23 de nov. de 2008

Ai, que chique!

A cara feia do segurança desmanchou quando eu disse que só queria fazer uma fotinho do meu livro -- fiquei toda-toda vendo o "Como Começa" bem no meio da vitrine da Livraria da Vila do shopping Cidade Jardim. Chiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiique!

(ST)

O clique

"Quando a gente faz um bom poema é como se fechasse uma caixinha --faz clique."

(A escritora Luci Collin citando João Cabral de Melo Neto, ontem, na Balada Literária)

20 de nov. de 2008

Salve, Tatiana!

"Sou um pouco insegura, como qualquer pessoa que não é burra..."

"Criança não aprende. Absorve"

"Não brinquem com criança, não! Eles pensam, ponderam..."

"Não tenho preguiça, só desvontades. Às vezes a gente não tem vontade de fazer aquela coisa naquela hora, não é assim?"

"Texto não se escreve -- se reescreve"

"É chato ser fada 24 horas. Bruxa é bem melhor"

"A figura feminina mais importante da literatura brasileira não é Capitu -- é Emília"

(Tatiana Belinky, hoje de manhã, na abertura da Balada Literária)

19 de nov. de 2008

Elas resolvem qualquer problema


Entre as "espertíssimas": Miss Marple, a detetive criada por Agatha Christie. Na categoria "sensível e criativa": a fada-madrinha da Cinderela; do time das "megapoderosas": a Poderosa Ísis, claro. E fazendo a linha "eficiente, porém nervosa", a bruxa Creuza. Quem mais?

(Silvana Tavano)

17 de nov. de 2008

Tantas palavras (2)



... E então o hipopótamo e daí o crocodilo e de novo o hipopótamo e de repente o leão e (claro) o hipopótamo e quanta coisa acontece até aparecer o terrível mamute. Quem descobriu essa delícia de autora foi a Luciene Vieira.

(ST)

14 de nov. de 2008

13 de nov. de 2008

Arco-íris

Pergunto se você quer um caramelo
Ganho um sorriso amarelo

Pra não passar em branco
Invento um tombo e manco

Com o olhar verde-desconfiado
Você pede pra ver o machucado

Fico vermelho, disfarço, engabelo
Falo do reflexo dourado no seu cabelo

Fazer o quê?
Eu vejo cores em você!


(Silvana Tavano)

12 de nov. de 2008

Ainda sobre os assobios...

Não afirmo porque não tenho certeza, mas desconfio que somos muitos -- nós, os "desassobiados", pra usar essa palavra tão apropriada que minha irmã inventou.
Fiquei pensando: será que a coisa se repete em outras famílias, tipo "de mãe pra filhos"? (May, Lucienne: digam vocês!). Porque nossa mãe não conseguia, mas lembro bem do meu pai, as bochechas brancas de espuma de barba inflando e desinflando no ritmo do assobio do dia... Quer dizer, eu, minha irmã e nossos filhos desassobiados reforçam a impressão de que isso deve mesmo ser uma herança materna, porque os pais dos meninos assobiam, e muito bem. Não estou me referindo só aos sonzinhos básicos que as pessoas fazem o tempo todo, sem nenhuma dificuldade ou cerimônia, no elevador, na fila do cinema, acompanhando a música do rádio... Sabe aqueles assobios ensurdecedores, que o taxista escuta mesmo quando todo mundo está buzinando? Do tipo abafa-aplauso em show de rock? Então, são assim os assobios do meu marido. E ele nem faz pra se exibir, é natural mesmo.

(Silvana Tavano)

11 de nov. de 2008

No divã

Sempre me senti desajeitada nas aulas de educação física. Eu era um desastre, o tipo de aluna que desanima qualquer professor. Mas não tinha inveja das meninas que faziam aquelas estrelas e conseguiam saltar pra lá e pra cá com graça e leveza. Até porque eu também tinha os meus grandes momentos nas aulas de português, e mais ainda nos dias de prova, quando eu fazia muitas redações, a minha e de mais um monte de gente.
Outras coisas que não me chatearam: nunca ter conseguido mergulhar de cabeça (afinal, qual o problema de cair na água de pé?)nem ter ido muito longe nas aulas de piano.
Mas tenho, sim, uma frustração que carrego calada desde pequena. Aliás, literalmente calada. Não sei assobiar. Nem um fiu-fiu. E olha que eu tentei. Diziam: faz um biquinho assim. Eu fazia e nada. Põe a língua no céu da boca. Eu me enrolava inteira, engasgava, mas som que é bom, zero. Vibra a bochecha, puxa o ar pra dentro, fecha os olhos, coloca os dedos assim assado. Silêncio. Bom, às vezes até saía um "arzinho musical", uma espécie de sopro desafinado, mas nada que lembrasse um assobio, nem de longe.
O pior nem é não conseguir -- duro mesmo é fazer com que as pessoas acreditem que você não consegue. Como se assobiar fosse algo tão banal quanto piscar os olhos, pular amarelinha, essas coisas. Não, não é. Diferente de ter dotes pra ginástica olímpica ou talento musical, não conseguir assobiar é um problema. Sei lá, um tipo de defeito de fabricação. Soube disso no dia em que descobri que minha mãe não assobiava. Anos depois, outra revelação: minha irmã também não conseguia. Nunca falamos muito sobre isso lá em casa, simplesmente sabiamos. E tinha o Jeremias, que viveu mais de dez anos com a gente, preenchendo esse vazio com seus trinados caprichados.
...
Meu filho também não assobia, mas nunca se queixou dessa herança. Com ele aprendi que a gente canta e pronto. Nem sempre sai afinado, mas e daí? Já ouvi tanta gente assobiando fora do tom... Em compensação, quando a pessoa tem jeito pra coisa, nossa, é sensacional! Enquanto escrevo esse post, ouço o assobio estereofônico da Cícera vindo lá da sala: um som forte e cheio de bossa, uma beleza de assobio. Aí dá inveja, fazer o quê?

