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domingo, 29 de setembro de 2013

COMUNICAÇÃO CIFRADA OU SIMPLESMENTE CONFUSA?


Há uma semana era publicado o post comunicação menos cuidada é armadilha e verifica-se que os altos responsáveis pelos destinos do País continuam a usar uma comunicação confusa – não creio que seja formalmente cifrada – que apenas serve para criar nevoeiro no espírito dos cidadãos. Faz lembrar a frase do ex-primeiro-ministro Pinheiro de Azevedo «é só fumaça». Mas na época e na intenção tal frase estava correcta. Agora não é correcto altas entidades responsáveis e que devem ser credíveis e respeitáveis digam coisas de forma a confundir os cidadãos.

Passos, em notícia das 11h48 dizia que há sempre uma leitura nacional a fazer» das eleições o que coincide com a opinião geral e a leitura depende de quem a faz, dos interesses que defende, do conjunto de dados informativos de que dispõe, isto é, dizer «há uma leitura» subentende uma ideia, uma intenção que é deixada no escuro. E nem seria oportuno, durante o acto eleitoral, explicá-la, pelo que nem devia ter sido referida.

E, em notícia das 14h14, Cavaco disse que futuro do Governo não depende de eleições locais, mas não especificou que isso é o aspecto formal, legal, mas na sequência das perguntas do jornalista que se referiu ao caso de António Guterres que se demitiu na sequência de umas eleições autárquicas, em 2001, Cavaco Silva disse que essa foi uma decisão pessoal. «Isso foi a decisão de um primeiro-ministro, é com ele».

Perante isto, estas palavras de pitoniza permitem admitir que, em face dos resultados eleitorais locais, pode haver alterações no Governo. Há quem admita que, para poupar os custos de eleições, possa haver uma alteração como a que consistiu na substituição de Durão Barroso por Pedro Santana Lopes, e que agora seria a substituição de Passos, por exemplo, por Rui Rio.

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

É PRECISO QUALIFICAR OS POLÍTICOS


E se não bastar qualificar será indispensável «requalificar». O cronista Paulo Ferreira gaba-se, no Jornal de Notícias, que já sabe o que é requalificar, mas não fiquei a saber o que é. O meu dicionário apenas fala de qualificar, dizendo que significa atribuir qualidade.

Mas penso que se qualificarmos correctamente, deixará de haver, por exemplo, tantas agressões ao idioma pátrio. Por coincidência, ou por mero acaso, dois ex-colonos do Ultramar e depois colonos do rectângulo lusitano, agrediram impunemente o idioma nacional: Miguel Relvas disse que era preciso «ser ouvisto» e Passos Coelho aconselhou há dias em discurso público que «sejemos» realistas…

Será que o primeiro quereria impor o vergo «ouver» como função dos ouvisdos, à semelhança do verbo que exprime a função dos olhos. E será que Passos pretende criar o verbo «sejar», à semelhança do verbo palrar, actividade em que é exímio?

Ao meditar nestas inovações linguísticas, deparei com o poema de Zélia Chamusca que me mostra que não vale a pena prestar atenção a reformas requalificativas e que transcrevo:

SEM LEI NEM ROQUE

Zélia Chamusca

Num país sem lei nem roque
Nem ladrão a quem se toque,
Cada um mais enche o saco
Do pobre o recurso parco.

Todos os trabalhadores
Estão a sofrer horrores
E os pobres dos reformados
Cada vez são mais roubados.

São só os pobres a pagar
E os do Poder a roubar,
De quem lhes deu o poder
Eles se estão a esquecer.

Não merecem governar
Este país a ficar
Cada vez mais assaltado,
Como não vi no passado!

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Falsa esperança de crescimento positivo

Há quase onze meses, o Dr Frasquilho dizia “O que é que isto significa? Que se se concretizar este cenário é possível que no início de 2013 estejamos em condições de regressar ao crescimento positivo” Como depreendi que o adjectivo «positivo» subentendia haver um crescimento negativo perguntei o que é um crescimento negativo???. Fui à procura de resposta do autor da ideia e obtive como sua explicação que se trata do idioma (calão) «economês» e fiquei com a ideia de ser um «crescimento» do género do afogado que, em vez de estar a 20 metros de profundidade, passou a estar apenas a 10 metros.

