domingo, 6 de julho de 2008
Uma arquitectura original e grandiosa
A arte egípcia destinava-se, sobretudo, a glorificar os deuses e o faraó. Para isso, inúmeros artistas, ao longo de milhares de anos, construiram magníficos templos e grandiosos túmulos, esculpiram estátuas e baixos-relevos, decoraram paredes com cenas religiosas ou da vida quotidiana, fabricaram belas jóias e peças de cerâmica.
Ainda hoje nos maravilhamos com a diversidade e a vitalidade da arte egípcia. Ela possui, além disso, uma notável originalidade, distinguindo-se facilmente da arte de outros povos.
O gosto pelo grandioso, o duradouro, o eterno, levou os arquitectos egípcios à construção de majestosos templos de pedra que desafiam os séculos. Um dos elementos mais originais dos templos egípcios é o sistema de suporte dos tectos, através de colunas de pedra. Estas colunas, cuja criação pertence aos egípcios, inspiram-se na natureza. Lembram palmeiras, papiros, flores de lótus.
Para além dos templos, os arquitectos egípcios construiram também numerosos monumentos funerários. Na verdade, a crença na imortalidade exigia a construção de túmulos para preservar os corpos. Durante o 3º milénio a.C., construiam-se mastabas, pirâmides em degraus e pirâmides de faces lisas.
As mastabas foram os primeiros túmulos construídos pelos Egípcios. Tinham a forma de um tronco de pirâmide ( como se cortássemos a parte superior de uma pirâmide). No centro situava-se um poço que comunicava com a câmara funerária. Depois de se descer o sarcófago com o morto, a câmara era selada e o poço de acesso bloqueado.
As maiores pirâmides foram construídas no planalto de Gizé, no Baixo Egipto.
A maior delas, que serviu de túmulo ao faraó Quéops foi construída cerca de 2600 anos a.C., tendo-se utilizado dois milhões e quinhentos mil metros cúbicos de pedra. Os enormes blocos foram arrastados sobre trenós, através de rampas de terra, à custa do esforço humano. O historiador grego Heródoto, que esteve no Egipto em 450 a.C., diz que na construção da grande pirâmide trabalharam cem mil homens, durante vinte anos.
Pirâmide de Quéops
Para dificultar as violações e os roubos do recheio dos túmulos, os faraós do 2º milénio a.C., começaram a mandar fazer sepulturas subterrâneas em lugares escondidos. Estes novos túmulos, escavados na própria rocha, são chamados hipogeus.
Hipogeu é uma palavra grega e significa "debaixo da terra". Era, portanto um túmulo subterrâneo. A maior parte destes túmulos foram descobertos e saqueados, sobretudo em épocas de invasões estrangeiras ou de confusão interna.
Um único hipogeu que chegou quase intacto aos nossos tempos - o de Tutankhamon, foi descoberto em 1922 pelo arqueólogo inglês Howard Carter.
No interior do túmulo foram encontradas mais de cinco mil peças preciosas, material de escrita, instrumentos musicais, roupas, etc.
A múmia estava encerrada, sucessivamente em vários sarcófagos, uns dentro dos outros. O último era de ouro maciço, pesando cerca de 200 quilos.
Finalmente, sobre o rosto de Tutankhamon, uma lindíssima máscara funerária de ouro e lápis-lazuli.
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domingo, 4 de maio de 2008
O julgamento dos mortos
Os Egípcios acreditavam que, depois da morte, a alma seria julgada no tribunal de Osíris. Nesta pintura sobre papiro, Osíris, sentado no seu trono, preside ao julgamento, acompanhado por Ísis. À esquerda, vestido de branco, conduzido pelo deus-chacal Anúbis, o defunto faz uma "confissão" semelhante à que se leu no tema anterior.
Anúbis pesa o coração do morto, enquanto o deus Tat anota o resultado da pesagem. Se o coração pesasse mais do que uma pena de avestruz, por, em vida, o defunto ter sido mau, seria devorado pelo monstro com cabeça de crocodilo, que espera junto da balança. Se, pelo contrário, fosse bom, viveria para sempre e poderia regressar ao corpo.
O defunto será levado, de novo. à presença, de Osíris para ouvir a decisão final.
