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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A GUERRA ESTARÁ IMINENTE!

A guerra estará iminente?
(Publicada no Semanário O DIABO em 26 de Dezembro de 2018)

Li, há dias. O artigo “Fukuyama enganou-se redondamente”, do Major-General Carlos Branco, no ‘Jornal Económico’. Gostei da análise elaborada, mas acho que o título é demasiado duro para o filósofo que deixou à Humanidade uma possibilidade desejável, uma sugestão e uma proposta às grandes potências, para orientarem todos os seus projectos e planos no sentido da Paz e da Harmonia universal.

Mas, infelizmente, os destinos dos Estados não estão em mãos de competentes e com boa formação ética, e nada as levou à rejeição dos maus instintos primários da vaidade e da ambição de poder financeiro e de imagem social de ostentação e arrogância sobre os mais fracos.

O maior obstáculo surgiu logo após a II Guerra Mundial quando, com a aparência de uma estranha interpretação de democracia, foi criada a ONU, com um Conselho de Segurança em que, entre 193 parceiros, foi dado poder ditatorial a 5 (cinco), que se consideraram vencedores da II GM, a quem é permitida a arrogância de serem membros permanentes do CS, com direito a veto. Isto significa que nada poderá ser decidido para bem da paz mundial sem a concordância destes cinco imperadores.

Uma decisão tomada sem que a maioria dos restantes membros se tivesse oposto, foi a imposição da “desnuclearização” a todos os Estados, excepto aos cinco. Não se pode pôr em dúvida o enorme perigo do emprego de armas nucleares, principalmente após as modernizações e aumentos de potência que têm recebido. Mas, como qualquer lei, esta decisão devia ter sido geral e obrigatória, devendo os cinco dar o exemplo, destruindo as que tinham, de forma bem testemunhada por grupos de cientistas nomeados pelo conjunto dos restantes estados membros da ONU, com liberdade ilimitada para observação de todos os possíveis esconderijos e com a máxima segurança, para dar credibilidade ao assunto. Mas os cinco não caem nessa e, daí, a conclusão do artigo atrás referido de que a próxima guerra mundial pode ocorrer dentro em pouco, dada a agressividade já em curso entre os poderosos, quer com ofensas verbais quer com ostentação de poderio militar.

Perante esta aberração, em ambiente que pretende ser democrático, a Coreia do Norte quis evidenciar tal erro e mostrou ter direito a ter uma arma nuclear. Por esta denúncia da anormalidade atrás referida, feita por este pequeno país sem grande poder financeiro, bem merecia o Prémio Nobel, não pelo fabrico da bomba mas pela atitude de evidenciar a caricata decisão do Conselho de Segurança com discriminação entre os cinco e os restantes, Se a arma é perigosa nas mãos dos outros, não o é menos na mão de cada um dos cinco.

Não esqueçamos as ameaças à Coreia do Norte, com exercícios militares de grande poderio nos mares seus vizinhos. Não devemos esquecer: a “bomba mãe de todas as bombas”, recentemente explodida pelos EUA no Afeganistão, sem depois serem referidos quaisquer efeitos benéficos de tal arrogância; a Guerra contra o Iraque e a Líbia, com efeitos altamente nocivos para ambos estes Estado que ainda não recuperaram; os bombardeamentos à Síria com apoio da Grã-Bretanha e da França a pretexto de pretenso uso de gases tóxicos; as saídas ostensivas da América dos acordos de Paris, do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), do acordo comercial com a China, do acordo nuclear com o Irão, etc. E, pelo outro lado, não esqueçamos o recente agravamento entre a Rússia e a Ucrânia, e a criação de uma completa base aérea russa na Venezuela, na proximidade dos EUA. Qualquer guerra pode eclodir devido a qualquer erro de interpretação e pequeno incidente.

As convulsões sociais que estão a ocorrer no Ocidente, consequentes da “ideologia de género” e completa e artificial igualdade de todas as pessoas, podem complicar todas as análises e vir em apoio da conclusão retirada no referido artigo. ■

António João Soares
11 de Dezembro de 2018

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terça-feira, 15 de maio de 2018

PASSOS PARA ELIMINAR A VIOLÊNCIA

Passos para a eliminação da violência
(Publicado no semanário O DIABO em 15-05-18)

Na última Páscoa fui presenteado com motivos de felicidade. Não posso dizer que foi um prémio, mas foi um estímulo para perseverar na utopia que teimei em expor em 8 artigos entre 01Nov20116 e 06Fev2018, de que irei escrevendo os títulos sublinhados. Comecei por afirmar que a paz é o bem maior e cheguei ao ponto de sentir que há perspectivas de a violência diminuir. De repente, chegaram notícias que me provam não estar errado, como a de que a China considera que o diálogo facilita a convergência e, para isso, «comprometeu-se com o Vietname a manter a paz no mar do Sul da China». E também defende que deve haver negociação em vez de guerra e, para isso, «propõe cedências à Coreia do Norte e ao EUA para amortecer a crise».

Também a Coreia do Norte se mostra consciente de que bom entendimento gera harmonia e paz e, nessa ordem de ideias, «Kim Jong-un deu passos decisivos para estabelecer a paz com o vizinho do Sul. E, por seu lado, a Coreia do Sul, aceitando que a paz é um bem apreciável, «propõe a contenção nos jogos de guerra anuais dos EUA e da Coreia do Sul», para terminar com provocações, ameaças de violência, e troca de ofensas pessoais entre Trump e Kim Jong-un e os riscos que daí poderiam advir.

Foi importante para as duas Coreias a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, que proporcionaram a participação do Norte e criaram um ambiente de apaziguamento entre as duas. No dia 27 de abril, houve o encontro histórico entre o líderes norte-coreano, Kim Jong-un, e sul-coreano, Moon Jae-in o primeiro em 11 anos, em que foi declarada a desnuclearização da península coreana.

Está previsto para breve o encontro entre o Presidente dos EUA e da Coreia do Norte. Este momento histórico será um grande passo em frente dadas as decisões já tomadas por este Estado.

E do Médio Oriente, onde a guerra tem sido persistente, veio a notícia de que a Síria, por acordo entre o Governo e uma fação islamita, tornou possível que «Mais de mil pessoas abandonassem Ghouta oriental nas últimas horas» poupando-as aos efeitos das operações seguintes. Foi um sinal de que a Síria consciente de que a violência gera mais violência, ódios e vinganças, procurou dar segurança a pessoas inocentes e criar condições mais adequadas a uma vida mais segura e salutar.

