Foi por estes dias últimos que tive notícias de uma amiga, da qual não sabia nada há bastante tempo.
Soube que se encontra algures no Nepal. Claro que fiquei surpreendida. Mas a surpresa foi ainda maior ao saber do motivo que a tinha levado para tão longínquas paragens: acompanhar a filha. Através da faculdade e no curso de Economia (em fase de conclusão), participando de um programa qualquer do tipo Erasmus, eis que tem a possibilidade de deslocar-se à Índia, numa estadia de um mês. Soube há tempos que tinha feito Erasmus na China, o que já tinha soado a enorme aventura para uma jovem de 20 anos sozinha. Mas a experiência deve ter sido marcante, no bom sentido, uma vez que decidiu avançar agora de novo para a Ásia, num mesmo contexto profissional.
Acontece que a mãe, pouco depois de ela lá ter chegado, decide juntar-se-lhe. Motivos? Pois... eu julgo que entendo. As notícias eram algo inquietantes, por um lado; por outro, existia certamente muita vontade de partilhar com a filha esta exótica viagem. Na verdade (soube-o entretanto), uma vez na Índia, e penetrando no seu interior, foram várias vezes perseguidas pelos campos e pelas aldeias. Parece que queriam raptá-las, além de as roubar no que pudessem. Em fuga, recorreram já diversas vezes à polícia, embora muitas vezes tenha sido a aventura total. É que nos locais mais isolados nem polícia há. Entretanto, parece que estão a salvo destas peripécias. Porque surgiram outras...
Mochilas às costas, caminhando as duas por montes e vales, ora verdejantes, ora pedregosos, acontece a filha da minha amiga decidir avançar algo mais: até ao Nepal, passando pela mítica Kathmandu, mas seguindo rumo às montanhas...
Finalmente, agora, a minha amiga encontra-se num convento de monges budistas que lhe ofereceram estadia; enquanto a filha decide subir (escalar) uma montanha. Além dela, apenas um guia. Compreendo uma e outra, mas não posso deixar de pensar na minha própria filha. Há pouco tempo atrás, esteve também no topo de uma montanha, algures nos Alpes suiços. Mas a subida foi de teleférico, e várias pessoas a acompanhavam. No entanto, claro que me preocupei... Claro que não estava lá porque não podia... De qualquer modo, é preciso deixar os filhos, quais pássaros, bater asas e voar... Mas custa tanto!
Tenho pensado nisto: acho que se tivesse possibilidade, e a situação fosse igual... também eu ia atrás da minha filha, partilhar com ela a descoberta, e tentar protegê-la um pouco. Ainda que tivesse que correr eu própria os mesmos riscos. Mas, hoje, é quase inútil esperar para os filhos um futuro com os mesmos horizontes que foram os nossos. A nossa casa é cada vez mais global. E o longínquo está cada vez mais perto.
Imagens: pesquisa do Google
Acontece que a mãe, pouco depois de ela lá ter chegado, decide juntar-se-lhe. Motivos? Pois... eu julgo que entendo. As notícias eram algo inquietantes, por um lado; por outro, existia certamente muita vontade de partilhar com a filha esta exótica viagem. Na verdade (soube-o entretanto), uma vez na Índia, e penetrando no seu interior, foram várias vezes perseguidas pelos campos e pelas aldeias. Parece que queriam raptá-las, além de as roubar no que pudessem. Em fuga, recorreram já diversas vezes à polícia, embora muitas vezes tenha sido a aventura total. É que nos locais mais isolados nem polícia há. Entretanto, parece que estão a salvo destas peripécias. Porque surgiram outras...
Mochilas às costas, caminhando as duas por montes e vales, ora verdejantes, ora pedregosos, acontece a filha da minha amiga decidir avançar algo mais: até ao Nepal, passando pela mítica Kathmandu, mas seguindo rumo às montanhas...
Finalmente, agora, a minha amiga encontra-se num convento de monges budistas que lhe ofereceram estadia; enquanto a filha decide subir (escalar) uma montanha. Além dela, apenas um guia. Compreendo uma e outra, mas não posso deixar de pensar na minha própria filha. Há pouco tempo atrás, esteve também no topo de uma montanha, algures nos Alpes suiços. Mas a subida foi de teleférico, e várias pessoas a acompanhavam. No entanto, claro que me preocupei... Claro que não estava lá porque não podia... De qualquer modo, é preciso deixar os filhos, quais pássaros, bater asas e voar... Mas custa tanto!
Tenho pensado nisto: acho que se tivesse possibilidade, e a situação fosse igual... também eu ia atrás da minha filha, partilhar com ela a descoberta, e tentar protegê-la um pouco. Ainda que tivesse que correr eu própria os mesmos riscos. Mas, hoje, é quase inútil esperar para os filhos um futuro com os mesmos horizontes que foram os nossos. A nossa casa é cada vez mais global. E o longínquo está cada vez mais perto.
Imagens: pesquisa do Google