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terça-feira, 4 de março de 2014
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Markovic é jogador de playstation
O Benfica - Guimarães de ontem começou com uma inenarrável "disposição táctica" dos vimaranenses, ou melhor, do seu patético treinador. Em cima da grande área, o Vitória exibia uma linha de 8 (!!!) jogadores dando uma imagem provinciana e amadora do que deve ser o futebol de alta competição. Ok, até Mourinho já recorreu a tácticas ultra-defensivas, mas nem no pior pesadelo Trapattoniano me lembro de ver um boeing do gabarito daquele que Rui Vitória colocou ontem no início da partida.
Com um único jogador sem grande preocupação defensiva (Mazou), os outros 10 encurralavam-se junto do seu GR. Logo ali fiquei com a ideia que não ia ser fácil penetrar aquela muralha, ou pelo menos sem que se alterasse algo da nossa estratégia habitual. Como furar então aquela defesa ? As diagonais mais perigosas da nossa equipa são invariavelmente as que resultam das desmarcações de Lazar Markovic, portanto parecia-me ser essa a solução com mais probabilidade de sucesso, porque no jogo "estático" e organizado era muito complicado abanar a estrutura híper conservadora com que o Vitória se apresentou na Luz.
Penso que JJ ter-se-á apercebido disso e terá provocado uma nuance táctica ao permitir que Markovic deambulasse por toda a frente de ataque ao invés de ficar amarrado a um dos flancos. E a verdade é que o Sérvio D'ouro estava endiabrado, nos primeiros 45 minutos rebentou com todos os que lhe apareceram pela frente e culminou o recital com um golo de playstation (L1 + 0 ??), um chapéu brutal num curtíssimo espaço de terreno. Um golo assim...só na playstation mesmo.
O Guimarães, apesar de nunca ter feito cócegas sequer, deixou de estar tão embaraçosamente recuado como nos primeiros minutos e procurou causar algum nervosismo no Benfica, que apareceu a espaços, mas mais pelo que os 3 pontos de ontem significariam do que por uma prestação conseguida. Porque na verdade, ocasiões de golo foram só do Benfica (escandalosa a de Lima, já depois de ter driblado o GR) e a vitória nunca perigou, mas foi uma exibição q.b. apenas.
Lima deve ter corrido uma enormidade mas não foi feliz, louve-se o seu espírito de sacrifício e capacidade de trabalho; Fejsa esteve muito bem, hoje por hoje não o trocava por Javi Garcia: corre tanto ou mais que o espanhol e é mais rápido; Luisão é o xerife da defesa, simboliza o espírito daquela equipa; Enzo esteve mais apagado que o costume, ainda assim a maioria dos lances de perigo começou nele; Rodrigo foi o melhor - depois de Markovic - no ataque, fez um bom jogo e demonstra boa forma (os gregos que se cuidem).
Markovic é um génio. Com a chegada de Salvio à melhor forma e consequente titularidade do lado direito do ataque, pergunto-me se o lugar de Lazar Markovic não deverá ser como segundo avançado, solto, à lá JVP, deambulando por toda a frente de ataque ?
Faltam 25 pontos.
Com um único jogador sem grande preocupação defensiva (Mazou), os outros 10 encurralavam-se junto do seu GR. Logo ali fiquei com a ideia que não ia ser fácil penetrar aquela muralha, ou pelo menos sem que se alterasse algo da nossa estratégia habitual. Como furar então aquela defesa ? As diagonais mais perigosas da nossa equipa são invariavelmente as que resultam das desmarcações de Lazar Markovic, portanto parecia-me ser essa a solução com mais probabilidade de sucesso, porque no jogo "estático" e organizado era muito complicado abanar a estrutura híper conservadora com que o Vitória se apresentou na Luz.
Penso que JJ ter-se-á apercebido disso e terá provocado uma nuance táctica ao permitir que Markovic deambulasse por toda a frente de ataque ao invés de ficar amarrado a um dos flancos. E a verdade é que o Sérvio D'ouro estava endiabrado, nos primeiros 45 minutos rebentou com todos os que lhe apareceram pela frente e culminou o recital com um golo de playstation (L1 + 0 ??), um chapéu brutal num curtíssimo espaço de terreno. Um golo assim...só na playstation mesmo.