Estas referências a notícias recentes, não significam que são efeito dos meus artigos. Longe disso. Poucas pessoas os lerão e, quanto a políticos, não querem perder tempo que precisam para preparar a propaganda para as eleições seguintes. Mas a minha utopia pretende apenas contribuir para os cidadãos normais se convencerem de que a guerra e a violência devem ser evitadas, e a Humanidade (eu e os meus leitores) deve reagir a tais tentações mefistofélicas.

Um exemplo maravilhoso e encorajador veio há dias da América em que jovens estudantes reagiram, de forma muito ordeira, visível e convincente, contra a violência brutal sofrida nas escolas e vinda de pessoas mal-formadas portadoras de armas que usam de forma irracional. Dessas manifestações surgiu a iniciativa para a alteração da legislação de uso e porte de armas e já há notícias de que casas fornecedoras de tais meios de violência iam fechar por baixa do negócio. Será desejável que os detentores de cargos com funções ligadas à segurança dos cidadãos assumam a sua responsabilidade de acabar com tudo o que constitua perigo para as pessoas pacatas e sossegadas.

Gostava de ver mais «lunáticos» a defender esta ideia e a difundi-la à semelhança dos jovens estudantes americanos e do próprio Papa Francisco.

António João Soares
8 de Maio de 2018

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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

NEGOCIAÇÂO EM VEZ DE GUERRA

(Foi publicado em O DIABO de 20-12-2016)

Quem costuma ler aquilo que escrevo em e-mails, em blogs, no facebook, no Google+, em O DIABO, etc, sabe que esta notícia de diálogo entre a Rússia e os EUA, focada na situação que está sendo vivida na Síria, me traz muito prazer por vir ao encontro do meu grande desejo de harmonia e paz no Mundo substituindo a guerra pela conversação, a luta armada pela diplomacia.

Este encontro, se correr bem, como é desejado, será uma lição de sensatez, de humanidade e solidariedade mundial que deverá ir ao ponto de pressionar, politicamente, os aliados dos terroristas que estão a Massacrar o Médio Oriente para cessarem a destruição dos Estados constituídos e evitar que, depois, alastrem pelo Norte de África e Europa, numa hecatombe irremediável.

O ruído das armas militares nada traz de benéfico para as pessoas e os bens materiais. Tem sido repetidamente afirmado que "o problema da Síria não tem uma solução militar e deve ser resolvido com métodos políticos". Aliás, se toda a guerra acaba com os contendores sentados a uma mesa a assinar o tratado de paz, porque razão não o fazem antes e em vez de matarem milhares de pessoas e destruírem património, algum com significado mundial, ligado à história do Império Meda e de outras civilizações históricas?

Já que nenhum dos sábios da UE teve tão genial ideia, e não aceitaram a sugestão de conversações apresentadas em meados de Outubro pelo Presidente iraniano, ao menos agora não hesitem em apoiar o diálogo proposto pela Rússia e incentivar a troca de sugestões e ensinamentos a fim de obterem a melhor solução para parar a guerra e efectuar uma campanha diplomática adequada para obter a paz e harmonia, a fim de dar à Humanidade uma melhor qualidade de vida. Tenham esperança, coragem e perseverança para obter pela diplomacia aquilo que não tem sido possível pelas armas. As gerações futuras agradecerão estes passos se forem dados com plena intenção de PAZ e se forem dados de forma eficaz com perseverança e tenacidade para obter os resultados que a humanidade deseja.

Depois de ter dado como pronto este texto, veio a notícia da tentativa de recuperação de Palmira pelos rebeldes na Síria e a de um acto terrorista na Turquia por grupo radical curdo que causou cerca de 30 mortos e perto de 200 feridos. Não terá isto resultado de os Governantes terem feito «braço de ferro» com utilização abusiva das armas em vez de negociações e diálogo, como fez o Presidente da Colômbia, justamente galardoado com o Prémio Nobel da Paz? Quando aumentará o número de Governantes dedicados ao bem-estar do seu povo, usando uma «política de afecto»?

A João Soares
Em 13 de Dezembro de 2016

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terça-feira, 22 de novembro de 2016

PALAVRAS; PROMESSAS OU FANTASIAS ?

Palavras, promessas ou fantasias?
(Publicado em O DIABO em 22 de Novembro de 2016)

Trump, após saber o resultado das eleições, falou de coisas construtivas como «sarar as feridas da divisão» e disse que estende a mão à orientação e ajuda daqueles que não votaram nele, para poderem trabalhar juntos e unificar o seu grande país. Disse que, sem deixar de colocar os interesses da América à frente, vai procurar parcerias e evitar o conflito. Não posso deixar de me congratular por as suas intenções coincidirem com a filosofia de convivência universal que aqui tenho defendido repetidamente.

Mas as minhas palavras, sendo de um simples cidadão, sem responsabilidades especiais, não podem, por si só, originar acções conducentes à concretização de boas intenções. Mas, num governante, será bom que tais palavras sejam fruto de adequado estudo e análise e possam ser semente de decisões e projectos práticos e eficazes para bem do seu povo e da humanidade.

Por isso, ficamos à espera de ver notícias sobre as medidas que reforcem a união de todos os americanos em torno dos seus interesses nacionais e que sejam extensivos e benéficos para a harmonia mundial, através de diálogo franco e sincero que reforce a tolerância mútua e a cooperação, fazendo uso de eficaz actividade diplomática para a progressiva eliminação de guerras e outros tipos de violência, a fim de que todas as pessoas passem a viver em paz e com bem-estar.

Embora toda a pessoa deva dar aquilo que lhe for possível para tal tarefa social, como não dispõe de poder, de capacidade de influência suficiente, as iniciativas mais eficazes têm de vir dos Estados mais poderosos, de posse de informações e de pareceres e sugestões vindas de todos os recantos do planeta, porque é em tais potências que a humanidade tem os olhos fixos para lhes imitar as virtudes.

Porém, a julgar pelas palavras proferidas durante a campanha eleitoral, começa mal em relação ao seu vizinho do Sul, México, a Cuba, à Europa, ao Médio Oriente, etc. É certo que os EUA estavam habituados a influenciar a segurança de muitos Estados menos poderosos, o que lhes dava despesas, mas também daí lhes vinha, como contrapartida, a maior capacidade internacional em comparação com outras potências de mais reduzida influência. Se agora passam a distanciar-se de antigos aliados e protegidos, estes passarão a ceder ao «namoro» que lhes será feito pela Rússia, pela China ou outros Estados emergentes da sua área, o que resultará na redução do poder de influência dos Americanos e poderá levar ao endurecimento de hostilidades ou, no mínimo, a redução do bom entendimento internacional.

