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sábado, 24 de outubro de 2015

A HOSTILIDADE NÃO FAVORECE CONVERGÊNCIA DE VONTADES



A união faz a força

As notícias recentes mostram que, em vez de harmonia e paz, fomenta-se a exclusão, a hostilidade, a intriga, que só pode dar péssimos resultados num futuro que, para mal dos portugueses, pode ser prolongado. Desde jovem, cultivei a independência quanto a clubes de futebol e, mais recentemente, procurei ser imune a fanatismos partidários e mantenho que o meu partido é PORTUGAL.

Nessa ordem de ideias, evito deixar-me influenciar espontaneamente por comentadores e difusores de interesses, mesmo que camuflados. Aprecio análises honestas sem evidenciarem facciosismo por um ou outro. Todos têm defeitos e, por vezes, virtudes. Desde o início do mês, levantou-se um ambiente de guerrilha que chegou ao ponto de excomungar partidos legalmente constituídos em obediência à Constituição, só porque não são da preferência dos oradores.

Imaginemos que durante os últimos quatro anos, não tinham sido ouvidas as críticas e sugestões dos partidos da oposição e dos sindicatos. Se, mesmo com elas, os funcionários públicos foram miseravelmente sacrificados, se o ensino teve a crise que é bem conhecida, se a saúde se tornou difícil, se a justiça passa pelas dificuldades conhecidas, se os idosos viram o dinheiro que descontaram durante a vida para terem uma reforma satisfatória, desaparecer de forma obscura, se a classe média definhou e deslizou para a pobreza, etc. Imagine-se ao ponto a que teria chegado a «austeridade» se essas vozes de alerta e de crítica não tivessem existido.

Conclui-se que os portugueses devem muito aos partidos da oposição e aos sindicalistas. A estes, para não terem entrado em exageros, só faltaram entidades patronais com capacidade de diálogo e de argumentação para poderem conversar racionalmente com os experientes líderes dos sindicatos. Estes não encontraram pela frente alguém preparado para diálogo inteligente e conclusivo.

E depois do estado de hostilidade em que não é previsível cooperação para uma boa preparação das decisões de que PORTUGAL necessita para sair do actual buraco e poder melhorar a qualidade de vida dos portugueses, o que podemos esperar no futuro próximo????

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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

RTP age em equipa com transparência


Por vezes deparamos com exemplos positivos. O bom chefe não impõe autoritariamente os seus caprichos, antes começa por explicar aos subordinados a finalidade pretendida, ouve as suas opiniões e depois procura uma solução, explica-a e procura a adesão de todos para que a equipa seja eficaz e trabalhe com dedicação para o objectivo definido. Com tal metodologia será natural que cada um procure executar as suas tarefas com a máxima de perfeição. A confirmar o post Comandante, director, chefe, administrador, líder... e os comentários nele colocados, surge um bom exemplo da administração da RTP.

É dentro deste critério que a Administração da RTP convida trabalhadores a participar na reestruturação da empresa.

«O conselho de administração da RTP disse, quinta-feira à noite, que vai convidar "todos os trabalhadores" a participar na reestruturação da empresa, processo de "modernização e transformação".» Tal processo, «deverá culminar numa RTP mais forte e com mais valor para todos os cidadãos portugueses».

Um chefe eficiente sabe fazer convergir as vontades dos seus colaboradores de forma a que haja grande sinergia no trabalho da equipa, independentemente da sua dimensão.

Este é um bom exemplo que deve ser seguido por todos os sectores do Governo, perante os portugueses.

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domingo, 4 de novembro de 2012

Ramalho Eanes, o patriota

Transcrição de artigo seguido de NOTA:

Ramalho Eanes defende «pacto de crescimento e modernização»
Jornal de Notícias. 03-11-2012. 18:07

O antigo Presidente da República defendeu hoje um «pacto de crescimento e modernização» acrescentando que a reforma do Estado tem que acautelar as necessidades dos cidadãos.

Questionado pelos jornalistas sobre o papel do PS no «pacto» para o crescimento que defendeu numa conferência em Lisboa, Ramalho Eanes, respondeu que os socialistas devem, como outro actores políticos e da sociedade «empenhar-se na análise da situação para, a partir daí, encontrar soluções que possam ser consensualizadas, nomeadamente através de um pacto de crescimento e modernização do país» que faça o país sair da situação em que se encontra.