O Guimarães, apesar de nunca ter feito cócegas sequer, deixou de estar tão embaraçosamente recuado como nos primeiros minutos e procurou causar algum nervosismo no Benfica, que apareceu a espaços, mas mais pelo que os 3 pontos de ontem significariam do que por uma prestação conseguida. Porque na verdade, ocasiões de golo foram só do Benfica (escandalosa a de Lima, já depois de ter driblado o GR) e a vitória nunca perigou, mas foi uma exibição q.b. apenas.
Lima deve ter corrido uma enormidade mas não foi feliz, louve-se o seu espírito de sacrifício e capacidade de trabalho; Fejsa esteve muito bem, hoje por hoje não o trocava por Javi Garcia: corre tanto ou mais que o espanhol e é mais rápido; Luisão é o xerife da defesa, simboliza o espírito daquela equipa; Enzo esteve mais apagado que o costume, ainda assim a maioria dos lances de perigo começou nele; Rodrigo foi o melhor - depois de Markovic - no ataque, fez um bom jogo e demonstra boa forma (os gregos que se cuidem).
Markovic é um génio. Com a chegada de Salvio à melhor forma e consequente titularidade do lado direito do ataque, pergunto-me se o lugar de Lazar Markovic não deverá ser como segundo avançado, solto, à lá JVP, deambulando por toda a frente de ataque ?
Faltam 25 pontos.
domingo, 12 de janeiro de 2014
Foi à Eusébio !!
Dizia o King «enquanto eu joguei, o Porto nem cheirou», referindo-se às conquistas de Campeonatos (inexistentes) por parte dos nossos rivais. Hoje foi mesmo assim, com 11 Eusébios em campo, o Porto nem cheirou.
Foi um jogo de grande entrega e raça dos nossos rapazes, demonstrando a garra de que é feito o Benfica. E essa foi a melhor resposta ao muito que se disse e escreveu (os ridículos pseudo-intelectuais que tentaram minorizar uma figura mítica, espantados pelo poder e impacto de um miúdo pobre da Mafalala; e também aos pobres de espírito que através de blogues afectos ao Porto gozaram, faltaram ao respeito e - como sempre fazem - insultaram os benfiquistas e tudo o que seja vermelho).
Aos primeiros, sobretudo os "jornalistas desportivos", os que diziam coisas como uma derrota do Benfica será muito difícil de superar ; ficar a 3 pontos de Porto e Sporting é um duro golpe ; Jesus tem medo ; Jesus vai mudar ; e outras balelas do futebolês, aqui fica o voto de resto de um bom Domingo e a farmácia de serviço já recuperou o stock de Rennie.
Aos outros, os idiotas úteis, os que se dizem adeptos de um clube e passam a semana a "postar" verborreia sobre o Sport Lisboa e Benfica (porque de facto eles só vêem encarnado...), a esses deixou-lhes uma citação de Maradona...
Custou-me ver e ler as barbaridades que se disseram, hoje atingiu-se mesmo a pouca vergonha de se fazer uma capa de jornal dizendo que Matic se recusara a seguir para estágio. Perdeu-se toda a vergonha e tentou-se tudo. Enganaram-se no alvo. Matic é enorme, um senhor e respondeu como sempre: em grande! dentro do campo!
A outra teoria que tentam passar por verdade (e há beniquistas a sustentarem-na) é que JJ tem medo do Porto, como antes "tinha um buraco no meio campo só com 2 médios" e ainda "não se pode jogar com 2 avançados". Pois bem, JJ respondeu no campo: com 2 médios (Enzo & Matic) e 2 avançados (Lima & Rodrigo). Resultado ? Outra dupla, de golos! Benfica - 2, Porto - 0
Jesus colocou a melhor equipa neste momento (Salvio e Cardozo fariam parte do 11 se estivessem em condições) e jogou como joga quase sempre (só muito pontualmente - por motivos de forma ou tácticos dentro dos 90 minutos ele altera o modelo de jogo). Eu, pessoalmente gosto que as pessoas tenham convicção nas suas ideias, se acreditam num modelo devem trabalhá-lo para o potenciar e não abandonar ideias ao sabor do vento. O Benica deve jogar sempre com 2 avançados ? Na esmagadora maioria dos jogos defendo que sim, aliás, se se trabalham automatismos numa táctica (e é nessa que este Benfica está formatado) não faz sentido grandes alterações em competição e com pouca convicção.
