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terça-feira, 25 de março de 2014

O jornalista supersincero


Você não tem uma foto melhor, não? Eu vi a que você me mandou, mas você tá tão gorda lá, cara de cu. Vai estragar minha matéria.

Caneta de novo? Vocês já deram jabá melhor pra imprensa, hein?

Eu não vou publicar o seu release porque tá uma merda.

Reunião? Teu chefe não tá em porra nenhuma de reunião. Ele não quer é me atender.

Não vem com esse papo de amiguinho. Você só tá me escrevendo porque tá desempregado e quer uma boquinha aqui na redação.

Prefiro que você me envie as respostas por e-mail. É que estou com uma preguiça danada de fazer a entrevista por telefone.

O lançamento do celular em si não me despertou nenhum interesse. Eu só vim mesmo pra coletiva pra comer. Aproveita e me passa aquele canapé. O de tomate seco.

Você não tem uma declaração mais original, não? Essa história de que agora é levantar a cabeça, corrigir os erros e trabalhar duro em busca dos três pontos é tão clichê.

Ele tá em reunião ainda? Escuta, querida, não é que eu me importe com o que ele tem a falar. Eu tô cagando pro que ele tem a falar. É que eu tenho que ouvir a porra do outro lado pra fechar a matéria.

Adoro desgraça de pobre. Sempre dá audiência.

Já que você está muito a fim de me namorar, eu preciso te avisar: eu não sou famoso, eu trabalho de fim de semana e, ontem num e-mail, você escreveu abraço com dois esses. É com cedilha, anta!


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sexta-feira, 1 de abril de 2011

As mentiras que os jornalistas contam


Para celebrar este 1º de abril, resolvi relembrar frases clássicas de jornalistas nem um pouco comprometidas com a verdade.

Fique tranquilo que, se você está me dizendo que é off, a gente não vai publicar.

Sabe a foca gostosa, a namoradinha do editor-executivo? Então, comi ontem.

Já decidi: vou parar de beber, de comer porcaria e começar a cuidar mais da minha saúde.

Faz o seguinte: manda o release pro meu e-mail que depois eu leio com calma, ok?

Meu amigo, tô trabalhando. Você acha que eu sou o tipo que fica dando carteirada por aí?

Eu não trabalho num jornaleco que se vende por qualquer anúncio. Eu sou da grande imprensa. Temos independência.

Não vejo a hora de abandonar essa profissão ingrata. Como eu odeio o jornalismo!

E as mentiras que os jornalistas ouvem

Finalmente o jornal decidiu que vai ter um plano de carreira para vocês.

Meu bem, é claro que eu não me importo de você trabalhar até as quatro da manhã.

Querido, olha, a pauta é ótima, superinédita. Eu tô mandando o release só para vocês, viu?

Futuros jornalistas, percebam como é nobre a nossa profissão. Vocês têm a chance de mudar o mundo!

Aqui, na nossa agência de assessoria, você só vai atender um ou, no máximo, dois clientes. O trabalho é bem fácil.

O doutor acabou de entrar em outra reunião, ainda mais urgente, e não vai poder te dar a entrevista agora.

Paulo Maluf não tem nem nunca teve conta no exterior.


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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Verdades absolutas mais relativas da imprensa


Jornalista escreve corretamente.

Toda jornalista de TV precisa ser bonita. (vejam a Miriam Leitão)

A grande imprensa é livre e independente.

O sindicato está empenhado em defender a categoria.

Jamais trabalharei como assessor de imprensa!

Jornalista cultural é tudo viado.

Jornalista esportivo não pode torcer pra time de futebol.

O jornalismo é um mundo encantado, cheio de glamour.

A área comercial não interfere na área editorial.

Só notícia ruim vende jornal. (a péssima também)

A faculdade de jornalismo forma jornalistas.


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sexta-feira, 30 de julho de 2010

As mentiras que os jornalistas contam


Fique tranqüilo que, se você está me dizendo que é off, a gente não vai publicar.

Sabe aquela foca gostosa, a namoradinha do editor-executivo? Então, comi ontem.

Já decidi: vou parar de beber, de comer porcaria e começar a cuidar mais da minha saúde.

Faz o seguinte: manda o release pro meu e-mail que depois eu leio com calma, ok?

Meu amigo, eu tô trabalhando. Você acha que eu sou o tipo que fica dando carteirada por aí?

Eu não trabalho num jornaleco que se vende por qualquer anúncio. Eu sou da grande imprensa. Temos independência.

Não vejo a hora de abandonar essa profissão ingrata. Como eu odeio o jornalismo!

E as mentiras que os jornalistas ouvem
Finalmente o jornal decidiu que vai ter um plano de carreira para vocês, meus caros jornalistas. Aguardem!

Meu bem, é claro que eu não me importo de você trabalhar até as quatro da manhã. Te espero ansiosamente em nossa cama, tá?

Querido, olha, a pauta é ótima, superinédita. Eu tô mandando o release só para vocês, viu?

Futuros jornalistas, percebam como é nobre a nossa profissão. Vocês têm a chance de mudar o mundo!

Aqui, na nossa agência de assessoria de imprensa, você só vai atender um ou, no máximo, dois clientes. O trabalho é bem fácil.

O doutor acabou de entrar em outra reunião, ainda mais urgente, e não vai poder te dar a entrevista agora.

Paulo Maluf não tem nem nunca teve conta no exterior.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Young Flu


Havia uma questão que muito me intrigava quando eu ainda era estudante: será que tudo que lemos nos jornais ou assistimos na televisão é verdade? Naquela época, eu era um cara desconfiado e, naturalmente, minha primeira resposta à pergunta foi “não”. E realmente nem tudo é verdade, o que não quer dizer também que é tudo mentira. O segredo é ficar atento, questionar, conhecer os veículos de comunicação e não aceitar passivamente todas as informações que recebemos. O mesmo serve para a propaganda. Ou será que alguém ainda acredita que a Xuxa realmente usa o creme hidratante da Monange?

Desde que minha ex me trocou pelo office-boy da firma, passei também a desconfiar das mulheres, mas essa é uma outra história.

No caso da imprensa, existem as grandes mentiras, como a clássica A Guerra dos Mundos, de Orson Welles, que enganou muitos ingênuos. Existe também a verdade distorcida, como a promovida pela mídia ideológica, de Hitler a Chávez. Outros exemplos não faltam, inclusive cá, no Brasil.

Não podemos esquecer ainda das mentirinhas bobas, que, teoricamente, não fazem (ou não deveriam fazer) mal a ninguém. Em minha trajetória pelas redações, conheci e ouvi falar de jornalistas que inventavam nomes de personagens e, em casos piores, declarações.

Certa vez, numa Copa do Mundo, um jornalista precisava redigir a escalação da seleção de futebol da Coréia do Sul. Ao terminar, notou que só tinha 10 nomes. Percebeu que havia vários atletas com o nome Young, talvez uma espécie de Silva por lá. Não bobeou e acrescentou o craque Young Flu ao escrete coreano. Para quem não sabe, Young Flu é o nome de uma torcida do Fluminense. Antes de cometer tal "delito", o criativo jornalista deve ter pensado: “quem é que conhece a porra da escalação da Coréia do Sul?”