Esperemos que Trump seja assessorado por pessoas sabedoras e sensatas a fim de evitar fracassos do seu bom intento de engrandecer o seu país e de reforçar a paz e a harmonia mundial. Será desejável que haja orientação e ajuda para que todos os Estados membros da ONU possam trabalhar juntos e criar o tão desejado ambiente de paz, harmonia e progresso. Por exemplo, seria maravilhoso ver uma mudança do género propor a todos os detentores de Armas Nucleares a desactivação de todas as existentes. E, para não haver um ou mais aldrabados, seria constituído um grupo de trabalho com técnicos de todos esses países e, numa primeira fase, desactivariam 10% das existentes num e depois noutro e noutro; depois voltavam ao primeiro e continuavam, com mais 10% para não haver um que ficasse sem nada e os outros depois desistissem e ficavam poderosos e outros sem nada. É que, se houver um louco que lance uma arma, o que for alvejado responderá mais fortemente e o efeito será a aniquilação da vida no planeta. HAJA QUEM, PACIFICAMENTE, CONSIGA DESACVTIVAR TODAS ESSAS ARMAS.

A João Soares
16 de Novembro de 2016

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domingo, 8 de dezembro de 2013

PODER REAL DÁ RECADO AO PODER POLÍTICO


O poder económico e financeiro dá recados ao poder político e este acomoda-se e cumpre as directivas recebidas, sem dar explicação aos eleitores, àqueles «que mais ordenam», segundo o slogan da democracia.

Notícia de hoje diz que Soares dos Santos gostava de um acordo entre PS e PSD com duração de 10 anos. O mesmo milionário (um dos três maiores do País) deu aos governantes em 01-09-2010 um recado que não parecia ajustado a intenções de justiça social e que, resumidamente, dizia Soares dos Santos defende redução do IRS e IRC e aumento do IVA. Houve reacções a esta directiva, mas ela foi obedecida pelo governo de então e pelo actual.

A directiva de hoje irá sem dúvida ser aceite pelo Governo embora o PS tenha legítimas dúvidas e seja problemática a sua concretização.

Vejamos antecedentes desta ideia:

- Em 19-11-2008, Manuela Ferreira Leite, Líder do PSD sugeria 6 meses sem democracia, o que está muito abaixo do agora proposto, quanto à duração da «ditadura», 6 meses contra os 10 anos de agora.

- Também em 10-07-2013, o PR resolveu não marcar para já eleições antecipadas e pedir um "compromisso de salvação nacional", mas este desejo de compromisso foi gorado por teimosias e e falta de verdadeira vontade e de sentido de Estado de negociar os pontos de divergência.

- Curiosamente, o Governo, de forma pouco convincente e sem interpretar devidamente o processo de obter consenso, isto é, a disposição para haver cedências de uma e outra parte, com vista a uma solução de apoio alargado para o bem comum, pediu em 17-04-2013, para o consenso entre Governo e PS e. em 26-11-2013 o PS afirmou que Governo falou de consenso mas só negociou consigo próprio, Situação idêntica à já referida para o que ocorreu no início de Julho.

- Em 27-07-2013, o PM não hesitou em apelar a acordo com PS para “clima de união nacional” Este termo foi na altura criticado mas agora, embora por outras palavras , Soares dos Santos reitera tal solução, o que faz lembrar o «partido único» do Estado Novo

No ponto em que o país de encontra, o Governo dos próximos anos deve, efectivamente, procurar consensos sérios e eficazes para os grandes problemas nacionais, a fim de evitar desperdícios de recursos em obras inúteis e em actos falhados com custos das tentativas, erros, avanços e recuos, e para garantir a cabal realização de projectos que precisem de continuidade por mais do que um mandato. Para isso deve haver um compromisso aceite honestamente a fim de salvaguardar os interesses nacionais, sem perigo de se cair numa nova ditadura.

E, para concluir, fica o desejo de os eleitos pelos cidadãos se compenetrem de que são mandatários pelo voto dos eleitores para defender os interesses nacionais que devem estar sempre acima dos interesses de políticos, e outros privilegiados, encobertos ou não por leis de sigilo ou outra «podridão dos hábitos políticos», como lhe chamou Rui Machete.

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

GOVERNO NÃO CONSENTE CONSENSO PARA OE


O consenso, como aqui foi referido em várias ocasiões, exige acordo das partes, o qual é conseguido em negociação com cedências de ambos os lados, sendo ideal que, no fim, todos se sintam satisfeitos por ter colaborado num acto de interesse colectivo, neste caso, do Estado.

Mas, para mal dos portugueses, o consenso fica à porta do OE. Propostas do PS quase todas chumbadas e nesta notícia constam várias medidas.

Esta recusa de fazer cedências vem de longe tendo sido mais crítica no início deste verão (compromisso para a salvação nacional). A Imagem que ficou é que o Governo, quando fala em consensos ou união nacional» e quando apela aos cidadãos para se aliarem, apenas pretende que todos dêm as mãos obedientemente para aplaudir as medidas por ele tomadas. Se a intenção é essa, pode concluir-se que Governo não quer consenso, isto é, não quer aproveitar sugestões, propostas, achegas e utilizá-las para melhorar os seus esboços de projectos.

Foram aqui publicados muitos textos referidos a este tema de que se listam os seguintes:

Portugueses aliem-se e ...
Consenso por Portugal?
Marcelo fala do guião da reforma do Estado
Reforma do Estado em futuro incerto
Programa cautelar. Falam sem saber
PS e PSD fazem «burla polìtica» ???
Alerta para risco e «experiências políticas» perigosas
Ditadura de Rosalino ???
Objectivos e interesses nacionais
O porquê dos cortes ???
Tão irracional que é difícil de explicar ???
Actividade económica cresce ???
A austeridade continua a agravar-se
Governo de «imaturos» e «masoquistas» lixa «mexilhão»
Como reduzir o roubo a reformados e viúvas
Quem vier a seguir que se lixe
Que perspectivas para Portugal ?
Falso optimismo vs realidades 
Todos pela trela, «democraticamente» !!!
Democraticamente, cala-te
Leitura das eleições

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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CONSENSO POR PORTUGAL?


Quando há um objectivo colectivo, ou nacional, exige a colaboração activa de muita gente, muitas instituições. No caso de objectivo nacional como é o da Reforma do Estado, todos os partidos políticos, os parceiros sociais e outras colectividades, devem colaborar no seu estudo, nas possíveis soluções para cada sector, com uma adequada metodologia de preparação da decisão, mas não devem ser obrigados a corresponsabilizar-se, a consentir em soluções que contrariem gravemente as suas convicções e ideologias.