Mas não se devia mudar quando os resultados são escassos ? Sim e Não. Se os resultados não aparecem, SIM é preciso modificar algo; e NÃO, não é necessário que seja forçosamente o desenho táctico. Dentro duma táctica há vários modelos e várias sub-tácticas dentro da equipa, a forma como as várias "duplas" (a de centrais, a dos médios centro, a dos avançados, a do lateral com o extremo) se encaixam e solucionam dificuldades deve ter tanta ou mais incidência como a disposição no papel. O Benfica de 09/10 defendia com 3 (Luisão, David Luiz e Javi Garcia) e sofria pouquíssimos golos.
Mas eu nem me chateio muito com golos sofridos, preocupa-me mais poucos golos marcados, porque nós fomos, somos e seremos uma equipa de ataque, à Eusébio, à Benfica. E uma equipa que ataque tanto, ficará forçosamente mais exposta ao adversário. Não deveria então haver uma situação de compromisso, de meio termo, onde, mesmo marcando menos não passássemos por tanta exposição defensiva e ficássemos menos expostos ? A racionalidade dirá SIM, nenhuma equipa do Mundo ataca os 90 minutos sem sofrer qualquer sobressalto (nem a equipa nº1 actualmente, o Bayern), portanto seria importante dosear os esforços e as "basculações" da equipa, tornando-a menos vertiginosa e mais compacta. Pessoalmente prefiro ganhar 5-4 que 1-0, mas admito que no futebol de hoje em dia não se fazem tantos golos a todas as equipas, logo, o recato também é importante (por muito que me custe ver os nossos a "fazer posse" ou a "gerir"...).
O ataque ganha jogos e a defesa campeonatos. Tenho que concordar com a frase e ela é a maior realidade dos nossos tempos, porque antigamente era Eusébio que ganhava campeonatos... No fundo, eu acho é que jogando ao ataque estaremos sempre mais perto de poder vencer, de sermos felizes, e "jogar à defesa" é coisa do Porto. Cresci assim, a ver o Porto plantado cá atrás, cheio de defesas e trincos (todos caceteiros da pior espécie) e o Benfica a tentar com arte e engenho (o jogo bonito) derrubar aquelas muralhas de feios, porcos e maus. E enquanto vir futebol, esse sonho de que o ataque, o artista vencerá a retranca, a expectativa e o jogo desleal e feio, viverá em mim. Penso em Valdano (ou Guardiola) e Mourinho, o português já ganhou tudo em todo o lado, mas muitas vezes de forma pouca empolgante. O argentino Valdano defende a estética do futebol, defende que vencer não chega, a forma como se vence é muito mais importante para ele. Talvez os resultadistas levem campeonatos para casa, nada mais, mas os românticos, os líricos ficam eternamente na memória colectiva.
A laranja mecânica de 74 não venceu o Mundial, mas é dela que se fala e não daquela Alemanha campeã mundial. Vou sempre preferir um Messi a um Cannavaro. Um Zidane a um Materazzi. O futebol não é científico nem lógico mas nada me dá mais prazer que vencer bem, com golos e a jogar bom futebol.
O Benfica venceu bem, correu muito (Lima poderá ter passado despercebido, mas correu quilómetros) e teve uma garra incrível (à Benfica), o resto, a arte e engenho foram os mesmos de sempre, o que foi diferente hoje foram os litros de suor (e de lágrimas) que os nossos jogadores mostraram.
