É uma tradição primaveril cujas origens se perdem no tempo.
Historicamente, o ritual das Maias acontece na noite de 30
de abril para 1 de maio.
Manda a tradição que se enfeitem portas, janelas e outros
locais com flores e giestas amarelas e com bonecas de palha enfeitadas.
Presente em várias regiões do País, a tradição revela
aspetos diferentes em cada uma, mas um denominador comum: as Maias floridas.
RITOS ANCESTRAIS Na região de Trás-os-Montes e nas Beiras,
as Maias surgem associadas às castanhas, como atesta o provérbio «Quem não come
castanhas no 1º de Maio, monta o burro».
Segundo a tradição, maio é o mês dos burros e o ritual tem
como objetivo esconjurar os maus espíritos.
(O Maio o Carrapato ou o Burro).
Em Trás-os-Montes este ritual, coexiste com o do Maio-Moço:
As raparigas novas, enfeitam um menino (O Maio-Moço), que
levam a passear pela rua, em grande algazarra, com danças e cantorias em redor
dele.
MAIA, QUEM ÉS TU?
Há várias explicações para a origem desta tradição.
Uma diz que a Maia seria uma boneca de palha de centeio à
roda da qual era costume dançar durante toda a noite no primeiro de maio.
Outra possibilidade está ligada à origem do nome do mês de maio,
surgido a partir de Maia, Mãe de Mercúrio.
Na região da Estremadura, a Maia é uma menina enfeitada com
flores que percorre as ruas da povoação com as suas companheiras.
No Alentejo, em especial em Beja, as Maias são meninas vestidas
de branco, com uma coroa de flores na cabeça, que se sentam numa cadeira à
porta de casa, na esquina de uma rua ou na praça.
Enquanto isso, as amigas, pedem a quem passa um tostãozinho
para a maia”.
No Algarve, é costume colocar à porta de casa os bonecos de
palha de centeio vestidos de trapos e enfeitados.
Em Lagos a tradição regressa todos os anos, com a eleição da
Maia mais bonita da cidade.
A iniciativa conta com a participação da população que
expõe, por toda a localidade, bonecas de trapos, elaboradas artesanalmente,
vestidas com trajes típicos e enfeitadas com flores, retratando em alguns casos
quadros quotidianos.
Os trabalhos a concurso são expostos nas janelas, portas,
varandas, pátios de habitações e ruas, na cidade e em várias povoações do
concelho.
Em algumas terras alega-se, que esta tradição remonta ao
tempo de Jesus, aquando da sua fuga para o Egito, devida à perseguição de
Herodes, que ordenara a procura e morte do menino Jesus.
Segundo a lenda, tendo sido identificada a casa onde a
sagrada família pernoitava, um denunciador teria colocado um ramo de giesta na
porta daquela casa, para que os soldados de Herodes, depois de avisados,
facilmente a identificassem e o levassem.
Por milagre, quando os soldados se dirigiram à cidade,
depararam com todas as portas enfeitadas com ramos de giesta florida.
Assim, os soldados não puderam cumprir a ordem de matarem o
menino.
Noutras terras, as maias recordam o caminho da sagrada
família para o Egito: Maria, para se poder orientar no regresso, terá colocado
giestas no seu caminho.
Não esqueça, ponha hoje as Maias!
DIOGO_MAR