«É indispensável que o Estado, os partidos políticos também e a sociedade em conjunto, em relação dialógica, analisem corretamente a situação, vejam o que é indispensável para que a unidade se mantenha, e aquilo que é indispensável para que o país possa crescer e satisfazer os seus encargos, satisfazer as necessidades dos seus cidadãos e abrir-lhes um horizonte de mobilização e esperança», argumentou.

Interrogado sobre se está a referir-se a uma refundação, o antigo Chefe de Estado disse não querer «falar em refundações», considerando, contudo, que é «indispensável olhar as funções do Estado, ajustá-las».

«Não esquecendo nunca que o Estado tem que exercer funções que são como segurança, justiça, defesa, mas também assegurar aquilo que é necessário para que um povo se mantenha unido, que é responder a todos, com uma remuneração mínima, que lhes garanta dignidade suficiente, responder a todos nas crises pessoais e familiares - desemprego, doença, incapacidade - e também fazer com que toda a população disponha de serviços de saúde, educação, que lhe garantam a integração social e a unidade», sustentou.

Sobre o papel do Presidente da República, Cavaco Silva, o general respondeu que «tem que ser um trabalho conjunto de todos os órgãos de Governo, do sistema político, dos partidos, e também, naturalmente, do senhor Presidente».

Na conferência "Portugal, o país que queremos ser", promovido pela Comissão Nacional de Justiça e Paz, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Ramalho Eanes defendeu que «não há democracia real que não seja também participativa», defendendo a importância das recentes manifestações no país.

Essas manifestações, mesmo que inorgânicas, representam «energia» e «grande vontade de participação», que devem ser aproveitadas, assinalou.

Ramalho Eanes lembrou que a força da sociedade civil já obrigou a mudanças de decisões, dando como exemplo a decisão de localização do futuro aeroporto de Lisboa, que passou da Ota para Alcochete.

Para o antigo Presidente, é necessário um «projeto comum», sem o qual as sociedades deixam de ser «tolerantes» e correm até o risco de ser «violentas».

NOTA: Ramalho Eanes não vem dizer nada de transcendente, nada que aqui, de uma maneira ou de outra, não tenha sido sugerido, Ma é de sublinhar o seu patriotismo e frontalidade que o leva a dizer claramente, com a sua voz muito credenciada, medidas que que julga importantes para Portugal e não devem ser torneadas. Não se fica pelas palavras genéricas, muitas vazias de conteúdo, e que tanto defendem isto como o contrário, saídas dos seus pares. Sobre este tema o seu patriotismo e vontade de contribuir para o crescimento de Portugal, já aqui foram precedidas da sua proposta de se Criar um «grupo de sábios», bem intencionados e isentos, para esboçar a estratégia de construção de um Portugal mais rico para permitir uma vida melhor dos seus cidadãos.

Posts sobre o tema:

- Contrato social
- Despesas. Onde as cortar !!!
- Código ou compromisso alargado e duradouro
- Código de conduta
- Para um código de conduta dos políticos
- Ética na Política
- Código de bem governar
- Criar um «grupo de sábios»

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sábado, 27 de outubro de 2012

Contrato Social

A notícia Portas propõe «contrato de sociedade» entre partidos e instituições coloca em evidência ser «dever de todos assegurar as condições para que Portugal possa ultrapassar esta crise», o que, aliás, se aplica em cada momento da vida do País. Salienta que «só uma redução estrutural da despesa dispensa o nosso país de medidas extraordinárias (...). Temos de saber trabalhar com o máximo de competência e justiça de que somos capazes».

