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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A ÁGUA FLUVIAL É GRANDE MESTRE


Durante longa parte da minha já longa vida estive em contacto directo com a Natureza e aprendi a compreendê-la e a respeitar as suas regras. Tenho como lição de vida, que muitas vezes cito nos meus blogues, o comportamento das águas fluviais. Elas mostram a importância de ter um objectivo, uma missão, uma finalidade, bem clara, definida e sem dar aso a más interpretações.

A água escolhe sempre o caminho de maior declive. Esta regra, leva-a a não se bater teimosamente pela linha recta, contra um obstáculo e, em vez disso, contorna-o.

Se isso não for possível, espera para ganhar força e, depois de ter o reforço de mais água que veio em seu apoio, ou derruba o obstáculo ou lhe passa por cima. E, por vezes, nenhuma dessas duas soluções é possível e, então, é a morte, o pântano, por vezes de odor pestilento, putrefacto.

É pena o homem que se auto-intitula de racional, não actue com racionalidade e não consiga interrogar-se a cada momento se está no bom caminho para atingir o objectivo fixado. Sem isso perdem-se recursos, de que o tempo é o mais importante por ser irrecuperável, e os resultados são fracos, inferiores ao desejável e possível.

Devemos seguir as boas lições da Natureza a cada momento na vida privada, familiar, profissional e, principalmente, na política porque nesta estão em causa interesses e recursos nacionais, de todos os cidadãos.

Atenção, senhores políticos sigam as lições da Natureza...

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Coerência não deve ser fossilização

Deparei esta manhã com a notícia Carnaval de 2013 também não terá tolerância de ponto, o que não estranhei nem me afecta grandemente, porque há dias, apesar de não ter havido tal tolerância, as pessoas divertiram-se colocando um hiato nas suas angústias provocadas pela austeridade. É preciso, pelo menos de vez em quando, respirar fundo, sem colete de forças, enquanto tal nos for permitido, mesmo que condicionadamente.

O que achei «interessante» foi a argumentação do entrevistado «“não passa pela cabeça de ninguém que um Governo, que é um Governo que tem coerência, que tem uma linha orientadora e um denominador comum andasse a saltitar de ano para ano. Naturalmente que a decisão deste ano se repetirá”.»

É que coerência e linha orientadora deve ser definida em relação à finalidade da acção governativa (que deve ser a criação de um futuro melhor para todos os portugueses), à estratégia para a atingir com economia de recursos, em que se inclui o tempo, e deve ser referida para defender a teimosia arrogante (com o propósito do ‘custe o que custar’) de repetir actos que podem ter sido inúteis ou até incorrectos. Nada na vida é imutável e viver não significa tornar-se fóssil ou cristalizar no sistema ortorrômbico. A coerência e a linha orientadora não podem nem devem excluir os ajustamentos da condução, como aqui foi recordado.

E o propósito de não querer saltitar de ano para ano não tem significado quando se tem visto que por vezes se saltita de dia para dia, ou até de pessoa para pessoa, anulando qualquer propósito de «denominador comum» que definisse o trabalho da equipa.

Mais uma vez se verifica que o excesso de palavras anula os efeitos dos poucos sinais de resultados positivos, e é destes que os portugueses precisam.

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