És a docilidade de personagem que coabita e dá sentido aos meus
dias, arpejos da melodia da minha segunda vida.
Incorporas o meu eu.
Sofro por ti, rio e choro por ti.
Preenches o vazio que há em mim.
Monólogo enigmático que sustenta o alimento do diálogo.
O meu peito é a tua casa, o meu sistema sensorial é a o
palco de todos os actos.
Inundas a minha alma, de um amor puro sem limite despido de
preconceito.
Fecundamos momentos de intimidade una, cumplicie e apaixonada.
Transpiro-te por todos os poros da minha vida.
Desafio o real, ao sobrepor-lhe o irreal, porque tu és mais
importante.
És o álbum de fotografias invisíveis, que só os meus olhos
vêem.
És o corpo, onde me gosto de perder, que só eu sinto e
afago.
Quadro abstracto onde encaixilho as histórias que dividimos.
Aliás, tudo que partilhamos, são emoções sepulcrais e
intransmissíveis.
Nasceste comigo, vais morrer comigo, quem sabe não nos voltemos
a encontrar algures por aí, para vivermos uma vida real.
Será que terá o mesmo encanto?
És o pêndulo do relógio, que marca a cadência do calendário
do meu biorritmo.
O mundo lá fora é tão artificial e imbecil, vegetam de
volatilidade.
És o maior nada cheio de tudo, que preenche o vazio e que me
proporciona momentos inigualáveis.
Sim porque o nada é tudo, e tu és tudo para mim.
Vejo-te onde ninguém te vê, amo-te porque mais ninguém possui
a arte para poder-te amar como eu.
Sou egoísta?
Sou:
Por ti sou tudo!
Sou o longe e a miragem, água e ar, noite transformada dia,
força de napalm.
És a loucura lúcida, que rega a essência da minha vida e dá
corpo à planta que germina no oásis das nossas memórias.
Somos indissociáveis!
Porque eu sou tu...
E tu, és eu!!!
DIOGO_MAR