Mas isto vem a propósito de constatar que tal esperança do douto deputado, falhou e não passou de uma fantasia para iludir a esperança dos cidadãos, coisa em que os políticos são exímios. Mas agora, como «gato escaldado de água fria tem medo», já não podemos acreditar da promessa contida na frase «O vice-presidente da bancada do PSD Miguel Frasquilho considerou esta terça-feira que as novas previsões do Banco de Portugal incluem "boas notícias" para 2014 e permitem manter a esperança na inversão da atividade económica este ano

A publicidade enganosa é árvore de folha caduca e tem a sua temporada limitada.

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sexta-feira, 13 de julho de 2012

À mulher de César...


Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Relvas “devia demitir-se para poupar primeiro-ministro”, diz Bagão Félix
Público. 12.07.2012 - 23:56 Por Lusa

O conselheiro de Estado Bagão Félix disse hoje que o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, “devia demitir-se para facilitar a vida o primeiro-ministro”, Pedro Passos Coelho.


“Eu, no lugar do ministro Miguel Relvas, tinha pedido imediatamente a demissão, facilitando a vida ao primeiro-ministro, que bem merece”, afirmou Bagão Félix em entrevista à estação pública de televisão RTP, durante a noite.

Questionado sobre se a polémica em torno da licenciatura de Miguel Relvas está a prejudicar o Governo, Bagão Félix, que foi ministro da Segurança Social e do Trabalho e ministro das Finanças em dois anteriores governos da coligação PSD/CDS-PP, afirmou que “há questões que não têm retorno”.

“A universidade, num país que quer ter futuro e esperança, tem de ser um espaço de exigência. A universidade deve puxar pelos melhores para ter elites e essas elites fazem-se com exigência e, sobretudo, com a autoridade do exemplo”, acrescentou.

O caso da licenciatura do ministro Miguel Relvas começou a dar polémica há cerca de duas semanas por causa do número de equivalências que obteve na Universidade Lusófona.

De acordo com o processo do aluno que a Lusófona disponibilizou para consulta na segunda-feira, e que a agência Lusa consultou, foram atribuídos 160 créditos a Miguel Relvas no ano lectivo 2006/2007. Com as equivalências atribuídas pela Universidade, Relvas apenas teve de fazer quatro disciplinas semestrais.


NOTA:
«À mulher de César não basta ser séria, é preciso parecer». Um ministro deve ser uma pessoa sobre quem não haja dúvidas Quanto à seriedade e rectidão de comportamento, portanto, à menor dúvida que lhe possa retirar credibilidade e confiança, deve abandonar o cargo. Bagão Félix mostra, mais uma vez, o seu estilo sensato de analisar a situação.
No actual Governo brasileiro, houve saídas de vários ministros nos primeiros meses de funcionamento e tais casos moralizaram os restantes e não foi preciso mais demissões. A saída deverá ser da iniciativa do próprio ministro por não se sentir objecto da confiança dos cidadãos, mas, se ele hesitar, deverá ser o chefe do Governo a agradecer-lhe a colaboração prestada e substituí-lo.
Se isto não acontecer, os cidadãos podem supor que há entre eles conivências e telhados de vidro não querendo que o outro lhe «descubra a careca».
Miguel Relvas tenta justificar a obscuridade do caso dizendo «nortear a sua vida “pela procura do conhecimento permanente”». Mas, para «procura de conhecimento permanente», a obtenção de diploma de licenciatura através de equivalências nada acrescenta aos seu saber, ao seu somatório de conhecimentos, apenas dá obesidade á sua vaidade, à sua ostentação e, em consequência, à sua arrogância. Na realidade, a procura de conhecimento até pode ser conseguida por um autodidacta que lê, que investiga na Internet, que frequenta bibliotecas e museus nas suas horas livres, sem ser necessário obter diplomas de forma pouco clara.

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domingo, 4 de março de 2012

A história garante que a crise passa !!!

Ao longo de mais de oito séculos de História, os portugueses passaram por diversas crises económicas, políticas e sociais e, talvez baseado nesses dados do passado, o ministro das Finanças afirmou, usando mais uma vez o verbo «garantir», que a história garante que venceremos a crise.