O consenso é uma espécie de compromisso voluntário, negociado, um conluio, uma conivência, uma cumplicidade, pelo que tudo deve iniciar-se precocemente no estudo do problema, na listagem das possíveis hipóteses de solução e na escolha da que for considerada mais adequada. Trata-se de trabalho de equipa com muito diálogo franco, com cedências e compromissos. A negociação e as cedências mútuas consubstanciam sentido de Estado, sentido de responsabilidade, patriotismo e espírito de missão. Por isso é estranho o que representa o título da notícia PSD quer obrigar PS a participar na comissão de reforma do Estado, o qual faz compreender a resposta lógica do principal partido da oposição e que constitui potencial alternância de governo “Não assinaremos cheques em branco”, diz António José Seguro, com a explicação de que Seguro demarca-se de um novo programa com a natureza do actual. Assim se criou uma crispação indesejada num tema cujos efeitos se devem suceder durante muitos anos ou mesmo décadas e, por isso, naturalmente, Governos de diversos partidos, o que justifica que a Reforma seja obra conjunta de vários partidos e força públicas.

O pedido de negociação dum consenso, devia ter começado antes da elaboração do «guião» já apresentado publicamente pelo Governo. Agora, a chamada da oposição cheira ao desejo de aprovação e aplauso e não a uma corresponsabilização consciente e construtiva do documento final. Foi por erro semelhante que fracassou o «compromisso de salvação nacional» desejado pelo PR na sua comunicação de 10 de Julho.

Ninguém pode exigir que outro se corresponsabilize por uma decisão já tomada e publicamente divulgada, com que não concorde integralmente.

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sábado, 28 de setembro de 2013

O PODER NÃO CRESCE ESPONTANEAMENTE


Há poucos anos, surgiram notícias de teorias proféticas com previsões de que em 2030 o poder mundial estaria nas mãos dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e South Africa), países emergentes que iriam destronar os EUA. Hoje, há dúvidas acerca da evolução que está a ter a África do Sul, com a economia a ser dominada pela China, assim como o seu relacionamento com os países africanos do hemisfério Sul. Por outro lado o Brasil está numa rampa descendente que não recuperará com os jogos olímpicos ou outras competições desportivas. Também a Índia não tem conseguido anular a desvantagem que lhe advém da desigualdade social e de áreas de pobreza muito aguda, apesar da exemplaridade da sua tecnologia informática, sem equivalente no resto do mundo.

Cada país deve governar-se à custa dos seus recursos e os EUA, não querendo perder a supremacia internacional, que têm conseguido à custa do seu «complexo industrial militar» continuam a desenvolver a sua influência no mundo, de braço armado.

Na próxima segunda-feira o Secretário da Defesa dos EUA viaja para Seul e Tóquio para reforçar alianças militares. Chuck Hagel, inicia, a visita à Coreia do Sul e ao Japão, durante a qual medirá a consistência das relações com os dois parceiros chave na estratégia do Pentágono na região da Ásia-Pacífico. Isto será uma demonstração do compromisso existente e da importância que Washington atribui à sua relação com a Coreia do Sul.

Para uma grande potência é importante poder dispor de um forte Poder Militar, embora, cada vez mais se procure valorizar a diplomacia do diálogo e da negociação para evitar a guerra. Quando há relativamente poucos meses se agudizou a hostilidade entre as duas Coreias, verificou-se o confronto das duas estratégias - das armas e da diplomacia. Os EUA enviaram porta-aviões e outros meios militares para fazerem manobras dissuasoras com os militares da Coreia do Sul, enquanto a China enviou um embaixador à Coreia do Norte , outro á do Sul e outro aos EUA a fim de serenar os ânimos e evitar a eclosão de mais um conflito armado.

A existência de Forças Armadas poderosas pode constituir uma ameaça de retaliação que ajude as negociações, mas há que ter pulso muito forte para evitar o seu emprego desnecessário e desproporcional, gerador de tragédias humanas como acontece desde há mais de 10 anos no Iraque.

Oxalá a viagem do secretário da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, traga benefícios para a população do Extremo Oriente, cpm qualidade de vida em paz e segurança, como preconiza a carta das Nações Unidas.

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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

«IRÃO ESTÁ PRONTO PARA O DIÁLOGO»


Transcrição de notícia seguida de NOTA:

Presidente do Irão garante estar pronto para o diálogo
Expresso. 22:52 Terça feira, 6 de agosto de 2013 Liliana Coelho

Hassan Rouhani diz esperar um diálogo construtivo com os EUA sobre o programa nuclear.

O presidente do Irão, Hassan Rouhani, garantiu hoje que o país está disposto a iniciar conversações "sérias e substantivas" com o Ocidente sobre o programa nuclear.

"Como presidente do Irão, eu anuncio que a república islâmica está determinada a resolver este assunto e a pôr fim às preocupações do outro lado, desde que os direitos do povo iraniano sejam preservados", afirmou Hassan Rouhani, citado pela CNN, na primeira conferência de imprensa no palácio presidencial do Teerão.

"Estamos determinados e prontos para iniciar sérias e substantivas negociações com o outro lado, se estiverem preparados como nós. Estou confiante de que as preocupações de ambos os lados acabarão durante as negociações, num período não muito longo", acrescentou.

Segundo o governante iraniano, se os Estados Unidos demonstrarem "boa-vontade" e "respeito" pelo Irão estão criadas todas as condições para o diálogo. Hassan Rouhani defendeu, contudo, que as sanções internacionais são desnecessárias e contraproducentes.

"As sanções e as ameaças são sempre uma sombra sobre as negociações e nós poderíamos resolver as velhas queixas num ambiente de paz e calma", afirmou. A eleição de Hassan Rouhani, um clérigo moderado, de 64 anos, veio reforçar a ideia de que o Irão parece querer finalmente resolver este impasse.

NOTA: Esta afirmação demonstra que não é utópico nem despropositado o tema desenvolvido em NEGOCIAÇÃO E DIÁLOGO EM VEZ DE GUERRA e nos diversos posts nele linkados

O Irão pode iniciar uma era de recuperação da sua grandeza histórica da antiguidade, do Império Persa, de Ciro o Grande, no século VI aC.

Alguns eventos:

- Nabucodonosor II da Babilônia conquistou o Reino de Judá
- Os persas derrotaram os medos sob o comando de Ciro II
- Os persas conquistaram a Babilônia e libertaram os hebreus
- Os persas derrotaram os egípcios na Batalha de Pelusa
- Revolta depôs o último rei etrusco de Roma.
- Pérsia tomou controle da Fenícia.
- Abecásia é colonizada pelos gregos antigos.
- Surgimento da Filosofia Ociental.

Curiosamente, esta notícia vem num momento importante devido a posição parecida do Papa Francisco acerca da «revolução social global».

