segunda-feira, abril 23

A arte de se tornar desnecessária



Adoro falar sobre meus filhos, registrar suas experiências, seu crescimento e descobertas.  Mostrar a eles coisas bonitas, passear, ensinar. Muito.  É gostoso e imagino que vida de mãe tenha bastante disso... Babação, corujice. Mas hoje a conversa é mais sobre mim... ou sobre nós: Mães. Como crescemos depois da maternidade; E boa parte de tudo, aprendemos com os próprios filhos. São mestres e dos bons.  Mas talvez o vital nessa jornada, seja exercitar o quanto doamos a eles para que essa relação seja saudável e equilibrada.
Quando observamos nossos "bebês", queremos proteger e cuidar.... e proteger. No meu caso, sinto que tanto ou mais do que qualquer coisa que citei no começo desse papo. Segurem as mamas desgovernadas...
Eis que dia desses, recebi um comentário da Betty (amiga querida), num post onde relatava algumas novidades (e desmandos) dos senhores meus filhos. Ela dizia:
 "Ser mãe é a arte de se tornar desnecessária."
Me lembro que quando li a frase, achei genial. Dura, mas perfeita, por resumir  de modo simples, como, durante a vida e aprendizado deles, vamos tendo que nos adaptar, readaptar e entender que, a partir de um determinado ponto, alguns daqueles nossos cuidados serão dispensáveis, e depois mais alguns... e adiante alguns outros também serão completamente desnecessários.
 Sim, mãe só tem uma, somos preciosas( assim como nossas queridas genitoras também o são), e poderemos contar sempre com esse pensamento, com essa verdade. Contudo nossas crianças crescem, não querem mais ajuda para comer,  querem brincar na internet, trocar telefones com os amiguinhos; enquato para quem cria, resta amá-los, aproveitar muito a riqueza de cada fase e, acima de tudo, compreender  seu processo de desenvolvimento, tão rápido e tão bonito. 
Os meus pequenos estão grandões. Cheios de energia, de curiosidade. Já me ensinam sobre games (eu morro), sobre alguns ítens em meu próprio celular.  Ainda me beijam em público (porque depois isso acaba, não é? rsrs), dão a mãozinha nos passeios, dormem comigo às vezes (eu gosto). (São meus babies...)
 Fico feliz, pensando que o melhor da vida é o carinho meladinho deles, ver os dentões nascendo, passar merthiolate no dodói, beijar, beijar... e prepará-los para prosseguir, dando-lhes desde já, mais autonomia; Sei que de  todas as tarefas que abracei, esta é, de longe, a mais gratificante.

Que venham as novidades.  Por hora vou tentando me entender com o desafio de soltá-los. Bem de pouquinho.


Ser mãe, é a arte de se tornar desnecessária! Frase luva da Betty Gaeta.

Você concorda? Trabalha essa ideia em seu coração?

terça-feira, abril 17

Nada será como antes... amanhã



Elis emociona. Adoro.
Suas músicas embalaram minha infância e, certamente, a de muitos amigos por aqui.
Aprendi a escutá-la com meu pai; cantávamos juntos e me lembro que rodopiávamos as mais agitadinhas como Paz e Madalena. Perfeitas na voz dela.
Este ano alguns shows e exposições acontecem para relembrarmos e curtirmos um pouco mais de sua obra e de sua  história. Lá se vão três décadas sem ela.
Os eventos estão acontecendo através do Projeto Viva Elis, idealizado e  criado  por seu filho primogênito - João Marcello Bôscoli.
Leia mais sobre os shows,aqui.

Abaixo,  algumas fotos lindas, dessa artista maravilhosa:


Em show no Canecão (Rio - 1970)


Com o filho João Marcello


Show Falso Brilhante (1975)



" A energia desse movimento vem da única força realmente transformadora: o Amor!"
                                                                                                            João Marcello

 
P.S.: Hoje, 17/04, é aniversário da minha Sofia! Filha, esse post é pra você. Bjo da mamãe!



Todas as fotos: Revista Elle

domingo, abril 15

Queridinhas

Desde os tempos de faculdade, saíamos eu e as amigas para nossos passeios xodós. Eram pela Av. Paulista, pelos nossos shoppings favoritos ou por outros pontos que gostávamos em São Paulo; fuçando lojas bacanas, descobrindo endereços novidade... Bons tempos. Depois veio o trabalho nas agências, algumas amigas de jornalismo acabaram enveredando para assessoria de moda, o que, de uma forma ou de outra, nos mantinha meio atreladas ao assunto roupas, sapatos e outras coisas que a maioria das mulheres ama.
Hoje já fizemos de um tudo, o que certamente, renderia posts curiosos e muito engraçados.  E o amor por moda sempre seguiu conosco.  
Este mês a Elle trouxe umas novidades bem legais que me encantaram (especialmente pelo conceito e pelo que agregam), encantaram as amigas e, de cara, imaginei que agradariam às queridas blogueiras. Algumas são sobre o JK Iguatemi que, para quem curte o assunto, já deve estar por dentro, mas prometo postar logo mais. Este já, muito amado paulistano, merece.

