Quando se diz que o Presidente da República tem o "poder da bomba atómica", diga-se de dissolver a Assembleia da República e convocar novas eleições, devem extrair-se as conclusões do que se afirma.
Transportando este tal poder para o campo da Estratégia, sabe-se que a Estratégia não inventa bombas mas, estas é que inventam estratégias. No tempo das armas brancas a estratégia usada era bem diferente da do tempo das armas de fogo. E quando apareceram as armas nucleares a estratégia adquiriu, como toda a gente sabe, uma nova designação: da Dissuasão Nuclear.
Tem isto a ver com o poder do Presidente porque, sendo a Estratégia uma disciplina de pensamento e acção, ela passou a ser, na sua ambiguidade, uma teoria da não prática, ou da não acção, depois que os arsenais atómicos lhe criaram tal novo capítulo.
Assim, o estratego de serviço ao nosso Presidente da República deveria ser alguém que lhe dissesse "pense em como não usar a sua Bomba Atómica"! Pense, pense!
domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
Meu voto nas presidenciais e o valor do Presidente
Como é inerente ao meu "ADN político-ideológico" eu deveria votar no candidato apoiado pelo Partido Socialista. Afinal sou o número 38... Mas a independência de julgamento leva-me a observar desta vez, as coisas, de maneira diferente da direcção do PS, o que me parece que acontece pela primeira vez, em 34 anos de Democracia, no que a votações diz respeito!
Na verdade não tenho candidato. Mas tenho opções políticas segundo uma intenção de futuro para o nosso país que me levam a dificultar se não impedir a vitória eleitoral do pior dos males.
Assim, não me abstenho, não voto em branco porque não é considerado voto expresso (como deveria ser) e não digo em quem voto porque só tenho a certeza de que não votarei Cavaco Silva.
Por outro lado, como já aqui foi dito, acho que a superestrutura do poder do Estado deveria ser alterada. O PR é um contra-poder, sem poder, ou só com um poder desmesurado em relação às circunstâncias normais, logo, com um poder anormal, porque tão excepcional como a demissão da Assembleia da Republica. A campanha eleitoral em curso é uma vergonha para os candidatos, a andarem numa bicicleta de roda quadrada, a prometerem o que não podem nem lhes compete, a dizerem que vão intervir mas que não governam, a dizer que não demitem o governo mas que o podem fazer se quizerem, a dizer que a crise vai estourar com isto mas que os portugueses são bestiais e têm confiança neles, que a culpa da crise é da Crise ou que é do Sócrates, ou do Sócrates e do Cavaco... Enfim, um chorrilho de contradições que não creio que não envergonhe alguns dos candidatos com mais seriedade pessoal.
Deveríamos abandonar o sistema semipresidencial ou semiparlamentar e, decididamente, adoptar um sistema presidencial ou parlamentar puro, sem medo da concentração e fortificação dos poderes do Estado. A Democracia política está adquirida, em Portugal, sem riscos de perversão do exercício dos seus poderes. O que em matéria de poder do Estado haverá a assinalar é a sua fraqueza perante interesses, nomeadamente os corporativos.
Na verdade não tenho candidato. Mas tenho opções políticas segundo uma intenção de futuro para o nosso país que me levam a dificultar se não impedir a vitória eleitoral do pior dos males.
Assim, não me abstenho, não voto em branco porque não é considerado voto expresso (como deveria ser) e não digo em quem voto porque só tenho a certeza de que não votarei Cavaco Silva.
Por outro lado, como já aqui foi dito, acho que a superestrutura do poder do Estado deveria ser alterada. O PR é um contra-poder, sem poder, ou só com um poder desmesurado em relação às circunstâncias normais, logo, com um poder anormal, porque tão excepcional como a demissão da Assembleia da Republica. A campanha eleitoral em curso é uma vergonha para os candidatos, a andarem numa bicicleta de roda quadrada, a prometerem o que não podem nem lhes compete, a dizerem que vão intervir mas que não governam, a dizer que não demitem o governo mas que o podem fazer se quizerem, a dizer que a crise vai estourar com isto mas que os portugueses são bestiais e têm confiança neles, que a culpa da crise é da Crise ou que é do Sócrates, ou do Sócrates e do Cavaco... Enfim, um chorrilho de contradições que não creio que não envergonhe alguns dos candidatos com mais seriedade pessoal.