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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

NEGOCIAÇÃO E DIÁLOGO EM VEZ DE GUERRA



Passaram 78 anos após o lançamento da primeira arma nuclear, sobre Hiroxima.

Olhando agora para o passado, embora lamentando a trágica morte de tantos milhares de pessoas durante a guerra e neste acto final, a forma brutal como ela terminou, verifica-se que o bom-senso dos homens fez que fosse extraída uma lição, embora ainda imperfeita, da catástrofe. E quando um desastre serve de lição pode dizer-se que ele não foi inútil, pois ainda não voltou a haver uma guerra tão mortífera como a II Guerra Mundial que tinha sido precedida por outra também muito dura. O que é lamentável é que ela não tivesse sido evitada.

Há males que trazem o benefício de melhorar a mente humana e oxalá esta lição perdure e evite que apareça outra guerra, agora com armas mais letais e, portanto mais trágicas. Mas, infelizmente, embora com incidência geográfica mais limitada, o mundo ainda não pode gabar-se de viver em paz.

Como seria bom que as pessoas, principalmente os governantes, se habituassem a resolver os pequenos conflitos pelo diálogo e a negociação em vez de usarem a selvajaria da guerra. E para isso a prevenção deve agir ao menor desentendimento antes que ele inche e ecluda. Se a negociação directa entre os implicados nem sempre é possível, deve recorrer-se a mediadores e, para isso nada mais apropriado do que as Nações Unidas Estou esperançado que o Papa Francisco consiga dar uma volta à humanidade através de uma Revolução Social Global, que desperte as consciências das pessoas com mais poder na Humanidade.

Sobre este tema sugiro a leitura de:

- Dia Internacional da Paz
- Ausência de autoridade internacional. ONU ineficaz
- A crise deve ser estímulo para nova etapa de civilização
- ONU. Qual o seu papel nas Coreias?
- Médio Oriente e ajuda humanitária !!! 
- Qualquer guerra é uma tragédia evitável
- Pela paz, todo o esforço é útil
- O Quarto Reich. A guerra pode ter já recomeçado
- A paz do mundo sujeita a irresponsáveis
- EUA preferem a diplomacia à guerra com o Irão
- ONU Paz e Justiça Social global
- A guerra do futuro ???
- Vulnerabilidades da ONU 
- Paz. Ocidente. Continentes. Futuro
- Negociação em vez de guerra
- Conflitos evitáveis
- Terceira Guerra Mundial? A quem interessa?
- A hipótese de guerra nuclear não desapareceu
- A Paz pelas conversações
- A Paz como valor supremo
- Guerra a pior forma de resolver conflitos
- Relações internacionais mais pacíficas?
- Diálogo em vez de guerra
- O Mundo pela Paz
- A Paz é possível
- A guerra do futuro ???
- Coreia pode ser detonador
- Próxima Guerra Mundial. Sinais de perigo
- Excesso de confiança pode matar
- Eliminação das armas nucleares
- Qualquer guerra é uma tragédia evitável
- ONU, crise e paz internacional
- A Paz no Mundo será possível?
- Paz pela negociação
- Conversações em vez de Confronto

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sábado, 13 de julho de 2013

PREFEREM A NEGOCIAÇÃO INFORMAL !!!


Há notícias chocantes como a que diz que Partidos negoceiam de forma informal acordo de salvação, em que consta que «até ao momento ainda não há conhecimento de nenhuma reunião formal do Governo com o PS» e que «Cavaco Silva afirmou ontem que pretende a conclusão de um acordo entre os três partidos num curto espaço de tempo, podendo o limite estar marcado para o final da próxima semana.»

Isto é estranho. Embora o País já esteja em crise política há duas semanas, os maiores partidos com assento na AR continuam a brincar deixando escoar o TEMPO, com encontros «informais», como se houvesse pachorra para distinguir o que é negociação formal do que é negociação informal.

Seria bom que alguém já tivesse esboçado o que se pretende em cada sector da governação, quais os objectivos para sairmos da crise, as suas prioridades, as possíveis soluções? Sem se arriscarem nesses esboços, sem receio de eles serem relegados por virem a surgir outros melhores, não se avançará um passo. Ninguém deve estar à espera da solução óptima rejeitando as boas, e depois teimar «custe o que custar» na defesa da sua hipótese. Há que aceitar todas as sugestões, analisar friamente, sem olhar à origem, com vista ao interesse nacional e depois aperfeiçoar a definitiva, mesmo assim sujeita a ser melhorada até o último momento.

Não é difícil, mesmo para um simples cidadão, ver que é preciso fazer a reforma do Estado, cortando as obesidades da administração pública até ao mais alto nível, reduzindo ao mínimo as burocracias fontes de corrupção e de tráfico de influências, reduzir o desemprego, cuidar dos idosos, dos doentes e dos carenciados e, para efeitos a mais longo prazo, melhorar a educação para se prepararem futuros cidadãos mais esclarecidos e mais produtivos, tornar a Justiça mais eficaz e rápida, a saúde mais fácil e oportuna para os mais necessitados, etc.

Outro amadorismo é o «curto espaço de tempo» referido pelo PR, pois deve fixar prazos de forma mais clara, mesmo que as circunstâncias depois possam levar a pequenos adiamentos. Nada é definitivo mas devemos evitar o abuso do indefinido, do deixa-andar e depois se verá. O TEMPO é o recurso mais valioso porque não é recuperável, não voltamos a poder dispor daquele que perdemos.

Não se deve vaguear preguiçosamente pelo calendário com a desculpa de ser um governo de gestão por um ano. Não deve esquecer-se que a vida dos 10 milhões de portugueses não pára durante um ano e os juros da dívida não deixam de contar, pois não ignoram cada dia do calendário. Seria bom que nunca fosse perdido de vista que o futuro dos portugueses, de Portugal, deve ser considerado o farol que ilumina cada passo dos governantes.

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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Líbia. Solução não é militar

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

LÍBIA. Ban Ki-Moon não vê solução militar para o conflito
Diário de Notícias. por Lusa. 12-08-2011

Não pode haver uma solução militar para a crise líbia, afirma o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, numa declaração divulgada hoje.

Sem mencionar nenhum dos protagonistas no conflito, o secretário-geral da ONU apela a todas as partes "para terem todo o cuidado nas suas ações de forma a minimizar possíveis perdas de vidas civis", refere a declaração divulgada pelas Nações Unidas.

"Um cessar-fogo que esteja ligado ao processo político que vá ao encontro das aspirações do povo líbio é a única forma de se atingir a paz e a segurança na Líbia", refere Ban Ki-moon.

