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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

ensaio "de volta para o futuro II": um simples pensamento

Não sei o que você vai pensar, mas há algo muito especial, para além de uma simples coincidência, quando se trata de filmes e trilhas sonoras que marcaram a vida das pessoas!
Pensei nisso agora, hoje, assim, sem pretensões, apenas deixando aflorar a nostálgica lembrança do seu beijo (estou aqui me referindo ao "nosso" primeiro beijo), permitindo-me trazer o seu gosto -  sabor bom o de paixão adolescente, né? - para a boca que hoje saliva o sal da saudade. Porque tudo isso foi há tanto tempo...
Não sei se você vai pensar em alguma coisa; porém as insistentes coincidências sempre me fazem pensar, lembrar e, por que não?,  escrever...
A ficção muitas vezes é mais real do que a própria realidade... Não sei se você quer pensar a respeito...  o clichê cabe em qualquer lugar-comum. Por que não pensar que é possível voltar no tempo, então?
A memória me trai um pouco, penso eu. Eu que sempre fui de guardar tudo o que tem a ver com você. Mesmo (e principalmente) que você não pense nisso, que não se lembre de nada.
Porque nunca fomos "um casal". Porque sempre fomos algo desprovido de rótulos ou denominações. Porque éramos inteiros e agora... (agora?) Agora somos menos que a metade.
E eu não sei se você perde seu tempo pensando em mim... Apesar de... Ainda que... Enfim... não sei se você pensa em mim... E quando eu pensava em falar algo que estivesse associado a você, eu usava sempre, sempre mesmo, o título desse filme como uma espécie de epíteto, sabe?... De volta para o futuro, hoje eu penso em você, mas penso naquele Você que estava ao meu lado enquanto na tela desfilavam surpresas coloridas e futuristas... e naquele tempo eu pensava que um dia estaríamos pensando naquilo tudo.
Pena que, passados 35 anos, eu não (me) vejo de volta para o futuro!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

epígrafe (ou apenas mais um clichê)

"Da primeira vez que fomos para a cama, foi no sofá. [...] Toda história de amor precisa de um café e de um bar. E de vinho. Tomamos vinho, portanto." 
(Julianna Motter)

Café, bar e vinho, não necessariamente nessa ordem, eu acrescentaria ao terminar a leitura do texto. Claro que me lembrei de nós dois. Pensando melhor, eu diria que o sofá em questão, o da primeira vez, é o meu. E usaria o verbo no presente para enfatizar a sua presença. Mas não deixaria de dizer que o seu sofá também acolheu nossos corpos...
Ou, ainda, voltando à trilogia essencial para uma história de amor, eu diria que o bar foi o pretexto, enquanto o vinho era contexto e o café... bem o café foi, pelo menos na nossa primeira vez, o metatexto. E, talvez por tudo isso, agora que nossa intertextualidade não comunga as mesmas entrelinhas, eu não consiga escrever a nossa história... 

E agora acabo de ouvir a música que pode perfeitamente servir de trilha sonora para este texto... (e me lembro até de ter mostrado a canção pra você.. Ai... que saudade!!!)
Chiara Civello



Passo e ripasso
Se posso ritorno
Io canto di notte
E dormo di giorno
Cerco e ricerco
Qualcosa di bello
Dentro il mio specchio
Nascondo un mistero
Non prometto niente
Me amo davvero
Quello che dico
Non e' sempre vero
Ma la mia ingenuita'
Stesa sul sofa'
Sfioa la tua pelle
Ti bacia
E poi se ne va
Metto e rimetto
Un vestito nuovo
Ad ogni sogno
Che trovo e ritrovo
Scelgo le stelle
Per il mio cielo
Sento e risento
Una sensazione
Che con il vento
Puo' cambiare nome
La puoi chiamare
Se vuoi distrazione
Ma ogni verita'
Nuda sul sofa'
Sfiora la mia pelle
Mi bacia e poi
Se ne va
Ma la mia ingenuita'
Stesa sul sofa'
Sfioa la tua pelle
Ti bacia e poi se ne va

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

abstinência


Alucinadamente cometo incursões à caixa de correspondência. De meio em meio minuto. Nada de email. Nenhuma resposta abranda essa ânsia desesperada de esperar. A distância, que torna a incomunicabilidade mais acessível aos meios, ironicamente faz menos alcançáveis os emails nas pastas disponíveis por essas bandas não muito largas. Falha da memória não programável, que armazena automaticamente os arquivos que desejamos remover e processa nossos dispositivos, que se batem, rebatem, em bytes infinitamente insignificantes e de duração questionável.
Quando o abominável F5 não apresenta aplicabilidade, outros spams chegam ao meu novo endereço eletrônico. Por um ou dois segundos, os olhos se distraem na caixa de entrada do todo-poderoso Outlook. Alarme falso. Envelope amarelo fechado, remetido por sabe-se lá quem ponto com, sem o conteúdo desejado, vai direto para a lixeira.
Aproveito para acalmar a taquicardia relendo as mensagens recebidas de usuários menos passionais. Pego atalhos e caio em outras redes, lá onde outros perfis sorriem. O encontro tão ao alcance do teclado. Imagens digitalizadas na memória primitiva são expostas e compartilhadas com amigos comuns com quem não nos relacionamos mais... As impressões digitais permanecem facilmente reconhecíveis.
Novo clique no botão “atualizar”... e sou salva pela queda da conexão. 

sábado, 23 de abril de 2011

basti-dores

(primeiro ato)
sorrateiramente, sua mão se distancia e não toca mais meus sonhos. pleno de argumentos vazios, seu olhar escapa da mira que alvejo: meu desejo. pacientemente você desconstrói - tijolo a tijolo - o alicerce frágil e utópico que erguemos. não sinto seu cheiro exalando dos meus poros e esconderijos.

(defecho)
Ao acordar, não dirijo a palavra a ninguém. Só me resta escrever essas emoções despedaçadas que restam, me arrastam... pro abismo. E eu cismo que você lerá estas linhas! Por isso, antes de assinar embaixo, ergo a cabeça e confesso: eu não sou essa doçura que você provou. Meu fel escorre entre o verbo e a rima... depois contamina sua poesia verborrágica e instantânea. Eu falo isso pra você não pensar que quis enganar. ...Foi melhor você ter ido antes de experimentar meu veneno

terça-feira, 12 de abril de 2011

sobre os atrasos

Quem nunca teve um amor que demorou a chegar que atire a primeira estrela! Amores sempre chegam fora do tempo. Atemporais e nos temporais de ilusão, medos, indecisões... Amores quando vêm são inescrupulosos e tardios, nunca se antecipam; não acontecem no calor vívido da esperança... "amor chega tarde" (será que é isso que disse Drummond?)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

sufoco

detesto os dias brancos de você. dias sem sorrisos. eu detesto dias sem verso ligeiro. detesto o dia inteiro pela metade. dia de inverno frio ardendo verão em saudade e ausência. eu detesto. detesto escrever em vazios sem-sentidos. detesto o que não é dito. o que está inescrito nas entrelinhas sem subterfúgios. detesto silêncios na tarde. tarde de espera. detesto que você tarde. eu detesto.