Seria desejável e um tónico para a esperança do povo português que o ministro, mesmo que não «garantisse», dissesse que as medidas já tomadas estão a dar bons resultados e que é de esperar que com os planos do Governo, em fase de implementação, Portugal venha a sair da crise no próximo ano em que já Frasquilho previu que se inicie o «crescimento positivo».

As palavras do ministro fazem recordar as do Rei de Espanha ao Presidente Hugo Chávez «porque não te calas?». Realmente Portugal ultrapassou muitas crises ao longo da sua história, mas a maior parte delas terminaram com a força das armas e dos paus de marmeleiro, correndo com políticos que deram lugar a outros mas causando sofrimento e perdas de vidas a pessoas inocentes e destruindo haveres e património público e privado. Perante esses desfechos que a História reporta, parece mau sintoma um ministro estar a fazer recordar as soluções para as crises da História. E, por outro lado, não perspectiva desempenho positivo por parte dos governantes, pois tais palavras podem levar a concluir que da iniciativa governamental não esperam mais do que dos casos da História.

Enfim, mais uma vez, se conclui que os homens públicos devem pensar previamente e preparar as frases que vão dizer em público, para que os efeitos não sejam opostos aos pretendidos.

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domingo, 26 de fevereiro de 2012

«Crescimento positivo»

A minha experiência de quase seis anos da blogosfera, dizia-me que provavelmente não obteria aqui a resposta esperada à pergunta do titulo do post O que é um crescimento negativo??? e resolvi ir pedi-la ao utilizador do «conceito», através de um comentário num seu post no blogue em que colabora. Consegui este «esclarecimento»:

Finalmente, CRESCIMENTO NEGATIVO é uma expressão de "economês" (isto é, linguagem de economistas) que indicia que houve um decréscimo na riqueza produzida. Sim, hoje eu usei a expressão "crescimento negativo" quando comentei as novas projecções da Comissão Europeia; e depois contrapus o "crescimento positivo" que, a perspectivar-se o cenário apresentado, poderá já ser verificado em 2013. Foi isto. Não usei pela primeira vez, e certamente voltarei a fazê-lo. Sinceramente, pode ser defeito de formação, mas não encontro melhor expressão para definir o fenómeno em questão... De qualquer modo, obrigado pelo comentário!...

Confesso que não gostei.

Compreendo que os economistas entre si utilizem o «economês», pois em todas as profissões existe jargão próprio que os isola numa terminologia indecifrável para os não familiarizados com ela. Há dias, um militar num convívio com a presença de alguns amigos de profissão dizia que a mulher anda muito desconfiada e ele quando chega a casa tem que lhe fazer o sitrep. Logo um não militar lhe perguntou que raio de carícia é essa?

Ora o Dr. Miguel Frasquilho, além de economista, é deputado em funções de destaque no partido do Governo e, quando utilizou o termo de crescimento positivo para os jornalistas, devia evitar falar «economês» e devia expressar-se de forma a que os simples cidadãos o entendessem. Os políticos, principalmente os eleitos, devem aproximar-se o mais possível dos cidadãos, para os compreenderem e para lhes explicarem a forma como estão a desempenhar as funções para que foram escolhidos pelos eleitores, e mostrar que não perdem de vista a finalidade da sua função de «governar», que é em benefício das pessoas em geral e não apenas do clã (bando ou manada).

A professora universitária brasileira Maria da Conceição Tavares, no vídeo publicado em Recado a jovens economistas e a governantes explica que a economia é uma ciência social, e o seu nome original era economia política e apoia-se na história e dirige-se ao povo, à vida da sociedade, e para ela «o modelo matemático não serve para nada». No entanto os nossos «economeses» passam a vida, com o seu jargão, a sua gíria, a brincar com os números para fugir à sua função social e para se convencerem de que estão a fazer uma figura de alta intelectualidade, e a colocarem-se muito acima do QI médio nacional.

O certo é que todos repetem que a crise se iniciou há muito e era previsível mas, com isso, confessam que não a compreenderam realmente e, por consequência, não conseguiram evitá-la ou amenizá-la e estão a mostrar incompetência para dela sair com os menores custos e sacrifícios para os portugueses, apesar dos repetidos e variados malabarismos com números e conceitos de «economês».