A garra característica de Maxi Pereira esteve presente em todos (talvez o uruguaio até se tenha destacado menos nesse aspecto hoje - vi-o lento, não está em forma o nosso Maxi, e eu que sempre quis 11 Maxi's pergunto-me hoje se Sílvio ou André Almeida não serão melhores titulares...mas o jogo de hoje precisava do nervo do Maxi, o mais raçudo do plantel) e houve uma grande entreajuda da equipa. Fiquei com um amargo de boca por JJ não ter acelerado a equipa na parte final - podíamos ter goleado uma equipa adversária desnorteada - e ter preferido segurar o resultado. Sinal dos tempos...mas continuo com saudades do Jorge Jesus arrojado e de quando a nossa equipa não tirava o pé do acelerador.
Jesus está diferente (passaram-se mais de 9 messes desde a última vez que fizemos 4 golos - 6-1 ao Rio Ave até aos 5-0 ao Gil Vicente, única goleada desta época, já em Janeiro!), a época passada ter-lhe-á tirado alguma ingenuidade e voracidade, o Benfica hoje é uma equipa cautelosa. Esperemos que isso se reflicta em títulos no final.
O Benfica ganhou hoje muito por Eusébio (pelo ambiente que ele deixou nos nossos, público e jogadores) porque a arbitragem estava instruída para que o jogo fosse marcante mas com um resultado ao contrário. Mas se a época passada teve algo sobrenatural no seu final, os deuses hoje não nos deixaram cair, e depois da mão de Mangala (lembrou-me uma do Cebola Rodriguez, nessa mesma área e que também terminou com vitória nossa) veio a mão divina esbofetear Artur Soares Dias (que inclusivé faz o gesto com o braço direito para apitar, o instinto natural, mas que depois reparou que a camisola era azul e portanto "esqueceu-se" de soprar...) através da cabeçada fulminante de Garay.
A estratégia estava bem estudada, a única (!!!) oportunidade de golo do Porto surge num offside gritante de Jackson e até ao 2-0 o árbitro tentou....depois disso "perdeu-se". Como viu que já não iria haver fruta hoje, decidiu apitar tudo e bem (falhou um penalty sobre Quaresma e uma inenarrável bola ao solo). De resto expulsou bem a simulação de Danilo e apita a falta de Matic (levou amarelo) sobre Quaresma bem antes de a bola chegar a Jackson (que no instante da falta dura nem se sabia onde iria cair a bola). Mas garanto-vos que se o resultado fosse apenas 1-0 aquelas quedas portistas na nossa área tinham dado um ou dois penaltys para eles (vide épico Braga-Guimarães da época 09/10). Como o Porto já não chegava lá tentou não prejudicar muito a nota do observador e apitou sem estratégia (e sim, este Artur portista é filho de outro portista, árbitro e de mesmo apelido, a família Soares Dias há muito vem manchando a verdade desportiva deste país com desastrosas arbitragens).
No jogo jogado gostei do passe sublime (foi mais que perfeito) de Markovic no 1º golo, é um golaço de Rodrigo mas fiquei de tal forma impressionado com a assistência que o Mundo parecia ter parado naquele segundo e que o consequente golo foi apenas um resquício bonito da genialidade do sérvio. O espaço era curto, a velocidade dos jogadores em movimento era muita e Markovic coloca a bola de forma incrível (na trajectória, na velocidade imprimida, no sítio perfeito para ser rematada de primeira e em corrida) e com uma souplesse desarmante. Valeu Marko! (gostei quando te "apresentaste" ao Quaresma).
Rodrigo perderia um golo isolado na segunda parte (ok, foi com o pé direito, mas um toque mais subtil, menos forte teria resultado no 3-0) e Enzo idem. Matic (será que era ele ? não se tinha recusado a ir para estágio ?) foi o Matic de sempre: um monstro do futebol! Arrisco-me a dizer que com Matic o título não escapa, sem ele...também não (mas é muito, muito mais difícil), preferia vender Rodrigo e Gaitán (dois excelentes jogadores que gosto muito) a perder o sérvio, mas segundo as últimas notícias Nemanja Matic vai mesmo sair este mês... Eu sei que o Benfica precisa de dinheiro, mas será que o título e o desempenho desportivo desta época não ficará em risco sem Matic em Janeiro ? Ainda por cima, a confirmarem-se os valores de 25M, muito abaixo do seu valor... Não seria mais inteligente vendê-lo no Verão com outra valorização de mercado ?