«Este exercício com muita dificuldade deve convocar os partidos e as intuições, sem prejuízo da sua identidade própria, no arco da governabilidade em Portugal para se fazer um esforço especial de consenso e de coesão. Porque ultrapassar um exame sobre despesa estrutural, conseguindo fazê-lo de forma bem sucedida, é algo que beneficiará não só o país como um todo, como todos os governos que Portugal terá nas próximas décadas»

Esta proposta de Paulo Portas, não constitui novidade, pois vem ao encontro de vários artigos aqui publicados, ao longo dos últimos anos, que sem pormenores de organização nem de funcionamento, sugerem a conjugação de todos os esforços de todas as energias dos portugueses, para a consecução dos objectivos e dos interesses nacionais, reduzindo a necessidade de austeridade. Eis alguns títulos:

- Despesas. Onde as cortar !!!
- Código ou compromisso alargado e duradouro
- Código de conduta 
- Para um código de conduta dos políticos
- Ética na Política
- Código de bem governar
- Criar um «grupo de sábios»

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domingo, 2 de setembro de 2012

Coligação, cooperação, colaboração e corresponsabilização

Um Governo de coligação implica comportamentos democráticos de respeito mútuo entre as partes coligadas. Coligação deve assentar em cooperação, colaboração e corresponsabilização, isto é, a identidade de uma parte não deve ser esquecida ou esmagada pelo autoritarismo, pela teimosia da outra parte que se julgue no direto de impor o seu ponto de vista «custe o que custar». Palavras como piegas, histerismo, e outras de género, devem ser excluídas do dicionário de quem tem obrigação de respeitar os eleitores, os cidadãos que representa.

A coligação exteriormente, pelos resultados, tem sido um falhanço, e alguns observadores referem a sua "disfuncionalidade" ou dizem que a coligação faz lembrar fábula do “lacrau e do sapo”. Isto não pode ser interpretado à letra, porque poderá haver exagero ou aspectos de luta interpartidária.

Mas notícias com aspecto de maior isenção alertam que RTP e Orçamento do Estado para 2013 abrem crise entre CDS e PSD ou dizem que Portas descontente com caso RTP quer renegociar planos com PSD ou que Portas fala em "esforço para recuperar sentido de compromisso" com PSD. Ninguém pode ser obrigado em estar coligado se não lhe é permitido pronunciar-se para se procurar consensos, sem imposições que violem maneiras de ver viáveis e patrióticas.

Tudo isto, ligado ao falhanço de um ano de sacrifícios e à perspectiva de se continuar em maré de sacrifícios, faz aumentar a ansiedade quanto ao futuro e abalar a confiança nos políticos e a credibilidade das sua palavras que, muitas vezes, soam mal.

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Francisco Assis o guerreiro

Segundo a notícia "Espécie de ameaça de Verão de uma crise de Outono", o líder parlamentar do PS usou uma linguagem bélica, pouco ajustada às actuais necessidades de trabalho de equipa harmonioso conducente à resolução dos problemas que preocupam os portugueses.

O termo «ameaça» é um conceito normal em situação de guerra, de hostilidades, que traduz uma necessidade de defesa, de ataque preventivo ou de contra-ataque. Portugal, principalmente em momento de crise, não precisa dessa arrogância, principalmente vinda da parte de um governo que, não tendo maioria no Parlamento, nada pode decidir se não tiver apoios vindos da oposição.

Logo, em vez de arrogância, deve propiciar um ambiente de bom entendimento e de receptividade às sugestões que venham da oposição porque, certamente, muitas delas serão benéficas para o futuro dos portugueses, se decididas depois de uma análise serena tendo em vista os interesses nacionais que devem sobrepor-se aos dos partidos e às suas lutas pelo poder.

Portugal, principalmente agora, precisa de conjugação de esforços, de convergência de vontades de bom aproveitamento dos recursos (de competência, saber, vontade, patriotismo) e não de arrogância, de hostilidade entre partidos, visando os interesses parcelares de clientelismo em vez dos interesses nacionais.

Sobre o poder discursivo deste génio, já aqui se referiu nos posts:

- Estado de Direito
- Francisco Assis e a sua transparência!!!

Imagem da Net.

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domingo, 23 de agosto de 2009

A marcha mundial: uma proposta humanista

A Marcha Mundial pela Paz e pela Não-Violência terá início em Portugal a 1 de Novembro em Valença e a 10 de Novembro em Évora, para chegarem a Lisboa a 12 de Novembro.
Gostaria de um mundo com paz e sem violência? então diga-o, junte-se a esta marcha.