Nos tempos que atravessamos a arrogância, a ostentação, a vaidade e a futilidade, para ocultar a incompetência, é geral em todos os níveis sociais e é grave que os políticos estejam tão gravemente eivados de tal mal, e muitos se limitem a repetir frases de almanaque antigo e desajustado e nos queiram confundir com palavras vazias de conteúdo claro e entendível.

E, com estas inabilidades e insensibilidade para os problemas das pessoas, tardará muito a surgir uma luz ao fundo do túnel, e oxalá que, para ela aparecer mais depressa, não venha a ser utilizada qualquer ferramenta mais agreste criada pela indignação que alastra aliada ao descontentamento crescente. Dizia-se, há quatro anos, que, em democracia, «o povo é quem mais ordena».

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O que é um crescimento negativo???

Cada vez sinto mais «orgulho» pelos políticos que temos e lamento a minha pequenez de conhecimentos que não me permite compreender as coisas tão belas que nos dizem. Que o Sr deputado Miguel Frasquilho (da idade do meu filho mais novo, também economista e agora catedrático na Universidade de Newark) queira “deixar uma janela de esperança e encorajamento à população portuguesa», é louvável pela boa intenção, mas não parece correcto que nos queira impingir um novo conceito de «crescimento positivo» como bandeira de Marketing do género das promessas do professor Mamadou que resolve todos os problemas de saúde, de sorte no amor, etc.

Se fala em «crescimento positivo» (mania da adjectivação!) deve ser porque haverá crescimento negativo? Qual a diferença? Será que o primeiro é para cima e o outro é para baixo? Faz lembrar o Dr. Pádua que diz que hoje há jovens que aumentam de estatura, não tanto em altura mas em peso, com crescimento do perímetro da cintura. Num país em crescimento negativo, o que é que aumenta? Será a recessão, o défice, a dívida?

Por Zeus, será bom que os políticos usem uma linguagem de verdade, clara, que não se preste a ilusões, nem a anedotas. Lembrem-se que há ignorantes como eu que não compreendem as palavras difíceis nem sequer os jogos difíceis com palavras fáceis, como é este do «crescimento positivo».

No entanto, não pense o Dr Frasquilho que estou agastado, pois não quero terminar sem o elogiar por, ao contrário do Dr Vítor Gaspar, não usar o verbo garantir, mas ficar-se pelo condicional «se as previsões da Comissão Europeia se concretizarem». É prudente. Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém!!!

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Direito de compreender



Devemos exigir ser informados com clareza, para compreender.
Devemos escrever de forma a sermos compreendidos pelos menos letrados, Devemos evitar linguagem hermética e demasiado elevada, como se estivéssemos a escrever para a avó, pouco erudita.

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sábado, 20 de agosto de 2011

O SALVADOR promete reformas históricas

Santos Pereira, como um profeta SALVADOR infalível, sem «a mínima dúvida» (!!!), garantiu que o Governo vai implementar «reformas estruturais históricas».

Segundo a sua profecia, as actuais dificuldades serão «ultrapassados se «implementarmos reformas verdadeiramente estruturais e não nos escondermos atrás de estatísticas e manipularmos estatísticas»». «Este Governo está totalmente empenhado em implementar as reformas estruturais que o país precisa». Mas não dá sequer um exemplo delas.

Com demasiada presunção, sublinhou não ter «o mínimo de dúvidas» de que estas mesmas reformas «serão verdadeiramente históricas e marcarão a economia portuguesa durante décadas». Parece que o País não precisa de reformas históricas (do passado) mas de reformas inovadoras (do futuro) e depois, a longo prazo, tais reformas poderão ou não ser classificadas de «históricas»

Disse mais que, para isso, é «absolutamente fundamental» «uma verdadeira consolidação orçamental», sendo necessários «cortes de despesa». «Iremos anunciar e temos vindo a anunciar, e nos próximos dias anunciaremos ainda mais, cortes de despesa, exactamente para conseguirmos alcançar esta consolidação orçamental» e para «aumentar a competitividade da nossa economia».

Enfim, não faltam promessas. Mas gostaríamos de ver realizações, trabalhos em curso, actividades concretas, reais, embora compreendamos que Roma e Pavia não se fizeram num dia. Porém, nada será visto enquanto os governantes se jactarem com anunciar, anunciar, anunciar, promessas vagas sem ponta a que a nossa esperança se possa agarrar. No final, resumindo à procura do essencial, temos que concluir que Santos Pereira nada disse, limitando-se apenas a falar!

