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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O "rei" Roberto Carlos canta seus clássicos jornalísticos



Espaços (versão de Detalhes)

Espaços tão pequenos
Pra depois
Ter textos muito grandes
Pra escrever
E a toda hora eu fico
Aqui cortando
Para caber.


Jornalista à moda antiga
(versão de Amante à moda antiga)

Eu sou um jornalista à moda antiga
Do tipo que ainda fuma horrores
Apesar de umas safenas e a barriga avantajada
Ainda como uma picanha acebolada.


Tem dissídio (versão de Jesus Cristo)

Tem dissídio, tem dissídio
Tem dissídio me alegrando aqui.

(Agora todo mundo batendo palma)

Tem dissídio, tem dissídio
Tem dissídio me alegrando aqui.

(Agora só quem não recebe aumento há muito tempo)

Tem dissídio, tem dissídio
Tem dissídio me alegrando aqui.


Nossa senhora (versão de Nossa Senhora)

Nossa senhora do bom plantão
Cuida do meu domingão
Que ninguém morra-a
Neste período
Eu tô sozinho
Cuida de mim.


O descanso (versão de O portão – “Eu voltei”)

Eu folguei!
Nem deu pra acreditar
Consegui
Dormir e vegetar
Eu folguei!
Um dia lembrarei
Eu folguei...


Depressões (versão de Emoções)

Sei que a profissão
Eu quis abandonar
Até cafetão
Já pensei em virar
Só ralei e me fodi
Mas o importante
É que não desisti...

Só ralei e me fodi
Mas o importante
É que não desisti.

Leia também: Chico Buarque canta seus clássicos jornalísticos

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Chico Buarque canta seus clássicos jornalísticos


História de uma jornalista
(versão de História de uma gata)

Nós, jornalistas, já nascemos pobres
Pior, não nascemos livres
Senhor, senhora ou senhorio
Aumento, jamais receberás.


Vai chegar (versão de Vai passar)

Ai que vida de merda, ô lerê
Ai que vida de bosta, ô lará
O anúncio do passaralho geral vai chegar.

Ai que vida de merda, ô lerê
Ai que vida de bosta, ô lará
O anúncio do passaralho geral... vai chegar.


Meu caro inimigo (versão de Meu caro amigo)

De madrugada rola muito besteirol
Tem piadinhas e papo de futebol
Compraram pizza e umas latas de Skol
Mas o que eu quero é lhe dizer...
Que a coisa aqui tá preta
Até as quatro vai ter muita ralação
Os olhos vão fechando, que cansaço, que maré
Trabalho e mais trabalho e também sem um café
Ninguém suporta o pescoção.


O emprego (versão de A banda)

O foca triste que vivia sem grana sorriu
O frila triste que vivia na lama curtiu
Jornalistada toda se assanhou
Pra ver o emprego chegar
Mesmo pra ser revisor.

Pra ver o emprego chegar
Mesmo pra ser revisor.


O que será (versão de O que será)
O que será, que será?
Que passa na cabeça
De um estudante
Que busca uma carreira
Gratificante
Mas faz uma besteira
E cai no abismo
Esquece Engenharia
Faz Jornalismo
E vive a ilusão
Dos infelizes
Está na profissão
Das maluquices
Na área dos fodidos
Incompreendidos
Em todos os sentidos
Que vida terá?
Que nunca deu dinheiro
Nem nunca vai dar
Que nunca deu futuro
Nem nunca vai dar
Mas tem o seu fascínio.


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