A Marcha Mundial pela Paz e pela Não-violência foi lançada durante o Simpósio do Centro Mundial de Estudos Humanistas no Parque de Estudo e Reflexão Punta de Vacas (Argentina), em 15 de Novembro de 2008.

Esta Marcha pretende criar consciência frente à perigosa situação mundial que atravessamos, marcada pela grande probabilidade de conflito nuclear, pelo armamentismo e pela violenta ocupação militar de territórios.


Esta é uma proposta de mobilização social sem precedentes, impulsionada pelo Movimento Humanista através de um de seus organismos, o Mundo sem Guerras.

A proposta inicial se desenvolveu muito rapidamente. Em poucos meses, a Marcha Mundial já suscitou a adesão de milhares de pessoas, agrupações pacifistas e não-violentas, diversas instituições, personalidades do mundo da ciência, da cultura e da política, sensíveis à urgência do momento. Também inspirou uma grande diversidade de iniciativas em mais de 100 países, configurando um fenômeno humano em veloz crescimento (www.theworldmarch.org).

Leia mais, informe-se aqui, increva-se _aqui

Nota: Gostaria de agradecer à amiga Manuela Araújo do Blogue Sustentabilidade não é Palavra é Acção pelo envio de toda a informação.
Fernanda Ferreira

NOTA: Este post é baseado numa transcrição do publicado em Sempre Jovens, com o consentimento da sua autora.

Uma iniciativa deste género deve ser apoiada, independentemente de quem a tenha originado. O mundo tem se tornado demasiado violento e não devemos poupar esforços para apoiar as soluções pacíficas dos desentendimentos entre pessoas e Estados, através do diálogo, de conversações e de soluções negociadas.

Desta forma poupam-se vidas humanas, património histórico, cultural, económico e financeiro e evitam-se ódios e rancores, construindo em seu lugar a confiança e a cooperação para um mundo mais feliz. O Do Miradouro apresenta muitos artigos em que este desiderato, esta esperança, estão bem expressos.

Quando a arma nuclear estava na posse de duas grandes potências e outras menos activas, chegaram a um acordo tácito de que o seu uso seria evitado, porque tinham consciência da grande gravidade da sua utilização. Mas hoje ela está ao alcance de grupos menos conscientes e responsáveis, o que representa uma grave ameaça para a sobrevivência das espécies à superfície da Terra.

Há, por isso, que lutar de todas as formas contra a indústria militar e contra as guerras que nada trazem de positivo a não ser para os industriais de tais armamentos e equipamentos de morte.

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sábado, 10 de janeiro de 2009

Da desconfiança à esperança

É com muito prazer nesta data para mim especial que publico aqui este presente agora recebido do meu amigo, já conhecido dos leitores deste espaço, João Mateus, a quem muito agradeço a deferência. No final coloco uma NOTA.

Senhor de incontestável autoridade na matéria e dotado de particular capacidade de observação, aliadas a uma independência crítica acima de qualquer suspeita, debruça-se o Prof. Adriano Moreira na sua tribuna semanal no Diário de Notícias, no artigo publicado no dia 6 com o título de “A idade da desconfiança”, sobre o que, nas últimas palavras do mesmo, define como a urgência de “reforçar a esperança”, esperança que será, diga-se desde já, a que urge depositar na capacidade das instituições democráticas para levarem o mundo globalizado que é o nosso à superação das sucessivas crises que o estão a conduzir a um ponto de difícil reversão, sobretudo se a desconfiança vier a “dominar o panorama”.

Tocando, com mestria, razões e sinais da crise global na medida em que esta tende, dramaticamente, a ser de desconfiança, de falta de fé, alude à abusiva e apressada conclusão de que “a queda do Muro de Berlim, em 1989, anunciava o fim da história”, com a vitória final da democracia, livre de mais opositores, vitória que eu diria talvez mais do neo-liberalismo, refere a falta que se vem notando, ao nível dos Estados, de dirigentes credíveis, facto que vem a acarretar a perda de confiança do eleitorado, ao qual se vai impondo a conclusão de que qualquer escolha que faça será um mero desperdício de energia, e constata o afastamento da política, seja qual for a cor partidária, das suas melhores cabeças, problemas estes que do alto da minha insignificância já me permiti referir com todas as letras e ora vejo superiormente confirmados, mas a tudo isto acrescenta ainda uma outra ordem de factores.