Também a promessa já anunciada por Assunção Cristas acerca de intenções de eliminar a Expo-Parque, deixam a dúvidas (coisa que o Salvador Álvaro não sabe o que é!) de que na parte Oriental da Capital possa vir a surgir um novo caso BPN a absorver a maior parte do pouco dinheiro que ainda possa existir, para resolver o pesado passivo existente na empresa pública. Façamos o esforço de procurar ter esperança em melhores dias.

Enfim, não faltam promessas vagas e obscuras. Mas precisamos de factos tranquilizadores.

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Mais uma referência à qualidade da legislação


Mota Amaral, na sua tomada de posse como presidente da AR, em Abril de 2002, incitou os deputados a pensarem no aumento do seu prestígio perante os eleitores, melhorando a qualidade do seu trabalho, elaborando leis mais simples, perfeitas e eficientes. Realmente, são precisas leis exequíveis, rigorosas, claras, sem rodriguinhos, para serem facilmente interpretáveis e úteis.

Recentemente tal apelo tem sido feito por diversos altos funcionários da Justiça, por comentadores e por pensadores independentes.

Mas agora é o próprio
Presidente da República. Segundo ele, como “a pretensão de mudar a realidade da vida pela força da lei raramente produziu bons resultados”, é indispensável a qualidade das leis, devendo haver mais rigor, mas sobretudo, “mais ponderação e prudência”, assim como “maior sentido de adequação à realidade”.

Salientou que “muitas das leis produzidas entre nós não têm adequação à realidade portuguesa. Correspondem a impulsos do legislador, muitas vezes ditados por puros motivos de índole política ou ideológica, mas não vão ao encontro das necessidades reais do país, nem permitem que os portugueses se revejam no ordenamento jurídico nacional”.

Esta actuação abstracta e despegada da realidade, faz recordar o caso concreto da
segurança rodoviária e da prevenção dos fogos florestais em que, apesar de elevados gastos ainda não foram conseguidos resultados visíveis.

Houve alguém que disse que muitos dos problemas essenciais do País não foram ainda resolvidos porque os políticos ou os desconhecem ou não os querem resolver. Neste momento todos os grandes temas têm sido analisados com bastante profundidade, o que retira credibilidade ao seu desconhecimento por quem quer que seja, logo… Então haverá que analisar o porquê da falta de vontade e a incompetência ou os interesses que poderão estar por detrás.

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Cavaco Silva e os tabus

Daquilo que os jornais ultimamente têm trazido a lume verifica-se que há muita gente com dúvidas acerca dos comportamentos de Cavaco Silva e muitos seus admiradores sentem-se frustrados e desiludidos.

Efectivamente, não parece fácil interpretar uma pessoa que foge aos padrões mais vulgarizados entre as personagens mais mediatizadas. A meu ver, trata-se de um homem sério, segundo os padrões mais optimistas, de entre os políticos actuais, tímido, receoso de dizer algo de que amanhã tenha que se arrepender. Por isso, quando fala, controla rigorosamente as palavras acabando, muitas vezes, por não explicar nem esclarecer mas ocultar mais do que aquilo que diz, do que aquilo que deixa atrás da cortina, algumas vezes o essencial, e apenas permitindo subentendidos que têm efeitos maléficos. Há quem diga que, neste aspecto, não devem ser desprezados os indícios da influência da esposa, demasiado dominadora e controladora que parece exercer muita pressão sobre as suas decisões.

Quando foi eleito presidente do PSD, na Figueira da Foz, deu uma «explicação» que não convenceu ninguém e que uns interpretaram de uma forma e outros de maneira diametralmente oposta. Não se candidatou, não quis ir ao congresso da Figueira e só ali apareceu porque calhou ir para aqueles lados, por acaso, fazer a rodagem do carro novo. Depois de lá estar, por acaso, uns companheiros de partido pressionarem-no para aceitar ser eleito e tanto insistiram que ele, boa pessoa, não quis magoá-los e aceitou!

