muito bem porquê, mas dou por mim a ter conversas à volta de sexo, fantasias, paranóias e gostos com gente que nem conheço bem. Poderia dizer que se olha para a minha cara e se vê logo que sou uma tarada ou depravada! Mas há pessoas que só conheço virtualmente... E não sou nem tarada nem depravada, sou descontraída, não me choco facilmente. Aceito cada um e aceito-me como sou. Mas também não me viro para as pessoas e pergunto coisas ordinárias.

Eu não tenho fantasias. Pelo menos que me lembre. Nunca pensei que gostaria de fazer isto ou aquilo. Nunca tive sonhos que me espantassem. Não me lembro de algum dia ter dito "adorava experimentar". Sonhei uma vez com a mais bonita das minhas amigas. Mas não se passava nada de físico ou sexual, simplesmente depreendi pela conversa que tinhamos um caso e estávamos muito preocupadas em arranjar uma forma de contar ao namorado dela. Engraçado que eu não estáva nada preocupada em contar ao meu. Das duas, três! Ou parto do princípio que de mim esperam tudo ou sou uma egoísta e nem sequer estava preocupada com a reacção dele.

Tenho um amigo que gosta de sexo em grupo. Eu não faço ideia se gosto ou não. Nunca fiz. Se tivesse feito contava. Mas ele gosta e gostava muito de engendrar um esquema comigo em que eu seria uma ponte entre nós e outros casais. Deveria vestir-me de forma discreta, mas bonita. Abordar casais, conversar calmamente com eles, oferecer-lhes uma bebida e levá-los a propor ou a aceitar o esquema a quatro. Eu não estou para aí virada. Talvez um dia esteja, agora não estou. Mas ele insiste* que eu tenho o perfil ideal para conseguir este tipo de arranjo. Ele lá sabe, ainda não me explicou que perfil é este meu...

Já estive, mais do que uma vez, envolvida em esquemas mais acelerados. Nada de extraordinário. Qualquer coisa como beijar um gajo atrás da coluna do Pátio de cadeiras de metal e correr depois para apalpar outro na pista. Ou na porta. Ou no carro. Uma vez, ainda adolescente, curti com o namorado da minha amiga enquanto ela curtia com o meu. Não curti com ela, mas quando beijei o meu namorado, ele trazia a língua dela ainda marcada na dele. E vice-versa. Estivemos uma noite inteira nesta brincadeira entre as dunas. Era Verão, estávamos num sítio lindo, na praia de Porto Santo, já alegres mas não bêbedos e estávamos na idade da descoberta. Espero que os meus filhos saibam levar este caminho. Da descoberta, mas sem correrem riscos, claro. Acho que é saudável para um crescimento qualquer. Pelo menos não ter problemas com este tipo de brincadeira. Mesmo que não a vivam, também não a rejeitem ou se culpem se a viverem. Acho que já disse isto ao mais velho.

Ontem queriam fotografar-me. Um gajo que apareceu de não sei onde nem porquê. Há quem me queira ver semi-nua, vestida de Lua prata. Não sou propriamente discreta, uso tops, decotes e mostro as mamas. Assumo que o faço, não finjo que não sei que são decotes e não me faço de ofendida quando alguém repara. Mas não sou uma escultura grega. Há por aí mulheres dentro de embalagens bem melhores do que a minha. Já houve quem me dissesse que a embalagem nem sempre é o principal. Acredito. Para mim também não. Gosto de Apólos negros, ai pois gosto, mas também gosto de embalagens mais redondas.

Eu sei que este discurso todo tinha um objectivo. Só que já não me lembro qual era. Paciência, não devia ser nada que mudasse a minha vida.


* Em itálico, não sei se perceberam. É que ele insiste mas não incomoda.

Ódio?

Azul ódio? Não sei o que é o ódio, logo não sei se o azul o é!

terça-feira, 26 de julho de 2005

Frio

Estou azul de frio, só de olhar para esse céu cinzento que se espalha até ao mar clarinho lá ao fundo...

Relatividade cultural

Isto acho que é suposto ser para rir, uma anedota daquelas que mexe com as diferenças entre os povos e as culturas. Mas a mim mexe-me mais com a alma, aflige-me!

Num arquipélago maravilhoso e deserto, no meio do nada, naufragaram as seguintes pessoas:

- dois italianos e uma italiana;
- dois franceses e uma francesa;
- dois alemães e uma alemã;
- dois gregos e uma grega;
- dois ingleses e uma inglesa
- dois búlgaros e uma búlgara;
- dois japoneses e uma japonesa;
- dois chineses e uma chinesa;
- dois americanos e uma americana
- dois irlandeses e uma irlandesa;
- dois portugueses e uma portuguesa;

Passado um mês, nestas ilhas absolutamente maravilhosas, no meio do nada, passava-se o seguinte:

- Um italiano matou o outro italiano por causa da italiana;

- Os dois franceses e a francesa vivem felizes juntos num ménage-a-trois;

- Os dois alemães marcaram um horário rigoroso de visitas alternadas a alemã;

- Os dois gregos dormem um com o outro e a grega limpa e cozinha para eles;

- Os dois ingleses aguardam que alguém os apresente à inglesa;

- Os dois búlgaros olharam longamente para o oceano, depois olharam longamente para a búlgara e começaram a nadar;

- Os dois japoneses enviaram um fax para Tóquio e aguardam instruções;

- Os dois chineses abriram uma farmácia/bar/restaurante/lavandaria, e engravidaram a chinesa para lhes fornecer empregados para a loja.

- Os dois americanos estão a equacionar as vantagens do suicídio porque a americana só se queixa do seu corpo, da verdadeira natureza do feminismo, de como ela é capaz de fazer tudo o que eles fazem, da necessidade de realização, da divisão de tarefas domésticas, das palmeiras e da areia que a fazem parecer gorda, de como o seu último namorado respeitava a opinião dela e a tratava melhor do que eles, de como a sua relação com a mãe tinha melhorado e de que, pelo menos, os impostos baixaram e também não chove na ilha...