Será o caso da sensação, que se vai generalizando, de que o Estado se tornou ineficaz para o enfrentar de qualquer crise dado “se terem autonomizado poderes de abrangência transnacional, sem regulação, como acontece com o sistema financeiro”, poderes que o ultrapassam e lhe acarretam “incapacidade de prever”e “duvidosa capacidade de reagir por implicação de interesses públicos e privados nos efeitos colaterais”.

Daí a legitimidade da dúvida de que a escolha que ao eleitorado se pede venha, para os escolhidos, em qualquer país, a significar uma “autoridade confiável” de que se encontram desprovidos, ultrapassados que também estão pela “emergência de centros políticos transnacionais”, estes também limitados pelos já referidos poderes não regulados, de que o exemplo acabado é o sistema financeiro globalizado, soberano, direi, no que respeita aos bancos centrais como bem demonstra o caso do BCE a manter os juros em alta até aos limites do imaginável, sem que o poder político pudesse de qualquer forma intervir, e sem vigilância quanto aos demais, agindo estes, como se tem estado a ver, em autêntica roda livre, fora do controle do poder democrático, único legitimado pelo voto popular, mas que o financeiro tem de há muito procurado manter confinado às catacumbas como Cristãos nos tempos de Nero.

Descrê o Prof. Adriano Moreira de que a abstenção nas urnas, que dia a dia se acentua, signifique indiferença dada a proliferação de “movimentos cívicos atípicos”, tendencialmente transnacionalizados, é certo, mas que acabam a encontrar-se com a “desgovernança internacional”. Tal não impede que mantenha a fé na capacidade de reacção dos cidadãos pelo que, didacticamente, conclui pela necessidade de se fomentar uma esperança, mesmo difusa e insegura, de se “ser capaz de reorganizar os mecanismos da vida civil e política, de fazer renascer a responsabilidade pelo futuro, de evitar o alargamento da sociedade da desconfiança…”

Simplesmente, e isso não o diz já o Prof. Adriano Moreira, nem por certo o quis dizer, ficando a meia palavra para o bom entendedor, a reacção em que deposita as suas esperanças terá necessariamente de, em boa medida, se assemelhar a uma enxurrada que limpe por completo o ambiente, provada que está a mais que evidente incapacidade do sistema para se auto-regenerar, centrado como se mostra tão somente na defesa dos interesses imediatos das máquinas partidárias.

E, para não me prolongar para além do aceitável, permita-se-me apenas que cite o caso bem recente do badalado Estatuto dos Açores com o qual, mais que diminuir os poderes do Chefe do Estado a quem, aliás sem qualquer motivo válido, e quando tanto se fala do modelo Simplex, se foi criar sim mais uma obrigação burocrática de, no caso de dissolução da Assembleia Regional, ouvir novas entidades, cujos pareceres não são vinculativos nada adiantando ao processo, gerando-se uma guerrinha que, entretanto, conseguia o feito único de tapar o sol com uma peneira, já que muito mais grave será certamente para o prestígio do Parlamento e para o princípio básico da defesa da integridade nacional a renúncia sem apelo nem agravo daquele Órgão de Soberania ao direito de, futuramente, poder alterar tal Estatuto sem que isso seja proposto pela Assembleia Regional.

Sendo esse direito do Parlamento, na sua essência, um direito potestativo, que se pode exercer ou deixar de exercer, mas que é de sua natureza irrenunciável e que tem como característica matricial o produzir efeitos na esfera jurídica do destinatário independentemente da vontade deste e sem que estivesse previamente sujeito a qualquer obrigação específica que pudesse não ter cumprido, essa renúncia é, no mínimo, incompreensível mas sem remédio a menos que nos valha o Tribunal Constitucional.

Se isso não acontecer, a unidade nacional está quebrada, o Parlamento que é suposto representar o País não pode legislar para o que é uma parcela do seu território, parcela que me é muito querida mas que assim se subtraiu ao controle dos órgãos democráticos do todo nacional.

