Apareces sempre nas piores alturas. Sem convite, o teu descaramento chega a ser ofensivo. A arrogância com que te presenteias, vestido a rigor nesse teu sangue-frio clássico. Apareces sempre nas piores alturas. Vens esticar o dedo à ferida, ainda está o rasgão fresco. És como aqueles cristais que nos obrigaram a estudar em Geologia - as coisas hediondas que nos obrigam a saber - que se instalam nas fendas das rochas, se deixam dissolver na água da chuva, pela calada, e quando a senhora pedra está pronta para sarar, lá cristaliza o cristal, caprichoso, para deixar boa impressão - BAM!, ar da sua graça, está a rocha mais estalada. Algumas chegam a desagregar - as coisas hediondas que nos obrigam a saber, para acabarem inúteis em analogias pobres. Apareces e - BAM!, ar da tua graça - fragmento.
domingo, 8 de janeiro de 2012
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