- Os dois irlandeses dividiram a ilha em Norte e Sul e abriram uma destilaria. Eles não se lembram se o sexo está no programa por ficar tudo um bocado embaciado depois de alguns litros de whisky de coco. Mas estão satisfeitos porque, pelo menos, os ingleses não se estão a divertir...

- Quanto aos dois portugueses mais a portuguesa que também se encontram na ilha, até agora não se passou nada porque os dois portugueses resolveram constituir uma comissão encarregada de decidir qual dos dois homens seria autorizado a requerer por escrito o estabelecimento de contactos íntimos com a mulher. Acontece que a comissão já vai na 17ª reunião e até agora ainda nada se decidiu, até porque falta ainda aprovar as actas das 5 últimas reuniões, sem o que o processo não poderá andar para a frente. Vale ainda a pena referir que, de todas as reuniões, 3 foram dedicadas a eleger o presidente da comissão e respectivo assessor, 4 ficaram sem efeito dado ter-se chegado a conclusão que tinham sido violados alguns princípios do código de procedimento administrativo, 8 foram dedicadas a discutir e elaborar o regulamento de funcionamento da comissão e 2 foram dedicadas a aprovar esse mesmo regulamento. É ainda notável que muitas das reuniões não puderam ser realizadas ou concluídas, já que duas não continuaram por falta de quórum, uma ficou a meio em sinal de protesto pelo agravamento das condições de vida e 5 coincidiram com feriados ou dias de ponte.

Que coisa tão bonita o meu amigi LN me mostrou!

Crocodile and Hen
Retold by Joan M. Lexau
HarperCollins Children's Book Group, 2002
ISBN: 0064442632

Discussion Guidelines and Ten Questions
By Kelly Albrecht

What would you do if you found out that your favorite meal was really your sister? Although this is very unlikely to happen, it does happen in Crocodile and Hen. Crocodile is very hungry and Hen looks very good to eat; but every time he goes to eat her, she tells him that he is her brother. Surely Crocodile cannot eat his very own sister, but he cannot figure out how he can be Hen's brother since they are so different. Lizard explains to Crocodile that crocodiles and hens both lay eggs and that they are brother and sister in this way. Hen does not get eaten and they treat each other accordingly ever after. (...)


O resto da história aqui.

Musicol

Hoje vinha no carro a pensar em musicol, em música não, em musicol, que não é bem a mesma coisa. Dentro do musicol cabem muito mais sons.

Apercebi-me de uma coisa engraçada. Na altura em que as miúdas ouviam o LP do Grease, eu, por "imposição" (aceite por mim) da minha Mãe, ouvia Bob Dylan, Zeca Afonso, Leonard Cohen, Sérgio Godinho e por aí...

Deve ser por isso que, ainda agora, ando sempre fora do que "está a dar"!

segunda-feira, 25 de julho de 2005

Mercearia Vida Boa

Não fique à espera que as coisas boas da vida o descubram! Venha rápido! Aproveite! Arrisque! Não perca o comboio da felicidade! Tudo a preços simpatia!!

Compro 2 horas de banhos de óleos revigorantes e pétalas de rosa encarnada.

Alugo onda de luz azul rumo ao nada.

Vendo 2 horas de stress diário.

Trespasso 6 horas de trabalho ingrato.

Licito 12 horas de vínculos afectivos de sangue de alma.

Ofereço 2 cervicais fora do sítio.

Liquidação Total cansaço e preocupações ao preço da chuva*.

Ligue já! Se ligar dentro dos próximos 5 anos habilita-se a uma unha partida ou uma enxaqueca semanal gratuita!!


* é verdade que a chuva este ano anda um bocadito carota, dada a falta... mas não me ocorreu nada de mais barato nos dias que correm...

Como definir uma pessoa normal*

Durante uma visita a um Hospital de loucos, Sócrates pergunta ao director qual o critério para definir se um paciente está curado ou não.

- Bem, diz o director, enchemos uma banheira e entregamos-lhe uma colher de chá e uma chávena e pedimos para a esvaziar.
- Entendi, diz Sócrates, uma pessoa normal escolhe a chávena, que é maior.
- Não, responde o director, uma pessoa normal tira a tampa do ralo...


* definam lá normal em decidéis?!
** Eu por acaso até gosto deste senhor, mas... eu escolhia a colher, gosto muito de ficar sentada a mexer na água...

Conceito de Família alargada

Os meus filhotes têm mais uma prima.

Coisa engraçada, isto da Família alargada.

Eu tenho dois filhos. A L. de 11 o R. de 16. Depois tenho uma mais-ou-menos-filha, a V. de 14. Que por sua vez já me deu uma mais-ou-menos-neta, a F. de 1 ano. A seguir vêm as menos-filhas-muito-irmãs caçulas, a A. de 18 e a T. de 23. A T. também ela já me deu dois mais-ou-menos-netos-sobrinhos, a I. de 4 e o R. de 3.

Agora, esta gente toda tem mais uma mais-ou-menos-prima-sobrinha-tia, a B.

A B. é sangue do sangue do meu irmão, parto do princípio que é sangue do meu sangue também. Os outros são sangue da minha alma e todos cabem aqui dentro do meu peito!

sangue!

É sangue do meu sangue! Menina linda...

domingo, 24 de julho de 2005

A B.

A B. nasceu cedo e pequenina. Foi levada para uma caixinha de vidro azulado e vestiram-lhe uma batinha azul bebé. No pé da B. que é bebé, como o azul da batinha, está uma pica de soro que brota duma garrafinha de rótulo azulão.

Estão a ver, a mania não é minha, o azul está mesmo aí para ficar!

mas...

mas... mas o que eu queria mesmo, era ser formiga! verdade!

2 quilos de gente

A Tia Patricia tem o prazer de apresentar o mais novo elemento do clã: Benedita, a apressada.

Nasceu cheia de pressa, aos 7 meses e meio. Mede 42 cm e pesa 2 quilos. Tem cabelo escuro como a Mãe, pele rosada, mãos grandes e pés pequeninos como os do Pai.

A cegonha largou-a na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, às 03:10 do dia 24 de Julho de 2005, no dia em que se celebram 4 anos sobre a passagem da bisavó L. para outra dimensão.

sábado, 23 de julho de 2005

Ritinha e Vanda

Duas Princesas em luta pelo vínculo à família biológica. Que nada, nem Deus, nem Homem, nem Sorte, permita que sejam afastadas para sempre dos irmãos que tanto as amam.