Isto sim é grave, é gravíssimo, representa uma actuação em tudo exorbitante do mandato popular que pura e simplesmente se pulverizou. Se, depois disto, não é caso para a desconfiança dominar o panorama, não sei o que mais será necessário. Certo só se me afigura que o sistema terá de ser refeito de uma ponta à outra e que quanto mais tarde isso acontecer pior será.

Mas como enquanto há vida há esperança e, ao longo de mais de oito séculos, muitas crises o nosso Povo foi capaz de ultrapassar, esperemos que uma vez mais se mostre apto a reorganizar os mecanismos da vida civil e política, a fazer renascer a responsabilidade pelo futuro e a evitar o alargamento da sociedade de desconfiança…

Que a história seja afinal, como alguns insistem, tão somente uma velha senhora que se repete sem cessar…

João Mateus

NOTA: Tenho aqui referido várias vezes um pensamento lido algures segundo o qual as atitudes de pessoas e estados se situa entre duas baias, o amor e o medo. Quando o efeito do medo predomina, a desconfiança tolhe a iniciativa e gera apetência para a agressividade (caso do actual conflito no Médio Oriente e da reacção das pessoas em relação à banca e aos políticos em geral). Quando é o amor que predomina, as pessoas vivem menos estressadas, mais capazes de tomar decisões ponderadas e eficientes para as suas pequenas dificuldades que vão resolvendo.
O autoritarismo, a arrogância, os tiques ditatoriais, dão péssimos resultados que só uma reacção forte e bem determinada por parte dos cidadãos podem ser anulados e corrigidos. Da Grécia está a vir um exemplo, mas um mau exemplo porque o desagrado dos populares está a ser orientado erradamente contra os sacrificados e não contra os causadores do desagrado.
No caso nacional, torna-se necessário fazer vencer o espírito democrático através de uma convergência de esforços em benefício dos mais altos interesses nacionais, como alvitrei no post Reforma do regime é necessária e urgente

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A convergência (união) faz a força

Um cargo político, a qualquer nível é um serviço publico em que a prioridade deve ser dada aos interesses nacionais. No aspecto pessoal deve ser uma tarefa de sacrifício, em que os interesses pessoais devem ser secundarizados. Quem me lê deve estar a discordar e a pensar que já estou passado dos neurónios. Porém eu escrevi «devem» e não me referi às poucas vergonhas da realidade que todos os dias nos chegam através dos órgãos da Comunicação Social.

Há exemplos muito interessantes como agora nos chega dos EUA em que o Presidente eleito, Barak Obama se reuniu com os ex-presidentes vivos, independentemente dos seus partidos de origem, para trocarem impressões e ele aprender com eles. É um elogio à sabedoria da experiência e é uma prova de humildade e de dedicação ao País.

Neste blogue já se advogaram práticas parecidas tendentes a fazerem convergir sensibilidades e saberes dos vários sectores das bancadas parlamentares, a fim de serem tomadas as mais sábias decisões, principalmente nos casos em que a decisão será concretizada durante mais anos do que o prazo de validade de um Governo, por forma a não haver paragens, recuos ou alterações da ideia inicial, o que acarretaria perdas de recursos, por norma, escassos.

No post «Reforma do regime é necessária e urgente» apresentam-se algumas sugestões no sentido de fazer convergir esforços de todos os partidos para melhor serem defendidos os interesses nacionais. Provavelmente, o combate à crise financeira global, com tal convergência de informação e de esforços, seria mais rápida e eficaz. Em momentos difíceis, não se devem dispensar contributos para se conseguir a melhor solução. Cá existe o Conselho de Estado para dar ao PR opiniões com carizes diversos, mas com a agravante de nem todos os conselheiros merecerem credibilidade como a imprensa tem trazido alume. Talvez fosse mais útil, em casos de problemas graves, realizar reuniões com as figuras mais gradas dos partidos e, calmamente sem termo definido, discutir os vários aspectos dos problemas, em que todos ficariam comprometidos com a solução encontrada, por terem participado na sua procura.

Obama, com gestos deste género, atrairá elogios de todos os cidadãos dos EUA e, também, do mundo, criará confiança nos agentes económicos e contribuirá para os melhores resultados.