Apesar de toda a alegoria contida nesta história mitológica, podemos ainda assim extrair uma importante verdade para nossas vidas.
O que realmente fazemos das nossas vidas? Como temos agido? Será que agimos com respeito aos nossos semelhantes e a nós mesmos, de forma a deixar os nossos corações leves como uma pluma?
Realmente esta é uma pergunta que um dia todos nós faremos. Alguns, fazem quando já não há mais tempo nesta manifestação tridimensional; já outros a procuram por longos caminhos mas acabam encontrando. E, no final, percebem que é necessário fazer algo. Algo pelos nossos semelhantes, algo pela nossa sociedade, algo por nós mesmos. Surge então o dever de agir movidos pelo respeito a tudo e a todos, um princípio que norteia um coração leve.
Se nos pautarmos em princípios que enobrecem o ser humano, tomando atitudes que demonstram o respeito assumido perante o tudo e perante o todo, notamos que o nosso sentimento, a nossa vida se torna realmente mais leve, o nosso sono é mais tranqüilo, o nosso coração parece realmente mais pausado e leve. Parece até que a mitologia egípcia adquire conotações físicas.
O Julgamento de Osiris serve, pois, para que passemos a ter mais consciência da nossa função. As nossas acções reflectem-se por toda a nossa vida e fica claro que cabe a cada um assumir a responsabilidade dos seus actos, consciente agora de que o “peso” dos nossos corações é o reflexo de tudo o que fizemos.
Etiquetas: julgamento, mortos
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sexta-feira, 18 de abril de 2008
Documento
Um texto do "Livro dos Mortos"
- Quando o defunto se apresentava no tribunal de Osíris, para ser julgado, devia pronunciar a seguinte "confissão":
"Homenagem a ti, ó grande deus. [...] Não fiz mal. Não maltratei servidores. [...] Não fiz sofrer ninguém de fome. Não fiz chorar ninguém. Não cometi nenhum assassínio. Não roubei as ofertas dos templos. Não roubei os presentes dos deuses. Não falsifiquei os pesos da balança. Não ocupei os campos. Não tirei leite da boca das crianças. Não fiz nenhum desvio no canal de rega. [...] Sou puro, sou puro, sou puro..."
Livro dos Mortos, II
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quinta-feira, 3 de abril de 2008
A crença na imortalidade
Na verdade, os Egípcios acreditavam que, depois da morte, existoa uma outra vida, isto é, acreditavam na imortalidade da alma. Após a morte, a alma iria comparecer no tribunal de Osíris, onde seria julgada. Se a sua vida terrena o merecesse, receberia como recompensa a vida eterna. Para isso, era necessário que o corpo se conservasse incorrupto, para que a alma pudesse voltar a habitá-lo.
Os corpos dos mortos era mumificados por especialistas. Depois disso, a múmia era metida dentro de um sarcófago de madeira ( ou de ouro, nalguns casos) e colocada no túmulo, juntamente com alimentos, utensílios, estatuetas representando os servidores, etc. Nas paredes do túmulo eram pintadas cenas da vida terrena ou da vida eterna.
Os faraós e outros grandes senhores mandavam construir túmulos de uma grandiosidade impressionante, como por exemplo as pirâmides. Claro que a construção de um túmulo era dispendiosas. A maior parte da população egípcia era simplesmente sepultada na terra. A imortalidade só estava ao alcance de alguns.
A mumificação no Egípcio, fazia-se do seguinte modo : os mumificadores começavam por extrair o cérebro e as víceras (coração, pulmões, intestinos, etc), que eram limpos e metidos em vasos especiais, também colocados no túmulo; em seguida, procedia-se à desidratação do cadáver - para isso, mergulhavam-no num líquido à base de natrão, um produto desidratante natural, obtido em minas, no Alto Egipto; fazia-se depois o enchimento das cavidades do corpo com natrão, resinas perfumadas e outras substâncias como nitra e canela; o cadáver era ainda esfregado com óleos aromáticos e, finalmente, enfaixado com panos de linho e colocado dentro do sarcófago.