Por todos eles: T., T., A., R., V., L., R., I., V., R. e F.

Benedita I

Parece que vou ser mesmo tia aos 7 meses e meio! Ao contrário da tia, que não queria nascer nem por nada, a Benedita está cheia de pressa. Aguardamos a sua chegada a qualquer momento.

Benedita

É a primeira vez que aqui escrevo o teu nome. A tia espera-te!

sexta-feira, 22 de julho de 2005

O portageiros

Desde já aviso que não sou Portageira, não tenho interesse nenhum particular quanto à sua vida e não tenho nada contra a Brisa (quer dizer... contra a Brisa... bem, isso fica para outra história). Aviso, também, que todas as actividades profissionais têm coisas boas e coisas más (quais é que são as boas desta em particular?)

Passo todos os dias, pelo menos duas vezes, nas portagens da AE5. E sempre que passo vem-me uma ideia triste à cabeça. É sempre a mesma e a sensação dura até à saída da auto-estrada. Quer dizer, nunca me acompanha até ao momento em que me sento frente a este Dashboard. Então resolvi escrevê-la num guardanapo do MacDonald's (quem terá deixado essa coisa no meu carro?? Passam-se coisas estranhas dentro do meu carro). Trouxe o dito e aqui estou a tentar resolver o meu trauma.

Sinto-me muito pesada com a ideia de que, aquelas pessoas que ali estão dentro das cabines, ficam ali sozinhas nas noites mais (?) importantes do ano. No Natal, na Passagem de Ano, no Domingo de Páscoa, talvez na noite dos seus aniversários. Deve haver outras alturas, mas estas são as de que me lembro.

Eu não sei quais são as estatísticas a nível da quantidade de carros que ali passam nessas épocas, não sei qual será o prejuizo da Brisa ou outras empresas exploradoras de vias rodoviárias com portagens, mas será que o prejuízo financeiro é assim tão maior do que o prejuízo humano que ali cresce? E eu até só falo de horas tardias. A partir das 22:00, ainda passarão muitos carros? Eu sei que o português gosta muito de ir mesmo em cima da hora, se possível até chegar atrasado. Mas...

Se eu soubesse como se faz, punha a circular uma petição a favor dos Portageiros!

Variações em Galo maior

O galo é o dono dos ovos, a galinha é quem os bota e o pinto é compatriotada miséria de outros povos, que o galo é dono dos ovos!

O Bush é dono da Força, o Mundo é quem a faz e a Humanidade é compatriota da miséria de outros Povos, que o Bush é dono do Poder!

ps: Sérgio, não me leves a mal...

quinta-feira, 21 de julho de 2005

o instante

Já programei tanta coisa na vida que não vingou... pelo menos agora sei que o instante que vivo vinga com toda a sua força!

Descalça vai para o mar, maresia leva no corpo.

originalmente publicado aqui.

Faz tempo que não dou notícias. Quando o Mar chama, não há maresia que lhe resista...

Vou começar por continuar o meu comentário a uma frase que me chamou a atenção numa conversa de escadas com a vizinha Mar.

Ir ao Algarve a uma festa é uma forma de estar na vida, aceitar desafios e não ter medo de seguir instintos. Ir ao Algarve a uma festa é só uma alegoria da vida. Uma das alegorias. Partir sem medos de não ficar, aceitar na hora, não olhar para a agenda, deixar-se levar. Gosto disso.

As consequências... na vida há sempre consequências, umas vezes boas, outras vezes más, umas vezes muito boas, outras vezes muito más. Mas com todas aprendemos, crescemos, vivemos. A única consequência irreversível que conheço é a morte. Mas a morte é o primeiro caminho que percorremos quando somos feitos do encontro entre o mais profundo de um homem e de uma mulher. A única certeza que podemos ter na vida, é que um dia morreremos.

Cada vez que parto rumo ao horizonte nunca sei se volto. Mas parto sempre sem hesitação. Com isso perco laços em Terra, com isso ganho forças de gente brava. Posso cruzar-me com um barco pirata em pleno Oceano, mas evito ser levada por um comboio na estação do Monte Estoril. O meu grande mentor de conduta de vida, um dos mais importantes, pelo menos, diz "Na Vida não há Soluções, há Caminhos".

Um dia, estava eu naquelas horas em que o olhar se perde lá muito para além do horizonte, fui acordada por um maço de cigarros atirado ao chão. Não consigo ver nada no chão. Apanhei e li "fumar mata". Pois mata, mas viver também. Foi esta frase doida que me ocorreu na primeira fracão de segundos.

Há um dito cabo-verdeano que diz "depois de sab, morrer ka nada". Tentar explicar sab é o mesmo que tentar explicar saudade. Não há sinónimos, não há uma definição. É qualquer coisa que sabemos e sentimos mas que não se exprime senão no dialecto local. Sab é tudo de bom. "Tudo sab?" pode querer dizer apenas "tudo bem?" um cumprimento simples. Mas pode também significar o que a vida tem de mais belo e mais completo. Correndo o risco de limitar uma palavra tão grande, diria que sab é felicidade. Depois de termos sentido, vivido cada dia como se fosse o último, morrer... morrer não é nada.

Não tenho medo da morte, da minha, pelo menos. Tenho medo de perder fisicamente aqueles que Amo. Mas se às portas do Céu me perguntassem porque ali estava, diria "Já vivi o suficiente". Podemos sempre viver mais, mas Viver a fundo é bem mais infinito.

senhor técnico de imagem

que diz que o branco é a fusão de todas as cores. na física também. mas muito preto é azul, muito branco azul é. o branco é a fusão, o azul a confirmação!!

Pode alguém ser quem não é?

Quantas vezes podemos publicar o mesmo post? Todas as vezes que o ouvimos bater no peito? Todas as vezes que o sentimos tocar o corpo? Cada vez que o dedo foge à mão que o prende e prime o replay? Vezes insuficientes, já sei, mesmo antes de saber.