A revolta popular contra o regime de Muammar Kadhafi começou na Líbia em Fevereiro e desde então morreram milhares de civis e centenas de milhar de pessoas tiveram de abandonar o país.

A operação militar para proteger civis na Líbia teve início a 19 de Março na sequência de uma resolução das Nações Unidas e foi prolongada até setembro.

NOTA: Embora possa parecer imodéstia, não deixo de aqui lembrar que estes conceitos foram aqui defendidos nos seguintes posts. Será que Ban Ki-Moon terá lido este blog ???

ONU sem estratégia de acção, em 26-05-2011
ONU perde credibilidade..., em 01-05-2011
ONU criou na Líbia um precedente grave, em 23-04-2011

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Diálogo em vez de guerra

O secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, confirmou ontem que os EUA, bem como outros países, tinham iniciado negociações de paz com os taliban, com vista à resolução política da guerra no Afeganistão.

É uma atitude louvável que só perde por ser tardia. Estes casos fazem nos pensar: se todos os conflitos acabam sempre com conversações, depois de tantas perdas de vida e de recursos, alguns de valor histórico, arqueológico e cultural que são irrecuperáveis, porque é que, antes das primeiras agressões bélicas, não são efectuadas negociações para sanar o atrito e reforçar a Paz? Fica-se sempre na dúvida de quais são as forças poderosas e diabólicas que levam às guerras, pois dadas as qualidades intelectuais e de bom senso dos governantes, tais poderes ocultos devem ser terrivelmente potentes. Será apenas o «complexo industrial militar» a que Eisenhower se referiu?

Este tema já aqui foi abordado várias vezes de que se refere, por exemplo:

Guerra a pior forma de resolver conflitos
Negociação em vez de guerra
A Paz pelas conversações
Qualquer guerra é uma tragédia evitável A Paz como valor supremo

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

ONU criou na Líbia um precedente grave

A utilização de poderosos meios militares na Líbia, numa nítida ingerência na política interna de um Estado independente, com o pretexto de resolver um problema de direitos humanos, criou um precedente de alto grau de gravidade que pode trazer, por arrastamento, situações demasiado confusas e contraditórias.

Pode analisar-se por oposição aos casos que a ONU prometeu resolver com referendos na Caxemira (1947) e no Saraui (1987), com a não entrega do Poder ao Novo Presidente eleito na Birmânia (Myanmar) (1990), com caso semelhante mais recente na Costa do Marfim (28-11-2010), etc

Compreende-se que alguns chefes de Estado com alguma representatividade internacional não gostem da personalidade de Muammar al Kadhafi, poderá discordar-se frontalmente da violência com que reprimiu a revolta popular, mas isso não legaliza a ingerência bélica em assunto interno. Há outros meios diplomáticos para situações semelhantes. Por exemplo, no diferendo recente entre as Coreias, enquanto os EUA avançaram para a área com porta-aviões para exercícios militares com a Coreia do Sul, em atitude ameaçadora de aviso a Pyongyang, a China tomou uma iniciativa diferente, enviando embaixadores a cada uma das Coreias para apaziguar os ânimos pela via do diálogo, objectivo que conseguiu. Também, quanto à Líbia, para garantir a sua neutralidade no caso da invasão do Iraque, a França e a Grã-Bretanha, pela via diplomática, conseguiram que Kadhafi se integrasse na política ocidental e deixasse de apoiar o terrorismo, sendo colocada uma pedra sobre o abate de avião comercial sobre Lockerbie.

Há dias, num grupo de amigos levantou-se conversa sobre este antecedente criado pela ONU. E, curiosamente, houve quem afirmasse que tudo o que a ONU decide é legal pois não há nada superior ao seu poder, que a possa condenar. E, mais adiante, a mesma pessoa defendeu que em política internacional não há regras, nem moral, e são os interesses dos intervenientes que ditam os procedimentos e os comportamentos. Fiquei espantado, porque não esperava ouvir isto de tal pessoa. Se na prática é um pouco assim, em teoria, e no campo dos conceitos, isso não deve ser defendido e usado como argumento.

Prefiro optar pela opinião do conselheiro de Estado, economista Vítor Bento exposta no artigo Políticos foram os maiores culpados da crise, diz conselheiro Vítor Bento em que defende que a moral não deve estar ausente das decisões políticas, o que foi publicado no post Economia, moral e política. Parece que o maior cancro da sociedade actual, desde os Estados e à humanidade global, é a ausência de ética, de respeito pelas pessoas, pelos outros, pela lógica, sendo tudo suplantado pelo dinheiro, os bens materiais que sirvam para a ostentação de poder, em todas as suas formas, as matérias primas estratégicas que garantam poder e domínio sobre os mais fracos, etc.

É preciso fazer um esforço persistente e bem participado para restaurar os valores que permitam um melhor relacionamento entre os seres humanos e as suas instituições de forma a que não voltem a repetir-se violências assassinas como a que a ONU desencadeou contra o povo Líbio, que já estava e continua a estar bastante sacrificado. A Paz deve ser um objectivo desejado a todos os níveis e ela não se adquire, de forma duradoura, com agressões violentas.

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domingo, 20 de março de 2011

O Mundo pela Paz

Perante a notícia de que Mísseis da coligação começaram ofensiva contra Khadafi, na sequência de decisão da ONU, com apoio da União Europeia, da Liga Árabe e da Unidade Africana, parece poder concluir-se que o mundo está no bom caminho, na defesa dos direitos humanos e da democracia e na luta contra ditadores e opressores das liberdades fundamentais. Este caso vai além de conflitos internacionais para entrar em assuntos internos de injustiça social em que se previam massacres acrescidos contra populações descontentes com governo iníquo.

Ao dizer isto, não contradigo o muito que aqui tenho publicado em defesa da paz pelas conversações, negociações e contra a guerra. Esta deverá ser a última medida depois de terem fracassado todas as tentativas pacíficas de solução para dificuldades de entendimento.

Quem, pesquisar nos meus blogs pelas palavras conversações, negociação e paz encontra variados títulos de que cito os seguintes, por ordem alfabética, para facilitar o trabalho a interessados mais carentes de tempo:

A Paz é possível
A paz do mundo sujeita a irresponsáveis
A Paz no Mundo será possível?
A Paz pelas conversações
Ambições vs. Direitos Humanos
Conversações em vez de Confronto
EUA preferem a diplomacia à guerra com o Irão
Forças Armadas em vias de extinção???
Guerra a pior forma de resolver conflitos
Negociações. Coreia do Norte abre uma porta?
Negociação em vez de guerra
Nobel da Paz. Negociação e Mediação
Nobel da Paz 2009
ONU, crise e paz internacional
ONU Paz e Justiça Social global
Paz pela negociação.
Pela paz, todo o esforço é útil
Qualquer guerra é uma tragédia evitável

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

EUA preferem a diplomacia à guerra com o Irão

Neste espaço já foi por várias vezes realçada a vantagem de os atritos entre Estados serem negociados por via diplomática, com conversações ou negociações, directamente ou com a intermediação de estadistas prestigiados, em vez das soluções musculadas demasiado destrutivas e que deixam intenções ressabiadas de retaliação ou vingança. Cito, como exemplo os posts A Paz pelas conversações e A Paz no Mundo será possível?. Por isso é com grande prazer que deparo com a seguinte notícia, que não deve ser deixada sem a ênfase que merece.


