É verdade que, desde que você escolheu o meu silêncio, tenho tido saudades. Muitas saudades. Todas as saudades possíveis. sei que eu já disse que tenho muitas saudade de você e de todas as nossas frases feitas, os nossos clichês adoráveis e prediletos! Eu tenho saudade de escrever pra você. Saudade de usar meandros gramaticais para a trama previsível e inusitada que rabisco para vivermos. como se fôssemos um filme, o melhor roteiro adaptado! Cannes, a Palma de Ouro! Sim, seríamos premiados!
E eu sinto falta de escrever essas bobagens sentimentais para você. Falta de escrever e ficar imaginando a expressão do seu rosto ao ler essas palavras quase desconexas mas bem colocadas e sintaticamente coerentes. E por isso hoje, quando você disse... Ah! você disse tanta coisa durante aqueles poucos minutos em que os relógios duraram o tempo da nossa conversa em silêncio... Um abraço que me fez sentir mais saudade de escrever pra você. Saudade do tempo em que você não dizia nada e eu escutava você dizer tudo o que eu queria ouvir...
Tão bom encontrar meu verbo reverberando no seu olhar sedutor. Tão bom sentir sua presença na ponta da língua (fiquei com medo de abrir os olhos depois que trocamos aquele beijo, confesso).
O convite ali pronto. E o sorriso embaraçado, sem saber o que dizer. E silenciar amena e intensa, e calar o corpo - a maldita taquicardia e o gemido. A vibração e o desejo em ascensão. E assim permanecemos: úmida e túrgido. E veio a saudade daquilo que ainda não vivemos. E me lembrei de um desejo antigo, que trago desde quando nos deitamos pela primeira vez. Uma noite inteira. Acordar ao seu lado (assim mesmo, com toda a pieguice que a expressão "dormir junto" carrega!). Hoje eu quase falei que tenho saudade de desejar passar uma noite com você. E tenho muitas saudades de sentir saudade!
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