A outra é a Bike Elétrica da LEV (Light Eletric Vehicles), que em parceria com a Farm, deu uma carinha super fofa para o conceito. A grife carioca emprestou sua graça e suas flores aos modelos e disponibilizou a bicicleta em quatro estampas. Elas usam baterias recarregáveis, nada de combustível e tem tudo a ver com o que é ecológico e sustentável.



No caso de São Paulo, não sei se a ideia caiu nas graças da maioria, mas é super válida, além de charmosa (Por aqui há ainda muitas discussões que tentam conscientizar as pessoas sobre a importância de deixar seus veículos em casa).
A LEV  no facebook  mostra alguns eventos interessantes que promovem saúde e sustentabilidade. E apesar de algumas controvérsias, suas bicicletas já tem muitos simpatizantes e muitos elogios.
Você costuma pedalar? Consegue deixar, vez ou outra, seu carro na garagem? 

Leia mais aqui!


quinta-feira, abril 12

Meus filmes (tipo drama)


Tem horas que "sonho" acordada. Ou fico, enquanto junto a bagunça do Theo e da Sofia, organizando (de cabeça), os meus projetos... Turbilhão de pensamentos, várias pulgas, como disse, descontraidamente, uma amiga blogueira.
Da vontade de parar, voltar lá no número um, no começo da amarelinha e jogar a pedra com mais fé, pra acertar em cheio, de primeira, o alvo e gastar menos tempo com algumas bobagens, com grilos...
Mulher tem mil coisas na cabeça. Sempre... mulher que é mãe, mais ainda. Com isso são 1001 inspirações, vontades e planos. E, sim, preocupações. É a saúde, o marido, carreira, filhos, um curso novo, uma bolsa nova, corpo,  espírito...

Sofia e Theo estão numa fase nova pra mim; são mais  exigentes  quanto  aos lugares  que querem ir, por  exemplo (já? Sim, já...), às programações dos finais de semana (pois é, verdade), com o que vai ocupá-los de um modo geral. Fazem cara feia, querem exigir... E o caçula imita o mais velho.  Enfim, tudo aquilo que já fizemos, que ouvíamos de nossas mães e avós, mas que se transforma em novidade quando é conosco... quando a história é com nossos filhos, adquire cara de coisa inédita - tipo nunca vi, não sei fazer.

- Mamãe, este sábado temos o aniversário do Diogo, você não se esqueceu, né? - diz a Sofia, fazendo um certo charme...  É mãe (agora acho que vou te chamar de mãe, porque mamãe é para meninos pequenos e eu já fiz seis anos....), leva a "dgente" na festa dele? - completa o Theo com aquela marra habitual.
E eu?
Penso.
Nas receitas sugeridas para educá-los, na (pouca) experiência como mãe, no que vivenciei com meus pais e, acima de tudo, nos exemplos que devo dar a eles. Nestes momentos a primeira ideia é: Não quero errar!  O desejo é de orientar, buscar as coordenadas exatas para um caminho certeiro, que conduza a cabecinha deles para fora da ansiedade, dos maus modos, do modismo... Com calma...
Eles exigem; eu vou tentando algumas manobras, contornando seus novos draminhas, as vontades excessivas, a mini ansiedade. Vou recheando os dois de amor, procurando aproveitar e sentir cada fase nova que eles adentram... montando um outro filme; E  como diz a belíssima Ana Jácomo:
"A felicidade vibra na frequência das coisas mais simples." 
Sempre, sempre!


segunda-feira, abril 9

Da eternidade




Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.

Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

- Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa.

- Não acaba nunca, e pronto.

- Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.

- Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

- E agora que é que eu faço? - Perguntei para não errar no ritual que certamente deveira haver.

- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

- Perder a eternidade? Nunca.

O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

- Acabou-se o docinho. E agora?

- Agora mastigue para sempre.

Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da idéia de eternidade ou de infinito.

Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

Até que não suportei mais, e, atrevessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

- Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

- Já lhe disse - repetiu minha irmã - que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.

Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim. 

Medo da Eternidade - Clarice Lispector


 

sexta-feira, abril 6

Os coelhinhos daqui



Páscoa é sempre motivo para muita emoção e muita alegria por aqui. São os amigos, a família (que me enche o coração), todos os que queremos bem... É o amor, a troca de votos e, claro, os ovos de chocolate, bombons e a espera pelo coelhinho, na ansiedade inocente das crianças.

De repente a vida parece nova e abençoada, de um modo mais simples e muito mais bonito.
É, acho mesmo emocionante essa época, toda a simbologia que ela carrega e tudo o que incita nas pessoas. 

Este ano a Sofia trouxe da escola uma mensagem toda fofa, escrita num cartão-ovo feito por ela. Amei! Fui logo pensando que estava crescida minha filha; nada de fantasias de coelha, nada de rostinho pintado. Mas ainda tem o caçula -  batatinha-quente da mamãe, como ele mesmo se intitula - que desta vez, já chegou em casa com seus pirulitos de chocolate todos mordidos (rs): Estavam derretendo, mamãe! - justificou todo lambuzado.
A roupa de coelho tirou sem me dar tempo para maiores paparicos, beijos ou apertões... Disse estar muito calor, que estava muito suado.
Ok, dei razão... afinal é Páscoa. Mais uma, aliás ( o tempo voou). 
E os filhos mocinhos.
É a vida que se renova.
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