Etiquetas: imortalidade
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terça-feira, 18 de março de 2008
O Politeísmo egípcio
Os Egípcios foram um povo extremamente religioso. Acreditavam na existência de numerosos deuses, isto é, eram politeístas. Cada região tinha os seus deuses, mas alguns, mais prestigiados, acabaram por ser adorados por todo o Egipto, como Amon-Rê, o deus-Sol. Outras divindades igualmente importantes eram: Osirís, que os Egípcios acreditavam ter sido o primeiro rei-deus a governar a terra egípcia e que presidia ao julgamento dos mortos; Ìsis, esposa de Osíris e mãe de Hórus, o deus falcão, protector do faraó; Tot, deus da sabedoria; Hathor, deusa do amor e símbolo da fecundidade e muitos outros.
A maior parte desses deuses representavam forças da natureza ou grandes qualidades humanas. Isso explica que os Egípcios os imaginassem umas vezes com formas animais, outras vezes com formas humanas e, outras ainda, com formas mistas, humana e animal.
Para celebrarem o culto dos deuses, os Egípcios construiram imensos templos, alguns de dimensões grandiosas. Os templos tinham nimerosos sacerdotes, sacerdotisas, escribas e outras pessoas ao seu serviço. Dispunham de grandes propriedades, armazéns e oficinas, e recebiam ainda grandes ofertas dos fiéis.
Boa parte da riqueza produzida no Egipto era destinada à religião; à construção de templos; à manutenção do culto e do clero e, também, à preparação da vida para além da morte.
Ao longo dos três mil anos de história do Antigo Egipto, houve apenas uma tentativa de contrariar o politeísmo tradicional. O faraó Amenófis IV, que reinou por volta de 1370 a.C., procedeu a uma profunda reforma da religião. Instituíu o culto de um único deus, Aton, o disco solar. Todavia, esta tentativa era tão contrária às tradições e aos interesses do clero, que, após a morte de Alchenaton (novo nome adoptado por Amenófis IV), o seu sucessor, o jovem Tutankhamon, foi obrigado a regressar ao politeísmo, sob pressão dos sacerdotes.Etiquetas: politaismo
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
O faraó, um rei-Deus
"Volta a tua face para mim, ó Sol nascente que iluminas o mundo com a tua beleza, disco resplandescente entre os homens, que afastas do Egipto as trevas [...]. Quando repousas no teu palácio, ouves o que se diz em toda a parte, pois tens milhões de ouvidos.
Os teus olhos brilham mais do que as estrelas do céu[...]. Se se fala, mesmo que seja com a boca encostada à parede de uma casa, as palavras chegam aos teus ouvidos. Se se faz qualquer coisa em segredo, os teus olhos veêm tudo, ó rei, senhor generoso, que a todos dás o sopro da vida."
Papiro Anastasi V
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quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
O faraó: um rei divinizado
A partir da unificação, o faraó tornou-se o símbolo do poder e da unidade do Egipto. De facto, era o faraó quem garantia essa unidade, uma unidade frágil, com o país sempre à beira de se dividir de novo.
O Egipto teve, na verdade, algumas épocas em que o poder dos senhores locais ou as invasões estrangeiras conseguiram abalar a unidade do reino. Todavia, após esses períodos, um novo faraó acabava por reunificar o Egipto e impôr a sua autoridade.
O faraó dirigia o Egipto como uma grande propriedade pessoal. Governava o país a partir do seu palácio (a "Casa Grande"), situado na capital. Nomeava os governadores das províncias, mandava cobrar os impostos, dirigia as obras hidráulicas, fazia a paz e a guerra, premiava os que o serviam e castigava os que o traíam, velava pela ordem em todo o Egipto.
Era sacerdote supremo, administrador da justiça, comandante do exército, distribuidor da riqueza. Dispunha, portanto, de um poder absoluto, sobre as coisas e sobre as pessoas.
Como se explica este enorme poder do faraó?
O faraó era considerado um deus vivo, filho do deus-Sol, Amon-Rê. Os reis do Egipto, através da religião e com o apoio da classe sacerdotal, conseguiram assim transformar o seu poder num poder sacralizado: ninguém podia desobedecer ao faraó, porque isso era o mesmo que desobedecer aos deuses. A divinização do faraó explica a sua grande autoridade e o seu prestígio.
Desta forma, a monarquia faraónica consegiui perdurar ao longo de quase três mil anos.
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Um Rio e um Povo
Deltacat.blogs.sapo.pt/
Fev/2007
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