O cão de fila é um ser maravilhoso, oriundo das nossas terras portuguesas. Como acontece com toda a precipitada adaptação de comportamentos estimáveis e relevantes no seu adequado contexto de vida animal, ao transitarem assim para aquele lugar próprio das coisas humanas, demasiado humanas, verifica-se que o que é notável degrada-se.
Posto este princípio, que enuncio por minha alta recriação, compete dizer que este esboço de um ensaio que até gostaria de escrever, mas para o qual, na verdade, não tenho paciência; este esboço, dizia eu, é uma pequena mensagem que se pretende circule ligeiramente e esvoaçando pelo hiper-espaço, até cair algures no ponto, ou seja, poisando suavemente mas caramelizada já, no colo de uma menina malcriada - uma espécie de dádiva dos céus, enfim...
As meninas malcriadas devem ser educadas. Mas, grosso modo, acontece haver pouca paciência para a educação. Esta, é um facto, dá trabalho. Por vezes, pode até nem ser conveniente. É mais fácil deixar proliferar e desabrochar competências para a manipulação desenfreada do outro. Por vezes, isso calha bem porque a manipulação é recíproca. E as pessoas gostam de se entreter com este tipo de delicados jogos de equilíbrio de poderes.
Isto é um esboço, não pretendo esquecê-lo. Daí que avance já para a minha provisória conclusão, até porque tenho realmente coisas melhores para fazer. Concluo, por ora, o seguinte: quem quiser brincar com meninas malcriadas e divertir-se à brava, que brinque. Vivemos numa sociedade democrática e a liberdade ainda passa por aqui... Mas, só brinca quem quer e enquanto quer. Quem não quer, não brinca. Ponto final, irredutível. E quem não brinca, começa a falar a sério. É uma questão de liberdade.
Questões estéticas ou de juízo do gosto: diz-me a educação da minha sensibilidade que a arrogância/petulância fica muito melhor no chiaro-escuro, mas péssima à luz crua de um sol impiedoso - recomenda-se moderação na sua utilização, até porque para arrogante, arrogante e mais... Felizmente, há em todos nós um certo quê de artistas.
(sim, eu sei, é um textozinho ligeiramente incompreensível...)