Quando Javi saiu disse: «vendam-nos todos menos o Witsel!». Poucos dias depois saiu o belga e achei que ia ser muito complicado. Apareceu Matic e um mês depois já nem pensava em Javi nem em Witsel. A vida continua é verdade, e o Benfica superior a todos, mas perder Matic vai doer muito...
E chegados ao fim da primeira volta, a tal equipa que para os experts não joga nada e é fraca perante os colossos Sporting e Porto, lidera isolada (!!!) a tabela classificativa com mais 2 pontos que os rivais de Lisboa e 3 sobre os do Porto. Agora imaginem quando começarmos a jogar à bola...
Foi um jogo de grande entrega e raça dos nossos rapazes, demonstrando a garra de que é feito o Benfica. E essa foi a melhor resposta ao muito que se disse e escreveu (os ridículos pseudo-intelectuais que tentaram minorizar uma figura mítica, espantados pelo poder e impacto de um miúdo pobre da Mafalala; e também aos pobres de espírito que através de blogues afectos ao Porto gozaram, faltaram ao respeito e - como sempre fazem - insultaram os benfiquistas e tudo o que seja vermelho).
Aos primeiros, sobretudo os "jornalistas desportivos", os que diziam coisas como uma derrota do Benfica será muito difícil de superar ; ficar a 3 pontos de Porto e Sporting é um duro golpe ; Jesus tem medo ; Jesus vai mudar ; e outras balelas do futebolês, aqui fica o voto de resto de um bom Domingo e a farmácia de serviço já recuperou o stock de Rennie.
Aos outros, os idiotas úteis, os que se dizem adeptos de um clube e passam a semana a "postar" verborreia sobre o Sport Lisboa e Benfica (porque de facto eles só vêem encarnado...), a esses deixou-lhes uma citação de Maradona...
Custou-me ver e ler as barbaridades que se disseram, hoje atingiu-se mesmo a pouca vergonha de se fazer uma capa de jornal dizendo que Matic se recusara a seguir para estágio. Perdeu-se toda a vergonha e tentou-se tudo. Enganaram-se no alvo. Matic é enorme, um senhor e respondeu como sempre: em grande! dentro do campo!
A outra teoria que tentam passar por verdade (e há beniquistas a sustentarem-na) é que JJ tem medo do Porto, como antes "tinha um buraco no meio campo só com 2 médios" e ainda "não se pode jogar com 2 avançados". Pois bem, JJ respondeu no campo: com 2 médios (Enzo & Matic) e 2 avançados (Lima & Rodrigo). Resultado ? Outra dupla, de golos! Benfica - 2, Porto - 0
Jesus colocou a melhor equipa neste momento (Salvio e Cardozo fariam parte do 11 se estivessem em condições) e jogou como joga quase sempre (só muito pontualmente - por motivos de forma ou tácticos dentro dos 90 minutos ele altera o modelo de jogo). Eu, pessoalmente gosto que as pessoas tenham convicção nas suas ideias, se acreditam num modelo devem trabalhá-lo para o potenciar e não abandonar ideias ao sabor do vento. O Benica deve jogar sempre com 2 avançados ? Na esmagadora maioria dos jogos defendo que sim, aliás, se se trabalham automatismos numa táctica (e é nessa que este Benfica está formatado) não faz sentido grandes alterações em competição e com pouca convicção.
Mas não se devia mudar quando os resultados são escassos ? Sim e Não. Se os resultados não aparecem, SIM é preciso modificar algo; e NÃO, não é necessário que seja forçosamente o desenho táctico. Dentro duma táctica há vários modelos e várias sub-tácticas dentro da equipa, a forma como as várias "duplas" (a de centrais, a dos médios centro, a dos avançados, a do lateral com o extremo) se encaixam e solucionam dificuldades deve ter tanta ou mais incidência como a disposição no papel. O Benfica de 09/10 defendia com 3 (Luisão, David Luiz e Javi Garcia) e sofria pouquíssimos golos.
