À semelhança de vários posts anteriores, trago aqui a notícia de mais um português, Francisco Veloso, que recebeu um prémio internacional de prestígio. Casos como este e os anteriormente citados demonstram que Portugal tem, felizmente, cabeças para conseguir o desejado desenvolvimento. O que faltam são dirigentes políticos patriotas, competentes, dedicados aos interesses do País, isto é, dos seus cidadãos.
Todos os anos, a corrida às bolsas da Fundação Sloan trava-se num clima de forte concorrência, devido à visibilidade académica e ao reconhecimento público que lhe estão associados: 36 antigos bolseiros chegaram a Prémio Nobel. Alfred Sloan foi um dos primeiros presidentes da GM e um dos grandes impulsionadores do que veio a ser o maior construtor automóvel do mundo. Com parte da fortuna que fez, lançou a Fundação Sloan, a qual está por detrás de uma das mais prestigiadas escolas de Gestão, a Sloan School of Management, e criou bolsas para jovens investigadores. O apoio começou por ser para a área da ciência, mas há quatro anos foi alargado à investigação ligada à indústria real: indústria automóvel, tecnologias da informação, software e serviços financeiros.
Francisco Veloso é um dos cinco premiados este ano pela Fundação Albert Sloan pelo seu trabalho académico ligado à indústria automóvel, sendo também o primeiro português a receber esta distinção da conceituada entidade norte-americana atribuída a jovens investigadores com carreira nos EUA ou no Canadá, nas áreas da ciência, tecnologia e competitividade económica.
Francisco Veloso, de 38 anos, actualmente a repartir o tempo como professor nas universidades Carnegie Mellon e Católica, reconhece, satisfeito, que este é um "bom prémio" pelo trabalho que tem desenvolvido tanto nos EUA como em Portugal, cruzando cada vez mais a mudança tecnológica com o empreendedorismo e a engenharia com a economia. A forma como as empresas devem organizar, com sucesso, as suas capacidades tecnológicas em cadeias de valor, como a indústria automóvel, é o seu ponto de partida. Considera-a também a sua "área genérica de trabalho".
Tem seguido duas linhas de investigação.
- Uma tem por referência o Clean Air Act, a lei do ar limpo que começou com Richard Nixon na Presidência dos EUA, e as medidas ambientais tomadas desde então para o sector. "De cada vez que é aprovada legislação ambiental mais restritiva, aumenta o número de patentes", revela Francisco Veloso, o que significa que "as empresas, nessas alturas, são mais inovadoras. Investem e mexem-se".
- A segunda área de estudo refere-se ao que chama a "coerência tecnológica das empresas automóveis", provando que "as empresas devem manter coerência tecnológica para que o seu desempenho não baixe", que é o que acontece quando "diversificam para áreas não relacionadas", nomeadamente para as que adoptaram os padrões de qualidade da norma Iso 9000.
Para melhor conhecimento do tema desta notícia, sugere-se a leitura dos seguintes artigos do Público de 30 de Março:
- «Primeiro português distinguido pela Fundação Sloan»,
- «O peso da Sloan»,
- «Centro de Engenharia da Maia».
“Aprender a gostar de Saber”
Há 5 horas
4 comentários:
Da minha experiência nas várias visitas de trabalho que fiz na Europa o nosso trabalhador desde o menos ao mais qualificado é tido como muito bom e eficiente por onde passa!
Assim sendo o que igualmente se verifica é que não temos internamente quadros e governantes à altura dos nossos trabalhadores não os motivando nem os remunerando de forma a tirar deles o maior proveito. Os melhores acabam por sair do País e os que cá ficam são abandonados á sua triste sorte!!!...Não é com "simplexes" nem com as reformas que se teem feito na Educação até agora que iremos encontrar a solução dos problemas que nos assistem. Deviamos "PARAR PARA PENSAR", encontrar a melhor forma de utilização da nossa "MASSA LABORAL" em todos os seus escalões e só depois proceder às devidas reformas para o seu total aproveitamento! Até lá é esta "bagunça" que se vê!!!...
Soares da Cunha
É sempre com agrado que se conhecem noticias destas e é de louvar o contemplado. O problema de Portugal não é falta de gente com valor, o problema parece residir na cultura que não permite que essas pessoas possam desenvolver o seu trabalho sério. O meio académico português é muito corporativista e endogamico e, pessoas como este laureado, terão sérias dificuldades em desenvolver o seu trabalho devido às invejas e aos ociosos. Este ultimos, são um chusma nas universidades Portuguesas e funcionam como seitas!
Um abraço Fraterno e bom domingo
António Delgado
Caro Soares da Cunha,
A tua experiência leva-te a uma conclusão que nada me surpreende. Aqui, falta enquadramento, responsabilização a todos os níveis, condições de trabalho e remuneração justa. Quanto a enquadramento não é apenas na empresa mas a nível do Governo e serviços Públicos que deviam ser mais eficientes e estimulantes.
Abraço
A. João Soares
Caro António Delgado,
Fala da «inveja». É curioso que Luís de Camões, a quem não podemos negar grande sabedoria e conhecimento das qualidades e defeitos do nosso povo, decidiu encerrar «Os Lusíadas» com esta palavra. COm tal saber, isso tinha certamente um significado. A palavra define muitos dos nossos fracassos, o aniquilamento de muitos projectos de toda a espécie.
E, infelizmente, aspectos de cultura e de idiossincrasia não se podem alterar por decreto, sendo necessária uma acção persistente e bem orientada. Má sina, a nossa.
Um abraço
A. João Soares
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