(Silvana Tavano)

10 de nov. de 2008

Sonho


Alguns esforços valem a pena -- inspiração pra começar a semana com o curta de Dony Permedi, da Escola de Artes Visuais de Nova York.
(ST)

9 de nov. de 2008

Cupido

Do escritor José Castello no Prosa & Verso (O Globo) de ontem:
"Na aventura de ler, mais do que a eficiência e o método, vale o estupor... Um leitor é, antes de tudo, alguém atravessado -- fulminado -- pela palavra do outro".

E não é exatamente assim que a gente se apaixona pela leitura?

(Silvana Tavano)

7 de nov. de 2008

Ele vai salvar o mundo?

Essa é a promessa do Captain Obama, com superpoderes do tipo "idealismo sem precedentes, dedicado à esperança, à liberdade e à mudança" (à venda no Imagine Gate). Mais aventuras do Obama-super-herói no blog de brinquedo.

(ST)

6 de nov. de 2008

Um bom jeito de contar

Encantador e comovente. "Mas por quê??! - A História de Elvis" fala da morte e de tudo o que vem junto -- revolta, tristeza, saudade-- com uma leveza incrível. Não conhecia o autor-ilustrador, o alemão Peter Schössow. Nota 10.
(ST)

Palavrear

Depois de uma aula animada sobre o dono da palavra -- o poeta Haroldo de Campos-- , novidade do projeto LivroClip, pule pro LeTroca , um jogo online em que a gente tem que usar as letras disponíveis pra formar palavras. Descobri esse recreio no Cadê o Revisor? na semana passada. Já virou minha brincadeira favorita.

(Silvana Tavano)

5 de nov. de 2008

Coisas (quase) impossíveis antes do café da manhã

...
1) fazer ginástica
2) ter idéias (qualquer uma, nem precisa ser boa)
3) contar piada ou assobiar

O que mais?


(Achei que ia ser moleza listar "7 coisas", mas não consegui. Pra mim, isso é puro exercício de ficção -- acordo cedinho, quase sempre muito bem humorada e faço trocentas coisas, inclusive um café da manhã caprichado).


(Silvana Tavano)

4 de nov. de 2008

Crescer

E agora -- abro ou não abro?
Melhor esperar. Minha mãe vai ficar chateada. Ela repetiu umas cem vezes: “VAMOS VER JUNTOS!”.
Nem é por isso... É que... Nem sei direito o que quero encontrar aí dentro.
Às vezes fico pensando que vai ser legal mudar. Uma escola maior, gente nova, outros professores... Mas, de repente, sei lá, tudo se inverte na minha cabeça, e começo a achar que essa escola é grande demais, tem muita gente e os professores nem devem conseguir saber quem é quem! Pior é quando penso que não vou encontrar meus amigos todos os dias. Se é que eles vão continuar sendo meus amigos!
Cinco e quinze. E ela só chega lá pelas sete -- não vai dar, acho que não agüento esperar!
E se eu ligar? É! Por que não? Claro, também é um jeito de “ver” junto!
Caixa postal. Ah, mãe! Cadê você? Quer saber: vou abrir e ler de uma vez. Chega de suspense!
E o Pedrão, será que ele também recebeu a carta? A Lu deve ter passado, tenho certeza!
Mas, e eu?
Cena um: não fui aprovado. Daí é como meu pai disse: “O destino decidiu por você”. É isso. Continuo na minha escola e pronto. Mas... Sei lá, acho que vou ficar meio mal... Mais ainda se todo mundo tiver passado no teste!
Cena dois: meu nome está aí. Isso também vai ser difícil porque então vou ter que escolher! Daí posso me arrepender de ir, e me arrepender de ficar.
É como dizem: se ficar o bicho pega, se correr, o bicho come.
Acho que eles vão me apoiar de todo jeito. Mas, no fundo, no fundo, sei que eles estão torcendo pelo final feliz “filho-aprovado-no-teste-muda-para-a-escola-onde-nós-estudamos”.
Só não tenho certeza de que esse é o melhor final pra mim. Quer dizer, nem é “final”, é começo, e o próximo capítulo da história – da minha história!-- está dentro desse envelope...
E agora – abro ou não abro?


(Silvana Tavano)

3 de nov. de 2008

Depois do dia das bruxas, fadas!

Depois que a Paulinha comentou que a Gabi, sua irmã menor, adorava desenhar fadas fiz um convite-encomenda que finalmente chegou. E pra quem achar que a Gabi não teve tempo de colorir a segunda fada, ela manda um recado: "As grandes obras também podem ser em preto e branco".
Nem sei de qual das duas gostei mais!

(Silvana Tavano)

2 de nov. de 2008

1 de nov. de 2008

Ficção?

A notícia é boa e bem diferente do que andei lendo e escrevendo sobre a crise e os livros. "Apesar da recessão à vista e da alta dos custos de papel e impressão, a mais recente profecia sobre o futuro do livro não fala em morte, e sim em ressurreição". No Caderno 2 de hoje, Sérgio Augusto conta que tem especialista garantindo que, agora, "os livros podem recuperar o terreno supostamente perdido para outras formas dispendiosas de entretenimento". Amém.

(ST)