Parece que este é mais um sinal de que está a concretizar-se o que se diz no post «Já estamos na nova Era», há tendência para evitar ditaduras, arrogâncias partidárias, e busca de soluções de consenso para maior benefício do País.

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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Relações internacionais mais pacíficas?

É opinião generalizada que o mundo está cada dia mais violento e sujeito à eclosão de conflitos. Talvez essa sensação seja adquirida por influência da pequena criminalidade local ou devido a leituras apressadas e pouco esclarecidas das notícias.

Com efeito, uma análise mais cuidadosa e desapaixonada permite obter conclusão diferente. Apesar de conflitos de média intensidade como o da Geórgia, são raras as situações violentas entre Estados, embora o poder pacificador da ONU esteja muito reduzido. Quando as relações entre Estados começam a aquecer, surgem as potências mais influentes a propor o diálogo e a oferecerem-se para negociadores e moderadores, principalmente quando se trata de regiões com interesses geoestratégicos dessas potências, quer pela posição geográfica quer pelos recursos naturais.

Foi desta forma que se resolveu a questão da Coreia do Norte que acabou por suspender a ameaça de arma nuclear que preocupava os países vizinhos e o da outra margem do Pacífico.

Também o Presidente Muamar Kadhafi deixou de integrar o «eixo do mal» para passar a ser um bom amigo de muitos Países do Ocidente, em que Portugal se inclui. O início da viragem partiu de conversações da Grã-Bretanha e França com a Líbia, antes de desencadeada a intervenção no Iraque, e o fortalecimento das relações deveu-se principalmente ao fornecimento de petróleo, quando esta fonte de energia teve grande alta de preços sustentada por muitos meses.

Quanto ao Zimbabwe, o problema interno da fome e da desejada substituição de Robert Mugabe, que se revestiu de hostilidade verbal a países vizinhos e europeus parece estar próximo de uma solução negociada e sustentável com um governo contando com nomes da oposição. A solução deveu-se a pressões de chefes de Estado, nomeadamente o da República da África do Sul. A União Africana já tinha intervindo nos casos do Sudão (Darfur) e no Quénia, o que evidencia a importância do tema deste post.

O Sara Ocidental, embora não esteja definitivamente resolvido, tem evoluído de forma pacífica, evitando a continuação da guerrilha de há mais de duas décadas. No entanto continua por realizar o referendo popular no Sarah, prometido pela ONU há mais de duas décadas.

A independência do Kosovo, embora sem colher o voto favorável de todos os sujeitos de direito internacional, está praticamente arrumado, sem a ameaça de repetição do conflito de há pouco mais de uma década.

O próprio Irão que se mostrou tão irredutível quanto à energia nuclear, já aceita solução negociada para a resolução do diferendo.

Agora, o conflito da Geórgia por causa da Ossétia do Sul e da Abkásia está em situação de cessar-fogo, com boas perspectivas de entendimento definitivo.

A Caxemira onde ainda não se efectuou o referendo prometido pela ONU em 1948, depois da primeira guerra por sua causa entre a índia e o Paquistão, e que depois originou outro conflito em 1965, tendo, a partir daí, sido palco de pequenos conflitos que raramente preocuparam demasiado os países vizinhos. Vale a pena recordar que quando foi dada a independência à Índia inglesa foram, por motivos de religião, criados dois estados, a Índia e o Paquistão. No entanto a Caxemira, onde a maioria da população é muçulmana e que, por isso, devia ter sido integrada no Paquistão ficou submetida à autoridade hindu, por o seu Administrador ter essa religião, o que originou o mal estar posterior. No conflito mais recente, em que os dois vizinhos, ambos com capacidade nuclear, deslocaram os seus lança-mísseis para perto da fronteira, houve sérias preocupações de resultados demasiado funestos. Mas as intervenções oportunas e eficientes de estadistas mundiais conseguiram acalmar os ânimos, evitando que fosse ultrapassado o ponto de não retorno.

Notícias muito recentes anunciam o restabelecimento de relações diplomáticas entre a Síria e o Líbano, com o respeito mútuo pelas respectivas soberanias, pondo fim a uma espécie de ocupação colonialista da «Sintra do Médio Oriente» pela sua vizinha Síria.