- Senhora de preto
diga o que lhe dói
é dor ou saudade
que o peito lhe rói
o que tem, o que foi
o que dói no peito?
- É que o meu homem partiu
- Disse-me na praia

frente ao paredão
"tira a tua saia
dá-me a tua mão
o teu corpo, o teu mar
teu andar, teu passo
que vai sobre as ondas, vem"

Pode alguém ser quem não é?

Seja um bom agoiro
ou seja um bom presságio
sonhei com o choro
de alguém num naufrágio
não tenho confiança
já cansa este esperar
por uma carta em vão

"Por cá me governo"
escreveu-me então
"aqui é quase Inverno
ai quase Verão
mês d'Abril, águas mil
no Brasil também tem noites
de S. João e mar".

Pode alguém ser quem não é?

Mar a vir à praia
frente ao paredão
"tira a tua saia
dá-me a tua mão
o teu corpo, o teu mar
teu andar, teu passo
que vai sobre as ondas, vem"

Pode alguém ser livre
se outro alguém não é
a corda dum outro serve-me no pé
nos dois punhos,
nas mãos no pescoço,
diz-me:
Pode alguém ser quem não é?

Letra e Música de Sérgio Godinho

Azul da Vida e a cor do sonho

O azul é a cor da minha Vida, mas os sonhos são muito coloridos! A secretária da Administração saltou da minha varanda vestida num fato lunar pink. Avançou pela estrada verde escuro e chutou bolas de Natal douradas. Muitas bolas de Natal. O Natal é verde e encarnado, como o Estrela, mas as bolas eram muitas e caiam em Arco-íris!

000027


quarta-feira, 20 de julho de 2005

feminilidade?!?! - anda aqui um gajo a pedi-las!

de feminina pouco tenho, não gosto de malva, nem verde-água, não gosto de pink, nem sequer de violeta! Perdi a conta ao vermelho-sangue, olho-de-boi ou nacional! Houvera paleta maior, mais cores te daria que nada me dão. O azul que venha escuro, turquesa, claro, cyan, esverdeado, mas que venha sempre.

alien

Por vezes tenho quase a certeza de que não pertenço a este mundo. Agora chegou a hora das férias, toda a gente anda mais alegre, mais simpática, mais extrovertida, mais bronzeada e mais viva. Eu também, nisso sou igual ao "toda a gente". Mas há uma coisa que não encaixa na minha cabecinha aloirada. É uma coisa que se ouve durante todo o ano, mas que se intensifica nestas alturas de férias.

Porque é que me respondem sempre a mesma coisa, ou ao abrigo* da mesma ideia, a uma pergunta que tanto faz transparecer a forma como aproveitamos a vida? A pergunta: então, que tal as férias?!? A resposta: acabaram... ou souberam a pouco... ou nunca mais são as próximas... e isto assim com um ar de desânimo que lhes vem do mais profundo das suas entranhas.

Durante o ano, passa-se exactamente a mesma coisa a cada segunda-feira, o fim-de-semana soube sempre a pouco e nunca mais é sexta-feira.

As minhas férias sabem-me sempre a muito, os meus fins-de-semana também. Até um feriadozito ou uma tarde de folga chegam para me contentar, chegam para me fazer sorrir, pelo menos, nos dias seguintes a seguir à "festa". A semana passada estive na Berlenga. Para onde vou sempre que posso. Estive por lá 5 dias. Costumo estar 10 ou 15. Talvez volte para mais alguns, não sei, mas bastaram estes 5, sinto-me revigorada quase para uma Vida nova. Pelo menos uma nova etapa de Vida.

Talvez tenha uma capacidade diferente de fazer render a vida. De fazer render as horas que passo no melhor que me sinto. Uma capacidade diferente, e não é maior nem melhor, é só diferente, de me encher de felicidade com muito pouco, ou de tornar qualquer coisa em muito mais. Não sou capaz de, depois de me ter salgado e muito no azul profundo daquela ilha, ou depois de ter passado um simples fim-de-semana a percorrer quilómetros na IC19 para estar com os meus putos, chegar e responder desanimada, soube-me a pouco...

Perguntaram-me na segunda-feira, porque estás tão sorridente? Respondi que tinha tido uma boa semana e que ainda estava contagiada por isso. Respondi que era Verão e o calor me anima. Vais de férias? Não, já fui. Que neura! Que neura?! Sim, já acabaram... Cristo!! Eu adorei as minhas férias... é melhor lamentar-me de que já acabaram ou espalhar bem o meu creme Tan Intensifier psicológico e fazer render toda a cor que elas deram à minha Vida?

A Vida nunca me sabe a pouco, e as férias muito menos.



* É realmente quase como se fosse um decreto de lei, ai é, é!!

O Glorioso

O Glorioso realmente é azul, azul e branco. E o meu Pai gosta do Glorioso, a minha Princesa também, mas o meu Reizinho gosta do verde. E o verde é do Sporting mas não é do Benfica que é encarnado. Verde e encarnado faz castanho que para mim é feio e triste. Mas também faz Estrela do Amadora, que é o meu clube e eu sou maresia. E maresia vem do mar e cheira a felicidade e mar é azul que é, pois então, felicidade também.

terça-feira, 19 de julho de 2005

Uma sugestão?

Sim, se for forte e salgada como o profundo azul do mar... Ou suave como o azul inconstante do céu...

Mudar de tema?

Largar o Projecto Azul antes de o explorar a fundo? Assim, mesmo a fundo, como o Mar profundo dos teus olhos? Navego nesta onda de luz branca, pois no branco estão todas as cores e mais esta ainda quando o branco se faz azul na luz branca da manhã. Sim, da manhã, porque a luz branca faz-se laranja ao entardecer e espalha pequenas nuvéns coloridas pelo céu azul do teu aconchego.

"cagrandaconfusão"

cagrandaconfusão o azul pode ser, pois é isto e aquilo e tudo o resto também pode ser. o azul é céu e no céu está o sol. o sol é amarelo e o amarelo com azulverde. mas a lua que também lá está, no céu azul escuro do céu da noite, não é verde de azul céu com amarelo sol.

segunda-feira, 18 de julho de 2005

Your power is: Transportation (?será?)