Os mais amigos logo o apelidaram de generoso, dedicado, que aceitou o sacrifício de contribuir para um Portugal melhor. Enfim, o homem-providência. Depois, no Governo, onde chegou pela força do partido e não por vontade própria, pois declarou que nem lia os jornais nem respondia aos jornalistas, e criou tabus. Ficou célebre o desmesurado naco de bolo que meteu na boca para se defender do jornalista e da sua próprias eventual tentação de responder. Cavaco não falava, não esclarecia, apenas calava, ocultava.

No caso do veto de leis usa de meios argumentos, não esclarecendo completamente, como o caso de ter enviado o Estatuto dos Açores ao Tribunal Constitucional, por motivos que não tinham constado da anterior devolução do projecto à AR.

E o tempo foi assim passando e agora esteve vários meses, segundo os jornais, sem esclarecer o problema das eventuais escutas e, quando o caso saltou para o conhecimento público, continua com cautelas, calando, insinuando timidamente e prometendo esclarecimento numa data posterior. Entretanto exonera o jornalista assessor de imprensa.

Não gosta da fórmula «dizer a verdade, toda a verdade e só a verdade». Considera que «o segredo é a alma do negócio» e diz um pouco das coisas e deixa o resto à imaginação dos eleitores. Destes, uns interpretam com pessimismo e logo o condenam. Outros mais optimistas e aficionados interpretam segundo os seus próprios desejos e, mais tarde, sentem-se frustrados e desgostosos.

Há uma boa norma que deve ser seguida quando é necessário falar: «clarinho, clarinho, para o cidadão mais simples compreender». E quando o silêncio è preferível às palavras, então, deve ficar calado, mas totalmente calado, sem estimular esperanças nem receios, porque as insinuações são sempre nocivas e corrosivas.

A. João Soares

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domingo, 2 de agosto de 2009

FCM é uma mina de euros

Transcreve-se artigo do Correio da Manhã, recebido agora por e-mail, porque, embora antigo, continua a merecer ponderação neste período de reflexão em que estamos a entrar. O tema já foi aqui abordado, mais ou menos directamente, nos posts «Fundação «fantasma»???» e «O saque ao erário não tem limites»

Eis o artigo:

Offshore socialista

CM. 29 Junho 2009. Por António Ribeiro Ferreira

A última novidade do Governo socialista do senhor presidente do Conselho é uma coisa chamada Fundação para as Comunicações Móveis. Esta entidade, cozinhada no gabinete do ministro Lino ex-TGV e ex-aeroportos da Ota e Alcochete, foi a contrapartida exigida pelo Governo a três operadores para obterem as licenças dos telemóveis de terceira geração. É privada, tem um conselho geral com três membros nomeados pelo Executivo e um conselho de administração com três elementos, presidido por um ex-membro do gabinete do impagável Lino, devidamente remunerado, e dois assessores do senhor que está cansado de aturar o senhor presidente do Conselho e já não tem idade para ser ministro.

Chegados aqui vamos à massa. Os três operadores meteram até agora na querida fundação 400 milhões de euros, uma parte do preço a pagar pelas tais licenças. O Estado, por sua vez, desviou para esta verdadeira offshore socialista 61 milhões de euros. E pronto. De uma penada temos uma entidade privada, que até agora sacou 461 milhões de euros, gerida por três fiéis do ministro Lino, isto é, três fiéis do senhor presidente do Conselho. É evidente que esta querida fundação não é controlada por nenhuma autoridade e movimenta a massa como quer e lhe apetece, isto é, como apetece ao senhor presidente do Conselho.

Chegados aqui tudo é possível. Chegados aqui é legítimo considerar que as Fátimas, Isaltinos, Valentins, Avelinos e comandita deste sítio manhoso, pobre, deprimido, cheio de larápios e obviamente cada vez mais mal frequentado não passam de uns meros aprendizes de feiticeiro ao pé da equipa dirigida com mão de ferro e rédea curta pelo senhor presidente do Conselho.

Chegados aqui é legítimo dar largas à imaginação e pensar que a querida fundação, para além de ter comprado a uma empresa uma batelada de computadores Magalhães sem qualquer concurso, pode pagar o que bem lhe apetecer, como campanhas eleitorais do PS e dos seus candidatos a autarquias, e fazer muita gente feliz com os milhões que o Estado generosamente lhe colocou nos cofres.