EUA dizem que um ataque ao Irão uniria o país
Diário Digital. terça-feira, 16 de Novembro de 2010 | 14:33


Um ataque militar contra o Irão uniria o país, que está dividido, e reforça a determinação do governo iraniano para procurar armas nucleares, disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, esta terça-feira.


Num discurso perante o conselho director do Wall Street Journal, Gates afirmou ser importante usar outros meios para convencer o Irão a não procurar ter armas nucleares e repetiu as suas preocupações de que acções militares somente iriam retardar - e não impedir - que o país obtenha essa capacidade.

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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Instrumentos do Poder

O jornalista Luís Portela, na sua crónica do Jornal de Notícias, Força Universal, apresenta um tema que merece atenta reflexão e ao qual vou dedicar umas linhas para chamar a tenção dos leitores para o artigo completo (basta fazer clique sobre o seu título) e para lembrar aos meus visitantes assíduos deste que o tema foi aqui focado em vários posts linkados no fim deste texto.

Luís Portela começa por referir que «parece que os homens primitivos procuravam impor as suas ideias e dominar os outros pela força física. Algumas pessoas ainda hoje utilizam esses métodos.» Depois a casta dava poder aos privilegiados. Veio também a valorização de factores como «a linhagem, a raça, a classe social, o nível de acumulação de bens materiais, …

Depois o valor pessoal passou a assentar nas capacidades demonstradas «na ciência, nas artes, na economia, no desporto… Não precisavam de impor, antes iam conquistando.» Foram percebendo que «a sua capacidade de realização, crescendo com a sua vontade, a sua paciência, a sua persistência, a sua coragem, a sua determinação, seria tanto maior quanto maior fosse o seu respeito pelas leis universais.»

«A actuação de seres como Einstein, Gandhi, Teresa de Calcutá ou Nelson Mandela faz-nos ponderar que a verdadeira força não é a física ou das armas, não é a da classe social ou política, não é a económica ou do conhecimento meramente científico. Leva-nos a pensar que a verdadeira força pode abarcar tudo isso, mas está para além de tudo isso.»

«Faz-nos ponderar que a verdadeira força vibra em cada um de nós, como partículas da Força Universal. Faz-nos sentir como parte integrante dessa Força Universal, embora por vezes, ou muitas vezes, esquecidos dessa realidade. Faz-nos sentir que essa Força Universal está espelhada em cada um de nós, ou seja, que cada um tem em si todo o seu potencial. A explorar de si para consigo, de si para com o Todo. Sem necessidade de impor seja o que for, seja a quem for. Em harmonia, serenamente, com Amor.»

Esta explicação vem reforçar, por palavras diferentes os temas abordados nos posts seguintes:

- A Paz no Mundo será possível?
- A Paz pelas conversações
- Negociação em vez de guerra
- Guerra a pior forma de resolver conflitos
- Nobel da Paz. Negociação e Mediação
- Humanidade sem terrorismo

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domingo, 22 de novembro de 2009

País abstencionista de alto a baixo

Tem aqui sido referido por diversas vezes que os responsáveis pela gestão do País devem dar prioridade aos interesses nacionais, ao bem do País e só secundariamente aos interesses dos partidos e dos próprios políticos. Está provado que, infelizmente, tem sido pura utopia, porque nos interesses do País são ignorados, mesmo nos discursos mais circunstanciais. O que interessa aos nossos políticos tem sido tudo menos isso. Só se uniram em perfeita sintonia na votação da lei do financiamento dos partidos, não para benefício dos portugueses mas para bem dos partidos e das manobras financeiras que a todos interessavam do tipo agora conhecido como «face oculta»

Isto não é maledicência, mas a constatação das realidades. Agora, a confirmar, surgiram duas notícias que mostram que os partidos apenas se preocupam em lutar entre si, não aproveitando oportunidades para tomarem as melhores decisões para Portugal, mas fazendo ressaltar que não são iguais e que não se apoiam uns aos outros. Para cúmulo, procuram imitar o que de pior se verificou nas últimas eleições – a elevada abstenção. Agora é o partido do governo que se abastem, na AR, em vez de dialogar e negociar com os partidos da oposição a fim de encontrarem uma solução de consenso, boa para o País.

Sobre a avaliação dos professores e o novo estatuto da carreira docente, o projecto de resolução do PSD foi aprovado no Parlamento, contando apenas com os votos favoráveis dos social-democratas e com a abstenção do PS e dos restantes partidos da oposição.

Também, quanto ao fim das taxas no internamento e cirurgia foram aprovados, na generalidade, com a abstenção do PS, projectos de lei do BE, PSD e CDS-PP .

Afinal, qual é a capacidade de diálogo de argumentação válida e convincente, de negociação, dos deputados do partido que apoia o Governo? Que prestígio obtém o Governo com estas abstenções? A arrogância residual do líder da bancada não conseguirá credibilidade para o Partido, quando se seguem abstenções. Os deputados não devem considerar que o povo lhes paga de boa vontade para se absterem. Paga por ser forçado a isso, mas no voto eleitoral a decisão é livre.

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sábado, 24 de outubro de 2009

Qualquer guerra é uma tragédia evitável

Foram muitas vezes aqui abordados os temas «conversações», «negociações» e «paz» (procure cada um destes itens através da caixa de pesquisa do blogue) e, como noutro post recente ficou escrito, não se tratava de mera utopia ou imaginação lunática, mas de um desejo convicto e uma percepção de que isso é possível, assim haja cérebros iluminados à frente dos Estados. Se todas as guerras terminam num tratado de paz à mesa de conversações, pergunta-se porque não fazer conversações e negociações em vez de guerras que destroem vidas e recursos materiais, históricos e culturais?