Explanation: To simply matters you can, all in all, transport your way to places. This helps you get to places faster and be more efficent. In combat that is also good since your enemy will not know where you are and you can get suprise attacks on him/her.

For evil purposes you can break in to bancs etc and rob places.
For good purposes you can save people kidnapped in places.
As a person you are always on the go and don't like not having anything to do. You see boredom as useless and try to avoid it. Therefor you have many friends that can keep you occupied. Other characteristics are that you're a nice and easy-going person, and maybe even popular. You are impulsive, energetic and just someone looking for a fun time and adventures. People can't be bored with you.

Negative aspects: You have a tendancy to not stick with people and can get enemies when you're not loyal. You can also back-talk people which will make you less liked.

Alugo

Apartamento Monte Estoril, T3 com vista sobre o Parque Palmela e mar.
3 frentes com varanda a toda a volta.
Sala com lareira, cozinha remodelada, 2 quartos e 1 quarto com casa-de-banho.
Garagem independente e pátio.

contactar trapicia@hotmail.com

enjoado??

quem está enjoado está verde, verde amarelado talvez, como o amarelo da hepatite e do sol. e o sol aquece, quando estamos azuis de tanto frio!!! ou será roxos? roxo é cor da morte e a morte é muito fria, fria como a neve que de tão (branco) a vemos azul. sim, como vemos os pretos tão pretos também azuis. o preto e o (branco) são azuis? parece que afinal o azul sempre é o princípio de tudo.

azul ou castanho

Azul profundo do mar, castanho da kizombada.
Azul celeste do céu, castanho térreo do deserto.
Mar profundo assustador ou mar profundo que nos acolhe.
Kizombada castanha e laranja pois laranja é a cor do quente de África.
Mergulho em ti porque és azul, durmo em ti porque és castanho e me abres o teu chão onde repousar.

domingo, 17 de julho de 2005

muy rara soy

este blogue está a tornar-se numa coisa muito esquisita, muito como uma de eu. assim uma coisa sem pés nem cabeça (agora já percebo o que isto quer dizer). já há algum tempo deixei de me escrever, passei a rir apenas do que me escrevem ou contam e aqui relato. não é bom nem é mau, é mais uma fase. mas a verdade é que tenho saudades da outra mim.

olha lá, não é com o tamanho... é com o jacto!!!

ali a nossa amiga ficou atarantada com o velho do comboio... sim, não foi com o velho do restelo, foi mesmo com o do comboio!!

CHUTA P'RÁ FRENTE GAROTA!!

when I'm feeling blue all I have to dois take a look at you

porque é que para um anglo-saxónico, o azul é um sentimento triste? when I'm feeling brown, por exemplo, não seria mais murcho?

sábado, 16 de julho de 2005

o belo

quem é belo, é belo aos olhos. mas quem é bom é subitamente belo. segundo Safo, poetisa grega do século VII AC.

Faíza Hayat II

"A urgência é-nos comum, o tempo atrás ou o tempo em frente é irrelevante, absurdamente irrelevante. Ambos são uma ficção: tanto o que recordamos como o que esperamos. Apenas existe na nossa imaginação."

in Revista XIS, faiza.hayat@xis.publico.pt
16 Julho 2005

Pensei dizer, assim de chofre, que isto é exactamente o que defendo na minha vida, um carpe diem, um depois de sab morrer ka nada, um não peço que seja eterno apenas infinito enquanto dure... mas depois parei, e eu gosto muito quando as coisas me fazem parar. Não, não pode ser só assim. Aquilo que só existe na minha imaginação do tempo ido, condiciona a minha vivência de cada instante, e o que espero do tempo que virá, condiciona as decisões da vivência de cada mesmo instante.

Afinal somos um todo. Carpe diem, de qualquer forma.

Faíza Hayat

"A vida não é um assunto de relojoaria - a morte, como em Londres ou em Madrid, é. A vida é um assunto cardíaco, não de instantes mas de impulsos. E um coração pode bater em velocidades diferentes. Importa apenas que bata e que haja consciência disso, em cada momento."

in Revista XIS, faiza.hayat@xis.publico.pt
16 Julho 2005

eh pah!!

jesus!! voltei do mar e pareço um arrastão!!! a vida é feita de bronze!!!

domingo, 10 de julho de 2005

As octanas e o raio que o parta...

Núma destas coisas que nos levam de porto em porto, um comentário do mauro levou-me de volta ao seu blog e a este terrível post!!!

Ai, Amigo! Tu não me leves a mal... mas agora tive um flashback (como é que isto se diz em português???).

Um dia estava sentada no CNC a olhar para o lado de lá do rio e comentei a um amigo engenheiro:

"é engraçado como podemos prever o tempo conforme se vê melhor ou pior a costa do lado de lá, curioso que um horizonte limpo seja pré-aviso de pior tempo!".

Não é que o raio do homem, engenheiro do caneco, se vira para mim e está meia-hora a explicar-me átomo por átomo, fenómeno por fenómeno, onda de energia por onda de energia, porque raio é que aquilo acontecia?!?!? Acham normal??

Eu nasci duma fusão a quente entre uma Química e um Físico Nuclear. Acho que aprendi a tabela periódica antes mesmo de aprender a dizer Mãe ou Pai...

Aos 8 anos já tinha um microscópio, um aparelho de criar ondas de não sei o quê, um estojo de química que nem a Madame Curie deve ter tido e blá blá blá, já tinha lido a teoria da relatividade e percebido porque é que o tal do Einstein via a sua imagem no espelho ao cavalgar numa onda de luz, era preciso ele vir agora explicar-me uma coisa que eu já sabia e tinha conseguido enterrar numa funda gaveta das sabedorias comprovadas, e acabar de vez com a convicção de que, apesar de tudo, aquele fenómeno era uma magia dos deuses que me ajudavam graciosamente a preparar-me para a saída para o Mar no dia seguinte???

Ó genti, deixem-nos lá ser ignorantes à vontade!!! :D

Enviado por maresia em julho 10, 2005 01:11 PM

sexta-feira, 8 de julho de 2005

fuga

Estou algures perdida no Oceano. Farei os possíveis para não encontrar o caminho de volta! Fiquem bem que eu vou salgar-me que nem uma bacalhoa!!!
Vou de Férias, vou de férias, deixa a areia envolver-me, até o sol se acabar... Vou de férias, não deixes o frio entrar!!! Faz o teu barco levar-me em ondas, há tanto tempo a dançar!!!