Chegados aqui é natural que se abra a boca de espanto com o silêncio das autoridades, particularmente do senhor procurador-geral da República, justiceiro que tem toda a gente sob suspeita. Chegados aqui é legítimo pensar que a fundação privada criada pelo senhor presidente do Conselho é um enorme paraíso fiscal, uma enorme lavandaria democrática.

António Ribeiro Ferreira, Jornalista

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Fundação «fantasma»???

Um líder de bancada parlamentar de partido da oposição queria saber porque razão a Fundação para as Comunicações Móveis (FCM), uma instituição privada, funciona em instalações do Ministério das Obras Públicas?

Não é costume este blog entrar nos pormenores das tricas de baixa política que apenas procuram denegrir a imagem dos outros, na esperança de no retorno saírem beneficiados. A referência a esta fundação «saco azul» ou fundação «fantasma» não tardará a ser apelidada de mais uma «campanha negra» pelo cidadão José Sócrates e os seus «malhadores», à semelhança do que sucedeu, há relativamente pouco tempo, quando eram usados os tiques arrogantes do velho Adolfo.

Tais manobras difusas de insinuações podem transformar-se em obstáculo difícil de contornar ou transpor se não forem tornados públicos esclarecimentos cabais do tipo de relatórios de contas e relatórios de actividades que sejam insuspeitos aos olhares perspicazes de entendidos, por mais hostis que sejam ao PS.

Essa difícil tarefa de esclarecimento vai realmente tornar este Verão muito quente para os técnicos do partido que deverão dar tudo para mostrarem o que valem em relação aos vários casos tidos por suspeitos que não foram ainda totalmente explicados aos eleitores: Não pode ser descurado nenhum que tenha vindo a público, como as habilitações académicas, o caso Freeport, o Aterro da Cova da Beira, a urbanização do Vale da Rosa em Setúbal, a casa da Rua Braancamp, a Fundação agora referida, a publicidade ao Magalhães em actos solenes de serviço, a bronca da TLEBS na Educação, o recurso oficial à maternidade de Badajoz, os custos dos estudos e pareceres sobre a Ota e a lita dos autores e seu relacionamento com elementos do Governo, os processos contra jornalistas e bloguistas que não chegaram a julgamento, o impasse persistente no combate à corrupção, ao enriquecimento ilícito e ao sigilo bancário, a nomeação do novo Provedor de Justiça, a não suspensão do presidente do Eurojust, etc. Cada um destes casos e, certamente, de outros que possam surgir, merece uma atenção muito séria nesta fase que se prolongará por cerca de três meses. Estão em jogo grandes interesses partidários e a plateia é constituída por todos os eleitores.

Enfim, serão trabalhos hercúleos a que é preciso deitar mão, desde já, para que nas próximas eleições não haja quebras humilhantes. Sócrates, corredor de fundo, maratonista, conhecedor das mais luxuosas pistas internacionais, será capaz, mas precisa de assessoria competente e eficaz, o que não se compadece com pessoas nomeadas com base na confiança política, no compadrio, na conivência, no compromisso e no vício de dizer o que o chefe gosta de ouvir.

Portugal precisa de transparência e de esclarecimentos que erradiquem a mínima dúvida que possa ensombrar a imagem de qualquer candidato ao voto.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Escândalo da «campanha negra»

Transcrição de notícia da TVI, com NOTA no final.

Processo «Cova da Beira» parado há mais de um ano

O caso, com acusação deduzida, remonta a 1999 e implica José Sócrates e António Morais.

O processo «Cova da Beira» nasceu de uma denúncia anónima que dava conta que José Sócrates, na altura secretário de Estado do Ambiente, teria recebido dinheiro para aprovar a construção de um centro de tratamento de lixo na Cova da Beira.

Em causa, segundo despacho do Ministério Público estariam 300 mil contos, sendo que metade do valor se destinava ao actual primeiro-ministro. Neste caso há no entanto mais três nomes envolvidos, um dos quais António Morais, ex-professor de Sócrates acusado lado a lado com a ex-mulher de corrupção activa e branqueamento de capitais no licenciamento do aterro através do seu gabinete de engenharia.

A acusação pública foi deduzida há ano e meio, mas embora as actuais regras do segredo de justiça permitam tornar o caso público, o processo em que o primeiro-ministro chegou a figurar como suspeito continua fechado a sete chaves. O caso está agora em fase de instrução e qualquer pedido de consulta tem sido negado sob o pretexto de que não se vislumbra interesse público na consulta de dados.