Embora informalmente, existem na comunidade internacional dos nossos dias caminhos para restabelecer e manter uma paz sustentável, no que se refere aos conflitos mais perigosos. Há nas grandes potências predisposição para pequenas cedências de parte a parte a fim de evitarem um conflito do género II Guerra Mundial que, com as actuais armas de destruição massiva, significaria o fim da humanidade.

Porém, no Sri-Lanka (antigo Ceilão e Taprobana) a guerra interna com os independentistas Tamil, embora tenha tido varia tréguas de curta duração, ainda continua, devido à teimosia irredutível da Sra Chandrika Bandaranaike Kumaratunga, filha de um dos autores da independência, Solomon Bandaranaike, assassinado em Setembro de 1959. Mas, embora frequentemente ocorram numerosas baixas não passa de um problema interno sem colocar e risco a paz mundial.

Sobre este tema, abordado com uma perspectiva diferente, pode ler-se o post «Precisam-se novas praticas» e «Os amigos são para as ocasiões» no blog de AP, em que refere de modo curioso o conflito entre a Rússia e a Geórgia, devido à Ossétia do Sul. Também podem ser consultados inúmeros posts aqui publicados sobre a vantagem de os desaguisados internacionais serem resolvidos pela via pacífica, da negociação, em vez de acções bélicas. As forças militares bem poderiam ser mantidas apenas para obter efeitos de dissuasão (evitando conflitos) e para retaliação (no caso de algum Estado incauto pisar o risco).

Links para posts referidos ao tema:

- Caxemira, um caso pendente
- Negociar, coligar em vez de utilizar as armas
- Sara Ocidental, Polisário
- A Paz pelas conversações
- Guerra a pior forma de resolver conflitos
- Paz pela negociação
- A Paz como valor supremo
- Guerra de civilizações ou guerra de tradições?

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terça-feira, 4 de setembro de 2007

Uma decisão contra a evolução desejável

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português no fim de uma visita a Timor-Leste afirmou que os cooperantes portugueses naquele país, "sobretudo os professores", passarão em breve a ter cursos de tétum antes de iniciar a sua missão.

O referido governante salientou que a formação em tétum será importante "para ajudar os professores a resolverem melhor os problemas dos formandos". Sublinhou, no entanto que a obrigatoriedade dos cursos de tétum não resulta de uma avaliação negativa do relacionamento dos cooperantes com as populações, pois, "de forma geral, os portugueses conseguem fazer-se entender em português, ou directamente, ou porque num grupo de quatro ou cinco pessoas há sempre alguém que pode fazer de intérprete."

Quer dizer que o próprio governante não vê necessidade nessa aprendizagem pelos cooperantes. Com efeito, antes de ser decidida a língua oficial do País, foi posta de lado o tétum, por ter pouca capacidade de incentivar as relações internacionais, havendo dúvidas entre o Inglês e o português, e acabaram por ter escolhido este mais por razão sentimental do que por utilidade prática.

Esta atitude do secretário de Estado acaba por ser um recuo em relação a essa discussão no início da vida do país independente. Reduz-se assim o interesse em aprender uma língua mais cosmopolita, por deixar de ser necessária na vida quotidiana.

O facto de as pessoas terem de saber um pouco de português para poderem contactar com os cooperantes era um estímulo forte para a aprendizagem da língua, que assim desaparece.

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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Portugal e Guiné contra a droga

Depois de a Guiné–Bissau ser referenciada como um país narcotraficante, surge no DN de hoje a notícia Portugal e Guiné-Bissau juntos contra a droga, que nos levanta a interrogação: será que Portugal, com o apoio da Guiné Bissau, irá tornar eficaz o combate ao flagelo generalizado a toxicodependência em todo o país? No mesmo jornal de hoje já se nota essa influência (?) com a notícia de que GNR deteve 108 por suspeita de tráfico de droga em festival!
Ou será que a Guiné-Bissau irá também passar a ter «salas de chuto» e troca de seringas nas prisões?
Ou será que se alarga o campo de acção dos «nossos» traficantes, virando multinacionais?

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