Pensamento do dia

Mais vale chegar atrasado neste mundo... do que adiantado no outro!

Ser feliz é mesmo fácil!!!

FORMAS DE PASSAR O TEMPO NUM HIPERMERCADO

1. Agarra em 24 caixas de preservativos e põe em vários carrinhos, aleatoriamente, quando a pessoa estiver distraída.

2. Programa todos os despertadores para tocarem de 5 em 5 minutos.

3. Vai ao apoio a clientes e pergunta se te podem reservar um pacote de M&Ms.

4. Monta uma tenda na secção de campismo, diz aos outros clientes que vais passar a noite por lá. Convence as pessoas a trazerem almofadas da secção têxtil e a juntarem-se a ti.

5. Quando um funcionário te perguntar se precisas de ajuda, começa achorar e grita: Porque é que vocês não me deixam em paz?!?!!?!?

6. Encontra uma câmara de vigilância e usa-a como espelho enquanto tiras macacos do nariz.

7. Procura uma faca de trinchar bem afiada. Leva-a contigo durante todo o percurso das compras e vai perguntando aos funcionários se alivendem anti-depressivos.

8. Desliza pela loja com um ar suspeito, enquanto cantas o tema da "Missão Impossível".

9. Esconde-te atrás da roupa que está exposta em cabides e quando alguém estiver a ver os artigos grita ESCOLHE-ME! LEVA-ME PARA CASA!

10. Quando alguém anunciar seja o que for no altifalante, deita-te no chão, em posição fetal, e grita NÃÃÃO! As vozes! Outra vez as vozes!

E, por fim: Vai ao provador de roupa. Fecha a porta, aguarda um minuto e depois grita: "Onde é que está o papel higiénico????!"

E a cor dos teus olhos verdes...

... é tão azul como o Mar onde navego. E navego perdida de amores por alguém que lá me espera, e lá me levará para o fundo do fundo do mais azul profundo. Reza a minha história que alguém me aguarda por lá, onde a areia é dourada e o Mar infinito, e um dia entrarei onda adentro para não mais voltar.

quinta-feira, 7 de julho de 2005

Tinha tanta coisa para contar...

...se ao menos tivesse a coragem deles, que se juntam os dois sem culpas, sem remorsos, depois. Às vezes acho que deviamos ser capazes de fazer tudo aquilo que achamos errado. A vida está cheia de limitações, está recheada de impulsos refreados! ...e é tão curta!

Juntam-se mais pela noitinha, e nem se chegam a deitar. É tudo à fartazana, muito depressa, quase nem falam. Mas adoram. E percorrem distâncias brutais para se verem por alguns minutos. É verdadeiramente genuina a vontade a que cedem.

Ser genuíno. ...É das decisões mais difíceis que algumas pessoas tomam na vida. Há mesmo quem nunca chegue a decidir-se a ir por aí...

E depois, um dia... morrem! :o)

Para começar, existimos...


Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é(E se soubessem quem é, o que saberiam?),Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,E não tivesse mais irmandade com as coisasSenão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da ruaA fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitadaDe dentro da minha cabeça,E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.Estou hoje dividido entre a lealdade que devoÀ Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.A aprendizagem que me deram,Desci dela pela janela das traseiras da casa.Fui até ao campo com grandes propósitos.Mas lá encontrei só ervas e árvores,E quando havia gente era igual à outra.Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!Gênio? Neste momentoCem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,E a história não marcará, quem sabe?, nem um,Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.Não, não creio em mim.Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?Não, nem em mim...Em quantas mansardas e não-mansardas do mundoNão estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,E quem sabe se realizáveis,Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?O mundo é para quem nasce para o conquistarE não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,Ainda que não more nela;Serei sempre o que não nasceu para isso;Serei sempre só o que tinha qualidades;Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,E ouviu a voz de Deus num poço tapado.Crer em mim? Não, nem em nada.Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardenteO seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.Escravos cardíacos das estrelas,Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;Mas acordamos e ele é opaco,Levantamo-nos e ele é alheio,Saímos de casa e ele é a terra inteira,Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;Come chocolates!Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.Come, pequena suja, come!Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca sereiA caligrafia rápida destes versos,Pórtico partido para o Impossível.Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,Nobre ao menos no gesto largo com que atiroA roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!Meu coração é um balde despejado.Como os que invocam espíritos invocam espíritos invocoA mim mesmo e não encontro nada.Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,Vejo os cães que também existem,E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o raboE que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soubeE o que podia fazer de mim não o fiz.O dominó que vesti era errado.Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.Quando quis tirar a máscara,Estava pegada à cara.Quando a tirei e me vi ao espelho,Já tinha envelhecido.Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.Deitei fora a máscara e dormi no vestiárioComo um cão tolerado pela gerênciaPor ser inofensivoE vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,Calcando aos pés a consciência de estar existindo,Como um tapete em que um bêbado tropeçaOu um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltadaE com o desconforto da alma mal-entendendo.Ele morrerá e eu morrerei.Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,E a língua em que foram escritos os versos.Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como genteContinuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,Sempre uma coisa tão inútil como a outra,Sempre o impossível tão estúpido como o real,Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.Semiergo-me enérgico, convencido, humano,E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-losE saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.Sigo o fumo como uma rota própria,E gozo, num momento sensitivo e competente,A libertação de todas as especulaçõesE a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeiraE continuo fumando.Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeiraTalvez fosse feliz.)Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universoReconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

TABACARIA - ÁLVARO CAMPOS

Eis-me... aqui a saber algo de novo!

Adoro Palma e adoro Al Berto, só não sabia é que vivam lado-a-lado neste som. Todos podemos ser ignorantes por um dia... e não é vergonha assumir, pois não?!