António Morais terá invocado o antigo Código de Processo Penal para se opor à publicidade do processo durante a instrução. O pedido foi aceite, muito embora a data ainda já vigorasse o novo código, curiosamente aprovado por socialistas.

NOTA: Os próceres do PS, a começar por Santos Silva, não devem cruzar os braços, não podem parar de «malhar» nos autores da «campanha negra», das «insinuações» das inventonas para o «assassinato pessoal, moral e político» de um cidadão, humilde, competente, dedicado ao País, que tudo sacrifica para melhorar as condições de bem-estar de muitos portugueses. E seja-me permitido sugerir aos próceres, tão perturbados com a campanha, que ordenem à Justiça que esclareça depressa este caso e os outros, a fim de acabar com suspeitas, desconfianças e insinuações demolidoras. Abram ao público as contas bancárias, a relação de bens, para que não fiquem dúvidas. As eleições estão à vista e não devem permitir que esta degradação da imagem continue a agudizar-se. Portugal precisa de pessoas dignas à frente dos seus destinos.

Como diz Nuno Rogeiro no JN de hoje, «os chefes dos governos, presidentes da república, ministros e secretários de Estado são servidores do povo. Por outras palavras, Brown, Sarkozy, Zapatero e Sócrates trabalham para nós. Aquilo que possuem à sua disposição, em bens materiais pagos pelo "patrão" soberano, serve apenas para que possam cumprir, com dignidade, as suas funções.»

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domingo, 1 de fevereiro de 2009

A arrogância do degrau mais alto

Quem está no estrado, 20 centímetros mais alto, ou numa outra posição mais elevada tem a tentação de desrespeitar os outros e não lhes reconhecer valor e capacidade de raciocínio. É vulgar vermos políticos irados, furibundos, a vergastarem a inteligência dos eleitores, convencidos de que a sua fúria demonstra a sua razão, mas que nada esclarecem sobre o assunto em causa, nem apresentam argumentos lógicos e convincentes. As insinuações e insídias desaparecem quando as coisas forem totalmente esclarecidas. Ninguém faz insinuações sobre a lei da gravidade ou a energia cinética, porque ninguém, com alguma instrução, tem dúvidas sobre elas!!!
Vejamos neste texto, que recebi por e-mail, a arrogância do professor.

Feno na aula de medicina

No Curso de Medicina, o professor dirige-se ao aluno e pergunta:

- Quantos rins nós temos?

- Quatro! Responde o aluno.

- Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que têm prazer em gozar sobre os erros dos alunos.

- Traga um molho de feno, pois temos um asno na sala - ordena o professor ao seu auxiliar.

- E para mim um cafezinho! - Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.

O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. O aluno era, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barão de Itararé' . Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:

-O senhor perguntou-me quantos rins 'nós temos'. 'Nós' temos quatro: dois meus e dois seus. Tenha um bom apetite e delicie-se com o feno.

A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento!

Às vezes as pessoas, por terem mais um pouco de conhecimento ou acreditarem que o têm, ou por estarem num posto hierárquico superior, acham-se no direito de subestimar os outros...

Haja feno para essa gente.

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Comunicar é transmitir ideias

Recebi agora por e-mail da amiga Quitéria Oliveira o seguinte texto que é bem demonstrativo de que a comunicação engloba a recepção e a descodificação pelo destinatário. É por isso que muitos políticos falam para o boneco, e ninguém os compreende e, com o hábito, deixam de ser ouvidos, porque são «palavras de políticos»!!!

Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal.
Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação.

Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos, disse-lhe:

-Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.

E o ladrão, confuso, diz:
-Doutor, afinal levo ou deixo os patos?

NOTA: E nós por cá perguntaríamos: A Ota é assim tão indiscutível? O jámé quer mesmo dizer jamais? O referendo prometido era mesmo indispensável? O emprego prometido era mesmo para cumprir? A TLEBS era tão imprescindível como parecia? Os apoios de saúde que viram recuado o seu encerramento estavam mesmo a mais? Os 30 Km/h são mesmo para estabelecer? E vai com isso deixar de haver acidentes? A antecipação da renovação das cartas de condução vai evitar que haja mortes nas estradas provocadas pela má condução de jovens e pela falta de critério da sinalização?

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