O Pedro nasceu prematuro, mais especificamente com 34 semanas e 5 dias. Foi um sufoco. Um período inesquecível da minha vida, no qual eu aprendi muita coisa. Sofri muito também. Impossível descrever a dor que é ver seu recém-nascido em uma UTI. E você ali: impotente.
Espero que vocês nunca saibam.
Ele ficou lá por 12 longos dias. Para mim, uma eternidade. Lembro de cada detalhe. De cada palavra. De cada lágrima. De cada aperto no coração. De cada mãe que dividia sua história e seus medos na salinha de espera (algumas estavam ali há muito tempo).
Quando fomos para casa, tive a missão de continuar os cuidados com meu bebê. Tive pouco leite (ainda farei um post sobre aleitamento). Saí do hospital tomando antibiótico porque meu médico acreditava que eu estava com mastite. Ok, ok...mastite é "normal" foi o que me disseram.
Tomei 5 caixas de antibiótico e meu seio continuava com sinais inflamatórios. Aos 4 meses do Pedro, fui novamente internada com febre, pus no lugar do leite e muita dor. Resultado da infecção que começou no peito, e aquela altura do campeonato, já era generalizada.
Mais 7 dias de internação, longe do Pedro. Chorei todo tempo. Parecia que aquela dor nunca, nunca iria cicatrizar.
E vocês acreditam que mesmo com essa ferida aberta ainda existiram pessoas que colocavam o dedo nela???
Haaa...os pitacos!
Quem nunca teve que ouví-los? Se eu tenho um conselho a dar para quem visita alguém que acabou de ter um bebê é: NÃO dê pitacos. A não ser que eles sejam solicitados, claro (o que eu duvido). Cada criança é uma e cada mãe também. Portanto, deixe que o tempo faça sua parte. Mãe e filho sempre se entendem. Apesar dos pitacos...rs.
Voltei finalmente para casa, retomei minha vida e meus sonhos.
Hoje meu bebê já não quer mais ser chamado assim...ele me responde estufando o peito: sou um menino mamãe! Um pequeno guerreiro de 2 anos e 3 meses.
Mas afinal sobre o que é esse post?
Sobre a loucura que é ter um filho prematuro. A gente pira meu bem.
E pense em passar por tudo isso e ainda ter que voltar ao trabalho.
Desumano.
Graças a Deus eu tive o privilégio de ficar com meu filho. Mas tenho consciência que sou uma em meio a tantas que não tem a mesma sorte.
Portanto, por favor, assine a
lei do prematuro. Vamos tentar sensibilizar nossos políticos.
Divulgue a lei. Faça sua parte.
Beijo no coração e bom domingo para você!