(8) (8) (8)
tocas as flores murchas que alguém te ofereceu
quando o rio parou de correr e a noite
foi tão luminosa quanto a mota que falhou
a curva - e o serviço postal não funcionou
no dia seguinte

procuras ávido aquilo que o mar não devorou
e passas a língua na cola dos selos lambidos
por assassinos - e a tua mão segurando a faca
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado
dos amantes ocasionais - nada a fazer

irás sozinho vida dentro
os braços estendidos como se entrasses na água
o corpo num arco de pedra tenso simulando
a casa
onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia
Quando hoje ouvi a minha filha vomitar, fiquei preocupado e perguntei à minha mulher:
- Foi comida?
- Foi, mas vai casar...

saiu-se bem!

Um camionista está a conduzir à noite pela estrada, morrendo de vontade de encontrar uma mulher. Ao passar por uma plantação de abóboras, ele pensa consigo mesmo:
- Uma abóbora é macia, é húmida por dentro... Hmmmmm....vem mesmo a jeito!
Sem ver ninguém por perto, ele pára o camião, escolhe a abóbora mais bonita, corta um buraco do tamanho apropriado e começa a divertir-se com ela. Fica tão empolgado que nem se apercebe da chegada de uma viatura da polícia.
- Oh faz favor...! interrompe o polícia - o senhor tem o descaramento de praticar sexo com uma abóbora !!????
O camionista olha assustado para o polícia e responde:
- Uma abóbora?? Foda-se, Cinderela, já é meia-noite?

o meu amigo A. é uma constante fonte de inspiração!

25ª. Hora
Zarolho com "parking"


Fui aos anos do filho de um casal conhecido. Comemoravam também, antecipadamente, a entrada do jovem na Universidade. O jovem vai tirar um curso daqueles cursos que saem à pressão como a cerveja a copo.

Nunca lhe deram a ler uma palavra de Camões, não sabe quem foi D. Duarte, nunca ouviu falar de Fernão Lopes e julgava que Melo Antunes foi um ministro de Salazar.

Que lição poderíamos tirar do que Espanha está a fazer em todo mundo com Cervantes e o Quixote! Mas isso começa na escola, dá trabalho e cá não haveria verba. Para que raio querem os portugueses saber o que fez Luís de Camões?! Ainda por cima, ler-lhe a poesia... por amor de Deus!

Basta saberem que foi um zarolho que tem uma pracinha em Lisboa com um parque de estacionamento por baixo, para quem vai ao Bairro Alto, e que salvou um livro a nado como na série "Marés Vivas".

Realmente, Camões não interessa a ninguém. Morreu a pedir esmola. Os nossos jovens, hoje em dia, têm de falar inglês e aprenderem histórias de sucesso! Estudem as vidas de Durão Barroso e António Guterres e as obras dos governadores do Banco de Portugal e os administradores da Caixa Geral de Depósitos, depois do 25 de Abril! Isso é que são lições...

Joaquim Letria

Apoiado........ Mas estes são os "Lusiadas Actuais"! ! ! ! ! !

O A. leu, concordou e divulgou.

Os pseudo-lusíadas

de Fitas Custódio

Os ps's e os psd's assinalados
Que, da ocidental capital lusitana,
Por lares já por demais devassados
Passearam a sua triste caravana,
Em asneiras e estultícia atolados
Mais do que prometia a sua fama
E entre gente ignara edificaram
O seu reino, que tanto esbulharam;

E também as memórias gloriosas
Daqueles sobas que foram dilatando
O poder, o império, e as gentes primorosas
Dos municípios das freguesias andaram devastando,
E aqueles que por obras ignominiosas
Se vão da lei da morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
(Ufa!)

AH Camões, se visses isto!...
Este pobre e empobrecido país!...
Certamente dirias comigo:

A vida corre-me torta
Já perdi a esperança toda
Se morrer pouco me importa
Quem cá ficar que se ... lixe!

E lembra-te-ías:

Dos ladrões que são deputados
Da viagem-fantasma por nunca feita
Esses não são nunca julgados
Nem os alcança maleita.

Estão acima da lei
E mais os amigalhaços
O resto é ralé, é grei,
Uma cambada de palhaços!

Ó Cristo
Se vieres cá abaixo ver isto
Apanhas um susto de truz
E foges!
Como o diabo da cruz!

Esta terra lusitana
Que já teve gente feliz
Chora agora a sorte insana
E o colapso está por um triz!

Ai, ai...
Alistem-se, diziam eles, alistem-se...
by xanax 26.06.05 - 2:19 am

EU REIVINDICO

Vejo que a maior pergunta que se faz é "Já alguém reivindicou?". Acho tão indiferente. Para o bem e para o mal, somos uma equipa - a equipa dos habitantes no planeta Terra. Se há atentados, tremores de terra ou fome, a culpa é de todos nós.

pensava eu de que...

MAF era "Muito À Frente", afinal é bem melhor - "Movimento Amoroso dos Famintos"!!!
obrigada mais uma vez, JTL!!

informa-me o JTL

MASD
Muita Asma Se Deixares...

é que nesta condição de mãe de adolescentes, tenho de me manter informada, ou corro o risco de não apanhar os esquemas deles!! apesar de que, se apanhar os esquemas, não os vou impedir de os sofrerem na pele... eheheh, acham mal? caga nisso, dréd!
o que são flores encontradas em cima da cama?

não faço ideia e não vou pensar nisso, pelo menos agora.

praia da torre

foi giro, mas senti a tua falta lá, seja lá o que isso for...

T.

sabes aquela sensação que temos quando aprendemos a fazer uma coisa com o mestre e depois não sabemos fazer de forma mais simples? foi assim que me senti hoje a tentar seguir os passos facilitados da maria júlia... isto tudo só para te dizer que pensei em ti, amiga!! e que a maria júlia viva para sempre dentro de nós!

que dia!

acho que me vou lembrar deste dia como um dos mais caricatos da minha vida... comecei num enterro, para dar um salto à ms, para depois acabar a dançar qulaquer coisa pirosa, entre o maria júlia, a kizomba e o samba numa praia da linha. a vida não pára, não é?

atrasos... ou não

tenho tanto texto sentido em atraso que não sei se escreva, se esqueça.

quarta-feira, 6 de julho de 2005

notas soltas

O meu luto aconteceu há uns meses atrás quando, de forma verdadeiramente entusiástica, a abracei no IPO e lhe chamei teimosa!! "isto é tudo uma birra, não quer é falar connosco, não é?"