Repito aqui estas palavras por ter lido hoje as seguintes notícias
«Bombardeamento norte-americano mata 22 pessoas no Paquistão»e «Quatro civis mortos por soldados da OTAN no Afeganistão» e ficado com vária interrogações acerca da sanidade mental dos causadores destas perdas de vidas e a destruição de património e recursos variados que se perdem estupidamente. À pergunta «quem ganha com estas devastações?» é fácil responder que são os industriais de material bélico e fornecedores de todos os serviços logísticos necessários aos militares. Mas as decisões de fazer a guerra cabem aos políticos, o que levanta a questão da fonte do Poder, de quem manda realmente na vida internacional.

Das guerras mais recentes – Somália, Sérvia Kosovo, Irão, Afeganistão – dificilmente se compreendem motivos que as justifiquem inteiramente e que, mesmo em termos materialistas, mostrem vantagens nas decisões tomadas. E a mais preocupante dúvida refere-se ao papel da ONU, e das vantagens da sua existência no tocante ao problema da Guerra e da Paz. Os resultados não são nada eloquentes e lisonjeiros.

Quando será que os estadistas do mundo, principalmente das grandes potências, decidem acabar com a belicosidade e recorrer mais decididamente à diplomacia. Por exemplo quando se acaba com a ilusão da «não proliferação nuclear» e se decide a eliminação de todas as armas nucleares existentes? Tal como hoje está, havendo igualdade de direitos entre os Estados, nenhum tem o direito de possuir tais armas e querer impedir os outros de as adquirirem. Portanto a melhor solução é a sua eliminação total sem excepção.

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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Diálogo com as FARC é necessário

Entrevista transcrita do JN de hoje que vem confirmar o conceito várias vezes aqui referido de que a solução militar para o «terrorismo» raramente é a mais adequada em eficiência, justiça e rapidez.Clara Rojas defende que a via militar é insuficiente para acabar com o conflito na Colômbia. Acusa os guerrilheiros de práticas reprováveis, mas reconhece que fizeram tudo para salvar o seu filho nascido na selva.

"É preciso procurar o diálogo com as FARC"

Por Clara Vasconcelos

Clara Rojas fala pausadamente e numa voz sumida. Tem 45 anos e é muito magra. Pouco mais de um ano após ter sido libertada do cativeiro em que a mantiveram as FARC durante seis anos, afirma que está, sobretudo, empenhada em recuperar a sua vida, junto do filho Emanuel, nascido na selva, em condições quase inimagináveis.

Depois dos seis anos de cativeiro, a sua posição sobre as FARC mudou?

Penso que as FARC são um grupo à margem da lei, que está autista. Estão imersos na selva, sem conexão com o mundo exterior e pensando que podem sobreviver sem ser parte deste mundo global. A mim surpreende-me, porque se pretendem reivindicar algo, fecharem-se não é a melhor solução, pelo contrário. E parece-me que com este tipo de práticas, como o sequestro, não vão chegar a lado nenhum. Quando digo que estão fechados, pretendo dizer que não estão à procura de alternativas nem de uma resposta séria para resolver os problemas.

Mas era já isso o que pensavas das FARC e que não mudou após o cativeiro?

Eu sabia das FARC através do que li na comunicação social e em alguns livros sobre a sua história sobre os seus líderes, sobre os processos falhados de paz, mas, digamos, que era uma atitude mais intelectual. Nunca me sentei comum comandante para saber o que pensava. E já sequestrada verifiquei que não era só uma posição intelectual. Se estão na luta armada, algum ideal devem ter, não é? Mas vi-os sem ideias e sem saída.

Considera que são terroristas?

Creio que são um grupo armado, à margem da lei e que cometem práticas que são reprováveis, como a prática do sequestro.

Foi por isso que não apoiou a proposta de Hugo Chavez de os retirar da lista de organizações terroristas internacionais?

O que eles fazem é reprovável, é reprovável que sequestrem, é reprovável que não saibamos claramente qual é a origem dos seus recursos financeiros, que não tenham nenhuma proposta...são factos e há que dizê-lo.

No entanto, defendeu que o presidente colombiano deve ser "mais flexível" com as FARC. O que significa isso?

Parece-me que a única alternativa para alcançar uma solução para o conflito é o diálogo. Até porque há outras pessoas sequestrados e,portando, há que buscar outros canais. Se a resposta militar não é suficiente, há que procurar outros canais e definitivamente acabar esse conflito que já dura há tantos anos.

Depois da leitura do seu livro, fica-se com a sensação de que os guerrilheiros a trataram melhor do que os seus companheiros de sequestro. Foi assim?

Não chegaria a esse ponto. A mim o que mais me afectou, talvez porque não esperava, foram algumas atitudes, mas também entendo que vivíamos com uma presença militar muito forte, a presença guerrilheira também era muito forte, muitos tinham problemas de saúde ...digamos que o esforço que faço é reconhecer que entre os guerrilheiros houve um momento, quando tiveram oportunidade e que foi quando eu tive o meu filho, em que me ajudaram. Deram-me a mão. Com os escassos meios que tinham. Se assim não fosse, talvez hoje não estivesse vivo. E isso eu devo reconhecê-lo. Mas também sei que se quisessem libertar-me , podiam-no ter feito. E não o fizeram.

Já voltou à sua profissão de advogada?

Não. Não tenho tido tempo. Desde que fui libertada, que me preocupa, sobretudo, a questão da saúde, minha, da minha mãe e do meu filho. E também andei ocupada com a parte logística: onde vamos viver e de que vamos viver. Precisei também de tempo para escrever o livro e agora tenho-me dedicado a cumprir os compromissos com as editoras e com acções humanitárias, para ajudar a libertar as pessoas que ainda estão sequestradas.

Pensa voltar à política?

Talvez, mas neste momento, não penso nisso. Pelo menos no futuro imediato não.

E se voltar, volta ao partido verde Oxigénio?

Não pensei nisso.

No livro, não consegue explicar o que motivou o seu afastamento de Ingrid Bettancourt...

Não.

Como interpreta o silêncio dela em relação a este seu livro?

Não tenho nenhum comentário. Nem tenho nenhuma expectativa. A recepção ao livro, na generalidade, tem sido positiva. Mas sobre o que ela possa pensar, não tenho nenhuma informação e também não estou à espera dela.

Posts que abordam resolução pacífica dos conflitos:

- Conflitos evitáveis
- Negociação em vez de guerra
- Reflexões sobre a guerra
- Para evitar conflitos armados
- Nobel da Paz. Negociação e Mediação
- Conversações em vez de Confronto
- Relações internacionais mais pacíficas?
- Humanidade sem terrorismo
- Terroristas, dissidentes ou apenas oposição?
- Negociar, coligar em vez de utilizar as armas
- A Paz pelas conversações
- Guerra a pior forma de resolver conflitos
- Paz pela negociação
- A Paz como valor supremo

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