Mas eu nem me chateio muito com golos sofridos, preocupa-me mais poucos golos marcados, porque nós fomos, somos e seremos uma equipa de ataque, à Eusébio, à Benfica. E uma equipa que ataque tanto, ficará forçosamente mais exposta ao adversário. Não deveria então haver uma situação de compromisso, de meio termo, onde, mesmo marcando menos não passássemos por tanta exposição defensiva e ficássemos menos expostos ? A racionalidade dirá SIM, nenhuma equipa do Mundo ataca os 90 minutos sem sofrer qualquer sobressalto (nem a equipa nº1 actualmente, o Bayern), portanto seria importante dosear os esforços e as "basculações" da equipa, tornando-a menos vertiginosa e mais compacta. Pessoalmente prefiro ganhar 5-4 que 1-0, mas admito que no futebol de hoje em dia não se fazem tantos golos a todas as equipas, logo, o recato também é importante (por muito que me custe ver os nossos a "fazer posse" ou a "gerir"...).
O ataque ganha jogos e a defesa campeonatos. Tenho que concordar com a frase e ela é a maior realidade dos nossos tempos, porque antigamente era Eusébio que ganhava campeonatos... No fundo, eu acho é que jogando ao ataque estaremos sempre mais perto de poder vencer, de sermos felizes, e "jogar à defesa" é coisa do Porto. Cresci assim, a ver o Porto plantado cá atrás, cheio de defesas e trincos (todos caceteiros da pior espécie) e o Benfica a tentar com arte e engenho (o jogo bonito) derrubar aquelas muralhas de feios, porcos e maus. E enquanto vir futebol, esse sonho de que o ataque, o artista vencerá a retranca, a expectativa e o jogo desleal e feio, viverá em mim. Penso em Valdano (ou Guardiola) e Mourinho, o português já ganhou tudo em todo o lado, mas muitas vezes de forma pouca empolgante. O argentino Valdano defende a estética do futebol, defende que vencer não chega, a forma como se vence é muito mais importante para ele. Talvez os resultadistas levem campeonatos para casa, nada mais, mas os românticos, os líricos ficam eternamente na memória colectiva.
A laranja mecânica de 74 não venceu o Mundial, mas é dela que se fala e não daquela Alemanha campeã mundial. Vou sempre preferir um Messi a um Cannavaro. Um Zidane a um Materazzi. O futebol não é científico nem lógico mas nada me dá mais prazer que vencer bem, com golos e a jogar bom futebol.
O Benfica venceu bem, correu muito (Lima poderá ter passado despercebido, mas correu quilómetros) e teve uma garra incrível (à Benfica), o resto, a arte e engenho foram os mesmos de sempre, o que foi diferente hoje foram os litros de suor (e de lágrimas) que os nossos jogadores mostraram.
A garra característica de Maxi Pereira esteve presente em todos (talvez o uruguaio até se tenha destacado menos nesse aspecto hoje - vi-o lento, não está em forma o nosso Maxi, e eu que sempre quis 11 Maxi's pergunto-me hoje se Sílvio ou André Almeida não serão melhores titulares...mas o jogo de hoje precisava do nervo do Maxi, o mais raçudo do plantel) e houve uma grande entreajuda da equipa. Fiquei com um amargo de boca por JJ não ter acelerado a equipa na parte final - podíamos ter goleado uma equipa adversária desnorteada - e ter preferido segurar o resultado. Sinal dos tempos...mas continuo com saudades do Jorge Jesus arrojado e de quando a nossa equipa não tirava o pé do acelerador.
Jesus está diferente (passaram-se mais de 9 messes desde a última vez que fizemos 4 golos - 6-1 ao Rio Ave até aos 5-0 ao Gil Vicente, única goleada desta época, já em Janeiro!), a época passada ter-lhe-á tirado alguma ingenuidade e voracidade, o Benfica hoje é uma equipa cautelosa. Esperemos que isso se reflicta em títulos no final.