Nessa altura, percebi, no caminho de regresso a casa, que a tinha beijado já morta. Percebi que, por mais banhos que tomasse naquele fim de tarde, o cheiro não me ia largar nos dias seguintes.

Na segunda-feira estava a caminho de Algés, ia andar de patins e dei por mim a dar a volta para ir ter com a S. Já não é a primeira vez que me sinto puxada a fazer qualquer coisa. Deixei-a tão calma, saí tão serena. Ontem de manhã, já estava atrasada e ainda fui beber um café calmamente. Ia tão devagar para a entrada da AE, que quando a S. me telefonou nem chegou a dizer estou, "vou já para aí"

E depois, eu tenho esta forma meia disparatada, meia histérica de rir das tragédias, das minhas e das dos outros. As recordações que tenho destes dois dias, para além do Frei Bento, são as dos rebuçados com o nome da funerária, do cartão da funerária concorrente em cima da mesa, do meu top da Zara, encarnado e decotado, inclinado sobre a mesa do almoço, a criada antiga que levanta o pano que lhe cobria o rosto e diz "está com óptimas cores!".

E amanhã é quinta-feira, de certeza absoluta.

não lamentes

contei-te que a mãe da minha melhor amiga estava em coma?
-
morreu ontem, graças a deus
-
estou assim meia atarantada, mas o luto já o fiz há uns meses atrás
tenho vontade de escrever um monte de coisas e não sei por onde começar nem a quem escrever...
-
estava doente há mais de um ano e tinha entrado em coma há dois meses ou 3...
o tempo passa por cima de nós, perdi a noção
-
teve dois avcs mto fortes e depois detectaram-lhe cancro por todo o lado

Lamento imenso

não lamentes, ela está melhor agora de certeza.
com ou sem vida depois da morte, só pode estar melhor
e nós também
olha, vou começar por esta conversa...

oceanotc

não sei porque me envias isto, depois da nossa última desavença telepática, mas é suficientemente piroso para eu querer pôr aqui... brasileiro, ainda por cima...

Como aprender a amar bonito
de Arthur da Távola

Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito seu amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender... Tenho visto muito amor por aí. Amores mesmo: bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva. Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos. Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras. Aí, esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem, rotinizam, descuidam, reclamam, deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem, precisam mais do que atendem, enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira!!! Ter razão é um perigo: em geral, enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão. Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você separa do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer. Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança. E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito. Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia cantando e olhe alegre. Recomenda-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando, não se cansar de olhar e olhar, não atrapalhar a convivência com teorizações, adiar sempre -- se possível com beijos -- 'aquela conversa importante que precisamos ter', arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama, toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível. Quem ama bonito não gasta tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter. Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine cheia de brinquedos dos nossos sonhos); não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade, abrir o coração, contar a verdade do tamanho do amor que sente; não dar certo e depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito). Jogue por alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabiamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo de Natal infantil. Revivendo os caminhos que intuiu em criança. Sem medo de dizer eu quero, eu estou com vontade. Deixe o seu amor ser a mais verdadeira expressão de tudo que você é. Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.

Na cabeceira dela

Frei Bento dizia-nos "não compreendo esta fixação dos homosexuais se quererem casar. Não está em causa qualquer tipo de discriminação da minha parte, simplesmente nos dias de hoje quase ninguém quer casar, toda a gente quer "viver junta", porque é que querem ser diferentes quando lutam tanto por uma igualdade". Ri tanto da sua simplicidade!!! Pode parecer estranho, a quem não convive com ele, ler estas palavras, mas para alguém que o conhece... Claramente não exclui aqueles que querem casar pela Igreja, seja lá qual for a sua escolha de companhia, simplesmente dismistifica o que Deus nunca mistificou. Frei Bento defende a mulher no Altar. Frei Bento celebra a passagem - porque nem Deus nem nós sabemos nada sobre a morte e nada há a lamentar de uma coisa que não se conhece. Frei Bento não nos diz para rezarmos aos Santos por nós, convida-os a rezar connosco. Frei Bento acredita que o celibato deve ser uma escolha de cada um dos representantes* da Igreja. Frei Bento vai abrindo a minha porta à Fé que ainda não tenho.

* nunca o ouvi dizer "representantes" mas, na minha ignorância, não me lembrei de mais nenhuma palavra para definir padres e padras

Frei Bento

Cada dia que passa mais gosto dele e mais o admiro. Algumas boas recordações me vão ficar deste luto. Uma delas, fala-nos ele do Amor de Deus.

"Deus é Amor, se Deus não nos Amasse estaria no desemprego"

terça-feira, 5 de julho de 2005

anonimato

há gente tão cobarde, tão cobarde, que usa o anonimato não para defender os seus sentimentos mas porque tem medo de assumir o que sente!

alívio final

Acho que foi por isto que acordei hoje aliviada. Senti-me bem quando caí da às 6:00.

Ontem tinha pensado ir andar de patins ali para Algés. Não sei porquê mas, olhei para o vento, e decidi ir ver a minha tia L.

Olhando para o fim de tarde de ontem, vejo que houve uma série de pequenos acontecimentos que me fizeram sair de lá em paz. Achei-a serena. Achei os seus mais queridos serenos também. Vim para casa tranquila e hoje quando o telefone tocou eu soube logo o que me iam dizer.

adormeceu

após 1 ano e três meses de sofrimento, adormeceu como um passarinho. agora que descansa, é tempo de cuidar dos que lhe ficam.

a ronda da matina

Caí da cama e vim visitar quem por aí anda... um bom dia para todos!

Espero que se sintam tão bem como eu!

domingo, 3 de julho de 2005

eu e o preto

e eu nem sei porque é que estou a chorar, foda-se!

eu e o preto

vai-se, o arrastão leva-o de volta à terra... leva um grande bocado de mim. quase dez anos de um passado e uma esperança idiota. vai-se.

sexta-feira, 1 de julho de 2005

a 4 mãos

sou eu e também as Ls. e o I.
Andamos de passeio, vamos para a Marina comer gelados...
Bom fim-de-semana a todos os meus amigos blogers e non-blogers.