Deveríamos abandonar o sistema semipresidencial ou semiparlamentar e, decididamente, adoptar um sistema presidencial ou parlamentar puro, sem medo da concentração e fortificação dos poderes do Estado. A Democracia política está adquirida, em Portugal, sem riscos de perversão do exercício dos seus poderes. O que em matéria de poder do Estado haverá a assinalar é a sua fraqueza perante interesses, nomeadamente os corporativos.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Inside Job de Cavaco Silva
Os engenheiros nomais, que fazem pontes e outras obras, ganham normalmente. Os da engenharia financeira, que constroiem sonhos, ganham fortunas. Esta é uma das tiradas do filme "Inside Job", sobre a crise financeir actual.
Enquanto os mercados financeiros se sobrepuserem à economia real continuaremos a viver em crises sucessivas nas quais uns poucos enriquecem e muitos outros empobrecem.
Esta economia de mercado criou uma relação nova entre o público e o privado que a Democracia tem tido dificuldades em corrigir. Relação que se define por "os ganhos se concentrarem no privado e os custos no público". (Outra tirada do filme). E quando dizemos privado, na realidade, significamos "alta finança bancária e investidora".
O clima de inside information chegou ao ponto de influenciar o ensino de economia em universidade com o prestígio da de Harvard. O benefício destes insides, na bolsa, é crime, para certas pessoas. Já houve gente condenada em Portugal por ter vendido ou comprado acções com base em informação privilegiada, não acessível aos investidores comuns. Mas as compras fora da bolsa baseiam-se, normalmente, numa avaliação pessoal na base de uma informação direta, pessoa a pessoa, empresa a empresa.
Para o candidato Cavaco Silva à Presidência da República não ficava nada mal, aliás ficava muito bem, se prestasse os esclarecimentos que todos, todos, os outros candidatos lhe solicitam sobre o que o levou a pensar que as suas economias familiares teriam ganhos anormais numa empresa cujo principal activo era um banco, o BPN, que viria a falir, pouco depois.
Enquanto os mercados financeiros se sobrepuserem à economia real continuaremos a viver em crises sucessivas nas quais uns poucos enriquecem e muitos outros empobrecem.
Esta economia de mercado criou uma relação nova entre o público e o privado que a Democracia tem tido dificuldades em corrigir. Relação que se define por "os ganhos se concentrarem no privado e os custos no público". (Outra tirada do filme). E quando dizemos privado, na realidade, significamos "alta finança bancária e investidora".
O clima de inside information chegou ao ponto de influenciar o ensino de economia em universidade com o prestígio da de Harvard. O benefício destes insides, na bolsa, é crime, para certas pessoas. Já houve gente condenada em Portugal por ter vendido ou comprado acções com base em informação privilegiada, não acessível aos investidores comuns. Mas as compras fora da bolsa baseiam-se, normalmente, numa avaliação pessoal na base de uma informação direta, pessoa a pessoa, empresa a empresa.
Para o candidato Cavaco Silva à Presidência da República não ficava nada mal, aliás ficava muito bem, se prestasse os esclarecimentos que todos, todos, os outros candidatos lhe solicitam sobre o que o levou a pensar que as suas economias familiares teriam ganhos anormais numa empresa cujo principal activo era um banco, o BPN, que viria a falir, pouco depois.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Ainda a história do BPN e do PR Cavaco Silva
Comprar e ganhar dinheiro com ações não é proibido. Mas comprar e vender "fora da bolsa" significa que se sabe a quem se vende e a quem se compra e se conhece o respectivo preço, que é combinado, naturalmente. Cavaco comprou e ganhou de 1 para 2,4, em um ano e pouco, nas acções que comprou à Soc. Lusa de Negócios, dona do BPN. (Dizer que nunca comprou nada nem vendeu nem trabalhou ou ganhou nada no BPN, como disse, é ocioso ou pretende "distrair o Santo"... porque não é isto que se diz). Quando o negócio foi feito, a parte da SLN era representada por um homem que agora anda de pulseira eletrónica, mas, naquela altura ainda não andava. Só que, anos depois, o maior activo da SLN, o BPN, vai à falência e, para evitar contágio no sistema, naquela altura, pensou-se que o melhor era nacionalizar o BPN, que tem custado e vai custar muito dinheiro ao erário público, ou seja aos portugueses! Uma conclusão mínima é, porém, inevitável: o economista Presidente ganhou dinheiro com uma empresa de gestores fraudulentos, de que foi proprietário, sem saber.
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