O Benfica ganhou hoje muito por Eusébio (pelo ambiente que ele deixou nos nossos, público e jogadores) porque a arbitragem estava instruída para que o jogo fosse marcante mas com um resultado ao contrário. Mas se a época passada teve algo sobrenatural no seu final, os deuses hoje não nos deixaram cair, e depois da mão de Mangala (lembrou-me uma do Cebola Rodriguez, nessa mesma área e que também terminou com vitória nossa) veio a mão divina esbofetear Artur Soares Dias (que inclusivé faz o gesto com o braço direito para apitar, o instinto natural, mas que depois reparou que a camisola era azul e portanto "esqueceu-se" de soprar...) através da cabeçada fulminante de Garay.
A estratégia estava bem estudada, a única (!!!) oportunidade de golo do Porto surge num offside gritante de Jackson e até ao 2-0 o árbitro tentou....depois disso "perdeu-se". Como viu que já não iria haver fruta hoje, decidiu apitar tudo e bem (falhou um penalty sobre Quaresma e uma inenarrável bola ao solo). De resto expulsou bem a simulação de Danilo e apita a falta de Matic (levou amarelo) sobre Quaresma bem antes de a bola chegar a Jackson (que no instante da falta dura nem se sabia onde iria cair a bola). Mas garanto-vos que se o resultado fosse apenas 1-0 aquelas quedas portistas na nossa área tinham dado um ou dois penaltys para eles (vide épico Braga-Guimarães da época 09/10). Como o Porto já não chegava lá tentou não prejudicar muito a nota do observador e apitou sem estratégia (e sim, este Artur portista é filho de outro portista, árbitro e de mesmo apelido, a família Soares Dias há muito vem manchando a verdade desportiva deste país com desastrosas arbitragens).
No jogo jogado gostei do passe sublime (foi mais que perfeito) de Markovic no 1º golo, é um golaço de Rodrigo mas fiquei de tal forma impressionado com a assistência que o Mundo parecia ter parado naquele segundo e que o consequente golo foi apenas um resquício bonito da genialidade do sérvio. O espaço era curto, a velocidade dos jogadores em movimento era muita e Markovic coloca a bola de forma incrível (na trajectória, na velocidade imprimida, no sítio perfeito para ser rematada de primeira e em corrida) e com uma souplesse desarmante. Valeu Marko! (gostei quando te "apresentaste" ao Quaresma).
Rodrigo perderia um golo isolado na segunda parte (ok, foi com o pé direito, mas um toque mais subtil, menos forte teria resultado no 3-0) e Enzo idem. Matic (será que era ele ? não se tinha recusado a ir para estágio ?) foi o Matic de sempre: um monstro do futebol! Arrisco-me a dizer que com Matic o título não escapa, sem ele...também não (mas é muito, muito mais difícil), preferia vender Rodrigo e Gaitán (dois excelentes jogadores que gosto muito) a perder o sérvio, mas segundo as últimas notícias Nemanja Matic vai mesmo sair este mês... Eu sei que o Benfica precisa de dinheiro, mas será que o título e o desempenho desportivo desta época não ficará em risco sem Matic em Janeiro ? Ainda por cima, a confirmarem-se os valores de 25M, muito abaixo do seu valor... Não seria mais inteligente vendê-lo no Verão com outra valorização de mercado ?
Quando Javi saiu disse: «vendam-nos todos menos o Witsel!». Poucos dias depois saiu o belga e achei que ia ser muito complicado. Apareceu Matic e um mês depois já nem pensava em Javi nem em Witsel. A vida continua é verdade, e o Benfica superior a todos, mas perder Matic vai doer muito...
E chegados ao fim da primeira volta, a tal equipa que para os experts não joga nada e é fraca perante os colossos Sporting e Porto, lidera isolada (!!!) a tabela classificativa com mais 2 pontos que os rivais de Lisboa e 3 sobre os do Porto. Agora imaginem quando começarmos a jogar à bola...
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